


Um pouco de tudo do que curto: cinema, tv, teatro, artes plásticas, enogastronomia, música, literatura, turismo.




No final da tarde, mais um filme da Bravo! 100 Filmes Essenciais. O classificado em 27º lugar, um filme de Michelangelo Antonioni, A Aventura (L'Avventura), produção italiana de 1960 e que recebeu um prêmio especial do júri do Festival de Cannes daquele ano. Odiei o filme. Arrastado, sem ritmo, em certos momentos até mesmo sem nexo.

E ao terminar a noite, o filme número 26 da revista que acompanho: O Sétimo Selo (Det Sjunde Inseglet), de Ingmar Bergman, produção sueca de 1957, ganhadora de um prêmio especial do júri no Festival de Cannes para o diretor. Uma forma interessante de abordar a morte e as dúvidas relativas à fé. Já tinha visto em cinema e VHS e continuo gostando.
Número 29: Viridiana, de Luis Buñuel, produção mexicana de 1961 ganhadora da Palma de Ouro em Cannes dee melhor filme. Buñuel é um dos meus cinco diretores de cinema internacionais preferidos (os outros são Almodovar, Pasolini, Fassbinder e Coppola) e este filme é sensacional. Viridiana, nas vésperas de se ordenar freira, vai visitar seu tio e ele a tenta seduzir. Não conseguindo, se suicida e ela se sente culpada, abandonando o convento e dedicando sua vida na mansão do tio a cuidar de pobres necessitados. Mas nada sai da forma em que idealizou. Crítica feroz do diretor ao catolicismo e seu assitencialismo.
Número 28: Amarcord, de Federico Fellini, produção conjunta de Itália e França, de 1973. Fellini é especial e neste filme toda o seus exército de flora e fauna passeia na tela em duas horas de um filme onírico, belo e ao mesmo tempo uma espécie de manifesto contra o autoritarismo presente no estado, na escola, na igreja, na família, enfim, na sociedade. Gostei muito rever este filme que tinha assistido no início da década de 80, no glorioso Cine Pathé, na Savassi, em Belo Horizonte. Hoje este cinema virou um estacionamento, o que é uma pena.
Já que recebi alta do hospital às 14 horas e fui colocado de molho, em licença médica, por oito dias (prorrogáveis dependendo de avaliação do médico na próxima terça-feira), devido a um catéter instalado em meu ureter direito, vou aproveitar e atualizar a lista da revista Bravo! 100 Filmes Essenciais. O número da vez é o 30, pois o 31 (O Nascimento de Uma Nação) já foi visto meses atrás, com postagem publicada neste blog. Chegou a vez de Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (Annie Hall), filme dirigido e estrelado por Woddy Allen, produção americana de 1977 e ganhador do Oscar de melhor filme daquele ano (Oscar este que Allen não compareceu à cerimônia para recebê-lo). É uma comédia típica de Woody Allen, estrelada por Diane Keaton, onde os elementos preferidos deste diretor estão presentes: psicanálise, Nova York, relacionamento amoroso, sexo, esquerda, judeus, cinema, capitalismo, prêmios. É um dos seus filmes mais verborrágicos, precisando ter muita atenção para não perder os excelentes diálogos (seja ouvindo ou lendo as legendas). O diretor também cita muitos ícones da literatura, como James Joyce e do cinema, como Bergman e Fellini. Um excelente filme que preencheu parte da minha primeira tarde em casa pós cirurgia. Tive que ver o filme apertando a tecla pause, pois a recomendação médica é beber líquido de vinte em vinte minutos e, consequentemente, a ida ao banheiro torna-se necessária.
Na noite de domingo, continuei respirando cultura. Fui ver uma peça no Teatro Goldoni. Dois de Paus, texto e direção de Arthur Tadeu Curado, com os atores Breno Figueiredo e Iuri Saraiva. Já havia visto esta peça em outubro de 2005, naquela oportunidade encenada pelo autor do texto, Arthur Tadeu Curado e por Sérgio Sartório, e dirigido por Rachel Mendes. Pode-se dizer que são dois textos distintos, inclusive com finais diferentes. É a história de um relacionamento amoroso entre dois homens, com todas suas nuances, desde o jurar amor eterno até as brigas típicas de casa. O texto atual é mais cheio de clichês do mundo gay, o que pode afastar o público que não está acostumado com o "mundinho". Os personagens são mais afetados nesta versão. Cenário e figurino também foram alterados. Como assisti Cachorro! neste ano, não posso deixar de comparar a engenharia de moviementação de paineis no decorrer da peça. Em Dois de Paus, estes paineis são brancos e servem para pontuar lugar ou momento do texto, já que este não segue uma ordem cronológica, o mesmo que ocorria na peça do grupo carioca que via na Caixa Cultural. Há momentos divertidos e quando os dois atores se beijam na boca, há um certo frisson na plateia, formada, em sua maioria, pelo público gay. O teatro recebia um bom público. Confesso que gostei mais da primeira versão.
Exposição 01: Saint-Étienne Cité du Design - Centro Cultural Banco do Brasil - exposição que integra o calendário do Ano da França no Brasil. Achei interessante ver objetos que serão difíceis de usar, mas que tem um certo apelo ecológico. O que mais me chamou a atenção foi um móbile de corações de pelúcia no centro da galeria principal. Lúdico e reflexivo ao mesmo tempo.
Exposição 02: Justaposição Polar - Elder Rocha - Centro Cultural Banco do Brasil - mostra de artista brasiliense com grandes pinturas a óleo. O destaque fica para a pintura-instalação feita exclusivamente para a exposição. Fiquei um bom tempo sentado olhando os detalhes desta pintura. 
Exposição 03: Amor e Solidariedade - Abelardo da Hora 60 Anos de Arte - Centro Cultural Banco do Brasil - Pavilhão de Vidro e jardins. As esculturas expostas nos jardins são de uma beleza ímpar, a maioria enaltecendo a beleza feminina, mas a que mais chama a atenção é a que retrata uma família de retirantes, a expressão de dor e fome é muito realista. Destaco ainda uma série de gravuras com o título Meninos do Recife: embora feitas no início dos anos 1960, a dureza mostrada ainda é realidade em pleno século XXI.

Exposição 06: Tão Longe, Tão Perto - Museu Nacional - exposição montada e patrocinada pela Fundação Telefônica, em comemoração ao seu décimo aniversário no Brasil, conta a história da comunicação, especialmente das telecomunicações com dados curiosos e exibição de aparelhos antigos. Há interatividade. A mais longa de percorrer de todas que visitei neste domingo e a que tinha mais público, especialmente adolescentes. Achei curioso um jovem de 15 anos querer ver uma ficha telefônica, artigo de museu para esta geração. 
Exposição 08: Eternamente Dulcina - Uma Vida Dedicada ao Teatro - Caixa Cultural - linda exposição de objetos pessoais e fotos que relembram a carreira desta grande atriz do teatro brasileiro: Dulcina de Moraes. Pena que faltam informações em algumas fotos. O núcleo de vestidos, chapéus, lenços, bolsas e luvas da atriz é um show a parte. Vale ver o vídeo com depoimentos sobre a atriz de vários personagens da cena teatral brasileira. 



Exposição 11: Sur La Route/Na Estrada - ECCO - Espaço Cultural Contemporâneo - exposição integrante do calendário do Ano da França no Brasil - obras dos brasileiros Elyeser Szturm, Galeno, João Angelini, Paulo Faria, Vicente Martinez e Valéria Pena-Costa e dos franceses Assan Smati, Damien Deroubaix, Fabien Souche, Jean-Baptiste Sauvage e Marie Chartron. A faixa com uma cruz do lado de fora do espaço cultural faz parte da exposição. Interessante a cabeça enorme feita com placas de isopor de Assan Smati. Gostei, coisa rara, de quatro vídeoinstalações no segundo andar da galeria, especialmente as de João Angelini. O senão fica por conta das luzes apagadas no segundo andar e como já era final de tarde, a luminosidade externa não clareava o bastante para ver as obras expostas.
Conjunto 22): preparo (15 pts); folhas verdes e tomate cereja (0 pts); um filé de salmão grelhado (40 pts); 1 colher de sopa de vagem fina (5 pts); 2 escumadeiras de tagliatelle ao molho de limão (60 pts); café expresso com adoçante (0pts); 300 ml de suco de limão (0 pts). A salada estava ótima, vem com croutons, que deixei de lado por causa da dieta. O salmão estava bem temperado e o tagliatelle tinha um sabor acentuado do molho de limão, o que o deixou um pouco enjoativo.

Almoço no Naturetto (SCLN 405, Bloco C, loja 55, Asa Norte): preparo (15 pts); folhas verdes (0 pts); tomate (0 pts); 2 colheres de sopa de arroz integral (20 pts); 1/2 filé de robalo grelhado (20 pts); 1 colher de sopa de shitake (5 pts); 300 ml de suco de limão (0 pts).
Almoço no Café Savana (SCLN 116, Bloco A, loja 4, Asa Norte): um filé de robalo grelhado (40 pts); folhas verdes (0 pts); tomate (0 pts); 8 colheres de sopa de brocólis, couve-flor, cenoura e vagem cozidos no vapor (40 pts); 1 azeitona (2 pts); 300 ml de suco de limão com adoçante (0 pts); 1 xícara de café com adoçante (0 pts).
Ontem, terça-feira, a Confraria Vinus Vivus se reúne mais uma vez, desta feita no restaurante Dom Francisco (SCLS 402, Bloco B, loja 9, Asa Sul). Foi, com certeza, uma das melhores degustações que fizemos em 37 reuniões.
Terminamos com um belo jantar, oferecido pelo casal proprietário do restaurante, com cardápio especialmente elaborado para nós, incluindo a descrição de cada prato numa bela carta artesanal que cada um pode levar como lembrança desta reunião. Para acompanhar os pratos, mais um vinho tinto francês do Pomerol.




Na verdade, escolhemos pegar os carros e ir para a Fazenda Babilônia (Rodovia GO-431 km 03), a 24 quilômetros de Pirenópolis. Estrada asfaltada e sem movimento. Para chegar na sede da fazenda, pega-se uma boa estrada de terra de apenas 2 quilômetros. No trajeto até lá, vegetação castigada pela seca que assola a região nesta época. Lindas árvores com flores roxas. Na fazenda centenária (1800), pagamos o valor referente ao café sertanejo (R$30,00 por pessoa) e, enquanto aguardamos a montagem de nossa mesa, percorremos um pouco da história local, conhecendo os cômodos da casa. A capela é um espetáculo, toda reformada. Aproximadamente vinte minutos de espera e fomos chamados para nosso lanche/almoço. As mesas são aquelas enormes de fazenda e fica no local onde são preparados os quitutes, numa varanda bem grande. Não há bebida alcoólica, apenas sucos de cajá, acerola e caldo de cana. Para comer há muitas opções para olhos e paladar. Pamonha frita, pão de queijo, almôndegas, redanha (espécie de hamburger de carne bovina e suína), costelinha de porco, matula de frango, broa de milho, brevidade, biscoito de queijo, abóbora com coalhada assada na folha de bananeira, pudim de pão, bolo de mandioca, rosquinhas, linguiça, queijo fresco, geléias de frutas, melaço, quitutes da região assados em folhas de bananeira, café preto de bule. Enfim, uma verdadeira orgia gastrônomica. Fomos embora por volta de 14:30 horas. Emi tanto insiste com Lúcio, o belo recepcionista da fazenda, que consegue ganhar uma muda de orquídea. De volta para Pirenópolis e já na pousada, Cris foi dormir e Ric atualizar sua página no Orkut. Eu, Emi, Ro e Marcelo resolvemos jogar buraco novamente, com as mesmas duplas da noite anterior, em uma revanche. Eu e Emi perdemos, talvez por falha minha, ao esquecer de descer uma carta que poderia fazer com que meu parceiro liquidasse a rodada. De qualquer maneira, jogamos a terceira rodada, como tira-teima e eu e Emi vencemos novamente. Quando acabamos de jogar, a tarde já ia embora. Saímos para uma caminhada pelas ruas de paralelepípedos da cidade, subindo até a Igreja do Nosso Senhor do Bonfim, no alto de uma colina, quando tivemos uma bela visão do restinho do por do sol, com um céu no horizonte bem amarelo.
Resolvemos parar para tomar um café no Armazém da Rua Direita (Rua Direita, 07, Centro). Apenas Ro, Marcelo e Cris pedem o café, só servido na versão orgânico e curto. Eu, Ric e Emi preferimos uma caipiroska. No meu caso, pedi uma mistura de laranja com maracujá. Pouco álcool e bem refrescante. O local é bem alternativo e há um empório de produtos orgânicos e naturais. Não vendem grandes marcas. Segundo o garçon, de origem paulistana, eles não trabalham com produtos de larga escala, tais com as cervejas da Ambev e refrigerantes.