

Na entrada, ganhamos uma necessaire da Drogaria Rosário, uma das patrocinadoras da peça.
Texto de José Antônio de Souza e direção de Marcus Alvisi, a peça é um monólogo com Luana Piovani, que ficou quatro meses em cartaz no Rio de Janeiro. Como toda peça com ator conhecido que chega a Brasília, a sala estava bem cheia. Quinze minutos de atraso e começa o espetáculo. Não há nenhum cenário. O tablado é nu. Apenas Luana, com variações de luz e muita movimentação no espaço cênico. O figurino é todo em tom pastel, numa variação do bege ao marrom escuro e valoriza o corpo da atriz e se relaciona com o texto, cheio de melancolia e desespero. Com alguma pitada de sua vida pessoal, escancarada em jornais e revistas, Luana despeja na plateia setenta minutos de texto, mostrando um desespero por estar só e perdida em algum lugar, mas não se sabe onde. Apenas sabemos que é noite de sexta-feira e houve uma festa antes. Neste intervalo temporal, a personagem volta ao passado, lembra de sua infância, da adolescência, de amores e trepadas, não seguindo uma ordem cronológica para tais lembranças. Há certos momentos que o texto incomoda a plateia, em sua maioria pessoas maduras, pois Luana diz muita sacanagem e palavras xulas. Faz parte do contexto. Ela passa rapidamente de partes cômicas para dramáticas e tira algumas peças da sua roupa ao longo do espetáculo, deixando à mostra, apenas com um tecido transparente em cima, seus seios. Ao final, a plateia aplaude protocolarmente, sem muito entusiasmo. Quando ela volta em cena para os agradecimentos, rola uma certa empatia e os aplausos são mais enfáticos, mas nem todos ficam de pé para aplaudí-la. Realmente o texto não foi feito para agradar a todos. Luana mostra que está evoluindo e fez bem em apostar no teatro adulto depois do sucesso com a peça infantil baseada na obra O Pequeno Príncipe, de Saint-Exupery.
Para mim, ela foi ousada e merece os parabéns por isto.
Gostei da peça, embora não tenha achado sensacional. Vale a pena ver. Além do mais, Luana está, como sempre, exuberante.
Quanto a meus pais, não gostaram da peça. Meu pai disse que está todo mundo louco. Como falei, o texto não foi feito para agradar a todos.

Ao sair, terminamos a noite comendo uma pizza na Valentina Pizzaria (SCLN 214, Bloco A, lojas 9/11, Asa Norte).
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