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terça-feira, 3 de janeiro de 2012

UM DIA EM PARATI (RJ)



Demorou, mas, enfim, conheci Paraty. Aproveitei que fui passar a virada de 2011 para 2012 em Angra dos Reis e tendo um carro à disposição, eu, Ric, Rô e Emi rumamos para a histórica cidade do litoral do Rio de Janeiro. O tempo estava como eu gosto: nublado, sem chuva. Saímos por volta de 10 horas da manhã, percorrendo 67 quilômetros nas curvas da Estrada Rio-Santos. Claro que lembrei da famosa canção de Roberto Carlos "As Curvas da Estrada de Santos", nas interpretações do próprio compositor, de Elis Regina e do grupo Kid Abelha. Nada como ter um iPod com seu acervo musical. Ouvi as três versões in loco. No caminho, além das muitas curvas, o trânsito estava grande, o que fez com nossa viagem durasse um pouco mais do que uma hora. Sendo a primeira vez que ali passava, apreciei a bela paisagem de ambos os lados da estrada. À esquerda estava o mar, com suas baías, ilhas, barcos, casas bonitas e a horrorosa usina nuclear de Angra dos Reis. À direita, a exuberância da Serra da Bocaina, com a Mata Atlântica verdejante. Chegando na entrada de Paraty, paramos ao lado do portal de boas vindas, onde há um posto de informações turísticas para pegar um mapa da cidade com a indicação de suas principais atrações. A quantidade de carros na avenida principal indicava que a cidade estava lotada. Seguimos pelo asfalto até o início do sítio histórico, observando o intenso comércio existente em ambos os lados da avenida. A avenida termina na Praça do Chafariz, onde viramos à esquerda, na Rua Domingos Gonçalves de Abreu, já procurando um local para estacionar. Conseguimos uma vaga dobrando novamente à esquerda, na Rua da Cadeia. Era hora de botar as pernas para funcionar. Todos de tênis nos pés, pois andar nas pedras das ruas históricas não é tarefa das mais fáceis, pois são muito irregulares. Seguimos pela Rua da Cadeia, observando o casario colonial, sua arquitetura, as paredes brancas em contraste com portas e janelas de madeira pintadas em cores fortes, como amarelo, azul e vermelho. As câmaras fotográficas registrando tudo. Paramos em uma conservada e animada praça onde ficam alguns bares. A Igreja Matriz de Nossa Senhora dos Remédios domina a praça. Infelizmente ela (e todas as outras igrejas da cidade) estavam fechadas durante a nossa visita (dia 29 de dezembro de 2011). Na mesma praça partem os passeios de charrete pelo centro histórico. Chama a atenção a cor deste transporte, pois existe charrete pintada de rosa (barcos também), dando um charme diferenciado ao passeio. Consultando o mapa, preferimos atravessar o Rio Perequê-Açu, subindo uma ladeira para chegar ao Forte Defensor Perpétuo. No caminho, paramos para conhecer o curioso Cemitério Municipal São Francisco de Assis, um dia antes de ele completar 61 anos. Achei curioso porque as ruas dos túmulos ficam em uma encosta, com a capela branca dominando o alto do morro. Dali, seguimos direto para o forte. Saímos da rua calçada e pegamos uma estrada de terra, uma alameda de bambus formando um bonito "túnel" até chegar à construção do forte. A vista do centro histórico e do mar é fantástica. No forte, nada diferente do que já conhecia pelo Brasil. Ruínas dos muros de pedra, canhões de ferro espalhados pelo ambiente e uma casa central, com janelas e portas verdes, onde funciona um museu (para variar, fechado). Tiramos fotos, apreciamos a vista e voltamos para a parte colonial da cidade. Descemos a rua pelo lado contrário do que chegamos, parando em um bar na ponta da Praia do Pontal para refrescar a garganta, pois embora nublado, estava bem quente o dia. Percorremos as ruelas da região, passando em frente ao prédio histórico onde funciona o hospital. Cruzamos o rio novamente pela mesma ponte do início de nosso passeio, seguindo em direção à Rua Fresca, que fica em frente ao mar, onde fica a Capela de Nossa Senhora das Dores. Sempre lembro de Paraty em fotos com a imagem desta pequena igreja em foto tirada por alguém que estava em alguma embarcação em frente à ela. Fizemos uma caminhada pela rua, observando o casario muito bem conservado e a harmonia entre construções e paisagismo. Retornamos para o interior do centro, andando a esmo pelas vielas de pedra até chegarmos à Casa de Cultura, onde há um museu permanente no segundo piso. Demos uma rápida olhada, pois a fome apertava. Decidimos parar para almoçar, escolhendo o restaurante que haviam nos indicado, o Margarida Café (para ler minhas impressões sobre o restaurante, clique aqui). Já passavam de 13:30 horas quando chegamos no restaurante, onde ficamos por mais de uma hora. Ao sair, uma fina chuva insistia em cair, mas não durou muito. Não deu nem para molhar os guarda-chuvas que abrimos prontamente. Em frente ao restaurante fica a movimentada Praça do Chafariz, construído por ocasião de uma visita de um nobre à cidade lá pelos idos do século XIX. Hoje, o tal chafariz que dá nome à praça está sem funcionar. Uma decoração natalina com objetos recicláveis "enfeitava" a praça (achei de gosto duvidoso a decoração e sem nenhuma relação com a história impregnada no local). Deixamos de lado o centro histórico para dar uma volta no comércio da Avenida Roberto Silveira, pois precisávamos passar em um caixa eletrônico de banco e aproveitamos para jogar na mega sena da virada (uma fila enorme se formava na casa lotérica). Após este breve intervalo, voltamos a caminhar pelas ruas do centro histórico, iniciando pela Rua Aurora, onde o trânsito de veículos é permitido. Por esta rua, chegamos novamente ao mar, perto do cais, onde ficam duas antigas construções, a antiga cadeia da cidade, hoje abrigando a biblioteca municipal, e a bela Igreja de Santa Rita, que passa por restauração. Neste passeio, chamou-me a atenção o formato das ruas de pedras, pois parece que formam uma vala. Pesquisando, soube que elas  foram feitas desta forma pois a cidade costuma alagar e as ruas funcionam como canais para escoar a água para o mar. Continuamos a andar pelas ruas de pedras, conhecendo o Teatro Espaço, com programação ativa, e muitos ateliês, lojas de doces, de artesanato local, onde os balões coloridos de papel maché e cabaça dominam a paisagem. Realmente são lindos. Paramos na Rua Samuel Costa para conhecer uma das várias lojas que vendem cachaça na cidade. Havia uma parede dominada pelas cachaças mineiras. No final da rua, quando ela encontra com a Rua do Comércio, fica a Igreja Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, também fechada para reforma. Como tinha decidido passar o ano vestindo alguma roupa verde, aproveitei que estava no bochicho do comércio para procurar e comprar uma camisa desta cor. Após exercer o esporte do consumo, ainda paramos para tomar um sorvete antes de decidir ir embora, pois o tempo fechava. Já tínhamos visto o essencial. Pelo acordo, eu voltei dirigindo, chegando em Angra dos Reis já escurecendo. Belo passeio. Ficou a vontade de um dia voltar para apreciar a cidade de forma diferente, explorando os seus restaurantes estrelados e sua vida noturna.

Mais fotos no Flickr: Paraty - Rio de Janeiro

turismo

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

GASTRONOMIA EM PARATI (RJ) - MARGARIDA CAFÉ




Endereço: Praça do Chafariz, s/n, Parati, RJ.

Especialidade: cozinha internacional e pizza.
Ambiente: funciona em um amplo casarão na Praça do Chafariz, no início do centro histórico de Paraty, para quem chega de carro à cidade. Os salões tem piso hidráulico, onde o preto e o branco se destacam. A decoração privilegia objetos do artesanato brasileiro, além de material de demolição, e algumas planta nativas, dando um ar antigo ao local, já que o restaurante está em um sítio histórico. Colunas de pedra e janelas de madeira vermelhas "aquecem" o ambiente. Há um jardim de inverno nos fundos, recomendável apenas para dias sem sol e para as noites, uma vez que o teto é de vidro e o calor que faz na cidade é intenso. Amplas janelas deixam a brisa entrar e permitem aos frequentadores ver o movimento dos turistas nas ruas adjacentes. Há um bar no canto direito de quem entra, local também onde fica a ampla adega climatizada. À esquerda da entrada, ao centro da parede, um pequeno deque abriga um banquinho e um violão para a música ao vivo. Um relógio antigo dá as boas vindas aos que chegam.






Serviço: Devagar. Tem que ter paciência. Estava cheio quando chegamos. Ninguém nos recepcionou, embora haja um pequeno ambiente na entrada com sofás para espera. Entramos, paramos um garçom que passava e pedimos uma mesa para quatro. Ele disse que estava cheio, mas vimos uma mesa ao lado da entrada da adega, vazia. Sentamos, pois não havia indicação de que a mesa estava reservada. Demorou para alguém nos ver sentados, sem cardápio, querendo pedir bebidas e comida. Um garçom mal humorado nos atendeu. Meu pedido, a sugestão do dia, veio errado, pois, depois de uma longa espera (uma pessoa que nos pareceu o proprietário pediu desculpas, alegando que a casa estava cheia), apenas serviram o prato principal, esquecendo da salada de entrada. O erro foi percebido, novo pedido de desculpas, e trouxeram a salada, mas ficou sem lugar na mesa para colocar todos os pratos pedidos. Achava que o serviço na cidade seria melhor, já que ela recebe muitos turistas brasileiros e estrangeiros.

Quando fui:  almoço do dia 29 de dezembro de 2011, quinta-feira. Eu estava com Ric, Rô e Emi.

O que bebi: como ia voltar dirigindo, pois estávamos hospedados em Angra dos Reis, pedi apenas uma água sem gás.

O que comi: acatei a sugestão do dia, uma salada da terra (cenoura, beterraba e folhas verdes, tudo cru e sem tempero) e como prato principal, lombo de dourado grelhado ao molho de maracujá, acompanhado de risoto italiano de abobrinha. O erro da salada foi apenas ter sido servida depois do peixe já ter chegado à mesa, pois como os vegetais eram crus, sem nenhum tipo de molho, o gosto já era por demais conhecido. Já o peixe estava bem grelhado, com o molho de maracujá bem suave, não deixando o ácido da fruta se sobressair. Nunca erro quando escolho peixe em cidades litorâneas. O arroz do risoto estava cozido um pouco além do ponto ideal, mas não prejudicou o sabor. O recheio de abobrinha deu um toque leve e colorido ao prato. Nada de sobremesa, nem de café.


salada da terra


lombo de dourado grelhado ao molho de maracujá, acompanhado de risoto italiano de abobrinha

Quanto paguei: R$ 314,00, valor total da conta para quatro pessoas, incluindo uma garrafa do vinho tinto francês Partager (muito criticado por quem o bebeu!).



Minha avaliação: +++. Vale pelo ambiente e pelo bochicho. Os pratos com peixe são bons. Dizem que o movimento à noite é intenso, por causa das pizzas.

Gastronomia Parati (RJ)