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sexta-feira, 31 de julho de 2009

DE VOLTA À SECURA

Quinta-feira, 30 de julho de 2009. Acordo cedo e faço o check out no Ibis Salvador. Táxi para o aeroporto. Vou pela orla, vendo o mar. De acordo com o taxista, uma terapia matinal. Aeroporto tranquilo. Voo no horário. Chego em Brasília e vou direto buscar o resultado da tomografia. Esperava um cálculo renal e vieram três. Um no rim esquerdo, medindo 3mm, um no rim direito, medindo 2mm e um já no ureter direito (deve ter sido a causa das cólicas recentes) medindo 5mm. Agora é beber muito líquido e levar ao médico para ver os procedimentos a adotar.
Hora do almoço. O clima na cidade está seco e muito quente.
Para almoçar, eu e minha chefe fomos ao Café Savana (SCLN 116, Bloco A, loja 4, Asa Norte) e eu pedi o menu preparado para o Brasília Restaurant Week (R$27,00): de entrada salada com frutas, chester e alface; o prato principal é medalhão de filé com molho a base de páprica, acompanhado por batata sauté e cenouras na manteiga (o molho estava muito picante) e para sobremesa cheesecake (para os que sempre estão em dieta, uma boa opção, pois não tem muito açúcar).


No trabalho, coloco as coisas em dia e ainda falo, durante uma hora, no auditório da Legião da Boa Vontade - LBV, para novos servidores.
Quando cheguei em casa, no início da noite, bateu um sono forte, o que me fez desistir de ler e acessar a internet. Deitei logo e dormi. Obviamente acordei às 3 horas da madrugada, totalmente sem sono, desarrumo a mala da viagem e atualizo meus e-mails particulares.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

GASTRONOMIA EM SALVADOR (BA) - AMADO




O que era para ser um jantar comunitário, acabou sendo um jantar solitário. Nem por isso deixou de ser ótimo. O restaurante indicado foi o Amado (Avenida do Contorno, 660, Comércio), situado em um grande galpão às margens da Baía de Todos os Santos. O taxista que me levou até lá era uma piada. Boa gente, contava casos hilários e ao passar em frente ao Marquês de Caravelas, anunciou que ali morava Ivete Sangalo. Já passei na porta deste edfício várias vezes de táxi e todos os motoristas anunciam a moradora ilustre. Parece que é um dos tantos pontos turísticos da bela Salvador. O motorista não tinha troco para me dar e e ofereceu para me buscar, assim, pagaria as duas corridas quando chegasse ao hotel. De pronto aceitei. Ninguém apareceu para o jantar. Embora com mesas na área externa, em um agradável deck, preferi sentar no lado de dentro, com o conforto do ar condicionado. De cara aceitei a sugestão do garçon para uma meia garrafa do vinho tinto chileno Montes Alpha cabernet sauvignon, mesmo achando o preço salgado (R$98,00). Também aceitei o couvert e os pães da casa. O ambiente, com pé direito alto, é bem decorado e convidativo. Lembrei-me de um restaurante que jantei em Barcelona no final de ano passado. Escolhi uma entrada, torre de carne seca com mousseline de aipim e queijo coalho, com sabor marcante e forte. Não é para estômagos fracos. Aprovei o prato, mas não o repito. Como prato principal, um generoso arroz de pato. Generoso porque a quantidade de pato desfiado é maior do que o próprio arroz e vem com pedacinhos de maçã que amenizam o gosto forte da carne. Muito bom. Não pedi sobremesa. Apenas café descafeinado. Uma maravilha encontrar esta opção por estas bandas, já que em Brasília é uma raridade. Conheço vários restaurantes estrelados e premiados nesta cidade - Chez Bernard, Yemanjá, Trapiche Adelaide, Paraíso Tropical, Conventual - mas com certeza, este é o melhor restaurante que já jantei em Salvador. Fora o ambiente e a excelente comida, o serviço é impecável e os garçons muito atenciosos e prestativos, sabendo informar sobre o restaurante e sobre o cardápio. Noite solitária, mas extremamente proveitosa.

Gastronomia Salvador (BA)

UM GATO

Tarde quente, sol a pino. Leonora está pensativa. Vê o azul do céu pela janela do quarto. Desliga o ar condicionado que a incomoda tanto e abre a janela. A brisa que vem do mar enche o ambiente. O bafo é quente, mas ela gosta. Escancara toda a janela e mira o horizonte, livre, a sua frente. Nenhum pensamento passa por sua cabeça. Liga seu notebook e tenta acessar a internet, sem sucesso. Não há sinal para sua banda larga móvel. Esbraveja internamente. Deixa o aparelho ligado e senta em uma poltrona, próxima da janela. Pega o livro que está lendo. Passa os olhos em alguns parágrafos. Ouve um estalar do lado de fora da janela. Fica pensativa, mas nada acontece. Continua a ler e novo barulho, mais perto desta vez. Vai até a janela e vê um gato no parapeito da janela da vizinha. Fica espantada com o tamanho do bichano, forte, grande, com um bigode saliente, muito bonito. Nunca vira o gato antes. Será que a vizinha tinha arrumado um animal de estimação? Não sabe e nem quer saber a resposta. Volta para a poltrona e para seu livro. Fica absorta na leitura. Não mais ouve nenhum barulho, apenas está concentrada no texto.
O gato entra em seu quarto. Ronrona. Procura aconchego. Leonora deixa o livro cair no chão e o gato se esquiva. Fica eriçado em um dos cantos, mas não sai de lá. Leonora o vê, chama o bichano para seu colo e logo o acaricia, delicadamente. As mãos dela afundam no corpo macio do gato. Ela pensa em um nome para ele, nem que seja para conversar com ele naquele momento. Vê a pomba do Espírito Santo pendurada acima de sua penteadeira e resolve chamá-lo de Trinidad. O gato gosta do nome. Atende ao chamado roçando seu corpo no de Leonora. Um calor sobe no corpo dela. Não consegue entender o que sente, gosta, apenas gosta do calor. O gato vai passando os pelos no corpo dela. Ela vai enlouquecendo de alegria. Na verdade, enlouquece de prazer. Não vê mais o gato, mas sim um homem forte, tatuado, carinhoso, descobrindo todos os pontos secretos de seu corpo. Leonora geme de prazer. Uma, duas, três, inúmeras vezes. O gato/homem percebe e lhe provoca mais. Começa a lambê-la nos pés, joelhos, virilha, umbigo, barriga, mamilos, axilas. Ela enlouquece, fica molhada. O gato continua. Ele também gosta do que faz. Sente prazer. Leonora já não sabe onde está, um vulcão quer expelir sua lava de dentro dela. O gato olha bem dentro de seus olhos miando qualquer coisa. Ela entende que ele está gostando. O vulcão explode. Leonora extravasa seu tesão. Leonora fica mole. O gato a observa, sorrindo, lambendo-a, passando seus pelos macios em seu corpo. Ela fica deitada, quietinha. O gato deita em sua barriga e ali fica, com ar de felicidade no rosto. A tarde quente estava ótima. Ficam assim por uns quarenta minutos. Leonora está muito feliz. O gato percebe e em lentos movimentos recomeça toda a história, com novas lambidas e carícias. Leonora não resiste e novamente chega ao êxtase. O gato sorri, se lambe e a olha com ar de quem está indo embora. Um olhar que diz vou embora mas volto. Leonora retribui o sorriso e tem o mesmo pensamento. O gato pula pela janela e desaparece.
O telefone celular toca estridentemente. Leonora se assusta e acorda. Vê o livro no chão. Coloca a mão em suas roupas notando que estão secas. Foi um sonho. O telefone continua a tocar. Ela atende. Era a confirmação do jantar que participaria à noite. Vê as horas e percebe que o tempo passou rápido. Perto de 19:30 horas, quase na hora que iriam pegá-la na porta de seu prédio. Ela olha para a cama e acha um pelo de gato. Que besteira, pensa ela, foi apenas um sonho. E que sonho! Vai até a janela e olha para o lado da vizinha, onde teria visto o gato. Nada vê. Realmente havia sonhado. Toma um banho e se apronta. Desce no horário marcado e entra no carro que a esperava. Olha para fora e vê, ele, o gato. Grita Trinidad!, o nome que lhe dera.
O motorista do carro não entende. Não havia ninguém na rua, apenas um gato. O gato olha na direção dela e mia. O miado se transforma num sussurro que chega aos seus ouvidos. O gato promete voltar. Leonora foi jantar feliz, com a certeza de que não foi um sonho.

EVENTO DE TRABALHO EM SALVADOR

Como sempre acontece no Nordeste, tive que acordar bem cedo, pois o evento tinha início previsto para 8:30 horas e eu estava na mesa de abertura e falaria toda a manhã para uma plateia de colegas de trabalho e de carreira pública. O carro passou na porta do hotel em que estou hospedado na hora marcada, 8 horas, e seguimos para o local do evento, a Casa do Comércio, um belo prédio com arquitetura arrojada e moderna, com muita viga de aço e de vidros. Revi muitas pessoas que não via há muito tempo e foi ótima a manhã. Fiz uma exposição de cerca de uma hora e depois mais uma hora e meia de perguntas. A opção dos organizadores do evento foi aceitar as perguntas somente por escrito, o que tem sua vantagem, pois permite aos que não querem se identificar fazer as suas perguntas tranquilamente e não dá margens para as verdadeiras palestras que alguns insistem em fazer quando pegam o microfone para fazer uma simples pergunta. Parabéns aos organizadores. Foram mais de 40 perguntas ao todo, a grande maioria com grandes contribuições para o momento em que vivemos na carreira.
Em seguida, uma sessão de fotos para o boletim local e fomos almoçar no mesmo prédio do evento. No último andar, com uma bela vista, há um restaurante do Senac, com opções a la carte e self service. Escolhemos a segunda opção. O serviço dos restaurantes do Senac sempre é muito bom, mesmo porque todos estão em estágio sendo observados pelos instrutores. A comida também estava muito bem feita e com muita opção de escolha, especialmente a salada e os doces. Comi, pela primeira vez, um doce de tomate. Achei interessante, mas nada me lembrou o gosto característico do fruto.
Em seguida ao almoço, pausa para nova sessão de fotos e voltamos ao evento, de onde escrevo agora. Na parte da tarde sou mero ouvinte, o que me dá oportunidade de escrever.

terça-feira, 28 de julho de 2009

DE NOVO EM TERRA BAIANAS



Hoje não fomos almoçar em restaurante participante do Brasília Restaurant Week. Escolhemos o mesmo de sempre, como bons mineiros, o Feitiço Mineiro, eu e minha chefe.








Novamente em Salvador, desta vez hospedado no Ibis Salvador Rio Vermelho (Rua Fonte do Boi, 215, Rio Vermelho), onde fiz o check in às 22:40 horas.




Estou a trabalho. Vim em voo tranquilo da TAM, embora com atraso de meia hora. O tempo passa rápido, já que tenho o hábito de me dedicar à leitura em aeroportos e aviões. Comecei a ler Os Exilados de Montparnasse (1920-1930), de Jean-Paul Caracalla. Trata-se da vida de escritores americanos no famoso bairro parisiense no período indicado no título. Entre os escritores, Ernest Hemingway e Scott Fitzgerald. Já alcancei metade do livro e estou achando interessante, mas o livro não é para qualquer um, pois precisa conhecer pelo menos um pouco das obras de alguns dos citados para entender a relação deles com Paris.


segunda-feira, 27 de julho de 2009

MAIS UM EXAME

Fiz hoje a minha endoscopia anual e não foi das melhores. Desta vez o sedativo custou a fazer efeito e vi o exame todo. O resultado também não foi bom. Tenho que voltar a tomar remédios contra o refluxo. Acho que este remédio fará parte de minha vida...

Hoje começou em Brasília mais um festival gastronômico. Desta vez se chama Brasília Restaurant Week, nos moldes do que já ocorre em outras partes do mundo. Serão duas semanas para apreciar os pratos preparados especialmente para esta ocasião. Sempre uma entrada, prato principal e sobremesa com preço fixo em todos os restaurantes participantes, sendo R$27,00 para o almoço e R$39,00 para o jantar. Os organizadores do evento ainda incentivam que cada um contribua com mais R$1,00 que será doado a uma instituição de assistência da cidade. Parece que será um sucesso, pois a amostra que tive neste primeiro almoço foi expressiva. Fui almoçar, com minha chefe, no Oliver (SCES, Trecho 2, lote 2 - Brasília Golf Center) e a grande maioria dos clientes pedia o menu do festival. Eu e minha chefe não ficamos atrás e também pedimos a criação do restaurante para estas duas semanas de vigência do festival: salada cesar, de longe o melhor do menu; risoto de presunto parma com aspargos (o arroz utilizado não é o arbóreo, próprio para risotos, mas creio ser por causa do baixo preço do menu), que estava agradável de se comer; e uma maçã com doce de leite e sorvete de creme (faltou um azedinho para equilibrar o sabor). No restaurante não há café descafeinado. Continuo sempre pedindo e ao receber a negativa, faço a sugestão de se colocar no cardápio esta opção. E neste almoço de hoje solicitei, pela primeira vez, a nota fiscal com o número de meu cpf para garantir descontos no IPVA do próximo ano.

domingo, 26 de julho de 2009

PARABÉNS BRASIL!!!

Domingo de preguiça. Passo algumas músicas para o ipod e leio jornais velhos (tenho este hábito).
Para almoçar, demoramos muito a sair e fomos sentar em um restaurante já depois das 14 horas. Escolhemos o Galeteria Gaúcha (SCLS 108, Bloco D, lojas 21/29, Asa Sul) e comemos o cardápio único da casa: galeto assado na brasa com massa, maionese, salada verde e polenta. Para mim, é a melhor galeteria de Brasília. Ambiente ruidoso e grande, mas com serviço eficiente e muita fartura.

Voltei para casa e fiquei vendo a final da XX Liga Mundial de Voleibol, quando o Brasil derrotou a Sérvia, em plena Belgrado, repetindo a vitória de 2005 e igualando à Itália com oito títulos conquistados da liga. PARABÉNS BRASIL!!!!

Dormi um pouco em seguida.

Para fechar o final de semana conhecendo novos espaços gastronômicos, fui sozinho ao Tio Gu Café e Creperia (SCLS 413, Bloco D, loja 30, Asa Sul). Com sete anos de existência em Itacaré, Bahia, a nova creperia da cidade abriu as portas há três meses e parece que está fazendo sucesso. Os proprietários conseguiram trazer um clima praiano para a secura do cerrado. A decoração tem o bambu como elemento predominante e os atendentes são jovens e bem sorridentes. Há dois tamanhos de crepes, pequeno e grande. Escolhi um crepe simples, de mussarela, tomate fresco e manjericão, no tamanho grande. Para beber um suco de abacaxi, hortelã, manjericão e couve, que eles chamam de Hulk. O crepe grande é pequeno. Assim, quem estiver com fome deve pedir dois crepes, ambos salgados, ou um salgado e um doce. Para o crepe doce aceitei a sugestão do atendente e comi um crepe de banana em rodelas, canela, chocolate ao leite e farinha de castanha de caju. A massa do crepe doce é bem sequinha. O crepe doce estava melhor do que o salgado. A curiosidade é que todos os crepes recebem nomes de praias brasileiras. Enquanto fiquei lá, o local permanceceu cheio o tempo inteiro, com predominância da juventude sarada da cidade. Fui informado, ao pagar a conta, que o local tem música ao vivo às terças e quartas-feiras, no horário de 20 às 22 horas, com cobrança de couvert artístico. Nada mais Bahia, nada mais praiano...

MÚSICA QUE OUÇO III



Refinado!

CACHORRO!


Noite de sábado, mais uma peça em nossa programação cultural. Desta vez a peça é Cachorro! da Cia. Teatro Independente, trupe do Rio de Janeiro. A peça foi indicada para o prêmio de melhor direção no Prêmio Shell de 2007. A montagem está em cartaz no Teatro da Caixa Cultural (Setor Bancário Sul, Quadra 4, lotes 3/4), em horário diferenciado, às 20 horas, com ingressos custando R$10,00 a inteira. Mesmo com o preço atraente, o teatro não estava lotado, mas tinha um bom público. Tem direção de Vinícius Arneiro, que também atua ao lado de Carolina Pismel e Paulo Verlings. O texto de Jô Bilac, fortemente inspirado na obra de Nelson Rodrigues, trata de um triângulo amoroso, onde o vértice forte é Solange. Há paineis servindo de cenário que são movidos pelos próprios atores quando os locais das cenas se modificam e uma iluminação marcada no claro/escuro, especialmente com sombras em cenas importantes para o enredo. O enredo não traz novidades, mas prende a atenção do público. Todos sabem que acontecerá uma tragédia, já anunciada nos minutos iniciais, quando uma cartomante (apenas voz) prevê o futuro de Solange. Os homens, Almeidinha (o amante) e Apoprígio (o marido), embora com personalidades diferentes, comem na mão de Solange. Muitas cenas são marcadas por passos de tango e em algumas delas não há nem mesmo música ao fundo. Embora dramática, o público ri das situações apresentadas pela interpretação cheia de gestos, caras e bocas dos atores. Gostei muito do que vi. Li no Correio Braziliense que o grupo está montando um novo espetáculo, com texto do mesmo autor desta peça que vimos hoje, se chamará Rebu e estreará em outubro no Rio de Janeiro. Espero poder ver este novo trabalho.

Como a peça acabou cedo, ainda 21:15 horas, fomos jantar, eu, Ric, Ro e Emi. Escolhemos um novo restaurante da cidade que ainda não conhecíamos: Kojima (SCLN 406, Bloco C, loja 13, Asa Sul). Como o nome indica, restaurante de culinária japonesa, mas com toques contemporâneos. Portanto, para os que não comem peixe cru, como Ric e Emi, há opções de pratos quentes que fogem ao trivial dos apresentados pelos restaurantes japoneses. Eu e Ro pedimos a piece de resistence da casa, uma entrada com salmão no maçarico recheado de cogumelos. Delicioso. Também pedimos um combinado de sushi e sashimi para dois, cuja apresentação no prato é muito bonita. Ainda pedimos um outro prato com sushi de salmão e shimeji flambado em nossa mesa no Contreau. Ótimo pedido. Ric gostou de sua coroa de camarões empanados com arroz com especiarias e Emi elogiou muito o magré de canard com molho de laranjinha kinkan e purê de inhame com crocantes de batata doce. Para acompanhar todos estes pratos, pedimos dois vinhos tintos, sob protesto de Emi, já que o único prato que realmente harmonizava com o vinho tinto era o dele. Bebemos um Cartuxa 2005, de Portugal e um Guardian Peak 2006, da África do Sul. Para sobremesa, somente eu e Ro pedimos. Ele um charuto de café e eu um harumaki duo (rolinho de primavera recheado metade com goiabada, metade com cream cheese). Ambos bem saborosos. Para nos esperar, Ric pediu caipiroska de morango e outra de lima da pérsia e Emi pediu meia garrafa do EA, vinho tinto português. O restaurante é bonito, com decoração em vermelho, lembrando o sol nascente da bandeira japonesa e frequentado por gente bonita. Estava cheio. O atendimento é informal, mas eficiente. Talvez precise de um pouco mais de divisão de tarefas, pois vários dos garçons passaram por nossa mesa. Como ficamos bem próximos do balcão onde se preparam os pratos com peixe cru e também se usa o maçarico no salmão, sentimos, logo que sentamos, um cheiro forte de combustível (creio ser do maçarico), mas logo as narinas acostumaram e não mais incomodou o cheiro. Noite agradável. ficamos mais de duas horas e meia no restaurante. Com certeza, voltarei para apreciar outros pratos.

sábado, 25 de julho de 2009

36ª REUNIÃO CONFRARIA VINUS VIVUS


E mais um vez a confraria da qual faço parte se reuniu. Sábado, dia bonito e todos os dez confrades em volta de uma mesa apreciando vinhos italianos. Antes, uma rodada de Le Nez du Vin para esquentar e acostumar o nariz aos aromas dos vinhos que irámos degustar. Nesta reunião, a degustação foi às cegas. Dois vinhos da Toscana e um vinho do Piemonte. Vinhos ótimos, com caracterísiticas bem definidas. Todos os presentes acertaram a procedência dos vinhos. A ordem foi Toscana - Piemonte - Toscana. Pela primeira vez, por sugestão de um dos confrades, demos notas (0 a 10) aos vinhos e, com uma honrosa exceção, todos deram notas na casa dos nove. E venceu, por quase unaminidade, o terceiro vinho degustado como o melhor do dia (apenas um preferiu o vinho do Piemonte). Depois de notas dadas, tivemos a bela surpresa de saber e ver os rótulos dos três vinhos: Cerviolo 2000 (R$265,00 na Decanter), Gaja 1998 (R$900,00 na Mistral) e Solaia 1999 (R$1.100,00 na Winebrands). Para o almoço, nossa anfitriã ofereceu um delicioso cassoulet que foi acompanhado por um vinho malbec francês da região de Cahors, o Impernal 2002 (R$65,00 na Enoteca Fasano). Como sobremesa, um rocambole de laranja acompanhado pelo vinho Calle Funes 2007, de Mendoza, Argentina. Para arrematar a bela tarde, café Nespresso e licor Amarguinha. A próxima reunião já tem data em agosto, quando degustaremos vinhos franceses.

DEUS E O DIABO NO BAR DA ESQUINA

E a secura em Brasília continua...
Para o almoço, mais pessoas do que o habitual. Fomos em seis. O local escolhido é um restaurante flutuante que eu ainda não conhecia. Chama-se Limni (Pontão do Lago Sul), às margens do Lago Paranoá. O restaurante é uma grande balsa ancorada no Pontão, área de lazer e centro gastronômico de Brasília, pois há mais quatro restaurantes no local. A decoração remete a uma oca, coberto com palha seca de palmeiras. Sentamos em uma mesa próxima ao lago o que minimizou a falta de umidade característica em Brasília na hora do almoço nesta época do ano. Não havia muitas pessoas, o que garantiu um atendimento mais tranquilo à nossa mesa. O cardápio é de cozinha contemporânea com referências a cozinha oriental e peruana (ceviches), a grande sensação do mundo gastronômico no Brasil. Há também utilização de elementos da culinária brasileira, pois há molhos de maracujá e de tamarindo em opções do cardápio. Há opções exclusivas para o almoço, mas preferi escolher um prato do cardápio fixo, um robalo grelhado acompanhado de risoto de maracujá e crispy de parmesão. Como ainda era dia útil, não bebi nada de álcool. Os pratos demoraram a chegar, mas como não havia pressa e o papo estava ótimo, ninguém reclamou. Das seis pessoas, três pediram o mesmo prato, o robalo já descrito. Um pediu um filé com molho de tamarindo com risoto trifolatto, uma pediu um frango grelhado com legumes e purê de batatas e a outra uma salada cesar com camarões grelhados. Quem pediu esta salada não gostou do sabor ácido do limão e pediu para colocar mais alface sem tempero, o que de pronto o garçon atendeu. Demorou um pouco a voltar o prato, pois trocaram toda a salada e trouxeram o molho à parte. A que pediu o frango quase não mexeu no prato, pois não reparou que o frango era temperado com alecrim e ela não gosta desta erva. Os demais aprovaram os pratos escolhidos. A apresentação dos pratos é bonita, o que já sacia os olhos. O robalo estava grelhado um pouco além do ponto ideal, mas não prejudicou o sabor. O molho de maracujá que cobre o peixe estava perfeito (não gosto muito do azedo da fruta, mas souberam dosar o molho para que ele não ficasse tão ácido). Já o risoto não estava tão cremoso como deve ser um risoto, mas também não estava ruim. O arroz estava numa textura crocante. Já o crispy de parmesão é dispensável da forma que vem. Estava frio e sem nenhuma crocância. Um crispy deve estalar quando o quebramos. Não era o caso. Para sobremesa, vimos o cardápio e escolhemos creme brulê. Decepção. O garçom nos informa que não há quase nenhuma sobremesa descrita no menu, apenas frutas flambadas e frutas da estação. Ponto negativo para a casa, pois estas informações já deveriam constar do cardápio. Não há café descafeinado. Ainda farei uma campanha para que os restaurantes de Brasília ofereçam esta opção. O preço não foi alto, mas também não é um restaurante barato para se ir todos os dias. Cada um pagou o montante de R$56,00.

Já de noite, eu e Ric fomos assistir a peça Deus e O Diabo no Bar da Esquina, texto de Antônio Roberto Gerin e direção de Humberto Pedrancini. No elenco os atores Marcelo Coutelo, André Reis, Juliana Drummond e Vinícius Ferreira, todos de Brasília e integrantes do grupo Assisto Porque Gosto. A peça está em cartaz no Teatro Goldoni (Casa D'Italia, 208/209, Asa Sul) e tinha um bom público nesta sexta-feira (R$30,00 a inteira). A história é um embate entre Deus e o diabo momentos antes de um assassinato. Os papeis estão invertidos, pois o diabo é sensível, prega o amor e tem lá seus laços de amizade com Deus. Este, por sua vez, é insensível, quase um robô (o ator Marcelo Coutelo inclusive faz uma interpretação robótica, em certos momentos me lembrou o filme Robocop, na maneira como o ator vira a cabeça, girando todo o corpo junto), não quer interferir no que o homem planeja e perdoa tudo e todos ao longo da peça. André Reis destoa dos demais, faz um diabo divertido, logo ganha a plateia, que fica torcendo para ele vencer, mesmo sabendo que Deus o domina e tem a palavra final. Há uma homenagem a Michael Jackson, quando o diabo/André faz o passo da lua (moonwalker). A atriz Juliana Drummond tem uma pequena participação, mas transfere bem o que vive em cena. Faz Madalena, uma mulher à beira de uma separação e chamada de vagabunda pelo marido, interpretado por Vinícius Ferreira, aqui com o nome de Messias. Os nomes remetem à Bíblia e portanto à história de Deus, o personagem principal. As mudanças de cenários são engenhosas, especialmente para um local com palco pequeno como é o do Teatro Goldoni. A cena final se passa no tal bar da esquina e o ator Marcelo Coutelo cresce neste momento, fazendo um Deus quase humano, cheio de caras e bocas. O final é bem feito. Vale a pena assistir.


Depois da peça, obviamente, fomos comer. E decidimos pelo trivial: Valentina Pizzaria (SCLN 214, Bloco A, lojas 9/11, Asa Norte). Escolhemos o de sempre para entrada, o delicioso pão de calabresa do local e um vinho tinto português (EA). A pizza, resolvemos variar, e não fomos felizes. Não gostamos da pizza com recheio de presento parma e tomates secos. Ainda bem que só pedimos metade. A outra metade foi de berinjela agridoce, a que mais gosto do cardápio.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

SECA EM BRASÍLIA

Kit de sobrevivência para a seca em Brasília: colírio, soro para narinas, hidratante facial, protetor solar, protetor labial, hidratante corporal, água termal e muito, mas muito, líquido. Ainda estamos em julho e a secura na cidade está horrível. A umidade relativa do ar baixa de 30% todos os dias no início da tarde e, aliado ao calor e à falta de chuva, é poeira para todos os lados. Poeira que está potencializada com as inúmeras obras na cidade.
Tive muita preguiça de sair da cama de manhã, mesmo porque fiquei até tarde da noite (já de madrugada) em conferência no skype com os amigos que viajarão comigo para o Canadá. Depois de muitas pesquisas em guias e mapas na internet, decidimos os hotéis em que ficaremos nas cidades de Quebec, Montreal e Toronto e já efetuamos as reservas, todas confirmadas. Mais um passo foi dado para a viagem. Agora só falta a parte terrestre (traslados aeroportos-hotéis-aeroportos; city tour; excursões a Otawa e às Cataratas do Niágara; e deslocamento Quebec-Montreal) e falta o visto de entrada no Canadá, que somente providenciaremos no mês de agosto.
Depois de lutar com a cama, fui para o trabalho, ouvindo o cd de Mônica Salmaso & Pau Brasil cantando músicas de Chico Buarque, gravado ao vivo em 2008. O cd tem o mesmo repertório do gravado em estúdio, mas há arranjos diferenciados. Como já tinha gostado do anterior e também do show, é chover no molhado dizer que também gostei deste disco ao vivo.
Na hora do almoço, fui com Marcelo e Ro almoçar no Marietta Itália Café (CasaPark Shopping), cujo buffet do dia eram pratos inspirados na comida francesa. Comemos bem e tivemos a grata companhia de Emi quando já estávamos no café. O motivo de ir ao shopping foi buscar o livro Todo Sol Mais o Espírito Santo, de Lima Trindade, que havia encomendado na última terça-feira na Livraria Cultura.
Quando voltei ao trabalho, me sentia muito mole, parecia que a pressão tinha baixado. A seca provoca tais sensações. Todos no trabalho reclamavam do calor e da secura. Fiquei sentado, borrifando água termal no rosto por um bom tempo.
À noite, resolvo voltar para casa e assistir ao jogo do glorioso Galo. Motivo de comemoração: vitória do Atlético sobre o Fluminense e, de quebra, a liderança isolada do campeonato brasileiro deste ano.
Para dormir, já preparei o umidificador de ar que ficará ligado a noite inteira.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

DUAS LAUDAS

Estou cansado. Dia muito corrido. Fiz uma tomografia computadorizada para verificar se ainda há cálculo renal no rim direito. O tecnólogo que me atendeu, muito gentil, disse antes mesmo de iniciar o exame, que ele não poderia me adiantar nada. Somente o médico que analisa o exame poderá dar um diagnóstico. Assim, terei que esperar até a próxima terça-feira, quando o resultado fica pronto. Nunca tinha feito este exame e senti muito frio. A sala é gelada, mesmo com um edredon em cima de mim, fiquei sentindo frio. Ainda bem que o exame é rápido. Já no trabalho, foi um correria só para fechar um texto com o balanço das ações e resultados nos últimos dois anos. Ontem à noite solicitaram o texto de duas laudas para apresentar hoje, até o final do dia. É difícil compilar todos os resultados de programas e ações distintas e colocar em apenas duas laudas. Para complicar, dependo de seis pessoas para consolidar o texto, pois o coordenador de cada ação é o responsável por apresentar seus resultados. Mesmo informando que teria apenas duas laudas para tudo, houve gente que me entregou o texto de sua ação em três folhas.
No almoço, eu e minha chefe optamos pelo Café Savana (SCLN 116, Bloco A, loja 4, Asa Norte). Gosto deste café, pois é acolhedor, tem boa comida e um público eclético na hora do almoço. À noite, ele é um bar frequentado majoritariamente pelo público gay. Sempre há duas opções de pratos do dia (uma carne vermelha e um frango), além das alternativas do cardápio. Hoje, sai da rotina e não fiquei nas opções do dia. Comi uma torta de frango desfiado, tradicional da casa e sempre muito gostosa, acompanhado de salpicão de frango. Para esperar os pratos, é servido no almoço deliciosos pães de batata, sempre quentinhos. Foi um almoço agradável, que durou mais tempo do que costumamos ficar (mais de uma hora), e conversamos várias amenidades, fora do mundo de nosso trabalho.
À tarde, tivemos mais uma comemoração de aniversário no serviço, pois uma servidora novata de meu setor aniversariava neste dia e recebemos a visita de uma colega que se mudou para o interior do Pará. Além disto, uma bela surpresa quando uma antiga colega de serviço quando ainda eu trabalhava em Belo Horizonte, me fez uma visita. Foi muito bom revê-la, hoje curtindo sua aposentadoria.
Também recebi as confirmações dos bilhetes aéreos para as viagens para Campo Grande (MS) entre os dias 02 e 05 de agosto; para Belo Horizonte (MG) entre os dias 09 e 11 de agosto; e para São Luiz (MA) dias 12 e 13 de agosto.
Amigos me convidaram para passar o final de semana de 21 a 23 de agosto em Pirinópolis (GO), em uma bela pousada para degustarmos bons vinhos, aproveitando o frio que lá faz durante a noite. Estou tentado a ir, mas depende dos custos, pois ainda nesta semana que estamos terei que pagar a primeira parcela da viagem ao Canadá e ainda tem as férias a partir de 26 de agosto em Tiradentes (MG), quando participarei, com Ric e amigos, do XII Festival Gastrônomico da belíssima cidade histórica mineira.
Chegaram meus pedidos de cds: Aline Calixto (Aline Calixto); Ana Cañas (Hein?); Moyseis Marques (Fases do Coração); Mônica Salmaso & Pau Brasil (Noites de Gala ao Vivo); Da Lapa 2 (coletânea). Dvds: Que? (Roman Polanski) e Maria Bethânia (As Canções Que Você Fez Para Mim Ao Vivo). E ainda o livro Nove Noites de Bernardo Carvalho. Haja tempo (que não tenho) para conhecer tudo.

terça-feira, 21 de julho de 2009

BRASÍLIA SE PREPARA PARA OS 50 ANOS

Hoje tive que rodar muito de carro pela manhã em Brasília: consulta médica, solicitar autorização para exame, trabalho, almoço, compras no CasaPark Shopping, e enfrentei alguns pontos de engarrafamento devido às obras que inundam a cidade. A maioria das obras é de alargamento de avenidas e viadutos. Há também construção de novas vias e de novas "tesourinhas" (o nome dado aos retornos de Brasília). São as preparações para os cinquenta anos da cidade que comemoraremos no ano que vem, exatamente no dia 21 de abril de 2010. Tais obras estão infernizando o trânsito, especialmente nos horários de rush. Muitos podem dizer que é passageiro e necessário, mas quando ficar pronto, vai melhorar. No entanto, e confesso que estas ideias me vieram à cabeça depois que li um estudo sobre trânsito e transporte coletivo urbano, fiquei parado em pleno sol de 13:30 horas, com níveis de umidade na casa dos 25%, pensando que quanto mais se alargam as vias mais se proporcionam possibilidades que um maior número de veículos esteja circulando nas ruas, ocasionando, em pouco tempo, novos estrangulamentos e novos engarrafamentos. Creio que, aliado a estas obras necessárias e adoradas, também se deveria investir, e muito, em transporte coletivo urbano. Em Brasília, é lastimável esta questão. Não há um órgão público específico para cuidar do trânsito e do transporte coletivo, como em Belo Horizonte e São Paulo, só para ficar em dois exemplos. O serviço de táxi é péssimo e caro, com carros antigos, sem padronização, sem limpeza adequada (já recusei a andar em um táxi que estava imundo por dentro), sem uma mínima identificação. Talvez Brasília tenha o único aeroporto das cidades grandes do país onde não se tem um balcão para comprar uma corrida de táxi. O sistema de ônibus é pior ainda. Com motoristas mal preparados (o Correio Braziliense vive fazendo matérias sobre isto), sujos, com horários indefinidos. O metrô funciona lotado. Há promessas de mais trens e mais estações. Fala-se também no veículo leve sobre trilhos - VLT, mas creio ser uma realidade ainda para 2013/2014, quando chegarmos perto da Copa do Mundo. Muitos dizem que os moradores da cidade preferem andar de carro, mesmo que somente haja uma pessoa dentro (o próprio condutor). E ainda há uma máxima perpetuada eternamente que diz que se houvesse um transporte coletivo digno, os moradores deixariam seus carros em casa e andariam de ônibus e metrô. Outra máxima diz que se a população não começar a usar o transporte coletivo, mesmo que ruim, ele nunca vai melhorar. Estas máximas existem porque não há um órgão distrital capaz de apresentar soluções e impor restrições. Roma é um exemplo, onde os carros não circulam no Centro e há grandes incentivos para utilização de todos os meios de transportes públicos disponíveis para a população. Mas aqui não é Roma....

segunda-feira, 20 de julho de 2009

FELICIDADE

A felicidade me invadiu nesta segunda-feira. Mesmo com resquícios das cólicas renais do final de semana e ainda estar expelindo quase que areia, passei um dia feliz. Feliz comigo mesmo. Feliz com meu trabalho. Feliz com minhas manias. Enfim, felicidade é o nome da segunda-feira.



FELIZ FELIZ FELIZ FELIZ FELIZ FELIZ FELIZ FELIZ FELIZ FELIZ FELIZ FELIZ FELIZ FELIZ FELIZ FELIZ FELIZ FELIZ FELIZ FELIZ


domingo, 19 de julho de 2009

SIMPLESMENTE EU. CLARICE LISPECTOR


Noite de sábado. CCBB (SCES, Trecho 2, Conjunto 22) lotado para o segundo final de semana da peça Simplesmente Eu. Clarice Lispector, adaptação, direção e interpretação de Beth Goulart. Ao entrar, as cortinas já estão abertas, com o cenário montado, simples e bonito. Uma meia lua de tiras de ráfia branca faz o fundo e também o elo de ligação da atriz com seu guarda roupa. Completam o cenário, um puff, uma poltrona, uma chaise longue e uma pequena mesa na qual está uma máquina de escrever. Beth Goulart está ótima. Ela preenche o palco e cativa a plateia ora sendo Clarice, ora sendo uma de suas personagens. Sua caracterização realmente lembra Clarice Lispector e o figurino, de Beth Filipecki, é clássico, funcional e lindo. A forma em que a atriz tira e coloca as roupas dá dinâmica à peça. Ao longo de uma hora, vivenciamos momentos de beleza, com drama, canto, comédia, dança, filosofia, tristeza, alegria, dor. A iluminação de Maneco Quinderé acompanha bem cada momento da história de Clarice. É difícil destacar um ponto alto na peça, pois ela toda flui bem e os atos se completam, mas me chamou mais atenção a parte da entrevista, onde a verve cômica da atriz é mostrada, e o final, quando Clarice/Beth fala sobre a morte. Morte esta poeticamente retratada em cena final. Os aplausos foram longos. Felizes aqueles que irão assistí-la ainda por mais dois finais de semana em Brasília e nos dois meses que ficará em cartaz no CCBB do Rio de Janeiro. Clarice foi reverenciada. Clarice merece ser conhecida pelos jovens. Clarice tem de ser lida pelos jovens.
Ao sair, eu, Ric, Vera, Emi e Ro decidimos ir jantar. O local inicialmente escolhido é um novo bistrô no sudoeste que ninguém conhecia. Fomos para lá e demos com as portas fechadas. Resolvemos então ir ao La Benedicta (SCLN 413, Bloco C, loja 21, Asa Norte). Era a primeira vez no local para nossos amigos. Para mim e Ric, a segunda vez. Confesso que gostei mais da primeira vez que lá estivemos. O serviço não estava bom. O vinho foi servido quente e as taças foram preenchidas de forma absurda. Parecia que a garçonete queria servir uma única vez o vinho nas quatro taças (somente quatro pessoas bebiam vinho). Ela chegou a falar que sobrara um pouco e ia preencher a taça de nossa amiga, que prontamente recusou. Vinho se bebe devagar e em quantidades pequenas na taça para ele não perder suas características organolépticas. Quando era servido o vinho, Emi comentou que ele estava quente, o mesmo repetido por Vera e Ro, mas a garçonete continuou servindo, ao invés de oferecer um balde com gelo para esfriá-lo um pouco. É certo que na Itália se bebe vinho tinto por volta de 18°, mas no Brasil esta temperatura é muito quente e a maioria dos restaurantes que possuem adega já deixam o vinho na temperatura entre 15 e 16º. Quanto à comida, todos pediram o couvert da casa. Eu não comi. De principal, gostei de uma novidade na carta, um menu de arrozes para ser acrescentado nos diversos pratos da casa, mediante um pagamento adicional. Escolhi um risoto de mix de cogumelos com um combinado de arroz arbóreo e arroz vermelho. Muito gentil, a chef veio até a mesa e esclareceu as dúvidas dos presentes. O risoto tem uma consistência crocante devido ao arroz vermelho. Tem-se uma sensação inicial de que o arroz está cru, mas não sentimos na boca o gosto de amido, característico de arroz não cozido. A crocância torna o prato interessante e diferente. Gostei muito do risoto. Outra novidade na casa é servir café da marca Nespresso. Portanto, há opção de café descafeinado. Ponto para a casa, já que em Brasília ainda é raro um restaurante ter opção como esta. Continuo gostando do restaurante e da comida. Espero que o serviço melhore, especialmente o de vinho. Continuo desejando vida longa ao estabelecimento, como no post que escrevi sobre este restaurante algumas semanas atrás.

sábado, 18 de julho de 2009

SÁBADO, DIA DE FEIJOADA

Sábado, sol lindo no céu. Dor horrível nos rins. De qualquer forma, a dor não é aguda como na madrugada de quinta para sexta-feira. Tomo o medicamento de seis em seis horas. As providenciais ervas de meu pai chegam por sedex 10 e faço o chá. Já bebo um copo ainda quente. Temos um almoço para ir. É a comemoração ao aniversário de Rose, que trabalha comigo há anos. Como boa carioca, faz uma tradicional feijoada e convida poucos amigos e colegas de trabalho. Eu e Ric somos os primeiros a chegar. Logo em seguida chegam os demais convidados. O papo é variado, desde assuntos de trabalho e até futebol. Logo depois de comer a deliciosa feijoada e a sobremesa (pudim de leite e pavê de chocolate), tenho uma nova cólica horrível. Fico parado, sem me mover, sentado no sofá. Parece que a minha fisionomia reflete a dor que sinto, pois todos perguntam se estou bem e se quero ir ao hospital. Penso em ir mais uma vez para a emergência, mas a dor vai passando. Bebo muito líquido. Voltamos para casa já mais de 17 horas, sem quase dor alguma. Descansamos para a peça da noite no CCBB.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

JOANA

Corpo de Cristo, diz o padre colocando a hóstia nas mãos de Joana. Amém, responde Joana instintivamente, coloca a hóstia na boca e, em comunhão com Deus, retorna para seu lugar. Ajoelha-se no genuflexório e continua suas orações de olhos fechados. Uma leve brisa sopra em seu rosto. Ela abre os olhos e vê uma linda borboleta amarela perdida no meio daquela igreja imensa, cheia de gente. Era domingo, missa das 19 horas. Joana fixa o olhar na borboleta e acontece. Joana é transportada para um outro local. Ela está sentada no corpo frágil do inseto e sobrevoa a igreja, a rua, a praça, a cidade, se perde nas nuvens. Tem dificuldades de respirar, mas a sensação de paz fala mais alto. De repente, a borboleta entra em uma mata fechada, cheia de árvores grandes com copas encorpadas e floridas. É um festival de cores para os olhos de Joana. Ela chora, não sabe se está alegre ou triste. Sonhava? Era real? Dúvidas invadiam sua mente e não havia respostas. A borboleta desce lentamente em um clarão na mata. Na verdade era um lindo lago de águas cristalinas, sem peixes. A borboleta amarela pousa em uma pedra e Joana desce. A borboleta alça voo e some no meio da mata ao redor do lago. Joana toca a pedra, vê que é real. Caminha até o lago e coloca sua mão para sentir a água. É fria. Realmente não há peixes. Não há barulho, apenas um silêncio envolve o ambiente. Não se ouve o canto de nenhum pássaro, nem o zumbido de insetos. Nem o farfalhar das folhas das árvores é ouvido. A sensação de paz e alegria que Joana vivencia é diferente, é uma nova experiência para ela. Queria contar para alguém, queria compartilhar o momento, mas não havia sinal de vida humana no local. Por um instante Joana tem medo de algum animal selvagem aparecer, uma onça, uma cobra, um jacaré. Não havia também sinais de vida animal. Joana tem vontade de nadar. Entra com a roupa do corpo no lago. Flutua sem fazer esforço. Ela está em êxtase.
Ela não tem relógio, portanto não sabe há quanto tempo está ali. Não sabe nem o motivo de estar ali. Tudo parece real. A pedra, a mata, a água, a borboleta que a trouxera e sumira, mas nada fazia sentido para ela. Ela tem certeza de que está dormindo, que vivencia um sonho. Dá uns tapas em si própria e não acontece nada. Não desperta. Aquilo é real.
Joana sai da água. Sua roupa seca instantaneamente. Fica assombrada. Magia? Senta na pedra e tem fome. Nada para comer por perto. Tem sede e bebe da água do lago. O sabor é diferente, não tem o gosto da água, o tal gosto sui generis que ela aprendera na escola ainda menina. Não consegue identificar o gosto. A fome passa e vem um sono repentino. Joana deita na mesma pedra em que a borboleta amarela a deixara, mirando o céu azul. Há poucas nuvens ralas a bailar no azul profundo a sua frente. Ela sente um solavanco, mas não há vento. Olha dos lados e nada vê. Novo solavanco, como se estivesse sendo carregada. Se levanta preocupada e anda um pouco. Tem medo de entrar na mata. Nada vê, nada escuta. Apenas sente um delicioso perfume no ar. O perfume é bom, é envolvente e a leva a perseguí-lo. O medo some, ela, enfim, entra na mata e uma escuridão a envolve. Quer voltar, mas o perfume não deixa. Ele é mais forte e ela, mesmo sem ver nada, vai andando em linha reta, apenas sentindo as texturas da mata em seu corpo. A escuridão é cada vez mais intensa. Não sabe como está andando sem se machucar. Ela vai e vai cada vez mais dentro da mata.
De repente, vê a borboleta amarela, apenas um ponto amarelo no meio da escuridão. A borboleta voa em sua direção, dá algumas voltas ao redor de sua cabeça. Joana tem a sensação de que escuta uma música cantada pela borboleta. E novamente se vê levada no corpo frágil daquele belo inseto. Só escuridão no caminho, até que ela consegue enxergar alguns pontos: a cidade, a praça, a rua, a igreja onde assistia a missa quando a borboleta a levara. Vê uma movimentação fora do comum nas escadarias da entrada principal da igreja. Ambulância de sirene ligada, maca, gente se aglomerando. A borboleta para no ar e deixa Joana ver melhor. Um corpo é carregado para fora do templo. Muita gente chora. Joana abre mais os olhos para ver se reconhece o corpo, pois frequentava aquela igreja há anos e conhecia todos os frequentadores da missa. Ela não consegue identificar o corpo, quer gritar, quer falar com a borboleta e não consegue emitir som. A borboleta, como se entendesse, voa mais baixo e Joana tem um choque. O corpo inerte era o dela. Morrera.

MÚSICA QUE OUÇO II


uma surpresa agradável

REPOUSO

Com a medicação recebida na madrugada, deito e durmo rapidamente, mas acordo algumas horas depois com uma pontada de dor. Tomo os comprimidos que me deixam sonolento o dia todo e não vou trabalhar. Minha empregada chega e me vê prostrado e sai para arrumar caroço de abacate para fazer um chá para eu tomar. Ela diz que é ótimo. Nestas horas, vale tudo. Ligo para meu pai e peço que ele me envie via sedex, como das outras vezes, pacotes de parietália seca, uma erva excelente para eliminar cálculos renais. A dor não é intensa, mas dá sinal de vida o dia inteiro. Almoço em casa, comida preparada pela empregada. Fico deitado até 17 horas, quando levanto e resolvo ler um pouquinho, embora ainda sob efeitos do remédio. Consigo marcar um urologista para o dia 21 de julho, próxima terça-feira.
A dor não me larga, mas até o momento não é intensa, como na noite anterior.

QUINTA ESTRANHA

Ontem, quinta-feira, 16/07/2009, foi um dia estranho. Acordei com uma sensação esquisita. O dia inteiro fiquei mal. Kitty chegou a mencionar, ao telefone, que estava com a voz cavernosa. Não me sentia bem, mas não sabia o que se passava comigo.
Logo cedo fui ao dentista, prevenção que faço de quatro em quatro meses. Como odeio passar fio dental, resolvi diminuir a frequência ao dentista para evitar problemas. Mas, já na cadeira da dentista, senti várias vezes ânsia de vômito, fazendo com que a sessão durasse bem mais que a uma hora tradicional.
No trabalho nada de novo, apenas rotina.
Para almoçar, idem, sem nenhuma inspiração, volto, eu e minha chefe, ao Feitiço Mineiro (SCLN 306, Bloco B, lojas 45/51, Asa Norte). Até para comer, eu estava devagar. Geralmente acabo primeiro do que todos na mesa, mas ontem consegui terminar de almoçar depois de minha chefe.
Na parte da tarde, passei a maior parte do tempo com a sensação estranha aumentando. Ainda tive que aguentar algumas reclamações ao longo do dia. Foi um verdadeiro muro de lamentações na minha sala e ao telefone. Parece que todos combinaram de desabafar comigo e no mesmo dia. Credito esta sensação à secura de Brasília. Resolvo fazer uma massagem para relaxar, mas não sou feliz, pois não consegui horário para ontem. Pela segunda vez na semana, vou fazer uma sauna e não aguento ficar no vapor. Acho muito quente. Fico apenas vinte minutos e vou para casa assistir ao jogo do Galo. Vitória e liderança do campeonato!
Começa então o martírio. Uma dor dilacerante toma conta das minhas costas no lado direito. Cólica renal, fato corriqueiro em minha vida, mas pela primeira vez acontece no rim direito. A dor é insuportável. Não há remédios em casa. Rolo na cama, na cadeira, no chão. Ric diz que me levará ao hospital. Caminho todo torto até o carro dele e seguimos direto para a Asa Sul, no Hospital Urológico. Obviamente todos os sinais de trânsito do caminho estão vermelhos. Chegamos por volta de meia noite e sou atendido imediatamente. Deito na maca e colocam o soro e a medicação na veia. O alívio da dor é imediato. Fico por volta de uma hora no hospital e volto para casa, passando antes em uma farmácia para comprar a medicação receitada. A conta do hospital ainda não sei, pois o setor de faturamento só funciona no horário comercial e entrará em contato comigo para dizer o valor a pagar (o hospital não aceita Unimed, o meu plano de sáude).

A quinta-feira não foi de filas, mas de dor.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

E HOJE NÃO TEVE FILA...

Quarta-feira sem novidades. Trabalho, trabalho, trabalho.

Para almoço, como fiquei até tarde respondendo e-mails, eu e minha chefe fomos ao Marietta (Pier 21) e comemos o trivial.
Nada de novo na parte da tarde.
Consigo confirmação da reserva de hotel em Salvador, Bahia para o período de 28 a 30 de julho, quando viajo a serviço e participo de evento naquela cidade.

terça-feira, 14 de julho de 2009

TERÇA DE FILA

Parece até repeteco de post. Hoje, terça-feira, também foi dia de fila. Cedo fui para o CCBB de Brasília (SCES Trecho 2, Conjunto 22) para comprar entradas para a peça Simplesmente Eu. Clarice Lispector. Direção, adaptação e interpretação de Beth Goulart. A bilheteria abre às 9 horas. Cheguei lá 08:50 horas e a fila era imensa. Fiquei exatamente uma hora na fila. Consegui comprar os ingressos (R$7,50 cada um - meia entrada por ser correntista do Banco do Brasil) para o dia que queria, ou seja, sábado, 21 horas. Farei comentários aqui.

Como tinha um amigo e colega de trabalho na fila, um pouco atrás de mim, fiquei esperando tomando um cappuccino e comendo uma empada de palmito no bistrô que fica no local, o Bistrô Bom Demais (vão livre do CCBB). A empada estava gelada e mesmo passando alguns segundos no microondas, veio com o recheio frio. O cappuccino, em compensação, estava bem tirado e saboroso. Quando meu amigo comprou as entradas, fomos para o trabalho.

No serviço, preparo-me para uma audiência na parte da tarde em que acompanharia o Ministro. Perda de tempo, pois a audiência foi cancelada e só me comunicaram quando já estava indo para o local onde se realizaria.

Para almoçar, eu e minha chefe vamos à filial do Bar Brahma (SCLS 201, Bloco C, loja 33, Asa Sul), famoso na esquina da Avenida Ipiranga com Avenida São João, em São Paulo. A filial brasiliense tem como sócio local o já consagrado dono de bares e restaurantes Jorge Ferreira. O cardápio teve a consultoria de Olivier Anquier e é bem interessante. Com predomínio de pratos da culinária nacional, há um prato a cada dia dedicado a alguém que o consultor conheceu em suas andanças pelo Brasil. O prato de terça-feira é rabada com agrião da Rita, prato escolhido e aprovada por minha chefe. Eu escolhi um bife a cavalo, acompanhado de fritas e arroz branco. O tempero da carne é ótimo e estava muito macia. Gostei muito e o atendimento é muito bom. Um dos gerentes da casa foi até nossa mesa perguntar se os pratos estão a nosso gosto e se fomos bem atendidos. Na saída, fomos informados da programação noturna da casam sempre com música ao vivo e de show dos Demônios da Garoa que se realizará em agosto.
Aproveitamos que estávamos perto e fizemos uma fé na mega sena, acumulada em vários milhões.
Já de volta ao trabalho, coloquei em dia todas as respostas de e-mails e confirmei minha presença em eventos em Salvador, Campo Grande e São Luís.

No início da noite, um vapor básico e um lanche rápido no Marvin (SCLS 103, bloco A, Asa Sul), onde comi o sanduíche que mais gosto do cardápio, o Super Cheddar. Como o nome diz, é um grande sanduíche, em todos os sentidos.

SEGUNDA DE FILAS

Ontem, segunda-feira, dia 13 de julho, estava tão cansado que nem tive vontade de ligar o computador. Ontem foi dia de enfrentar filas. Eu e Ric tínhamos agendado para 9 horas da manhã a entrevista na embaixada americana para o visto de entrada como turista nos Estados Unidos quando de nossas férias em outubro próximo. Resolvemos sair mais cedo na esperança de que não ia demorar. Doce ilusão. O estacionamento já indicava o que nos aguardava. Não havia lugar, tivemos que estacionar os carros (cada um foi no seu, pois tínhamos que trabalhar depois) na grama. Deixei celular no carro, uma vez que não se pode entrar com ele, mas não me atinei que pen drive também não pode e quando da revista de minha bolsa, tive que voltar ao carro para guardá-la. São quatro pequenas filas ainda do lado de fora da embaixada: uma para confirmar o nome na lista de agendamento, uma para ver as bolsas, outra para passar detector de metais em nossa roupa e outra para entrar. Já dentro do prédio, há uma fila grande para entrega dos documentos solicitados. Depois de entregar, tivemos que esperar ser chamado, via senha, para colher as impressões digitais, e ser chamado para a entrevista. Por fim, mais uma fila, depois de aprovado o visto, para pagar o sedex que enviará o passaporte para nossa casa. A época escolhida foi terrível, pois estamos em início de julho, portanto, período de férias escolares. Havia um mundo de famílias inteiras, o que realmente facilita para a demora no atendimento. Afinal, cada integrante da família passa pelos mesmos processos. Ric foi liberado antes de onze horas da manhã, mas eu fiquei até meio dia.
Assim, depois de quase quatro horas, mais um passo foi dado para minhas férias de outubro.

domingo, 12 de julho de 2009

BOA GASTRONOMIA

Duas manhãs em BH sem café da manhã. Domingo, manhã nublada, novamente acordo tarde, depois do horário do café do hotel. Dormi já eram mais de 3 horas da madrugada. Eu e Ric revemos, na TV, o filme que fiz da apresentação dele na festa. O filme está ótimo e bem nítido. Quis colocar no You Tube, mas Ric não quer. Atualizo este blog e passo a centena de fotos que tiramos na festa de sábado para o notebook.
Sempre quis conhecer um restaurante bem aclamado que fica na região do hotel em que estamos. Ligo para o local e faço uma reserva para nós dois. O restaurante é o Gomide (Rua Tomaz Gonzaga, 189, Lourdes), localizado em um casarão ainda resistente aos crescentes prédios da região.
A decoração é aconchegante, com paredes em um laranja-ocre brilhante e teto e piso originais da casa. Bem compacto, há mesas na varanda de frente à rua para os fumantes. Ficamos em uma mesa na parte interna e logo pedimos um vinho tinto, porque o tempo estava frio (diferente de quando saímos, quando o céu estava azul com um forte sol esquentando a cidade). A escolha foi pelo vinho tinto Montinho São Miguel 2004, da região do Alentejo, Portugal. Gostamos muito do vinho, que harmonizou bem com os pratos pedidos. Ric pediu um leque de ancho com risoto de funghi. Eu escolhi um confit de pato ao molho de tâmaras e purê de baroa. Meu prato estava delicioso, embora tenha demorado quase uma hora para chegar à mesa (O garçon disse que em quarenta minutos ficava pronto). Como não estava com pressa e o restaurante estando cheio, não reclamei. Mesmo porque Ric parecia ter engolido uma matraca e falava sem parar de sua performance na festa de Cássia, dos elogios recebidos, dos planos futuros de fazer concurso público, de novas apresentações dublando outros cantores e até de colher de pau. Este último assunto surgiu porque disse que devia jogar fora as colheres de pau lá de casa, pois são depósitos de bactérias, segundo minha mãe me contou quando esteve em Brasília. Ric disse que adorava as colheres, que minha mãe também disse isto a ele, que nunca soube de ninguém ter adoecido por ter cozinhado com colheres de pau e que cada um cuidava de sua cozinha. Acrescentou que se as colheres saíssem, ele também saía. Fiquei pasmo. Lembrei-me de Pek com Maurício e Bebeim (será que é assim que se escreve o nome do cachorro de Pek?). Das colheres, Ric voltou a falar do show e de suas irmãs.

Escolhemos sobremesa. Aceitei a sugestão do garçon e pedi uma torta de bananas com sorvete de macadâmia e Ric pediu figos frescos com mascarpone. Enquanto a sobremesa não chegava, Ric foi explicar como seria uma boca de calça de sino para um futuro figurino e ao fazer o movimento de um círculo no ar, derrubou as taças de vinho e de água na mesa em minha direção. Em um reflexo muito rápido pulei da cadeira, recebendo apenas uma pequena gota de vinho na camisa. Ric ficou vermelhíssimo de vergonha e os garçons, rapidamente, trocaram as toalhas da mesa, remontando-a para a sobremesa. Ambas as escolhas foram boas. Só achei que o sorvete estava gelado além da conta. Para terminar, pedi, enfim, um café descafeinado em BH. Duas horas de orgia gastronômica neste belo restaurante que tem pouco mais do que três anos de existência. Voltamos a pé para o hotel, observando a alegria das pessoas que frequentam a Praça da Liberdade. Quando o complexo cultural que ali se instalará ficar pronto, a praça será um obrigatório ponto de encontro para quem gosta e curte cultura.

PARABÉNS CÁSSIA

Ric estava impaciente e fazendo os últimos ensaios no final da tarde. Insistia que queria chegar 18 horas ao local da festa para acertar os detalhes de luz e músicas. Ele ligou para o DJ e ninguém atendeu. Combinei com ele que iríamos às 18:30 horas. Ric concordou, mas liga de novo e consegue falar com o DJ. Pegamos um táxi e paramos antes em uma floricultura para comprar rosas vermelhas, elemento do show surpresa que ele faria mais tarde.
A festa é no Batata's Grill (Rua Júlio Pereira da Silva, 127, Cidade Nova), um restaurante que foi fechado exclusivamente para a festa de 50 anos de Cássia, que nada sabia. Chegamos primeiro. Somente os empregados do local lá estavam. Ric logo viu como arrumar as coisas e o espaço para servir de camarim. A partir de 19:45 horas, os convidados começaram a chegar. Pouco a pouco o local foi enchendo. Muitos dos convidados eu não os via faziam pelo menos dez anos. Escolhi uma mesa para colocar nossas coisas. A alegria de reencontrar amigos antigos foi muito comovente. Chica, Maria Ângela, Aguinel, Sérgio, Pek, Murilo, Marli, Maria Rosa, Rodrigo, Patrícia, Rodrigo (o irmão de Patrícia), Júnia, Juninho, Pedro, Wilter, Dona Lourdes, Toninho, Vinícius, Luana, Fernando, enfim, pessoas que convivi quando ainda morava em BH. Bons tempos!
A festa estava animada, embora as pessoas preferissem conversar do que dançar. Ric sempre nervoso, embora dissesse que não. Os petiscos, da culinária mineira, estavam muito bons, todos preparados na casa.
Cássia chegou com o namorado, a mãe e seu irmão mais novo, pensando que estava indo a uma festa da filha de Toninho. Visivelmente ficou surpresa e emocionada. Demos um grande abraço, pois não nos víamos há muito tempo. Amigos são para sempre.
Quando o relógio marcou 22 horas, Ric foi se arrumar, com a ajuda de Chica. Todos estavam curiosos com a performance de Ric, pois ninguém conseguia imaginar que ele conseguiria enfrentar um monte de gente desconhecida e fazer um show. Pois quarenta minutos depois ele entrou e mandou ver. Dublou quatro músicas de Ney Matogrosso (O Tempo Não Pára; Mal Necessário; Mente, Mente; e Por Que A Gente É Assim) com o público indo ao delírio e gritando ao final de cada música que queria mais um, mais um. Eu filmava tudo, com os braços doendo, pois tinha que manter a máquina em uma posição sem tremer o filme. Consegui. Depois da quarta música, veio a surpresa para mim. Ric ficou em cena, com a música tema do filme Carruagens de Fogo ao fundo, trocou de roupa e atacou com mais duas músicas do repertório de Ney, O Vira e Exagerado, quando deu as rosas vermelhas à Cássia. Foi aplaudido e ovacionado. Cássia falava ao meu ouvido que estava boba e chocada. Que o show era maravilhoso.
Muitos dos presentes pensaram que Ric cantava mesmo, chegando alguns a elogiar sua voz. A dublagem dele realmente é perfeita. Me lembrei de quando frequentava a noite gay de BH e Walquíria La Roche anunciava a atração principal da noite com o seguinte bordão: "Com vocês a dublagem perfeita de Sandra....Lee".
Ric trocou de roupa e quando voltou ao salão, muitos queriam conversar com ele. Foram elogios sem fim, que ele os recebeu muito contente, visivelmente emocionado.
Perto de meia noite, foi a vez da exibição de um vídeo que Murilo, com o pseudônimo Muca Mello, fez com as fotos da aniversariante. Foi divertidíssimo. Cássia estava adorando relembrar momentos marcantes de sua vida. Eu apareci nas fotos em festas e no carnaval de Salvador, onde fomos várias vezes na década de noventa.
Em seguida, o sempre previsível, mas aguardado, parabéns para você!
Depois do vídeo, muito papo com Pek e com Pedro.
Todos ganharam lembrancinhas do aniversário: chás para ressaca, Engov, Neosaldina e camisinha, tudo propício para a idade dos presentes.
Já eram mais de duas horas da manhã quando deixamos a festa, aproveitando a carona de Wilter e Pedro, que gentilmente nos levaram até o hotel.

NOITE MARAVILHOSA.

Arrasou!

sábado, 11 de julho de 2009

SÁBADO GOSTOSO EM BH

Minha mente borbulha. Vontade de escrever muito. Tenho mil ideias para novos textos de ficção. Fiquei mais leve e tranquilo ao saber que Chico Buarque e Carlos Heitor Cony, além de outros escritores e escritoras consagradas, levam para a ficção experiências vividas ou ouvidas de fatos reais que se tornam insumos para histórias fictícias. Também tenho isto de levar fatos reais para minhas histórias. Vou escrever um texto novo na próxima semana.

Hoje quero falar de BH.

Fontes da Praça da Liberdade - Belo Horizonte

Como é gostoso andar na Praça da Liberdade, um lugar lindo e agradável no coração da cidade. O sábado estava propício para uma caminhada relaxante na praça. Eu e Ri fomos para lá, já passava do meio dia, e tiramos algumas fotos dos prédios neoclássicos, do prédio moderno de Niemeyer e das palmeiras e fontes da praça. Não ficamos muito, pois a fome gritava alto, já que não tomamos café da manhã (acordamos depois do horário do café do hotel). Descemos a pé para a Savassi, vendo os prédios e lojas. Quando cheguei na esquina de Rua Sergipe com Rua Tomé de Souza, me lembrei do restaurante Dona Derna (Rua Tomé de Souza, 1.343, Savassi) e que ele fazia parte da Associação dos Pratos da Boa Lembrança. Ric faz coleção destes pratos e há vários deles decorando as paredes do apartamento em que moramos. A última vez que estive neste restaurante, ele ainda funcionava do lado par da mesma rua, em uma casa quase em frente de onde está nos dias de hoje. A outrora casa deu lugar a um edifício. Atualmente, o restaurante, já com 49 anos de existência, funciona no segundo andar de um sobrado, cujo térreo é ocupado por outro restaurante. O Dona Derna é um restaurante de cozinha italiana clássica. Chegamos por volta de 13 horas e não havia muita gente. Escolhemos uma mesa de canto e percebi como a decoração está ultrapassada, remetendo a um classicismo francês, com cadeiras estofadas de panos florais. Uma das paredes é coberta de espelho para dar uma sensação de amplitude e outra das paredes tem um papel também com motivos florais, clássico. Porém o restaurante está mal cuidado, com parapeitos e janelas descascadas e toalhas de mesa manchadas. É tradicional em BH, mas parece não se preocupar em renovar seu público, pois a grande maioria das pessoas sentadas e as que chegavam tinham acima de sessenta anos. Os garçons seguem a mesma linha, todos já antigos de casa e de idade. Todos muito simpáticos e de bom atendimento. Pedimos o couvert da casa - uma conserva de berinjela com gosto bem ácido, acompanhada de pães e torradas assadas com uma pasta de alho, cuja combinação com a berinjela fica ótima. Como pratos principais, Ric pediu uma galinha d'angola com polenta trufada e eu pedi o prato da boa lembrança, um cordeiro assado à caçadora, também acompanhado por polenta, porém sem trufas. O cordeiro estava muito saboroso, e a polenta, embora um pouco fria, estava com sabor leve e delicado. Preferi a polenta do prato de Ric, pois a trufa deu um sabor especial. Ric protagonizou uma cena no restaurante, pois pegou o osso com as mãos e raspou toda a carne. Um vexame, que ele fazia questão de ressaltar. Para fechar, apenas dois cafés expressos. A casa não oferece a opção de café descafeinado, uma pena. Se pagarmos a conta com cartão de crédito, o serviço deve ser pago a parte, mas há um aviso no cardápio. Paguei em cheque, coisa que não fazia há anos. Levamos o prato da boa lembrança, aumentando a coleção de Ric.

De lá, nova andança pela Savassi, até chegarmos ao Pátio Savassi Shopping (Avenida do Contorno com Avenida Nossa Senhora do Carmo, Savassi), onde comprei o presente da amiga que completa 50 anos. Ric aproveitou para comprar mais apetrechos para suas performances.

Sentamos no Cappuccini Café, dentro do shopping, para uma pausa e um belo cappuccino. Voltamos a pé para o hotel e paramos na Praça da Liberdade para mais fotos.






Edifício Niemeyer - Praça da Liberdade - Belo Horizonte - MG

sexta-feira, 10 de julho de 2009

RECORDAR É VIVER

Entrada do Hotel Ibis Liberdade - Belo Horizonte


Eu e Ric chegamos em Confins às 16:15 horas, conforme previsto. Voo sem problemas e bagagens rapidamente na esteira. Pegamos um táxi e uma hora e quinze minutos depois fizemos o check in no Ibis Liberdade (Avenida João Pinheiro, 602, Lourdes). Depois de desfazer as malas e verificar notícias na internet, recebemos ligação de amigos e fomos encontrar com eles em um boteco, comme il faut, afinal estamos na capital nacional dos bares. Nos encontramos no Cassio's Beer, na Rua Aimorés quase esquina de Avenida Olegário Maciel, no bairro de Santo Agostinho. Fomos a pé do hotel até lá, caminhada de vinte minutos, e vários bares pelo caminho estavam lotados. O bar escolhido é arrumadinho, mas nada de sensacional, apenas alguns pratos de decoração em uma das paredes. Nas demais paredes há vários cartazes impressos alertando que é proibido fumar. No entanto, em todas as mesas internas e externas há pessoas fumando e os garçons ignoram os cartazes e colocam cinzeiros nas mesas. O papo foi ótimo, girando ora em torno da festa surpresa para uma amiga no sábado (motivo principal de nossa viagem), ora de fatos e lugares do passado. Como eu não tinha almoçado, a fome foi apertando. Quem bebe cerveja, pouco importa para comida e eu só na latinha de pepsi, fiquei vesgo de fome. Ric também foi sentindo uma fome e decidimos ir embora jantar. Mas antes compartimos um frango à passarinho feito no alho (muito gorduroso e o alho estava molenga).

No clima de saudosismo, convidei Ric para conhecer um tradicional restaurante de comida chinesa, o Macau (Avenida Olegário Maciel, 1.767, Lourdes), com 34 anos de existência. Ric resistiu e escolheu uma pizzaria que fica em frente, mas como tinha fila de espera, se rendeu ao chinês, também lotado. Mas havia uma mesa vazia na área de fumantes e lá sentamos. Comemos os pratos tradicionais - rolinho de primavera - sequinho e quentinho - arroz colorido e frango xadrez com legumes. Comida chinesa sempre é farta e barata. No caso do Macau, sempre é certeza de boa comida. O restaurante não tem nenhum luxo, mas sempre tem um público fiel e cativo. Vimos várias pessoas pedindo comida no balcão para levar para casa. Ficamos pouco mais que uma hora no restaurante e ao saírmos, ouço alguém gritar meu nome. Era Kitty, leitora fiel deste blog (desculpe-me Pek, mas acabei encontrando com ela de novo, antes de você, que espero encontrar na festa de 50 anos de nossa amiga). Foi uma festa na porta do Macau, conheci a irmã de Kitty, posei para foto e acabei ganhando de presente o cd de um cantor cubano que vive em BH e amigo de Kitty, Néstor Gurry. Vou ouvir em Brasília. Depois de alguns minutos de conversa, pegamos um táxi e voltamos para o hotel. Hora de atualizar o blog e dormir.

HOJE É DIA DE BH

Novamente em Belo Horizonte. Fantástico!

quinta-feira, 9 de julho de 2009

SEM INSPIRAÇÃO

Ontem, quando tentei entrar neste blog, houve problemas de conexão.
Hoje, estou totalmente sem inspiração e com dor de cabeça. Fica para amanhã.

terça-feira, 7 de julho de 2009

TESTE DE AUDIÊNCIA

Depois de uma pausa de um dia, volto a escrever aqui. E volto falando do projeto Teste de Audiência, evento mensal que ocorre na Caixa Cultural (Setor Bancário Sul, Quadra 4, lote 3/4, Edifício Anexo à Matriz da Caixa), com entrada franca. O evento consiste em exibição de um filme nacional ainda não finalizado com um debate franco com a plateia e diretor ao final. Logo de entrada, os que comparecem ao teatro assinam um termo de compromisso que não expressarão nenhuma opinião sobre o filme, motivo pelo qual não direi nada aqui.
Fui com Ro e Emi e gostei do que vi. A maioria dos presentes também gostou.

Ao sair, nós três fomos conhecer um novo espaço gastronômico na cidade, o Grão Contemporâneo (SCLN 103, Bloco A, loja 52, Asa Norte), um café super simpático. Fica no mesmo local onde outrora foi uma champanheria. Acolhedor, com uma decoração com muita madeira nas paredes externas e um amplo espaço externo, com teto de vidro. O cardápio é variado de opções rápidas, próprias para lanches, tais como sanduíches quentes e frios, saladas, sopas e bruschettas. Pedi um sanduíche quente de frango, que estava ótimo. Carece apenas de melhoria nas opções de vinho, pois somente há dois vinhos tintos e mais dois em meia garrafa. O atendimento é ótimo, muito prestativo e eficiente. O garçon soube responder a todas as perguntas que fizemos. Gostei muito e vou voltar mais vezes.

sábado, 4 de julho de 2009

MÚSICA QUE OUÇO


ZÉLIA DUNCAN - PELO SABOR DO GESTO
MERECE SER OUVIDO - GOSTO MUITO

FOGO DE CHÃO

Acordei tarde e logo fiz o check out no hotel. Peguei um táxi e fui para o Aeroporto de Congonhas. Como é bom viajar no sábado nesta época do ano. Aeroporto vazio, check in rápido, voos sem atrasos. Viajei de Gol e às 14:20 horas já estava em Brasília. Ric foi me buscar e fomos direto almoçar, pois estávamos ambos com muita fome. Tendo em vista a dieta que se avizinha, resolvo fazer uma despedida da comilança e escolho, com anuência de Ric, a churrascaria Fogo de Chão (Setor Hoteleiro Sul, Quadra 5, Bloco E, Asa Sul). Como já estava tarde e o restaurante estava vazio, o atendimento parecia se concentrar na nossa mesa. Comemos tudo o que queríamos e pedíamos. Pedi até sobremesa, uma surpreendente tarte tatin. O serviço é muito bom. Enquanto almoçávamos, chegam quatro franceses e são colocados em uma mesa próxima a nossa. Eles ficam discutindo entre si se ficavam ou não, pois acharam o preço do rodízio caro (R$79,00 por pessoa). Os garçons nada entendiam. Eram dois casais, um velho e outro jovem. O casal jovem e o senhor não queriam ficar, queriam escolher outro restaurante indicado no guia de turismo que estava na mão da senhora. Esta, por sua vez, bateu o pé e disse que queria comer muita carne e que aquele restaurante era o melhor, segundo o tal guia. Venceu a senhora. Eles ficaram e comeram. Quando eu e Ric saímos, eles ainda se refestelavam com cortes e mais cortes de carne, bebendo um vinho chileno e não francês, como muitos imaginariam.

A CABRA OU QUEM É SYLVIA?


Sexta-feira, 03 de julho, a peça de teatro escolhida está no Teatro Renaissance, no hotel de mesmo nome (Alameda Santos, 2.233, Jardins). Como era bem perto do hotel que eu estava, fui a pé e cheguei quinze minutos antes. Hospedar-se na região da Avenida Paulista tem destas vantagens, tudo está bem perto: cinemas, compras, restaurantes, teatros, bancos, museus.



A peça escolhida (R$70,00 a inteira), com início previsto para as 21:30 horas (começou com cinco minutos de atraso), foi "A Cabra ou Quem É Sylvia?", um texto de Edward Albee, adaptado e dirigido por Jô Soares. O espetáculo foi eleito pela Veja SP como o melhor de 2008. No elenco José Wilker, Denise Del Vecchio, Norival Rizzo e Gustavo Machado.

Confesso que fiquei um pouco reticente para comprar o ingresso depois que li a informação do Guia da Folha: "Um triângulo amoroso nonsense, que envolve uma cabra, é o ponto de partida da comédia do norte-americano". Pensei que fosse um besteirol com grife. De fato, beira o besteirol, mas é uma tragicomédia bem interpretada e há reflexões interessantes, como as relações interpessoais, a amizade verdadeira, o preconceito e as "aberrações" consideradas pela sociedade. De maneira agradável e leve, os quatro atores conduzem, em 100 minutos, a história e prendem a atenção, mesmo tendo um final previsível, fica a expectativa de como será a cena derradeira. Sempre considerei que José Wilker sempre interpreta José Wilker, e nesta peça não é diferente, mas o timing de comédia dele é ótimo. Denise Del Vecchio mostra que é grande atriz fazendo Stella, a mulher de Martin, papel de Wilker. A surpresa para mim ficou com Gustavo Machado. Achei a primeira aparição fraca, mas na segunda participação ele mostra a que veio, sendo convincente como Billy, o filho do casal assumidamente gay. Quando ele chora em determinada altura do enredo, mereceu alguns aplausos em cena aberta. Norival Rizzo dá conta do recado fazendo o entrevistador de um programa de tv e amigo do casal.

Ao final, muitos aplausos e apupos para o quarteto. Gostei do que vi.



Ao sair, já tarde da noite, e com muita fome, fui até o tradicional América (Avenida Paulista, 2.295, Jardins), onde comi um dos pratos do festival de massas que está acontecendo na casa: Caesar Pasta: um fettuccine com molho caesar à base de creme de leite, parmesão e alho acompanhado de tiras de frango grelhado e farofa crocante de pão, manjericão e parmesão. Para acompanhar a massa, pedi 1/2 garrafa do vinho tinto nacional Pizzato Merlot Reserva 2005. O creme de leite estava bem forte, escondendo todo os outros sabores do prato. Deu para matar a fome.



Voltei para o hotel, deitei e dormi.




sexta-feira, 3 de julho de 2009

A FESTA DA MENINA MORTA


Influenciado pelo blog Insensatez, escolhi um filme nacional para ver no final da tarde. Como não conhecia as salas do Cine Reserva Cultural (Avenida Paulista, 901, Bela Vista) e lá estava em cartaz o filme de estreia na direção de Matheus Nachtergaele, A Festa da Menina Morta, co-produção Brasil-Portugal-Argentina de 2008 e que foi muito comentada quando foi exibida no Festival de Cannes do ano passado. Fora os vários prêmios recebidos em diversos festivais.
Uma porrada, esta foi a sensação ao final da exibição. O filme não é para qualquer público. Houve gente que saiu no meio do filme. A câmara é nervosa em certas cenas, lembrando o movimento Dogma, dos países nórdicos. A iluminação, de Lula Carvalho, me remeteu a quadros de Caravaggio, onde o jogo claro-escuro pende para o escuro, especialmente nas cenas nos interiores das casas de madeira e na noite da festa do título. Matheus mostra vigor na direção dos atores. Daniel de Oliveira está perfeito como Santinho, o líder espiritual afeminado da comunidade ribeirinha do Amazonas. O trabalho corporal de Daniel é muito interessante. Jackson Antunes faz o pai de Santinho, mais uma vez um amante da bebida. Matheus filma uma bela cena de sexo incestuoso entre Santinho e seu pai. Juliano Cazarré é uma grata surpresa. Já o vi em peças em Brasília, sempre muito bom. Neste filme, ele pode mostrar sua veia de ator em belas cenas. Matheus é mais feliz na direção do elenco masculino. O elenco feminino parece meio perdido. Dira Paes, Cássia Kiss (numa rápida participação como a mãe de Santinho) e uma ótima atriz que faz o papel de Das Graças (Conceição Camarotti), poderiam ser melhores aproveitadas em suas cenas.

Confesso que a iluminação me incomodou, o mesmo para a cena em que se ouve um guincho sem fim de um porco à beira da morte.

Paulo José tem uma participação afetiva, fazendo uma ligação com o cinema nacional da década de sessenta, quando cenas aparentemente desconexas com o roteiro eram inseridas no contexto.

Há duas cenas, no meu ponto de vista, desnecessárias: um baile com música ao vivo com uma travesti e uma dança de rua quando da festa do título (dança de rua é totalmente urbano, não combinando com uma cidade ribeirinha e numa festa religiosa).

Vi elementos de Almódovar (o show das trigêmeas marcianas) e me lembrei muito dos filmes Amarelo Manga e Baixio das Bestas, especialmente este último, ambos de Cláudio Assis, nos quais Matheus trabalhou. E isto ficou claro, quando li nos créditos finais o agradecimento de Matheus, entre vários nomes, o nome de Assis.

Bela homenagem também ao artista plástico Leonílson, já falecido, também creditado nos agradecimentos. O manto de Santinho é puro Leonílson.

Em resumo, gostei do que vi, mesmo com as ressalvas que apontei e espero que Matheus nos brinde com outros filmes tão impactantes como este.