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sexta-feira, 31 de agosto de 2012

CORAÇÕES SUJOS


Filme brasileiro falado em japonês? Esta foi minha pergunta antes de resolver comprar um ingresso para conferir Corações Sujos no cinema. Produção brasileira de 2012, o filme é dirigido por Vicente Amorim, contando no elenco com a maior parte de atores japoneses. A narração e maioria dos diálogos são em japonês, com legendas em português. Os personagens brasileiros são poucos e tem rápida aparição na película, como André Frateschi (cabo Garcia) e Eduardo Moscovis (subdelegado de polícia, cujo ator não convence como tal). Os personagens principais, imigrantes japoneses no Brasil ao final da Segunda Guerra, são interpretados por Tsuoyshi Ihara (Takahashi), Takako Tokiwa (Miyuki) e Eiji Okuda (coronel Watanabe). O roteiro é adaptado de livro-reportagem homônimo de Fernando Morais, narrando a pouco conhecida história de uma pequena guerra instalada na comunidade japonesa radicada no Brasil ao final da Segunda Guerra, quando a maioria não acreditou na rendição do Japão e na declaração do Imperador Hirohito de que ele não era um deus, mas simples mortal. Os imigrantes japoneses acreditavam que o Japão saíra vitorioso da guerra e aquelas notícias faziam parte de uma propaganda americana. A história é verdadeira, mas os personagens de Corações Sujos são fictícios. Em um período onde a escrita, o culto aos símbolos japoneses e a língua foram proibidos no Brasil, um grupo de imigrantes, sob a liderança do coronel Watanabe, do Exército Imperial Japonês, se reunia para cantar o hino japonês enquanto a bandeira do Japão era hasteada. Este grupo de imigrantes fazia parte de uma cooperativa de trabalhadores da cultura do algodão em uma cidade do interior do Brasil. Vendo aquela reunião, um integrante da polícia local, cabo Garcia, acaba com a festa, insultando os japoneses e provocando a ira dos mais velhos. Watanabe conclama todos os homens japoneses para irem à delegacia onde pretendiam matar o cabo, em nome da honra japonesa. No grupo estava Takahashi, um fotógrafo casado com Miyuki, a professora que ensinava, clandestinamente, a língua japonesa na comunidade. É claro que eles acabam presos e no interrogatório o subdelegado precisou de um intérprete, Aoki, que acabou considerado traidor pelos demais imigrantes. Ninguém dizia nada, apenas insultado o tradutor. Conseguiram ser libertados por ação de um advogado. Neste momento uma das mais interessantes frases, em português, do filme, mostrando toda a xenofobia e o racismo que existiam no Brasil (e ainda existe!), quando o subdelegado olha para Watanabe e diz que um bando de amarelos quer matar um branco e é solto por um preto. Assim que ficaram livres, uma guerra se instala no seio dos imigrantes. O inimigo deixa de ser o cabo e passa a ser todo e qualquer japonês que acredita na rendição do Japão. Watanabe, um autêntico manipulador, consegue transformar o pacato jovem fotógrafo Takahashi em um assassino. Ao mesmo tempo que vemos esta transformação, presenciamos também a derrocada do seu casamento com a professora. Cenas visivelmente inspiradas em filmes dirigidos pelos maiores nomes do cinema japonês, como Yasujiro Ozu e Akira Kurosawa, são uma constante durante os pouco mais de noventa minutos da projeção. Os planos sem diálogo, mostrando o cotidiano de família japonesa, marca de Ozu, estão presentes em Corações Sujos, assim como as cenas de luta de espadas debaixo de chuva e música instrumental pontuando o clímax, marcas de Kurosawa, também se fazem presentes. Até mesmo a estética dos faroestes americanos está em algumas cenas, como a em que o bando marcha até a delegacia para fazer justiça com as próprias mãos. Até galinhas correndo desorientadas, a la Cidade de Deus, o diretor coloca no filme. No início, estava achando ruim, lento, arrastado, mas o filme melhora a partir de metade da projeção. Um detalhe curioso é que a atriz que interpreta Miyuki não diz uma só palavra durante todo o filme. Sua performance é toda pontuada por olhares e postura corporal, num belo trabalho de interpretação. O final é piegas ao extremo. O filme superou as minhas expectativas, que eram quase nenhuma, mas não me agradou muito.

cinema
filme

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

DUDU BAR - GASTRONOMIA EM BRASÍLIA (DF)



Endereço: SCLS 303, Bloco A, Loja 3, Asa Sul, Brasília, DF. Também conhecido como Restaurante Dudu Camargo.

Especialidade: cozinha contemporânea, com cardápio amplo, sob o comando do chef Dudu Camargo.

Quando fui: jantar do dia 29 de agosto de 2012, quarta-feira. Comemoração do aniversário de 50 anos de uma amiga e colega de trabalho. Chegamos às 21:00 horas, ficando no restaurante até quase 01:00 hora da madrugada. Éramos dez pessoas. Sentamos na área externa em uma mesa quadrada que tem uma árvore no centro.

Serviço: atendimento bom, mesmo com o restaurante cheio. O hostess da casa não parece que trabalha no lugar, mais parecendo um frequentador, sendo muito simpático. Música mecânica pode incomodar um pouco quem prefere um lugar mais sossegado, mas não atrapalha a conversa. Os pratos chegaram em tempo adequado à mesa. Serviço de manobrista pago na conta. Há serviço de wi-fi mediante solicitação de senha. Para pagar a conta, houve uma demora excessiva ao passar os cartões na máquina.

O que bebi: o lugar é famoso pela extensa carta de drinques, sempre antenado com o que está bobando nos grandes centros metropolitanos. Assim, resolvi perguntar se tinha o drinque Aperol Spritz, mas o garçom nem sabia do que se tratava. Fiquei com uma dose de mojito e uma garrafa de água com gás São Lourenço. O mojito não me agradou. Estava com excesso de limão e pouco hortelã.

O que comi: não acompanhei os demais da mesa nas diversas entradinhas que pediram para compartilhar. Esperei a hora que todos estavam prontos para ordenar o prato principal, pedindo uma opção vegetariana do menu: panquecas de papel de arroz recheadas de verduras e legumes com creme de couve flor por cima (R$ 46,00). São duas unidades da panqueca, servidas em prato de porcelana branca. Não é bonito. Dos pedidos da mesa, foi o prato mais simplório e mais enxuto. Alguns fizeram piadinhas de que eu teria que passar num fast food depois para completar o jantar. Não foi preciso, mas realmente para quem tem muita fome, o prato não é suficiente. Antes de pedir, me certifiquei com o garçom que entre as verduras do recheio não havia espinafre. A massa da panqueca é quase transparente e um pouco elástica, como se espera de um papel de arroz, quase sem tempero, o que realça o sabor do recheio e do creme de couve flor. O recheio é bem seco, sendo difícil identificar quais verduras e legumes o compõem. Gostei. Ainda pediram uma taça alpina de sobremesa com várias colheres para compartilhar entre os presentes, mas fiquei de fora do doce. Nada de café.



Valor total da conta: R$ 1.089,00, ressaltando que houve consumo de vários drinques e bebidas, como duas garrafas de espumante e várias cervejas Bohemia e Teresópolis..

A avaliação a seguir leva em consideração a experiência por mim vivenciada durante a minha visita ao restaurante, desde o momento da reserva (quando há), passando pela recepção, acomodação na mesa, atendimento, tempo de chegada dos pedidos, até o pagamento da conta. Esta avaliação varia de um a cinco asteriscos, representados pelo símbolo (*), podendo ter a variação de meio asterisco, representada pelo formato (1/2).

Minha avaliação: * * *. A casa tem três ambientes distintos: um lounge no segundo piso, com decoração moderninha, um ambiente mais sóbrio no térreo e uma disputada área externa, com muita cor e um bar muito bonito com destaque para as cores das frutas preparadas para as caipirinhas e caipiroscas da noite.

Gastronomia Brasília (DF)

terça-feira, 28 de agosto de 2012

GASTRONOMIA EM RECIFE (PE) - B&B BISTRÔ & BOTECO




detalhe do painel de cerâmica de Francisco Brennand

Endereço: Rua Padre Carapuceiro, 777, 2º piso, Shopping Recife, Recife, PE.

Especialidade: como o próprio nome indica, faz uma mistura de itens próprios de um bar com opções da culinária de bistrô, sendo o cardápio mais enxuto, mas com opções para todas as vertentes: saladas, carnes vermelhas, aves, peixes e massas. Como pertence ao grupo do Boteco, bar com várias filiais pelo Brasil, as entradinhas individuais mais famosas deste bar estão presentes  no menu.

Quando fui: almoço do dia 27 de agosto de 2012, segunda-feira. Cheguei às 13:30 horas, lá permanecendo por uma hora e quinze minutos. Estava só.

Serviço: atendimento cordial, preciso, rápido, como se espera de um restaurante localizado em shopping com proposta de também atender aos que tem um horário mais apertado durante a semana. Pedi ajuda ao garçom para escolher um dos pratos do cardápio e ele foi certeiro ao me indicar os de maior saída. O restaurante tem apenas seis meses que foi aberto e já abocanhou o prêmio Veja Comer & Beber 2012/2013 como restaurante revelação. Não há serviço wi-fi, mas o shopping tem um bom acesso gratuito. Como tem entrada independente, o restaurante funciona após o encerramento das atividades do centro de compras.

O que bebi: uma lata de Guaraná Antarctica Zero durante o almoço e uma xícara de café expresso da marca Cafeera ao final.

O que comi: comecei pedindo uma coxinha com massa de abóboras e recheio de charque (R$ 7,00 a unidade). Ela chegou à mesa muito rápido. Tinha um aspecto feio e estava fria. Não gosto de coxinha que leva vinagre ou limão na massa. Esta estava insuportavelmente ácida. Toda a diferença da massa com abóboras foi mascarada pelo excesso de acidez. Quanto ao recheio, é bem farto e sem excesso de sal. No todo, não gostei. Como prato principal, tinha a opção de fazer como a maioria dos presentes, escolhendo um grelhado, tendo direito a um rodízio de acompanhamentos que vem à mesa em panelas trazidas pelos garçons. No entanto, pedi uma ajuda ao garçom, escolhendo o prime rib de leitão em porção individual, chamada no cardápio de 1/2 dose (R$ 31,00). O prato demorou cerca de trinta minutos para chegar. É bem servido, com cara de prato feito, pois é montado com arroz branco, tutu de feijão preto, couve crocante ao alho e bacon, banana da terra à milanesa e o corte prime rib, que veio grelhado no ponto. A carne estava bem macia, saborosa, bem temperada. O arroz foi servido como em quase todos os restaurantes nordestinos que conheço, sem gosto nenhum. O tutu estava bem leve, com pouca farinha, uma cópia distante do prato típico de Minas Gerais. A couve estava ótima, com sabor de quero mais. Quanto à banana, no cardápio diz que ela é grelhada em molho agridoce de laranja, mas meu prato foi servida à milanesa, como em um picadinho carioca. No final, achei boa pedida, sem maiores destaques ou surpresas.


coxinha com massa de abóboras e recheio de charque


prime rib de leitão

Valor total da conta: R$ 49,61.

A avaliação a seguir leva em consideração a experiência por mim vivenciada durante a minha visita ao restaurante, desde o momento da reserva (quando há), passando pela recepção, acomodação na mesa, atendimento, tempo de chegada dos pedidos, até o pagamento da conta. Esta avaliação varia de um a cinco asteriscos, representados pelo símbolo (*), podendo ter a variação de meio asterisco, representada pelo formato (1/2).

Minha avaliação: * * 1/2. Ambiente decorado com elementos que lembram os botequins cariocas, como o chão forrado de ladrilhos hidráulicos e a chopeira à vista no bar. As portas de acesso pelo shopping são oriundas de demolições de casarões antigos, enquanto o acesso pelo lado de fora se dá por uma porta de vidro. Televisores ligados em canais esportivos davam o tom de Recife, mas sem som, como sempre. Um interessante painel de cerâmica de Francisco Brennand enfeita uma das paredes no ambiente que tem decoração mais moderna (paredes de vidro, telas de televisão). Na verdade, tal painel pertence ao shopping, mas como parte do restaurante ocupou a lateral esquerda de uma das suas entradas, a obra ficou integrada ao B&B. A outra parte do painel está na lateral direita da porta, à vista para todos os usuários do centro de compras.

Gastronomia Recife (PE)

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

GASTRONOMIA EM RECIFE (PE) - ILHA DO GUAIAMUM


Endereço: Rua Maria Carolina, 68, Boa Viagem, Recife, PE.

Especialidade: o forte do cardápio são os frutos do mar, com algumas opções de comida típica de Pernambuco, como o escondidinho de charque.

Quando fui: almoço do dia 26 de agosto de 2012, domingo. Cheguei por volta de 15:00 horas, permanecendo no restaurante cerca de uma hora. Embora tarde, aina estava bem movimentado. Afinal é perto da praia e fazia um belo tempo. Éramos duas pessoas.

Serviço: atendimento fraco, preguiçoso e desatento. Sentar nas mesas protegidas do sol é uma boa pedida, mas os ventiladores colocados no teto contribuem para que a comida esfrie rapidamente. Nosso prato chegou bem rápido à mesa. Não há serviço de wi-fi.

O que bebi: uma lata de Coca Cola Zero durante o almoço e uma xícara de café expresso da marca Delta ao final. O café estava muito forte.

O que comi: estava com uma colega de trabalho. Fiquei com a responsabilidade de escolher um prato dentre as várias opções que servem duas pessoas no cardápio. Embora a moqueca de polvo tenha me chamado a atenção, o dia estava bem quente para comer este prato. Preferi, então, um arroz de polvo (R$ 75,00). Não é a receita portuguesa clássica, mas uma versão bem brasileira. O arroz vem bem temperado com molho de tomate, ervilhas e cebola, além de muitos pedaços de polvo, o ingrediente principal. Não sei se pela fome que eu estava, achei o prato muito bom. Ele é muito bem servido, podendo ser dividido até por três pessoas, desde que na mesa não tenha um glutão.




Valor total da conta: R$ 97,68.

A avaliação a seguir leva em consideração a experiência por mim vivenciada durante a minha visita ao restaurante, desde o momento da reserva (quando há), passando pela recepção, acomodação na mesa, atendimento, tempo de chegada dos pedidos, até o pagamento da conta. Esta avaliação varia de um a cinco asteriscos, representados pelo símbolo (*), podendo ter a variação de meio asterisco, representada pelo formato (1/2).

Minha avaliação: * * 1/2. Ambiente simples, com as indefectíveis telas de televisão ligadas, quando passava um show da banda baiana Cheiro de Amor. Bem praiano.

Gastronomia Recife (PE)

domingo, 26 de agosto de 2012

BABEL - GASTRONOMIA EM BRASÍLIA (DF)



Endereço: SCLS 215, Bloco A, Loja 37, Asa Sul, Brasília, DF.

Especialidade: culinária contemporânea sob o comando do chef Diego Koppe.

Quando fui: jantar do dia 25 de agosto de 2012, sábado. Cheguei às 20:45 horas, permanecendo no local até perto de meia noite. Fui reencontrar uma amiga de trabalho, que não via há anos. Trabalhamos juntos em Belo Horizonte. Continuamos no mesmo órgão, mas em cidades diferentes. Eu em Brasília e ela em Campinas, SP. Éramos três pessoas.

Serviço: eficiente, discreto. Os garçons deixam os clientes à vontade, sem ficar rodeando a mesa, mas estão sempre atentos. Os pratos tem linda apresentação e chegam à mesa em tempo adequado para os que apreciam uma refeição sem estresse, compartilhando o momento com amigos, família ou parentes.

O que bebi: uma garrafa de água sem gás São Lourenço. Em tempos de proteção ao meio ambiente, gostei de ver que o restaurante optou em ter a versão desta água em garrafa de vidro. A água mineira acompanhou uma garrafa do vinho tinto chileno Armador Carmenère 2009 (R$ 75,00), produzido no Valle del Maipo pela vinícola  Odfjell. Vinho de aroma agradável, suave, com sabor adocicado. Harmonizou bem com meu risoto.

O que comi: quando cheguei, minha amiga e seu marido já me aguardavam em uma mesa lateral. Já apreciavam o couvert da casa (cesta de pães variados feitos na casa, acompanhado de três opções de patês, beterraba cortada em julienne, azeitonas temperadas, manteiga de ervas e azeite). Provei apenas algumas tiras da beterraba, que estavam maravilhosas, com um tempero adocicado. Enquanto colocávamos a conversa em dia, pois não nos víamos há mais de uma década, o chef nos enviou um mimo, uma pequena travessa com minestrone de legumes. Suave, com realce para o sabor dos legumes nela presentes. Ótima amuse bouche. O casal também já havia ordenado a entrada, que chegou em seguida: oito unidades de bruschettas em quatro versões do chef - brasileira (filé mignon puxado na manteiga e queijo coalho), clássica (tomate confit, manjericão e alho), piemonte (berinjela e azeite), e mediterrânea (abobrinha e mussarela de búfala). Experimentei os sabores clássica e berinjela. Ambos aprovadíssimos: pão italiano crocante, recheio macio e bem temperado. Antes do prato principal, outro mimo do chef chegou à mesa: uma pequena porção de creme de legumes. Textura e sabor perfeitos. Como prato principal, pedi um risoto nero (R$ 75,00). No cardápio há informação de que o risoto é preparado na hora, motivo pelo qual pode demorar até trinta minutos para ficar pronto. O prato consiste em arroz arbóreo cozido com anéis de lula grelhados ao açafrão. Quando já servido, o garçom, caso o cliente queira, raspa chocolate meio-amargo por cima do risoto. Pedi para colocar o chocolate em apenas um lado do prato para poder experimentar os dois sabores. Por causa da cor escura, o prato não é bonito, mas também não é feio, pois os anéis de lula dourados e uma flor dão um toque de cor ao risoto. Quanto ao sabor, achei o arroz cozido além do ponto que gosto em um risoto, mas estava muito bem temperado e saboroso. Gostei mais da inusitada mistura do risoto com o chocolate meio-amargo. Os anéis de lula estavam bem macios e o toque do azeite com açafrão realçou não só o sabor desta iguaria, mas também do prato como um todo. O chef insistiu em experimentarmos duas sobremesas, enviando à mesa, como cortesia da casa, três mini pudins de pupunha, que estavam deliciosos e uma portentosa porção de tiramisu de bacuri. Deste último, só tirei foto do prato, com bela composição, pois não aprecio o bacuri, como já escrevi aqui neste blog quando contei minha experiência gastronômica no Remanso do Peixe em Belém, Pará.

As fotos estão com coloração avermelhada pois não usei flash, sendo a iluminação do restaurante mais baixa, com tons amarelados.



risoto nero


pudim de pupunha


tiramisu de bacuri

Valor total da conta: Não vi a conta, pois o casal que me acompanhou não me deixou pagar de forma alguma.

A avaliação a seguir leva em consideração a experiência por mim vivenciada durante a minha visita ao restaurante, desde o momento da reserva (quando há), passando pela recepção, acomodação na mesa, atendimento, tempo de chegada dos pedidos, até o pagamento da conta. Esta avaliação varia de um a cinco asteriscos, representados pelo símbolo (*), podendo ter a variação de meio asterisco, representada pelo formato (1/2).

Minha avaliação: * * * 1/2. Confesso que me surpreendi com o Babel, pois antes de Diego Koppe assumir o restaurante, eu já tinha ido lá por duas oportunidades e em ambas tinha tido experiências ruins. Gostei deste jantar, ficando com vontade de voltar para experimentar outros itens do cardápio.

Gastronomia Brasília (DF)

sábado, 25 de agosto de 2012

MUSEU PARAENSE EMÍLIO GOELDI - BELÉM (PA)


Acordamos cedo para aproveitar a manhã de domingo em Belém, nossas últimas horas na capital paraense nesta viagem com meus pais. Após o café da manhã no hotel, pegamos um táxi para o Museu Paraense Emílio Goeldi (Avenida Magalhães Barata, 376, São Braz), cuja corrida pagamos R$ 8,00. Era muito perto, cerca de 800 metros do hotel, mas meu pai não conseguiria caminhar até lá e sabendo que no museu teríamos que andar um pouco em meio a árvores e animais, decidimos pelo táxi. Como o motorista foi muito gentil, combinei de ligar para ele para fazer o caminho de volta. O dia, como sempre, estava bem quente, fazia um calor abafado. Na entrada do museu, uma pequena fila se formava em frente à bilheteria, na qual estavam muitos casais com filhos pequenos. Um funcionário do local chamou meus pais para entrar direto, pois pessoas com mais de 60 anos não pagam. Fiquei na fila, adquirindo minha entrada por R$ 2,00. Infelizmente não havia um mapa do local para nos orientar lá dentro. A instituição é pública, ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia e tem 142 anos de existência. Trata-se, na verdade, de um imenso parque urbano com exemplares da fauna e da flora amazônica. Alguns animais, como lagartos e cotias, ficam soltos, passeando entre os visitantes. Entre as imensas folhagens foram colocadas fotografias em tamanho natural de pessoas importantes para a história do museu, no mesmo estilo que se encontra na Estação das Docas. Um painel logo após a entrada tem um mapa do museu, com as indicações de onde ficam as principais atrações. Entre os atrativos estão animais e plantas. Começamos pela direita, onde um viveiro com algumas aves e tartarugas é visto ao final de um curto caminho. Em seguida, algumas árvores bem altas, algumas delas identificadas com placas contendo nome científico e nome popular. Paramos para fotos em frente ao Lago da Vitória-Régia, uma das atrações mais visitadas e fotografadas pelos turistas de fora do Pará, conforme me disse um dos monitores do museu. Eu já conhecia o lugar, mas da primeira vez que lá estive o aquário com o peixe-boi estava vazio, pois o animal estava doente. Era minha chance de ver um exemplar ao vivo e a cores. Continuamos caminhando devagar, vendo as furtivas cotias passarem de um lado para o outro. Passamos pela jaula da ariranha, que não quis sair do seu conforto, deitada na sombra sobre uma pedra. Viveiros com algumas espécies de tartarugas e jabutis chamam a atenção das crianças. Em um destes viveiros, o que tinha maior quantidade de tartarugas pequenas, dois jacarés, também pequenos, se misturavam a elas. Na jaula em frente, um enorme jacaré-açu, que chega a atingir até sete metros de comprimento, tomava sol tranquilamente na superfície da água. O barulho próximo não deixava dúvidas de que a jaula a seguir era a dos macacos. Faziam graça para os visitantes. Uma preguiçosa anta estava na jaula ao lado, onde muitas cotias entravam para roubar parte de sua comida. Mais viveiros com aves, incluindo um gavião em extinção, corujas enormes, araras, papagaios e tucanos. Chegamos no aquário do peixe-boi onde uma placa informava que ele estava passando por uma modernização, com previsão de reabertura em outubro de 2012. Mais uma vez não consegui ver este interessante animal. No local, um pé lotado de carambola madura me chamou a atenção. Revirando minha memória, percebi que era a primeira vez que via carambola no pé. Sem peixe-boi, mas com muitas carambolas no pé. Outra jaula que atrai muita gente, especialmente as crianças, é a destinada aos felinos. Três onças pintadas descansavam calmamente, sem se importar pelas centenas de fotos que eram tiradas. Chegávamos ao ponto onde entramos. Uma casa grande, de dois pavimentos chama a atenção, pintada em salmão. Trata-se do Pavilhão Domingos Soares Ferreira Penna, nome dado em homenagem a um mineiro que dirigiu o museu em seus primeiros anos. A casa é chamada de Rocinha, nome dado aos casarões que foram construídos em Belém no final do Séc. XIX, início do Séc. XX, e que quase nenhum sobreviveu ao desenvolvimento da cidade. O exemplar bem conservado que abriga uma mostra sobre os trabalhos do museu tem a data de sua fundação inscrita no portal de ferro na parte de cima da porta principal: 1879. Dentro, vários ventiladores e janelas abertas garantiam um certo frescor para que os turistas pudessem ler os informativos, ver os vídeos e apreciar vários animais que pertenceram ao museu e quando morreram utilizaram a técnica da taxidermia para deixá-los em exibição. Assim, vimos uma onça negra, um macaco, uma águia-pombo da amazônia, uma cobra, pássaros pequenos e um esqueleto de Maíra, uma fêmea de peixe-boi (será que era o peixe-boi que estava doente em minha primeira visita ao museu?). Não saí de todo frustrado em relação ao peixe-boi. A maioria das pessoas que chegava perto do esqueleto exclamava: "olha, um esqueleto de jacaré!", incluindo meu pai. Uma placa com o nome Maíra esclarecia que se tratava de ossos de um peixe-boi. Ao sair da Rocinha, sentamos em um banco para descansar. Neste momento, um lagarto deu o ar da graça. Foi a festa para a meninada. Seguimos adiante, passando pelas ruínas de uma construção apelidada de Castelinho, alcançando uma das saídas do museu. Liguei para o motorista, que em menos de dez minutos estacionava seu táxi onde havia nos deixado uma hora e meia atrás. Voltamos para o hotel, quando deixei R$ 15,00 pela corrida e pela gentileza do taxista de não se importar de fazer um trajeto tão curto de táxi conosco. Era hora de acabar de fechar as malas, pagar as contas do hotel, pegar um novo táxi, indo para o aeroporto. Chegava ao fim uma deliciosa viagem de quatro dias na capital do Pará.













turismo

terça-feira, 21 de agosto de 2012

99 FILMES CLÁSSICOS PARA APRESSADINHOS

Leitura rápida e divertida. Cada um dos 99 filmes apresentados foi resumido em uma história em quadrinhos com apenas quatro quadros. Poder de síntese total e funciona, pois os autores conseguiram transmitir a ideia central de cada um dos filmes. Desfilam pelo humor ácido dos quadrinhos vacas sagradas da cinematografia mundial, tais como Lawrence da Arábia, Psicose, Uma Aventura na África, Ladrões de Bicicleta, Spartacus, Cinema Paradiso, Tubarão, Gata em Teto de Zinco Quente, O Encouraçado Potemkin, Laranja Mecânica, Doutor Jivago, Cantando na Chuva e muitos outros.


literatura

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

GASTRONOMIA EM BELÉM (PA) - REMANSO DO BOSQUE



Endereço: Avenida Rômulo Maiorana, 2.350, esquina com a Travessa Perebebuí, Marco, Belém, PA.

Especialidade: culinária paraense de autor, sob o comando do chef Thiago Castanho.

Quando fui: jantar do dia 18 de agosto de 2012, sábado. Chegamos por volta de 21:00 horas, terminando o jantar às 22:30 horas. Éramos três pessoas.

Serviço: cortês, correto, com garçons atentos a todas as mesas. Os pratos demoram cerca de trinta minutos para chegar ao cliente. A carta de vinhos não é extensa, mas há bons exemplares espumantes, brancos e tintos para harmonizar com os pratos do cardápio. Diferente do outro restaurante que Castanho comanda, o Remando do Peixe, aqui ele faz experimentações culinárias dando uma nova roupagem aos pratos paraenses e brasileiros, sempre utilizando os ingredientes da região. Há serviço de wi-fi mediante solicitação de senha.

O que bebi: 1/2 garrafa do vinho tinto chileno Carmen Carmenère 2009 (R$ 57,00), acompanhado por uma garrafa de água mineral sem gás Schin.

O que comi: começamos por dividir uma entrada: bolinhos de queijo coalho servidos com mel de cana (R$ 16,00). São seis unidades acompanhadas por um potinho onde está o melaço da cana. Na verdade não são bolinhos, pois o formato lembra muito mais um dado, um cubo. Eles são envoltos em uma fina camada de farinha de tapioca que quando fritos, esta farinha fica parecendo uma espécie de pipoca. Muito bom, tanto puro, quanto com o mel. Em seguida, veio o meu prato principal, um arroz de pato paraense (R$ 45,00). Ele chega à mesa em uma panela de ferro vermelha e é servido no prato pelo garçom. A porção é generosa. O sabor é divino, de comer rezando. O chef reinventou um prato local. São lascas de pato caipira cozidas com arroz branco, tucupi, jambu, temperos paraenses e castanha do pará. Não tem o azeite, ingrediente comum no arroz de pato português, mas fica com consistência molhada, sem exagero, por causa do tucupi. O jambu, eletrizando a boca, e a castanha do pará são toques regionais que harmonizaram muito bem. Não tive coragem de deixar sobra. Comi tudo que me foi servido. Para concluir o belo jantar de despedida desta temporada em Belém, pedi um pudim de leite de coco em calda de cumaru com tapioca caramelizada (R$ 13,00). O coco é nitidamente fresco, com sabor marcante, rico. O inusitado fica por conta do cumaru, mais usado na fabricação de cosméticos. Ele substitui a baunilha e seu sabor, suave, realmente lembra esta especiaria. A calda caramelizada de tapioca por cima do pudim finalizou com chave de ouro o prato. Perfeito.


bolinhos de queijo coalho servidos com mel de cana


arroz de pato paraense


pudim de leite de coco em calda de cumaru com tapioca caramelizada

Valor total da conta: R$ 305,14.

A avaliação a seguir leva em consideração a experiência por mim vivenciada durante a minha visita ao restaurante, desde o momento da reserva (quando há), passando pela recepção, acomodação na mesa, atendimento, tempo de chegada dos pedidos, até o pagamento da conta. Esta avaliação varia de um a cinco asteriscos, representados pelo símbolo (*), podendo ter a variação de meio asterisco, representada pelo formato (1/2).

Minha avaliação: * * * *. As experimentações de Thiago Castanho realmente o fazem uma estrela de primeira grandeza no cenário da gastronomia nacional. A preferência por ingredientes regionais é outro ponto positivo do restaurante. Para se voltar muitas vezes.

Gastronomia Pará (PA)

domingo, 19 de agosto de 2012

GASTRONOMIA EM BELÉM (PA) - ARMAZÉM BELÉM

Endereço: Avenida Visconde de Souza Franco, 776, Reduto, 1º piso, Boulevard Shopping, Belém, PA.

Especialidade: cozinha variada, com sanduíches, saladas, petiscos, pratos internacionais e nacionais, além de algumas especialidades paraenses. As opções de sobremesa são fracas, com pouca variação: ou é chocolate ou é morango.

Quando fui: almoço do dia 18 de agosto de 2012, sábado. Chegamos por volta de 13:30 horas, permanecendo no restaurante por cerca de uma hora. Éramos três pessoas.

Serviço: fraco, mesmo com um número grande de garçons, pois demoraram a trazer as bebidas e a conta. Há serviço de wi-fi mediante solicitação de senha. O uniforme marrom dos garçons soa estranho aos olhos. Muitos pratos são oferecidos em duas versões: uma porção, que serve tranquilamente duas pessoas, e meia porção, próprio para uma pessoa. Mesmo quando se escolhe a porção inteira, não há necessidade de o cliente se servir, pois os dois pratos já vem montados separadamente.

O que bebi: uma lata de Coca Cola Zero durante o almoço e uma xícara de café expresso ao final.

O que comi: apesar de ter um leque de opções enorme, quis continuar na culinária local, pedindo meia porção da pescada amarela grelhada, acompanhada de arroz de jambu, vinagrete de feijão fradinho e farofa (R$ 32,00 - valor da meia porção). É bem servido, com o vinagrete e a farofa em cumbucas separadas dentro do prato. O peixe estava bom (grelhado é difícil dar errado), mas os acompanhamentos deixaram a desejar, insossos, sem sabor.



Valor total da conta: R$ 105,00.

A avaliação a seguir leva em consideração a experiência por mim vivenciada durante a minha visita ao restaurante, desde o momento da reserva (quando há), passando pela recepção, acomodação na mesa, atendimento, tempo de chegada dos pedidos, até o pagamento da conta. Esta avaliação varia de um a cinco asteriscos, representados pelo símbolo (*), podendo ter a variação de meio asterisco, representada pelo formato (1/2).

Minha avaliação: * * 1/2. Restaurante movimentado, próprio para quem não quer gastar tempo almoçando e ainda está na entrada de um shopping. Em seu interior há uma interessante padaria.

Gastronomia Pará (PA)

GASTRONOMIA EM BELÉM (PA) - SORVETERIA CAIRU



Endereço: Boulevard Castilho, s/n, Campina, Estação das Docas, Armazém 2, Belém, PA.

Especialidade: picolés e sorvetes em mais de quarenta sabores. Há uma variedade enorme de sabores de frutas da Amazônia, além de algumas misturas destes sabores em uma única opção, caso do mestiço, que mistura tapioca com açaí. No balcão, uma verdadeira aquarela de cores.

Quando fui: final da manhã, antes do almoço do dia 18 de agosto de 2012, sábado. Chegamos por volta de 11:40 horas, permanecendo na mesa em frente ao quiosque por meia hora. Éramos três pessoas.

Serviço: gentil, simpático e paciente, pois todo turista quer saber do que se tratam nomes como bacaba, uxi, taperebá, entre outros. Os atendentes explicam, dão uma prova do sabor e até mostram foto das frutas, como foi meu caso que queria saber como era uma bacaba. O atendente pegou um picolé com o mesmo sabor e me mostrou a embalagem com uma figura da fruta, que parece o açaí.

O que bebi: água mineral sem gás Belágua, originária da cidade de Benevides, no Pará.

O que tomei: depois de experimentar sabores como uxi (me lembrou ameixa), araçá (azedinho), taperebá (igual ao cajá), pedi duas bolas no copinho (R$ 4,00 cada bola), uma no sabor castanha do pará e outro no sabor bacaba. O sorvete de castanha é branco, tendo pedaços moídos da fruta, feito com leite, é muito gostoso, enquanto o de bacaba tem cor marrom, feito também com leite, com gosto forte, sem parecer com nada que eu já tivesse provado. A mistura dos dois sabores resultou interessante.



Valor total da conta: R$ 33,00.

A avaliação a seguir leva em consideração a experiência por mim vivenciada durante a minha visita ao restaurante, desde o momento da reserva (quando há), passando pela recepção, acomodação na mesa, atendimento, tempo de chegada dos pedidos, até o pagamento da conta. Esta avaliação varia de um a cinco asteriscos, representados pelo símbolo (*), podendo ter a variação de meio asterisco, representada pelo formato (1/2).

Minha avaliação: * * * *. Merece a fama que tem há mais de cinco décadas.

Gastronomia Pará (PA)

ESTAÇÃO DAS DOCAS - BELÉM (PA)


O trajeto de táxi do Núcleo Cultural Feliz Lusitânia até a Estação das Docas (Boulevard Castilho, s/n, Campina) ficou em R$ 13,00. Entramos pelo terminal hidroviário, de onde partem passeios turísticos de barco pelas águas da região. Nosso interesse era percorrer todo o espaço da Estação das Docas, um complexo cultural e gastronômico que se instalou onde outrora existiam galpões que atendiam ao porto da cidade. O complexo tem um anfiteatro chamado Anfiteatro do Forte de São Pedro Nolasco, localizado na ponta esquerda para quem está olhando para o rio, que fica no local das ruínas do forte datado do Séc. XVII, e três armazéns, devidamente refrigerados. O primeiro armazém é o Boulevard das Artes, onde há lojinhas de souvenir e presentes, uma micro-cervejaria e lanchonetes. O segundo armazém é o Boulevard da Gastronomia, no qual se instalaram restaurantes com mesas internas e externas. Geralmente, para jantar, o público prefere as mesas na varanda, de frente para a Baía do Guajará-Mirim, enquanto durante o dia, a preferência recai nas mesas internas, em nítida fuga do calor úmido da cidade. Foi neste local que jantamos na noite de sexta-feira, no restaurante Lá em Casa. O terceiro armazém é chamado Boulevard das Feiras e Exposições. Acontecia no local um evento chamado Made in Pará, mas quando lá estivemos, ainda não estava aberto para visitação. Neste mesmo armazém está o Teatro Maria Sílvia Nunes, onde acontecem sessões de teatro e cinema. A beleza do local está no caminho ao longo da baía, com os guindastes gigantes amarelos dominando a cena. Alguns objetos antigos que remetem às atividades portuárias e de navegação estão expostos, tanto no primeiro armazém, quanto na área externa. Fotos em tamanho natural de figuras humanas trajados com roupas de época enfeitam os jardins laterais das passagens entre um armazém e outro. Tais passagens são túneis de vidro, permitindo a visão tanto para a baía quanto para os prédios históricos da região, muitos deles recém restaurados. Uma máquina de trem a vapor datada de 1800 também compõe a decoração externa. O lugar é repleto de turistas, tanto durante o dia quanto à noite. Exemplo bem sucedido de recuperação de área urbana degradada. Para refrescar o calor que fazia paramos no quiosque da sorveteria Cairu, marca famosa na cidade, com vários endereços espalhados por Belém, especialista em frutas da Amazônia. Dali, pegamos um táxi em direção ao Boulevard Shopping. Era hora de almoçar e nossa escolha foi o restaurante Armazém Belém, localizado na entrada do shopping, logo à direita. Pela corrida, pagamos R$ 15,00. Após o almoço, demos uma volta para conhecer o centro de compras, que está em processo de ampliação. Movimentado, como qualquer shopping em tarde de sábado. Meus pais estavam cansados. Era hora de voltar para o hotel. Embora bem perto, pegamos um táxi, pelo qual pagamos R$ 10,00 a corrida. Tiramos o restante da tarde para descanso. Só saímos novamente para jantar.









turismo

NÚCLEO CULTURAL FELIZ LUSITÂNIA - BELÉM (PA)


Praça Frei Caetano Brandão

Depois de um providencial descanso de vinte minutos sentados em um banco na Praça Frei Caetano Brandão, na Cidade Velha, começamos nossa visita aos prédios históricos construídos nos Sécs. XVII e XVIII. Tais prédios foram restaurados pelo governo estadual e hoje formam um importante pólo turístico de Belém, o Núcleo Cultural Feliz Lusitânia. No local, nasceu a capital paraense. Começamos a visita pela Catedral Metropolitana de Belém (Catedral da Sé), que domina a paisagem com suas paredes externas pintadas em branco. Foi concluída em 1771, tendo parte de seu projeto arquitetônico executado pelo italiano Antônio José Landi. Meu pai ficou sentado na praça, enquanto eu e minha mãe atravessamos a rua para ver se a igreja estava aberta, pois a porta principal estava cerrada. Na lateral, tinha um vigilante que nos informou que ela só abria para visitação pública aos sábados a partir de 16 horas. Voltamos frustrados para a praça, pois não veríamos o interior da catedral. Uma pergunta ficou ecoando na minha cabeça: porque um local turístico onde todas as atrações abrem às 10 horas, a catedral tinha de ser diferente? O pior é que o Guia Turístico de Belém, publicado há 39 anos e distribuído gratuitamente pela cidade (peguei o exemplar de agosto de 2012 com um motorista de táxi) não traz esta informação e nem mesmo um telefone para consultas. Como em tal guia existe a informação que Feliz Lusitânia está aberta ao público de terça a domingo e feriados das 10:00 às 16:00 horas, deduzi que todos os prédios históricos ao redor da praça seguem este horário. Fica para uma próxima vez. Nossa próxima parada foi o Museu de Arte Sacra, prédio também pintado de branco, em posição frontal à catedral. O museu ocupa a Igreja de Santo Alexandre (antiga Igreja de São Francisco Xavier) e o Colégio Jesuítico de Santo Alexandre. Para entrar, ingresso a R$ 4,00, sendo que maiores de 60 anos tem entrada gratuita. Não é permitido entrar com mochilas e bolsas grandes nas dependências do museu, mas os armários de madeira para depositar estes pertences são muito pequenos, não cabendo minha mochila, que teve que ficar com o bilheteiro, sem nenhum comprovante de identificação para a hora da retirada. Fotografias, nem mesmo sem o uso do flash, não são permitidas nas dependências internas do museu. A visita começa pela igreja, onde a monitora Adriana reuniu quem ia chegando para explicar a história do lugar, dando detalhes sobre as peças expostas. A igreja foi fundada pelos jesuítas que lhe deram o nome de São Francisco Xavier, mas quando eles foram expulsos do país, outras ordens religiosas ocuparam o lugar, modificando o nome para Santo Alexandre. As ordens que vieram depois também foram responsáveis por alterar a decoração da igreja. Assim, há altares totalmente esculpidos em madeira (cedro vermelho) e outros feitos posteriormente em argamassa. No entanto, houve uma preocupação destas novas capelas seguiram o rebuscado do barroco das feitas em madeira. A igreja ficou por mais de cinquenta anos abandonada, sujeita às intempéries da umidade, das infiltrações e da sujeira, além de desaparecimento de telas e imagens. Muitas peças não resistiram ao tempo. Por causa da infiltração, capelas inteiras caíram e não houve possibilidade de recuperação. Quando da restauração, prefeririam deixar uma parede do septo, a da direita, sem reforma para que os visitantes vejam como a construção foi feita, utilizando pedras, cipó, conchas, areia e o grude da gurijuba para selar, já que não havia cimento na época de sua construção. Hoje, a igreja não tem missas regulares, funcionando como um museu, mas é utilizada para eventos especiais, como casamentos e formaturas. O piso e o teto da nave central não são originais. Visitamos também a sacristia, onde vimos um móvel em madeira com detalhes em ouro. Segundo a monitora, todas as capelas no interior da igreja também eram revestidas com folhas de ouro, mas devido ao estado de deterioração que as peças foram encontradas, com muito cupim, inclusive, os restauradores tiveram que raspar a madeira para fazer o devido tratamento, deixando-a sem o aplique final dourado. Os batentes das janelas da sacristia são revestidos com peças do piso original, possibilitando aos visitantes ter uma noção de como era o chão. São quadrados escuros de barro queimado. Saímos da igreja, onde meu pai ficou o tempo todo sentado (deu até um cochilo) e subimos as escadas para ver a exposição permanente do acervo do museu, que fica nas dependências do antigo colégio. Meu pai resolveu ficar na praça. A cenografia, a iluminação e a riqueza das peças me impressionaram positivamente. Vi imagens belíssimas, incluindo uma rara imagem de Nossa Senhora do Leite, com um dos seios desnudos alimentando o Menino Jesus. Esta imagem é rara porque a igreja mandou destruir todas deste tipo ao redor do mundo, mas ela se salvou porque fora enrolada em vários panos e enterrada, sendo encontrada muitos anos depois. Quando fazemos a visita no segundo piso, há uma entrada no antigo coro da igreja, onde são expostas imagens restauradas que lhe pertenceram. Uma das imagens é conhecida como "menina da vassoura", materializando uma lenda local que diz que uma menina pegou uma vassoura para bater na mãe e virou madeira. Seguimos nossa visita, vendo a coleção de objetos de prata do museu, expostas em uma sala muito escura, com iluminação fraca focando as peças. Foi difícil ler as informações sobre as peças. Para sair, usamos outra escada, com acesso ao térreo, local utilizado para exposições temporárias. Uma exposição de uma única imagem de Santo Agostinho ocorria no lugar. Passamos direto. Antes de sair, conhecemos o antigo jardim dos religiosos que fica no meio de três construções: a igreja, o colégio e o antigo convento, hoje sem nenhuma função. Neste jardim estão plantados alguns pés de açaí. Finalizada a visita, fomos para o Forte do Presépio, construção mais antiga da praça, que fica ao lado do museu, de frente para a Baía de Guajará-Mirim. O acesso se dá por um portal chamado Portal Feliz Lusitânia. Antes de entrar no forte, temos um gramado bem cuidado com obras da artista Denise Milan. Mais uma vez idosos com mais de 60 anos não pagam ingresso. Para os ainda jovens, a entrada custa R$ 2,00. Visita-se as dependências do forte e um pequeno museu, o Museu do Forte. Começamos por visitar o pátio do forte, subindo, em seguida, em sua murada, onde estão alguns canhões bem antigos. O que mais chama a atenção é a vista que se tem do local: o Rio Guamá, a Baía Guajará-Mirim, parte da Cidade Velha, o Mercado do Peixe, as tendas brancas do Ver-O-Peso, os guindastes amarelos da Estação das Docas, navios ancorados no porto e o skyline da Belém moderna. Algumas fotos e fomos conhecer o museu. Seu acervo é pequeno, mas muito rico. São peças encontradas no próprio forte, além de objetos da cultura marajoara e tapajônica. Enquanto fazemos a volta vendo as peças, andamos em passarelas de ferro que nos permitem ver como era o solo do forte. No centro ficam as urnas funerárias da cultura marajoara. Lindas, por sinal. O passeio ao forte foi rápido. A próxima atração era a Casa das Onze Janelas, um antigo hospital que foi restaurado dando lugar a um museu de arte contemporânea. Suas onze janelas do piso superior dão nome ao prédio, pintado em amarelo. Não quisemos visitar a exposição do museu, também com ingresso a R$ 4,00. Tivemos acesso gratuito aos jardins dos fundos do prédio, onde se tem uma bela vista do Rio Guamá, com direito a bancos protegidos pela sombra de frondosas mangueiras. Há também um jardim na lateral do museu muito bem cuidado. Terminamos a visita aos prédios históricos do Núcleo Cultural Feliz Lusitânia. Em frente à Casa das Onze Janelas pegamos um táxi em direção à Estação das Docas. Passamos pelas apertadas e movimentadas ruas do Comércio, confirmando o que já tínhamos visto perto do Ver-O-Peso: a região é dominado pelo comércio popular, com muito vendedor ambulante disputando freguês com as lojas de rua.


Museu de Arte Sacra


Catedral Metropolitana de Belém


Casa das Onze Janelas e obra de Denise Milan


pátio interno do Forte do Presépio


jardim na lateral da Casa das Onze Janelas


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