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terça-feira, 31 de agosto de 2010

CENA CONTEMPORÂNEA - DIA 7

A segunda-feira foi quente, coordenando o curso, participando de reuniões intermináveis, assinando documentos no serviço e mais uma noite de teatro. Afinal o Cena Contemporânea continua. Foi a vez de conferir Desavergonhada!, peça baseada no romance da palestina Sahar Khalifeh. A dramaturgia, direção e interpretação ficam por conta da italiana Anita Mosca. Ingresso a R$ 16,00 no Teatro Goldoni. O público compareceu em peso, deixando os ingressos esgotados. O que mais se ouvia na fila para entrar na sala eram comentários negativos sobre a peça Abracadabra, já comentada aqui neste blog. O espetáculo tem menos de uma hora de duração. É um monólogo sobre as condições em que vivem algumas mulheres no sul da Itália. A atriz começa o texto em um dialeto napolitano, passa para o italiano, além de usar também o árabe, o francês, o inglês e o português. Havia legenda para as falas em italiano (incluindo o dialeto inicial). Não se trata de falar sobre violência física contra a mulher, mas a submissão que muitas vezes estão sujeitas tanto na maneira de se portar, quanto no respeito às tradições seculares. Anita Mosca começa como uma mãe amarga, toda de preto, que fala com a filha sobre a necessidade de se casar. Ao tirar a roupa preta, a atriz incorpora a filha que inicia se recusando a aceitar o casamento arranjado, mas termina presa em um vestido de noiva. Em seguida, várias mulheres são vividas pela atriz, incluindo a filha já casada, mas solicitando o divórcio. Há um momento de sonho, no qual o dançarino Denilson Silva entra em cena para um tango bem ensaiado, mas muito marcado. Termina o monólogo com a atriz novamente de preto, novamente amarga, mas, desta feita, ela incorpora a filha que, em um movimento cíclico, repete as atitudes de sua mãe. A interpretação de Anita é muito boa,o texto não esbarra no sentimentalismo, mas mostra a realidade que ainda é vivida por milhares de mulheres ao redor do mundo. Muito aplaudida ao final com comentários entusiasmados na saída do teatro. Primeira peça internacional do festival de que realmente gostei, embora a minha classificação em relação às demais seja uma peça mediana.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

MÚSICA QUE OUÇO XLII



Voz deliciosa. Gostei muito desta descoberta.

CENA CONTEMPORÂNEA - DIA 6

O domingo não foi muito quente. Levantei-me cedo para comprar ingressos para o show do João Bosco, em um novo projeto do CCBB que terá início em 11 de setembro. Antes de nove horas da manhã estava na fila esperando a bilheteria abrir. Na volta para casa, passei no La Palma para comprar frutas para a semana, estreando meu carrinho ecológico de supermercado, daqueles muito comuns nas capitais europeias. Cheguei em casa antes de dez horas. Aproveitei o domingo para ler todos os cadernos de cultura do Correio Braziliense e da Folha de São Paulo desde o último dia 18 de agosto. Foram horas e horas lendo. Já era noite quando saí novamente, desta vez para conferir mais uma peça do festival de teatro Cena Contemporânea. Novamente me dirigi ao CCBB onde está em cartaz Abracadabra, texto, direção e interpretação de Luiz Paetow que foi indicado ao Prêmio Shell 2010 por sua concepção e pesquisa. Quando ainda lia as sinopses de todas os espetáculos do festival, antes mesmo dos ingressos começarem a ser vendidos, percebi que não gostaria da peça, mas comprei de teimoso que sou e por não haver outra opção inédita para mim na programação de domingo. A minha sensação se concretizou. Odiei a performance. Logo na entrada do teatro, o público recebia uma lanterna, pois a sala ficava imersa na escuridão. No palco apenas uma caixa preta. O teatro não recebeu público grande, cujo ingresso paguei R$ 15,00. Quinze minutos de atraso e muita luz tremulante das lanternas iluminavam todos os cantos do teatro. O ator começou a dizer o texto ainda no fundo da sala, sem ser visto. Ele ficou deitado no vão entre duas fileiras. O texto é chato. Ficaria melhor se fosse para uma leitura, como uma poesia abstrata. A empostação de voz do ator também não ajuda, ele quer mostrar que está titubeante, um pouco gago, não conseguindo articular bem as sílabas. O público começou a ficar impaciente, a conversar, a rir de nervoso. As luzes das lanternas incomodavam, pois todos pareciam crianças focando o rosto como se foca jacarés em safáris noturnos na Amazônia. Transcorreram quinze minutos, um casal se levantou, protestou, o ator parou de dizer seu texto, o público se dividiu. Alguns apoiaram o casal que se retirava da sala, outros xingavam. Mais gente se levantou para ir embora. Esta foi a tônica ao longo dos cinquenta e cinco minutos que consegui ficar dentro do teatro. Uma jovem berrou pedindo silêncio, outra subiu ao palco, fazendo parte do público pensar que ela era parte da peça. Alguém da produção a retirou do palco. O ator, já no tablado, continuou seu texto, sem muito sentido. Alguém grita que quer teatro. Ele pega a deixa. Faz um trocadilho com cortinas. Da palavra cortina, ele chega na expressão um corte em cena, quando pega uma lâmina para se cortar, no melhor estilo body art. Foi demais para minha paciência. Pela primeira vez na minha vida, levantei e fui embora. Ao entregar a lanterna, fui informado que a peça não tem fim, o ator continua a falar seu texto desconexo até o público cansar. As luzes ao fundo do teatro foram acesas. Creio que era para acelerar o final. Foi a pior experiência em teatro que já presenciei. Horrível. É a peça candidata, na minha opinião, a pior de todas as edições que assisti do Cena Contemporânea. E é mais uma cheia de sombras e depressão.

domingo, 29 de agosto de 2010

CENA CONTEMPORÂNEA - DIA 5

Sábado para descansar. Depois de levar Ric ao aeroporto, voltei para casa para relaxar a tensão acumulada da semana. Pedi comida pelo telefone: China in Box. Só fui sair no início da noite para conferir mais duas peças do festival de teatro Cena Contemporânea. A primeira, às 19 horas, no Teatro Sesc Garagem, encenada pelos goianos do Grupo de Teatro Artes & Fatos, chamada A Balada do Palhaço. Ingresso a R$ 16,00 a inteira. O teatro não ficou cheio para ver a performance dos atores Edson de Oliveira e Bruno Peixoto nos papeis dos palhaços Bobo Plin e Menelão, respectivamente. Não gosto de palhaços, nunca gostei, mas fiquei curioso ao saber que o texto era de Plínio Marcos, famoso pelas peças Navalha na Carne e Dois Perdidos Numa Noite Suja, nas quais as personagens são outsiders. A direção do espetáculo cabe a Danilo Alencar. Em cena, os palhaços vivem um dilema antes do início de uma apresentação: Bobo Plin, o palhaço do circo, não quer mais se apresentar. Ele quer descobrir sua alma. Menelão, o dono do circo decadente tenta demovê-lo desta ideia e fazer seu número, mesmo que seja para um público pequeno. Os recursos cênicos são interessantes, especialmente a iluminação e as performances circenses, como números com malabares e de equilíbrio em tambores. Esquetes típicas com palhaços estão, obviamente, presentes, como os tombos e brincadeiras com o público (mas não é peça interativa). Para quem conhece os textos de Plínio Marcos, vê-se claramente as perturbações presentes em suas personagens marginalizadas, tais como prostitutas, travestis e aproveitadores, todos encenados pelos dois palhaços. Soltei boas gargalhadas. Há também momentos de reflexão, nos quais a dor da solidão, o desespero e as críticas à sociedade moderna estão presentes. Foi muito aplaudido no final. Achei médio, embora tenha gostado se comparado com os demais espetáculos que vi até então. Atrasado, saí correndo para a Sala Martins Penna do Teatro Nacional Cláudio Santoro para conferir a segunda peça da noite, cujo ingresso também custou R$ 16,00. Ao chegar ao local, tive dificuldades para estacionar, já que acontecia a Virada Cultural (um arremedo da Virada Paulista) do DF, em sua primeira edição. Os dois palcos foram montados em parte do estacionamento do teatro, que tinha dois espetáculos naquela noite. Resultado: carros por tudo quanto é lado, incluindo locais não permitidos. Tive que parar o carro perto da rodoviária e descer correndo para não perder o início de Dizer Chuva e Que Chova (Decir Llucia y Que Llueva), segundo espetáculo da companhia espanhola Kabia - Espacio de Investigación Dramática de Gaitzerdi Teatro na programação do festival. Dirigido por Borja Ruiz, o mesmo diretor de Paisagem com Argonautas, desta feita com mais atores em cena, incluindo Juana Lor, a atriz que sola em Paisagem. Puro experimentalismo. Não denominaria o que vi de peça teatral, mas sim um show de efeitos cênicos, visualmente muito bonito. O pouco texto é desconexo, não se relacionando, na maioria das vezes, com o que se desenrola em cena. As referências ao cinema e ao teatro são visíveis: a sombra que se rebela contra o seu "dono" nos remete a desenhos animados, além do filme Dick Tracy; o figurino, os guarda-chuvas e o balé na chuva nos remete ao clássico do cinema Cantando na Chuva; vômitos em vermelho e xixi saindo pelos fundos da calça nos remetem a comédias estilo pastelão; as três cantoras que ficam no palco emolduradas por janelas nos remete aos filmes japoneses, com a quase ausência de movimentos; e a areia saindo da mala enquanto uma atriz caminha pelo palco me remeteu ao dinamarquês Odin Teatret, em peça encenada no CCBB, em edição de 2005 deste mesmo festival, chamada Salt, onde a protagonista tem uma mala cheia de sal. Naquela peça, há uma chuva de sal no palco, mesmo efeito utilizado pelo Kabia quando promove uma "tempestade" de areia fina no palco da Martins Penna. Enquanto teatro, não gostei. Enquanto espetáculo, achei um delírio visual. As cantoras me incomodaram um pouco. Se fosse o diretor, daria o mesmo destino a elas ao dado ao pobre pombo (de madeira) no meio da apresentação: um tiro certeiro e fatal. Enquanto performance, é muito bem ensaiado e sincronizado. Depois de oito peças assistidas, continuo com Till, do Grupo Galpão, que abriu o festival, como a minha favorita.


sábado, 28 de agosto de 2010

CENSO 2010

Já fui recenseado. Rápido, cinco minutos de perguntas. Já faço parte das estatísticas oficiais.

CENA CONTEMPORÂNEA - DIA 4

O calor tomou conta da sexta-feira em Brasília. Terminei a aula mais cedo, liberando a turma cansada para o primeiro final de semana na cidade. Fui para casa tentar dormir um pouco, pois passei a madrugada em claro. Perto de 19:30 horas levantei-me para ver mais uma peça do festival de teatro Cena Contemporânea. Desta vez, Ric foi comigo. O espetáculo teve lugar na Sala Plínio Marcos do complexo da Funarte no Eixo Monumental. Início da peça marcado para 20 horas. Ingresso a R$ 16,00 (inteira). O teatro não ficou cheio para conferir Kabul, nova peça da Cia Amok Teatro, sediada no Rio de Janeiro. Direção, texto e concepção de Ana Teixeira e Stéphane Brodt. O elenco conta com Stéphane Brodt, Fabiana de Mello e Souza, Kely Brito e Marcus Pina. Também no palco, tocando instrumentos usuais no mundo árabe, o músico Carlos Bernardo. Os atores vestem roupas típicas do Afeganistão, incluindo burcas para as duas atrizes. O cenário mostra a pobreza e a simplicidade do povo afegão no início dos anos noventa. A troca de cenários é rápida, executada pelos próprios atores. Há cabos de aço pendurados no teto que servem de sustentação para os objetos do cenário. São três espaços diferentes, todos montados e desmontados no mesmo espaço cênico: a casa de um casal mais velho, a casa de um casal novo e a prisão feminina. O texto é forte, expondo a falta de esperança de um povo que está sob o domínio de fanáticos religiosos. A voz em off falando sobre as proibições no Afeganistão sob o controle de fundamentalistas é revoltante. Mesmo sabendo dos fatos, ao ouvir todas as proibições e restrições de liberdade de uma só vez, ficamos indignados. Os atores que interpretam o primeiro casal tem um belo trabalho de corpo, demonstrando as dores físicas e psíquicas por que passam seus personagens. Já os atores que fazem o segundo casal, os mais novos, não conseguem passar uma verdade plena. O ator do segundo casal tem um sotaque forçado, feio. É claro que a condenação à morte por pedradas está presente no texto, com final previsível para quem presta atenção na história desde o início (doença da mulher mais velha). Sei que o grupo Amok tem como característica uma pesquisa intensa e montagens bem peculiares, mesmo quando encena texto conhecido, como foi o caso de Macbteh, tornando o trabalho não muito palatável. Em Kabul não é diferente. Segundo a sinopse, a montagem é livremente inspirada no livro As Andorinhas de Cabul, do escritor Yasmina Kadra. Achei o texto pessimista, depressivo, para baixo. Além disto, acrescente-se o fato que a música executada ao vivo, teve um efeito sonífero em mim (e em outras pessoas da plateia). Em dias com muito trabalho fica difícil gostar de um texto assim. Mais uma peça do festival que tem a depressão, o negativo, como mote. Fico pensando se a curadoria quis adotar esta linha ou, por enquanto, trata-se de mera coincidência. Já vi Till, Paisagem com Argonautas, Não Precisa Chorar, Neva e Kabul. Já assisti em outra oportunidade as peças, que também estão na programação do Cena Contemporânea 2010, Ilhar, A Cela, Cabaré das Donzelas Inocentes, Canção Para Dançar Sem Par e In On It. Todas estas peças, mesmo Till da qual gostei muito e dei boas risadas, a tragédia, o pessimismo, a decadência, o negativo, o depressivo estão presentes. Definitivamente, não gostei de Kabul.


Para ver se a noite ficava mais alegre, fui conferir, também na programação do festival, a performance de William Lopes na parede externa do Edifício Sede do Ministério do Esporte (Bloco A) na Esplanada dos Ministérios. Chamada de A Carta do Anjo Louco, a performance na qual o ator desce, fazendo evoluções, a parede, de frente para a pista, preso em cabos, tipo as cordas elásticas que são usadas no esporte radical bungee jumping. Enquanto desce, deixa cair várias folhas de papel, talvez a carta do título, enquanto tira o terno listrado que está vestido. Torna-se então uma espécie de coringa, de bufão, ou o anjo louco, fazendo piruetas sincronizadas com projeção de imagens na parede. Para ver esta performance de quinze minutos o melhor a fazer é pegar um colchonete disponibilizado pela produção e deitar de frente para a tal parede. Foi o que fizemos. O ator desde até a metade do prédio e depois, ainda em evoluções, dando a sensação que a gravidade não existe, ele flutua para o telhado novamente, quando é muito aplaudido. Enfim, depois de três dias não gostando do que via, saí satisfeito. Ligamos para um amigo de Belo Horizonte para jantarmos juntos. O restaurante escolhido foi o Unanimitá, onde apreciamos uma delicioso risoto de endívia, radicchio, gorgonzola, pera e nozes. Fim de uma longa sexta-feira.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

CENA CONTEMPORÂNEA - DIA 3

Na terceira noite do festival Cena Contemporânea fui conferir a peça Neva. Encenada pelo grupo chileno Teatro En El Blanco, tem em palco Ingrid Isensee, Trinidad González e Jorge Eduardo Becker. Paguei R$ 15,00 pelo ingresso (inteira), Teatro I do CCBB, com início para 21 horas. Cheguei bem antes ao local, aproveitando para fazer a leitura de uma apostila preparatória da aula que daria na sexta-feira. Lanchei no Bistrô Bom Demais. O teatro não ficou cheio. Não houve a tradicional chamada por sirenes, nem o anúncio em áudio, do festival. As luzes se apagaram e a peça começou. Texto de Guillermo Calderón. No cenário, apenas um tablado, uma cadeira e uma luz destas de esquentar o ambiente, localizada no chão. Era a única iluminação. A história se passa no início do século XX, em São Petersburgo em um teatro às margens do rio Neva, daí o nome da peça. São três atores ensaiando um texto (segundo a sinopse trata-se de O Jardim das Cerejeiras, de Tcheckov), enquanto distúrbios referentes à manifestações de trabalhadores ocorrem nas ruas. A atriz principal, Olga Knipper, viúva do escritor Anton Tcheckov, tem um bloqueio e não consegue dizer o texto. Os dois atores ajudam-na, rememorando (e encenando) os últimos momentos de vida do seu marido, ao mesmo tempo em que continuam ensaiando o texto. Usando o termo de um amigo que também assistiu, trata-se de teatrão, na melhor concepção da palavra. Os atores estão muito bem, especialmente quando discutem técnicas de atuação, de postura em cena. Divido a peça em dois momentos distintos. A primeira parte, um pouco mais do que a metade dos 80 minutos de duração, é leve, divertida, embora em cena há uma representação de um drama. A plateia ri bastante. O texto é falado em espanhol, fácil de entender, mas a produção do festival colocou legendas em português, localizada no alto do palco. Na segunda metade, o texto fica enfadonho, muito chato. Os atores começam a dizer o texto de maneira rápida (nem a legenda conseguiu acompanhar!). Nesta parte, o texto se torna mais ideológico, fazendo referências à Revolução Russa que estava acontecendo, a luta dos trabalhadores e o desejo de não haver ricos. Fiquei inquieto na cadeira com tanta gritaria. Acho que estou ficando exigente demais. De quatro peças que já vi, apenas de uma gostei muito. A única brasileira que assisti até aqui.


quinta-feira, 26 de agosto de 2010

CENA CONTEMPORÂNEA - DIA 2



A minha quarta-feira foi tumultuada com muitos problemas a resolver, além do dia ter sido muito quente e seco. Cheguei ao final do dia sem vontade de fazer nada, mas tinha ingressos para duas peças de teatro que integram o festival internacional Cena Contemporânea. Respirei fundo, enfrentei um trânsito na hora do rush para chegar ao Teatro SESC Garagem, local da primeira peça. Dificuldade para estacionar, já que há faculdades nas proximidades. Entrei na fila às 19 horas, mesmo horário em que as portas foram abertas. O teatro não lotou, mas recebeu um público grande. Diria que faltou pouco para lotar. O ingresso custou R$ 8,00 a meia entrada (cupom Sempre Você). O espetáculo é do grupo espanhol Kabia - Espacio de Investigación Dramática de Gaitzerdi Teatro. Paisagem com Argonautas (Paisaje con Argonautas) é o nome da peça que tem direção de Borja Ruiz. No palco uma atriz (Juana Lor) e um músico (Iñio Olazábal) encenam um texto do alemão Heiner Muller, cuja tradução em português foi entregue na entrada, pois a atriz interpretava em espanhol. A própria sinopse do texto diz que o texto é desconexo, fato ratificado pela atriz em cena, quando ela para a interpretação para explicar, em português, o que significava. Além do texto, uma reprodução de um quadro de Paul Klee no qual um anjo é lavado pelo vento em uma paisagem com fundo vermelho e uma sombra de uma árvore seca, devastadora. Enquanto a atriz está em cena, o músico executa a música ao vivo, tocando alguns instrumentos bem diferentes ou inusitados. A atriz tem uma performance arrebatadora, especialmente quando simula uma bailarina de uma caixa de música, ou provocadora, quando levanta a saia preta e mostra que está portando um pênis falso. Mas o texto é chato, pra baixo, pessimista. O texto retrata o caos, a miséria, a impossibilidade de se voltar atrás, atrocidades,  dores, morte. A peça durou apenas quarenta minutos e a plateia ficou dividida. Alguns aplaudiram de pé, enquanto outros batiam palmas protocolares. Fiquei no segundo grupo. Saí do teatro para outro teatro. Desta vez o teatro da Caixa Cultural, onde vi a segunda peça da noite, Não Precisa Chorar (No Vayas a Llorar), do Teatro Viento de Agua, de Cuba. A dramaturgia é de Boris Villar, enquanto Maribel Barrios faz a encenação. O texto se baseia em fatos reais ocorridas em Havana no ano de 1994, quando milhares de cubanos se jogaram ao mar em embarcações toscas com o objetivo de saírem da ilha para alcançar a sonhada liberdade na Flórida. Mais um texto pessimista, cheio de rancor, de morte, de saudades. Maribel é ao mesmo tempo a mulher abandonada por um ente querido e os cubanos que se aventuraram em uma balsa de madeira e pneus, além de fazer a voz cavernosa que nos remete à própria morte. O teatro não estava cheio, cujo ingresso também paguei R$ 8,00 (meia entrada). Ao final de ciquenta minutos, comentários diversos eram ouvidos na saída do teatro, inclusive em relação à reação da plateia que também se dividiu ao aplaudir a atriz, muitos permanecendo sentados. Fica a sensação de que algo faltou, que a utilização dos recursos de projeção eram excessivos, que a repetição de nomes de pessoas que morreram soa sem sentido para encenação fora de Cuba, de que o texto ficou datado. Noite ruim.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

TILL - A SAGA DE UM HERÓI TORTO

Noite de terça-feira com céu estrelado e uma bela lua. Fazia um frio suportável. Muita gente procurava um lugar para se sentar na Praça do Museu Nacional da República. Nas paredes curvas do museu havia uma projeção com imagens das peças que integram a programação do Cena Contemporânea 2010, festival de teatro que tem a sua décima primeira edição em Brasília. Um palco foi montado na praça com uma arquibancada de madeira em frente. Também haviam cadeiras de plástico mais próximas ao palco. Sentei-me nestas cadeiras, pois cheguei com antecedência de quarenta minutos. A peça de abertura estava marcada para começar às 20 horas. Espetáculo gratuito. Nada melhor que um excelente começo. Grupo Galpão, de Belo Horizonte, com anos de estrada, foi o escolhido. A peça é Till - A Saga de Um Herói Torto. Texto de Luís Alberto de Abreu e direção de Júlio Maciel. O grupo conta com Antônio Edson (Barromeu/Povo/Anão), Arildo de Barros (Parteira/Juiz/Camponês/Carrasco/Padre/Miserável), Beto Franco (Parteira/Português/Padre/Camponês/Miserável), Chico Pelúcio (Demônio/Camponês/Voz do Soldado), Eduardo Moreira (Doroteu/Povo), Inês Peixoto (Till), Lydia del Picchia (Parteira/Consciência/Cozinheira/Menino), Simone Ordones (Alceu/Povo) e Teuda Bara (Mãe/Miserável). A história tem lugar na Alemanha medieval onde nasce Till, um sujeito desprovido de inteligência útil, fruto de uma aposta do demônio com Deus. Como o subtítulo da peça diz, é uma saga de um anti-herói. Inês Peixoto arrasa (usei a expressão de Pek) como Till. Está perfeita, fazendo um aparente bobo que é, na verdade, muito esperto. Ao longo da história, onde temos julgamentos, enforcamento, fogueira, padres perversos, travessuras, há também três cegos em busca das torres de Jerusalém. Hilários, mas mordazes. O elenco todo está em sintonia perfeita. Chico Pelúcio faz um demônio debochado, com alguns trejeitos e maneirismos. Alguns recursos cênicos são fantásticos, especialmente o nascimento de Till, logo no início da trama. É um dos pontos altos da peça. Valeu ter visto o Grupo Galpão voltar às origens, fazendo teatro de rua na rua. Uma maravilha. Vida eterna ao Grupo Galpão. Vida eterna ao Cena Contemporânea.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

CENA CONTEMPORÂNEA

Começou a maratona: Cena Contemporânea 2010. Início maravilhoso com o Grupo Galpão. Depois eu posto um comentário sobre esta abertura. Tenho que dormir, pois o curso que coordeno continua.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

SUGADO

A sensação que tenho no momento é que fui sugado nesta segunda-feira. Estou no osso. Sem forças para escrever ou mesmo pensar. Tenho que descansar, pois além da continuidade do curso que estou coordenando, nesta terça-feira começa a maratona de peças teatrais dentro do festival Cena Contemporânea 2010.

domingo, 22 de agosto de 2010

DOMINGO PAULEIRA


O domingo com meus sobrinhos foi pauleira: Praça Portugal, Esplanada dos Ministérios, Palácio da Alvorada, Praça dos Três Poderes, com direito a milho para os pombos, Espaço Lúcio Costa, Congresso Nacional, onde fizemos a visita guiada de uma hora, almoço no Roadhouse Grill (os dois são difíceis para comer, só queriam frango grelhado e batatas fritas), novamente Esplanada dos Ministérios, onde vimos o pouso desastrado de uma asa delta e um homem descendo pendurado em cordas na parede do Bloco A, Torre de TV (com direito a fila enorme para subir e outra para descer), Setor Militar Urbano (minha sobrinha estudo no Colégio Militar de Belo Horizonte), Parque da Cidade, onde paramos para procurar corujas buraqueiras, que era o desejo dos dois desde que chegaram em Brasília. Foi fácil achar. Ao todo vimos oito delas. Paramos o carro em um estacionamento e caminhamos pela grama. Logo vimos duas corujas e dois quero-queros. Estes dois últimos, ao perceber nossa presença, começaram a gritar feito loucos. Quando nos aproximamos deles, um quero-quero nos atacou. Ele protegia seu território, pois a fêmea chocava alguns ovos. Vimos os ovos, antes de sair correndo.Voltamos para as corujas que estavam na espreita para comer alguns dos ovos, embora havia dois buracos que pareciam ser as tocas das duas. Depois desta aventura, meus sobrinhos estavam cansados da pauleira do dia. Pediram para voltar para casa. Queriam sorvete, tomar banho e arrumar as mochilas. Em casa, eles viram as caixas onde guardo o material de quando eu fazia scrapbook. Os olhos deles brilharam com as canetas coloridas, os diversos carimbos, os adesivos, os perfuradores temáticos. Como não estou mais usando nada, perguntei se eles queriam alguma coisa. Acabaram levando o que cabia na mochila de cada um. Perto de 19:30 horas, os levei ao aeroporto. Feito o check in, deixei-os com uma funcionária da Gol. Fui comer um crepe na Crepe Royale, esperando eles me ligarem de dentro do avião, como combinamos. Minha sobrinha me ligou e fiquei sossegado. Hora de descansar, pois a semana promete. Um curso para 234 novos servidores terá início nesta segunda. Serão quatro semanas de intenso trabalho, já que a coordenação técnica do curso coube a mim. 

NÓS NO BAMBU


Aproveitei a visita dos meus dois sobrinhos e os levei para assistir à Cia Nós no Bambu no sábado à noite. O espetáculo é dirigido por William Lopes e tem o nome Ultrapassa!, com ingressos a R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia). Sala Martins Penna do Teatro Nacional Cláudio Santoro bem cheia. No palco, uma grande estrutura de bambus onde os nove integrantes (Ana Flávia Almeida, Beatrice Martins, Caetano Maia, Camila Costa, Nara Faria, Pedro Mesquita, Poema Mühlenberg, Roberta Martins e Vitor Oliveira) da trupe encenam situações de competições esportivas, tais como atletismo, ciclismo, canoagem e natação. São cinquenta minutos de show. E que show. Performances magníficas nos bambus, mostrando habilidade, concentração, destreza, força, delicadeza e muito bom humor. Alto astral! A esquete da natação é fantástica, com números difíceis de executar, mas eram tão bem feitos que para nós da plateia pareciam facílimos. Simular os movimentos da natação, do ciclismo, da canoagem e do atletismo em pleno ar, apenas amparados por bambus, é incrível. Gostei muito. Meus sobrinhos adoraram também. Muito bom ver um grupo de Brasília em um espetáculo tão bem montado. Saí muito feliz do teatro.

sábado, 21 de agosto de 2010

FINAL DE SEMANA COM SOBRINHOS

Meus sobrinhos chegaram em Brasília nesta sexta-feira à noite. Doze anos (minha afilhada) e nove anos (o irmão dela), vieram sem os pais. Primeira vez que viajam sozinhos. Chegaram animados. Deixamos as mochilas em casa e fomos comer pizza na Pizzaria Valentina, comida favorita dos dois. Depois demos uma volta na Esplanada dos Ministérios, mas ambos dormiram no carro. Voltamos para casa. Deitamos cedo. Sábado teve café da manhã, animação e muitos pedidos, pois os dois tinham sessenta reais cada um e queriam gastá-los no shopping (puxaram o tio!). Queriam também conhecer a Catedral Metropolitana, pois sempre a veem na televisão. Fomos para a Esplanada dos Ministérios. Parei o carro em frente ao Museu Nacional da República. Eles adoraram. Acharam que estavam em um cenário de filme futurista. Perguntavam sobre tudo. tiravam foto de tudo. Quiseram entrar no museu. Ficaram maravilhados com as obras de arte moderna lá expostas. Podia tirar foto sem flash. Mais uma festa. Fomos a pé até à Catedral. Acharam esquisito as estátuas dos quatro evangelistas na entrada. Riram da entrada ser em rampa para o subsolo. Adoraram o interior. Os vitrais ainda não estão todos colocados, apenas pela metade, mas a igreja continua lindíssima. Depois queriam ver uma coruja buraqueira, já que tinham lido que era uma ave do cerrado. Lembrei-me de um buraco próximo ao local onde trabalho, onde uma coruja havia chocado seu ovo. Levei-os até lá, mas a coruja não estava. Tiraram fotos do buraco para mostrar para os pais. Reclamaram de fome. Perguntei o que queriam comer. Responderam que queriam comida mexicana. Não tive dúvidas, fomos para o El Paso, Texas. Sábado é dia de buffet. O mais novo comeu muito, mas minha afilhada só queria frango enrolado em tortilha. Fotos com o sombrero na cabeça. Ric nos encontrou para almoçar. Os pedidos para ir ao shopping ficaram intensos. Também pediram para ir ao cinema. Minha afilhada queria comprar um livro. Fomos para o CasaPark Shopping. Chegamos bem na hora do início do filme Meu Malvado Favorito (Despicable Me), de Pierre Coffin & Chris Renaud, animação dos Estados Unidos de 2010. Adorei o desenho animado. Divertidíssimo. O grande vilão da história é um banqueiro. Nada mais atual... Ao sair do cinema, passamos na Livraria Cultura, onde minha afilhada achou o livro que queria. Ainda devia um presente de aniversário para ela. Ela perguntou-me se podia ser o livro. Além do livro, também dei um filme, que tinha relação com o livro. Queriam loja de brinquedo, queriam sorvete, queriam iogurte. Saímos do CasaPark Shopping e fomos para o ParkShopping. Hagen Daz, Yoggi, PB Kids. Resolvemos ir embora. Novo shopping, desta feita do outro lado da cidade: Iguatemi Shopping. Outra passada na Livraria Cultura, onde tinha uma encomenda para pegar. Compramos Nhá Benta. Minha afilhada gastou seu dinheiro em maquiagem da Contém 1 g. Meu sobrinho já havia torrado sua grana na PB Kids. Quiseram voltar para casa. Estavam eufóricos, mas sabiam que teríamos uma peça para ir à noite. Pausa para descanso...

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

ÊXTASE


Em cartaz no CCBB de Brasília, a peça Êxtase vale a pena ser conhecida. Fui na última terça-feira. Ingresso a R$ 7,50 (meia entrada por ser correntista do Banco do Brasil). Ela ocupa o Teatro II de terça a quinta-feira até o dia 26 de agosto. O horário não é muito adequado, pois começa às 19:30 horas, com duas horas de duração. Horário chato para quem larga o trabalho às 19 horas, não há tempo nem para fazer um rápido lanche. O texto é do cineasta inglês Mike Leigh, com tradução de Mauro Baptista Vedia e Mercedes da Costa e Silva. Vedia também dirige. O elenco conta com Erika Puga (Jane), Amanda Lyra (Di), Mário Bortolotto (Mick), Eduardo Estrela (Leo), Francisco Eldo Mendes (Roy) e Fernanda Catani (Val). A peça se passa em um pequeno apartamento na cidade de Londres nos anos oitenta. São pessoas da classe operária sem muita perspectiva na vida. Jane é o exemplo máximo desta falta de horizontes. Erika Puga consegue fazer uma personagem que passa o tempo todo apática, deprimida, inclusive na hora do sexo. O único momento em que se solta é para cantar juntamente com os amigos uma música que ela gostava de cantar nas bebedeiras nos bares da vida. Por falar em bebedeiras, a peça inteira os personagens enchem a cara de cerveja, gim, martini e vodka, além de acenderem um cigarro atrás do outro. Tem-se a sensação de que as únicas satisfações na vida deles são o cigarro e a bebida. No encontro dos amigos pós bar no apartamento de Jane a conversa gira em torno do dia a dia de cada um, das amizades, do passado de Leo (cuja esposa fugiu com um amante), do casamento de Mick e Di, das faltas ao serviço por causa da bebida. Amanda Lyra é um dos destaques com uma Di incrivelmente verborrágica, com uma voz estridente e chata, dando o tom de comédia para a peça. Bortolotto, como sempre, empresta um ar bonachão ao seu Mick, marido de Di. Já Eduardo Estrela faz um Leo taciturno, tímido, parecendo que vai explodir a qualquer momento, mas nunca o faz. Os dois outros personagens são pequenos, aparecendo na primeira parte da peça. O êxtase é atingido no auge da bebedeira no apartamento de Jane, quando eles esquecem todos os seus problemas, cantando e dançando ao som de Elvis Presley. Gostei muito.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

TAYPÁ

Enfim conheci o restaurante Taypá (SHIS QI 17 Bloco G Loja 208, Fashion Park, Lago Sul), pois sempre tenho ouvido e lido elogios sobre ele. Aceitei convite de dois amigos para jantarmos juntos na noite de segunda-feira para experimentarmos os sabores do Peru. Ric também foi, apesar de não gostar muito de ceviches. Chegamos por volta das 22 horas. Ambiente aconchegante, com decoração em tons de creme e marrom. Algumas peças de cerâmica em um nicho localizado em uma das paredes lembravam se tratar de um restaurante especializado em comida peruana. Três mesas estavam ocupadas, mas toda a parte da frente do restaurante ficou lotada meia hora depois de nossa chegada. Queríamos experimentar vários pratos e bebidas, especialmente as feitas com pisco. Pedimos uma entrada com seis mini ceviches em colherzinhas, mas o garçom disse que ela não mais estava disponível, embora ainda constasse do cardápio.  Um erro que não devia acontecer. No mínimo uma nota já deveria ter sido colocada na carta, enquanto nova é feita. Meu amigo pediu um pisco sour, Ric pediu um drink que misturava pisco e outra bebida, enquanto eu pedia um Ginger Taypá, à base de pisco e gengibre. Para minha decepção, o meu pedido não estava saindo por falta de um dos ingredientes. Escolhi então um feito com café, creme de leite, pisco e algumas frutas vermelhas espetadas enfeitando a bela taça. Os drinks tinham uma ótima apresentação. Também são bem feitos. Para entrada, pedimos um trio de ceviches: o clássico, de atum e um misto. Para os que não comiam este tipo de preparo de peixe, a opção foram batatas recheadas com carne. As duas entradas vieram com boa apresentação e excelente sabor. Os ceviches estavam no cozimento correto, ainda com a textura crua do peixe e o caldo de limão com cebola roxa não estava muito ácido. Para acompanhar, milho verde em grãos cozido e batata doce. O único senão que faço é em relação à batata doce, pois ela veio adocicada, parecendo um mel. Seria melhor ela apenas com seu sabor natural, já bastante doce. Também experimentei as batatas recheadas, em porção com quatro unidades. Saborosas, embora o cominho na carne se sobressaia. Partimos para os pratos principais. Cada um escolheu um diferente. Minha pedida foi outro clássico da cozinha peruana, ou seja, um Ají de Galina. Trata-se de frango em pedaços mergulhado em um molho cremoso à base de pimenta amarela (ají), acompanhado de batatas pequenas cozidas e fritas e arroz branco. Todos os pratos vieram bem montados, mostrando a preocupação da casa com a apresentação, pois, afinal, começamos a comer com os olhos e nada melhor do que um prato bem montado à nossa frente. Quanto ao meu pedido, não achei nada demais, inclusive já comi melhor em Brasília, em Maceió e em São Paulo um bom Ají de Galina. O frango veio envolto em um creme alaranjado, mais puxado para o vermelho e sem nenhum ardor de pimenta. Parece que não usaram a pimenta amarela. Os demais da mesa também não apreciaram muito os seus pratos quentes. Em seguida, a sobremesa. Pedimos duas das opções do cardápio para dividir por quatro. Obviamente que as duas foram as mais tradicionais: suspiro limeña e cinco leches. Ambos estavam saborosos. Apenas eu senti gosto de água de rosas no creme que encima a taça do suspiro limeña, não que isto seja ruim, muito antes pelo contrário, estava ótimo. Quanto ao cinco leches, estou até agora curioso por saber quais são os cinco leches, pois no cardápio só há indicação de quatro deles. Esta sobremesa parece ter sido adaptada, pois no Peru ela leva três leites e se chama, por consequência, tres leches. Sem café, pedimos a conta, depois de mais de duas horas de uma verdadeira orgia gastronômica. Mesmo com as ressalvas nos pratos quentes, voltarei ao Taypá, especialmente para experimentar outros ceviches e novos drinks com pisco.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

CONFISSÕES DAS MULHERES DE 30


Domingo à noite. Mais um evento cultural em minha agenda. Desta feita é a peça Confissões das Mulheres de 30, em cartaz no Teatro dos Bancários (SHCS 314/315 Bloco A, Asa Sul). Não paguei nada pela entrada, pois ganhei dois convites de amigos que patrocinavam o evento. Como fui só, entreguei a entrada que estava sobrando para a produção que logo providenciou sua entrega a uma moça que aguardava uma sobra de ingresso. A sessão tinha lotação esgotada. O ar condiconado do teatro estava bem frio, o que me fez pensar que sempre tenho que carregar comigo uma blusa leve para evitar estes problemas. O texto é baseado em apanhados de Domingos de Oliveira. A direção é coletiva. O elenco conta com Juliana Araripe, Camila Raffanti e Patrícia Pichamone. Peça de sucesso em palcos paulistanos. É uma comédia enfocando as dúvidas e constatações de mulheres que chegaram na casa dos trinta anos, as chamadas balzaquianas. Há muito falatório sobre sexo e homens. São vários monólogos, em revezamento das três atrizes em cena. Poucos são os momentos que as três estão juntas no palco. Tive a sensação de déjà vu, de mais do mesmo. Algumas piadas são sem graça. Há uma esquete sobre futebol, um jogo entre Palmeiras e Corínthians, totalmente desnecessária, sem nenhum impacto em uma plateia que costuma torcer para times cariocas. Senti o cosntrangimento da atriz ao fazer esta esquete. São poucos os momentos em que achei graça. O figurino é horrível, todo negro. O cenário é pobre, apenas uma mesa e um boneco tipo manequim de vitrine sob esta mesa. O final, com as luzes se apagando e as três em posições fixas no palco, apenas iluminadas com lanternas de armário (destas redondas que acendem quando presiona-se o vidro), mostrou-me que as mulheres de trinta não passam de objetos dispostos em vitrines. Mais machista, impossível. Definitivamente, não gostei.

CENA CONTEMPORÂNEA 2010

Vai começar em 24 de agosto a maratona de espetáculos de teatro e dança que integram a programação do Cena Contemporânea 2010. Os ingressos já começaram a ser vendidos desde domingo, 15 de agosto, em três locais em Brasília: FNAC do ParkShopping, onde há cobrança de taxa de conveniência, Caixa Cultural e Bilheteria do Teatro Nacional Cláudio Santoro. Também há possibilidades de comrpar, pela primeira vez, pela internet (www.ingressorapido.com.br). As peças terão lugar em vários espaços culturais da cidade, com o ponto de encontro sendo na Praça do Museu Nacional da República. Os preços continuam os mesmos dos últimos anos, ou seja, R$ 16,00 (inteira) e R$ 8,00 (meia), salvo os espetáculos que ocorrerão no Centro Cultural Banco do Brasil, com valores a R$ 15,00 e R$ 7,50. Também pela primeira vez é possível comprar ingressos para todos os locais nas billheterias centrais. Ao ler no jornal que as vendas começariam no domingo, tratei de ligar para uma amiga que trabalha na produção do festival para saber a hora de início. Ela prontamente me atendeu: ao meio dia do domingo. Cheguei no Teatro Nacional, local mais próximo de minha casa, às 12:15 horas. Sete pessoas estavam na minha frente. O primeiro da fila ainda estava sendo atendido. Fiquei conversando sobre teatro, sobre as peças do festival, enquanto esperava a minha vez. Sempre há problemas técnicos no primeiro dia de vendas. Neste domingo não foi diferente. Com duas pessoas atendendo, uma das impressoras sempre parava de funcionar. Fora que todos ali adoram teatro, motivo pelo qual estavam comprando ingressos para vários dias. Assim, cada um que chegava até a bilheteria demorava um pouco, já que tinha que falar o dia, a hora, o espetáculo, a quantidade de ingressos, se era meia ou inteira, comprovar a meia, escolher os assentos nos teatros com lugar marcado, pagar, aguardar a impressão de todos os ingressos e conferí-los. Mas valeu a pena. Saí de lá com ingressos para todos os dezesseis espetáculos pagos que couberam em minha agenda, já com lugares marcados e sem necessidade de trocar estes ingressos na bilheteria de cada teatro. Um avanço e tanto! Ainda vou conferir sete espetáculos gratuitos. De todos os espetáculos do festival, já conheço cinco. No final, poucos serão os espetáculos que não poderei conferir, por absoluta falta de espaço em minha agenda. Fui embora da bilheteria central às 13:40 horas. Tinha uma feijoada me esperando na casa de um casal de amigos que mora em Londres. Como estão de passagem em Brasília, resolveram comemorar o aniversário de dezoito anos de uma das filhas neste domingo. Tarde agradabílissima que terminei praticando meu esporte favorito: compras na Livraria Cultura do Shopping Iguatemi.

PAN DOO

Uma catástrofe. Um equívoco. Um desastre. São palavras que podem definir minha experiência ao escolher, juntamente com Ric, Ro e Emi, o restaurante Pan Doo (SCLS 306 Bloco C Loja 36, Asa Sul) para jantar na noite do último sábado. Chegamos ao local quando já passavam das 21 horas. O restaurante estava vazio, com apenas duas mesas ocupadas na calçada lateral do bloco onde está localizado. Um garçom perguntou se eu queria mesa no andar superior. Subi para ver o ambiente. Espaço pequeno, sem ninguém. Preferimos ficar embaixo, em uma das mesas da calçada. A proposta do restaurante é muito boa: comida asiática de várias nações daquele enorme continente. No cardápio, em frente a cada prato há uma bandeira e o nome do país de origem. Claro que houve um abrasileiramento dos pratos orientais. Fiquei curioso com algumas opções, especialemnte pratos do Sri Lanka, Malásia e Indonésia. Pedimos a carta de vinhos, além de perguntar se os pratos demoravam para chegar à mesa. O garçom disse que não demoravam muito. Resolvemos pedir um vinho tinto entre as poucas opções da carta, muito modesta, diga-se de passagem. Ric pediu cerveja e uma garrafa de água sem gás. Os demais pediram água com gás. Também pedimos uma entrada para compartilhar. Foi um prato do Vietnã que consisitia em guiozas cozidos no vapor recheados com carne de caranguejo. A cerveja e o vinho chegaram à mesa. O garçon veio apenas com uma garrafa de água com gás dizendo que era a única que havia e a dividiria entre os três que a escolheram. Quanto a água sem gás, nenhuma garrafa. Questionamos se não havia um controle de estoque. Recebemos como resposta que as equipes do dia e da noite eram diferentes. E daí? Onde está o controle? Se já sabiam desde o início da noite que não havia água, porque não providenciaram a compra emergencial no supermercado vizinho? Esperaram que um cliente solicitasse para deslocar uma pessoa para comprar garrafas de água no tal supermercado. Obviamente que chegaram em alguns minutos, sem gelo e assim foram servidas. Não ofereceram gelo. Foi preciso falar que não estava gelada. De qualquer forma, preferi beber sem gelo mesmo, pois parecia que qualquer fala nossa desestabilizava os dois garçons. A entrada chegou em um daqueles recipientes de bambu no qual tinham dez guiozas. Colocaram o recipiente no meio da mesa, mas se esqueceram de colocar pratos e talheres para nós quatro. Quando o fizeram, só dois foram agraciados. Cheguei a pensar que também havia acabado os pratos. Reclamei e vieram os dois restantes. Os tais guiozas estavam bem apresentados, em uma cama de folhas de couve, mas o sabor não me agradou. A massa estava grossa e o molho era sem graça sem sabor marcante. Apesar da fome, ainda sobrou guioza. Resolvemos fazer o pedido dos pratos principais. Cada um fez uma escolha diferente. Pedi um prato da Índia: arroz de jasmim, legumes à indiana e um tornedor com molho de mostarda e mel. Ric também pediu carne vermelha, picanha e  disse ao garçon que gostava da carne muito bem passada. Se fosse alto, poderiam abrir para grelhar bem o bife. Emi escolheu um carneiro cozido com pétalas de cebola, acompanhado de arroz com açafrão da Índia. Ele perguntou ao garçom o que era este açafrão, se era verdadeiro ou se era cúrmuma, como no Brasil. O garçom não sabia responder. Teve que pedir auxílio, mas ficamos sem uma resposta convincente. Em resumo, responderam que era um açafrão...da Índia. Ro escolheu um prato vegetariano, especialidade coreana. Ficamos bebendo e conversando até os pratos chegarem. Perguntaram se queríamos mais uma mesa para aumentar o espaço na hora de jantar. Como o restaurante continuava vazio, aceitamos a sugestão. O primeiro a ser servido foi Emi, que de cara não gostou da aparência do seu carneiro. O pior foi quando o garçon pegou a cumbuca com o arroz. A vasilha estava quente. Ele soltou-a na mesa, soltando um "queimei meu dedo"! Por pouco, Emi também não se queimava, pois o garçom não viu onde soltou o prato. Poderia perfeitamente cair em cima de Emi. O meu tornedor veio cortado ao meio e muito bem passado. Horrível. Fizeram com minha carne a recomendação que Ric fez para seu prato. Além disto, o molho de mostarda com mel era espesso, sem nenhuma suavidade. Os legumes à indiana estavam mergulhados em um molho amarelo, parecendo curry, mas não tinham sabor, pareciam sem tempero. Salvou o arroz de jasmim, pelo menos. Ric não reclamou do seu prato. O pior sobrou para Ro. Ao levar à boca, sentiu que havia carne em seu prato. Chamou o garçom e reclamou, dizendo que havia pedido um prato vegetariano, que havia, inclusive, quando do pedido, dado o nome e o número do prato (36). O garçom disse que entedera mal e soltou a seguinte pérola: a "única diferença deste prato que foi servido e o seu pedido é que este tem filé mignon". Justamente o que Ro não queria. Nem sequer propouseram a troca do prato. Todos, incluindo Ric, deixaram comida nos pratos. Decidimos ir embora logo, sem sobremesa, sem café e sem Nota Legal. Vai ser difícil voltar neste restaurante.

domingo, 15 de agosto de 2010

A ORIGEM

Para minha surpresa, Ric me chamou para ir ao cinema no final da tarde do sábado. Mesmo convite foi feito por Emi e Ro. Todos nos encontramos no Embracine no CasaPark Shopping para ver A Origem (Inception). Chegamos com meia hora de antecedência para a sessão das 18:20 horas. Paguei meia entrada (R$ 9,00) utilizando o cupom Sempre Você do Correio Braziliense. Aproveitamos o tempo para fazer um lanche rápido na lanchonete do cinema. Folheado de peru com queijo e coca zero foram nossos pedidos. Cinema com bom público. O filme é uma co-produção Estados Unidos e Reino Unido, dirigida por Christopher Nolan, o mesmo diretor dos dois últimos filmes do Batman. Sinal de que o roteiro seria inteligente. E é. Ele conseguiu reunir um ótimo elenco: Leonardo DiCaprio, Ken Watanabe (Batman Begins), Cillian Murphy (Batman Begins), Ellen Page (Juno), Joseph Gordon-Levitt (500 Dias Com Ela), Marion Cotillard (Piaf), Michael Caine (Batman Begins), Tom Berenger (Platoon).A história é de um grupo especializado em roubar informações durante o sono das pessoas, enquanto elas sonham. Eles são contratados por um milionário para não roubar informações, mas sim plantar uma ideia no sonho de um herdeiro de uma fortuna milionária. Situação difícil, pois nunca dera certo. Para piorar, o chefe do grupo, vivido por DiCaprio, tem um bloqueio em seus sonhos, onde sempre aparece a sua esposa, já morta.  Embora cheio de nuances, o filme é totalmente compreensivo. Algumas críticas chegaram a mencionar que o filme é muito didático. Discordo, pois não há cortes no enredo para explicar nada, tais explicações vem naturalmente durante o desenrolar do enredo. Ninguém fica perdido, apesar da sobreposição de realidade, sonho e sonho dentro do sonho. O roteiro é bem construído e os atores são muito bem dirigidos. Gostei muito de Joseph Gordon-Levitt no papel de Arthur. Fica uma pergunta no ar ao final dos 148 minutos de projeção: Cobb (Leonardo DiCaprio) está sonhando ou é realidade? Fica para quem assiste decidir.

DONA LENHA

O sábado em Brasília foi muito seco. Uma névoa seca tomou conta da cidade. O calor era intenso. Eu e Ric resolvemos almoçar em algum lugar arejado. Optamos por conhecer o novo Dona Lenha (SCLN 413, Asa Norte). Chegamos às 13:30 horas. O restaurante estava lotado. Ficamos na fila de espera, mas logo fomos chamados, pois uma mesa de dois lugares na varanda do restaurante tinha acabado de vagar. Sentei-me no banco de alvenaria forrado com cacos de azulejos coloridos, formando um belo mosaico. No teto estão pendurados lampiões coloridos que devem dar um charme especial durante a noite, quando estiverem acesos. O cardápio é o mesmo dos demais restaurantes Dona Lenha, mas o serviço ainda precisa melhorar muito. Não limparam a mesa antes de nos chamar para sentar. Tive que pedir a quatro pessoas diferentes que fizessem a limpeza, pois estava cheia de farelo. Quando limparam, apenas passaram um pano molhado na parte descoberta da mesa. O forro de mesa continuou com os farelos. Nós mesmos jogamos os tais farelos no chão. Enquanto esperávamos nossos pratos, fiquei observando o bate cabeça dos garçons. Um deles chegava com o prato e não sabia em que mesa servir. Ele tinha o número da mesa, mas não tinha decorado a posição de cada uma delas. Ficava rodando de mesa em mesa verificando o número pregado em uma das suas laterais. Uma senhora, sentada em uma mesa ao meu lado, reclamou da demora da salada que pediu como entrada. Seu prato principal acabou chegando primeiro. Ela cancelou o pedido da entrada, mas mesmo assim, sua salada chegou quando ela já quase terminava seu prato. Obviamente que foi dispensada a salada tardia. Nossos pratos não demoraram muito. Inclusive a mesa do outro lado, tendo feito o pedido antes mesmo de eu me sentar, reclamou que os pedidos de nossa mesa tinha chegado primeiro. Meu prato era um filo burger, massa filo fechada recheada com hamburger de picanha, shitake e shimeji. Acompanha o prato uma salada verde e batatas cozidas. O prato estava saboroso. Ric reclamou que o prato que pedira era em pequena quantidade. ele também pediu um filo, só que de cordeiro. Sem sobremesa e sem café, foi nossa decisão. Depois de mais de uma hora no restaurante, aproveitando a brisa fresca que corre na sua varanda, pedimos a conta, que demorou a chegar. Nem solicitei a Nota Legal, pois vi que poderia ser uma nova longa espera. Voltarei, pois gosto da comida, mas espero que estes problemas de serviço desatento e confuso já estejam resolvidos.

DOM FRANCISCO - DEGUSTAÇÃO

Estive no restaurante Dom Francisco (Praça de Alimentação - ParkShopping), juntamente com mais seis amigos, para um jantar harmonizado com vinhos da vinícola australiana Clarendon Hills. Foi na noite da sexta-feira. O valor do jantar com os vinhos e água foi R$ 220,00 por pessoa, já incluído o serviço. Mais de vinte e cinco pessoas participaram do evento que contou com a participação do próprio enólogo da vinícola, o Sr. Roman Bratasiuk. Os vinhos são importados pela Viníssimo, com sede em São Paulo. Foi a primeira vez que foram apresentados em Brasília. Como a Clarendon Hills não produz vinho branco, a importadora trouxe vinhos da Noza Zelândia de seu portifólio que foram servidos tanto como drink de boas vindas, quanto na harmonização com o primeiro prato da noite. Os vinhos eram da região de Marlboroug, Nova Zelândia. Não aprecio vinhos brancos, portanto bebi apenas para brindar com os amigos. Já os vinhos tintos são da região de McLaren Valley, Austrália. O Sr. Bratasiuk, explicitamente cansado, explicou como são produzidos seus vinhos. Ele falou em inglês, com tradução de um americano que sabe um pouco de português. Falaram baixo, sem sistema de som. Ficou difícil prestar atenção. Enquanto falavam, os vinhos da degustação foram servidos na seguinte ordem:
01) Romas Grenache 2007 (R$ 515,00)
02) Hickinbotham Cabernet Sauvignon 2007 (R$ 344,00)
03) Moritz Syrah 2007 (R$ 386,00)
04) Hickinbotham Syrah 2007 (R$ 515,00)
Minha ordem de preferência foi 1-4-3-2.
Todos são vinhos monocastas, potentes e com potencial de guarda para 20 anos, além do teor alcóolico ser alto (14,5%).
A degustação teve início às 20:30 horas, embora estivesse marcada para começar às 20 horas. O jantar começou a ser servido por volta de 21:30 horas. Seguindo uma tendência gastronômica em Brasília, tivemos um ceviche de vermelho, servido em taça alta, como entrada. Peixe fresco, suco de limão forte, coentro (não gosto desta erva) e cebola roxa. Estava bem feito, mas o peixe poderia estar um pouco menos cozido. Harmonizou com um Maven Wines, Daisy Rock Sauvignon Blanc 2008. Esta entrada não consta do cardápio do Dom Frnacisco. Em seguida, uma das iguarias do cardápio do restaurante, ossobuco ao vinho tinto e polenta cremosa. Prato delicioso, carne tenra, cozida no ponto. A polenta é fantástica. Dá vontade de pedir um prato de polenta a mais. Mais um vinho da Clarendon Hills acompanhou este ossobuco, o Hickinbotham Grenache 2007 (R$ 300,00). Fechamos o jantar com um cheesecake de banana maravilhoso, tornando-se o meu sabor favorito para esta iguaria. Por fim, café Nespresso descafeinado.

PARLAPATÕES





A história da primeira década de sucesso!

sábado, 14 de agosto de 2010

ANTIGRAVITY



Quinta-feira, 21 horas, Sala Villa Lobos do Teatro Nacional Cláudio Santoro. Eu e Ric ficamos em uma fila imensa para entrar, mesmo com os lugares marcados, para ver Antigravity, uma companhia americana de acrobacias aéreas. Paguei R$ 30,00 (meia entrada com o cupom Sempre Você do Correio Braziliense). Houve atraso para a abertura das portas de acesso ao teatro. Havia um grande público, embora não estivesse completamente lotado. Muitos adolescentes com uniformes de escolas do DF se faziam presentes, indicando que houve distribuição de ingressos por parte da produção do espetáculo. Antes do início do show, houve a projeção de um vídeo sobre o intercâmbio que alguns membros da Antigravity fizeram em seis capitais brasileiras no mês de julho, com imagens e depoimentos de adolescentes sobre a experiência. A companhia tem vinte anos e reúne ex-atletas, especialmente das modalidades da ginástica artística e rítmica, além de oriundos das competições de X-Games. O espetáculo é dividido em dois atos, com intervalo de quinze minutos entre eles. É uma mistura de esportes, dança, circo, música e luzes numa salada de acrobacias. O elenco reúne quatorze pessoas, além de uma artista convidada, a anã Terra Jolé, que faz números dublando cantoras do mundo pop, enquanto o palco é arrumado para novo número. Para quem já viu o Circo Imperial da China ou o Cirque du Soleil vai achar entediante as apresentações. Como já vi os dois, não gostei do espetáculo. Há altos e baixos, O nível não chega a empolgar. As apresentações que se inspiram na ginástica rítmica são sofríveis. O número com fita é muito ruim, cheio de erros. O mesmo vale para o número com bolas. As ginastas/artistas entraram vestidas com uniformes da seleção brasileira e as bolas lembravam as de futebol. Foi tão ruim que me lembrei da seleção de futebol do técnico Dunga. Já os números com bambolês (arcos) foi melhorzinho, especialmente quando entram em cena os dois atletas que fazem evoluções dentro de arcos gigantes, parecendo o famoso desenho de Leonardo Da Vinci, o Homem Vitruviano. As dublagens de Jolé são engraçadas, mas as drag queens brasileiras dão de mil na sua apresentação. Quando ela entrou em cena como Britney Spears foi interessante, mas ficou repetitivo ao entrar como Ivete Sangalo (uma evidente apresentação preparada especialmente para a turnê brasileira) e como Lady Gaga. Se eu fosse o diretor, manteria apenas esta última, pois a coreografia com o elenco masculino é divertida. Outro defeito do espetáculo é a péssima ligação entre um número e outro, com falhas na música (interrupções abruptas), na iluminação e não há alguém para recolher do palco roupas e objetos que pertencem a números passados. A fita do segundo número ficou em cena por mais três apresentações, caída no canto direito do palco. Há, contudo, números interessantes, como a cama elástica com paredão, que não apresenta nada de novo, mas é bem executada. Novo mesmo somente a performance com o elenco masculino, todos calçados com uma bota metálica, com molas propulsoras. Eles pulavam e rodopiavam em torno do corpo, com saltos mortais. Parecia um filme de ficção científica. Enfim, não gostei do show como um todo.

RESTAURANTE L'Ô

O calor em Fortaleza estava forte, mas muito melhor do que a secura que assola Brasília neste mês de agosto. Quarta-feira, acordei depois de um breve cochilo com vontade de dar uma volta. Também estava com fome. Resolvi conhecer o moderno restaurante L'Ô (Avenida Pessoa Anta, 217 - Centro), bem próximo ao agito noturno do Centro Cultural Dragão do Mar. Eram 21 horas quando peguei um táxi na porta do Hotel Ibis, na Praia de Iracema, em direção ao restaurante. Corrida rápida e barata, pois paguei R$ 10,00. O L'Ô fica em uma esquina. Na entrada, ainda ao ar livre, há um amplo bar com mesas e cadeiras debaixo de algumas árvores, onde fui recebido por um garçom. Disse que queria jantar e estava só. Ele me conduziu até o interior do restaurante, onde há uma sala de espera aconchegante e um outro bar, desta feita para se esperar no balcão, tomando um drink. O salão onde ficam as mesas é amplo, com decoração moderna, pé direito alto. Dois lustres negros são o destaque deste salão. Ainda há um mezanino que não conheci. Fiquei em uma mesa posicionada de frente para uma das grandes janelas de vidro que dão para o bar externo. Além de minha mesa, apenas mais uma estava ocupada com cinco pessoas. O atendimento é eficiente, algo raro em Fortaleza. Fui muito bem atendido. Pedi uma taça de espumante para refrescar. Salton Brut é a única opção em taça. Como o meu almoço tinha sido bem básico e estava com fome, aceitei o couvert. Um creme de aspargos, um profiterole salgado, uma porção de berinjela, além de pães e manteiga. De entrada, a minha escolha foi por um mesclún de folhas (alface verde e rouge) com mussarela de búfala fresca, além de abacaxi e melão. As frutas estavam deliciosas, doces, casando perfeitamente com o ácido do molho em cima das folhas. Belo começo. Como prato principal, pedi um risoto de camarão com parmesão. Nada de novo, nem de surpreendente. O arroz estava cozido além do ponto, mas não comprometeu o sabor. Diferente de casas de Brasília, há uma fartura de camarões no risoto. Bebi apenas água com gás durante o jantar. Para finalizar, sobremesa. Escolhi um strudel de manga com gengibre, acompanhado de sorvete de mel. O gelado estava com sabor suave, mas o strudel não tinha uma massa boa. Estava endurecida. O recheio de manga com gengibre é muito saboroso, se a massa estivesse mais fresca, seria melhor. Mesmo com estas ressalvas que fiz, gostei da comida, do lugar e do atendimento. Pedi que chamassem um táxi. Prontamente atendido, voltei ao hotel, pagando o mesmo valor da ida. No hotel, pedi que me acordassem às quatro e meia da madrugada, já que meu voo de volta para Brasília estava marcado para seis horas da manhã. Fim da viagem a Fortaleza. Fiquei menos de 24 horas em terras cearenses.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

FORTALEZA - CEARÁ

Imaginem um dia lindo, céu azul, vento constante, umidade relativa do ar perfeita, calor, uma visão maravilhosa do mar verde de Fortaleza da janela. Agora imaginem isto tudo, mas vestido de calça comprida, camisa de mangas compridas, sentado em uma mesa ao lado de janelões com a vista para o mar, fazendo uma apresentação para um público de cerca de 100 pessoas. Foi assim o meu final da manhã e grande parte da tarde desta quarta-feira no Ceará. Tive que acordar cedo, arrumar a mala de mão, fazer o check in pela internet ainda em casa, ir para o aeroporto, embarcar, no horário, em voo da Gol para Fortaleza em avião lotado, chegar no horário na capital cearense. Já me esperavam no aeroporto. Fui direto para o hotel onde acontecia o evento no qual fiz a apresentação e também onde me hospedei. A mesa da qual participei terminou tarde, quando todos fomos almoçar no mesmo restaurante perto do hotel. Não eram estes os meus planos. Já tinha indicações de restaurantes na cidade, mas não tive escapatória. Acompanhei os participantes do evento no almoço no restaurante O Capo (Rua Barão de Aracati, 50, loja 4, Praia de Iracema - Hotel Holiday Inn), dos mesmos proprietários do famoso Marcel. O tema do evento se prolongou durante o almoço. Respondendo a dúvidas e comentando sugestões, apreciei um pargo grelhado com molho de camarão, acompanhado de arroz branco e purê de batatas. Muito básico. O purê estava com um gosto forte de margarina, motivo pelo qual fiquei somente no peixe e seu molho (um pouco espesso para meu paladar). Consegui voltar para o hotel já com a tarde indo embora, perto de 17:30 horas. Acabei dando uma cochilada, só acordando com o celular tocando. Aproveitei para atualizar este blog.

47ª REUNIÃO DA CONFRARIA VINUS VIVUS

Depois de muitas reuniões com desfalques entre os integrantes, a Confraria Vinus Vivus, da qual faço parte, se reuniu sem faltar ninguém. Reunimo-nos no apartamento de Lucimar para degustarmos três vinhos do Priorato, região produtora da Espanha. Vinhos tintos. A reunião começou um pouco atrasada, mas não estava programada a sessão prévia de aromas, quando alguns frascos do set Le Neu du Vin são escolhidos pelo nosso sommelier para que possamos nos acostumar com possíveis aromas que vamos sentir nos vinhos da degustação. É um exercício interessante, pois acostuma nosso olfato com tais aromas. Nas primeiras rodadas, errávamos quase tudo. Agora, o nível de acertos é alto. Mas desta vez não houve os famosos frasquinhos. Quando a última integrante chegou, nos sentamos ao redor da mesa e começamos a degustação da noite. Noite de muita conversa, muito falatório, de muitos palpites. Sinal de que os vinhos agradaram. Gostei de todos os vinhos da noite, os três da degustação e o que acompanhou o jantar oferecido pelo anfitrião. Os quatro vinhos eram da mesma região. A seguir, relaciono os vinhos degustados e as impressões da confraria:

Vinho 1:
Idus Vall de Lach
Safra: 2004
Álcool: 15,5%
Cor: rubi, rubi
Castas: 45% cariñena, 20% merlot, 15% cabernet sauvignon, 10% syrah (shiraz) e 10% garnacha (grenache)
Aromas: maresia, mineral, especiarias (tomilho, pimenta do reino), banana passa
Boca: alcóolico (quente), ameixa madura, cerragem, taninos presentes, seca a boca ao final
Estágio: em torno de 14 meses de barricas (40% barricas novas e 60% barricas de segundo uso)
Guarda: até 2027
Pontuação: 91 pontos - Robert Parker
Importadora: Expand - R$ 385,00
Curiosidades: a vinícola não possui vinhedos próprios. Safra com apenas 21.250 garrafas.


Vinho 2:
Clos Figueres
Safra: 2006
Álcool: 14,5%
Cor: rubi, rubi
Castas: 80% cariñena e garnacha, 20%  de syrah, cabernet sauvignon e mourvèdre
Aromas: maresia, mineral, compota de frutas
Boca: redondo, elegante, tem corpo, mas não é pesado
Estágio: 13 meses de barricas de carvalho francês novas
Guarda: de 15 a 20 anos
Pontuação: 94 pontos - Robert Parker e Wine Spectator
Importadora: Mistral - R$ 320,00
O campeão da noite. Preferido por nove entre os dez que participaram da degustação.

Vinho 3:
Mas Doix
Safra: 2005
Álcool: 15%
Cor: rubi, rubi
Castas: 50% cariñena, 48% garnacha, 2% merlot
Aromas: especiarias (tomilho, pimenta do reino)
Boca: alcóolico (quente), taninos rugosos, salgado
Estágio: 16 meses de barricas
Guarda: 15 a 20 anos
Pontuação: 98 pontos - Robert Parker
Importadora: Mistral - R$ 570,00
Foi escolhido como o melhor da noite por um integrante da confraria, o anfitrião.

O jantar, preparado pela mãe do anfitrião, foi servido logo que terminou a degustação. Apreciamos um filé mignon em tiras servido na moranga, depois de ir ao forno. Acompanhou arroz branco e uma torta de sardinha. Sabor caseiro, comida muito bem feita e gostosa. O vinho que acompanhou o jantar, também do Priorato, foi o Martinet Bru, safra 2007, com 14,5% de teor alcóolico, tendo em sua composição 70% garnacha e 30% syrah. Fica 18 meses em barrica. Importado pela Grand Cru, custa R$ 152,00 a garrafa. Foram servidas duas garrafas durante o jantar. Para finalizar, torta de morango como sobremesa, café Nespresso e licor de jaboticaba, também preparado pela mãe do anfitrião. Mais uma reunião chegou ao final, votando-se o tema da próxima, a ser realizada em 14 de setembro. Decisão apertada: 4 votaram pelo confronto entre vinhos do Líbano e de Israel e 3 preferiram escolher a degustação de vinhos da Patagônia, Argentina. Ao final, decidimos que setembro teremos como tema a primeira opção e em outubro a segunda. Assim, todos foram agraciados.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

CONFRARIA VINUS VIVUS

Hoje é dia de mais uma reunião da Confraria Vinus Vivus, da qual faço parte. Degustaremos vinhos do Priorato, região da Espanha. Reuniremo-nos no apartamento de Lucimar a partir de 20 horas. Será nosso 47º encontro. Postarei as minhas impressões sobre os vinhos degustados.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

FOLGA

Domingo foi todo dedicado ao descanso, sem peças teatrais ou shows ou outra forma de cultura. Fiquei em casa. Ric preparou o almoço. Convidamos quatro amigos para apreciar uma galinha capiria, arroz, feijão, angu (feito por um dos amigos) e quiabo, com uma salada de entrada. Para beliscar antes do almoço apenas frutas, pois o clima está muito seco e quente em Brasília: morangos orgânicos, cerejas e jaboticabas. Estas frutas foram acompanhadas plo frescor de uma champagne Veuve Clicquot. Harmonizando com o almoço, dois vinhos tintos, um Chianti e um espanhol. Permanecendo na culinária mineira, tivemos mamão verde em calda com queijo minas como sobremesa, também harmonizado com um vinho de sobremesa sul-africano. Finalizamos com café Nespresso acompanhado do licor de amêndoas português Amarguinha. Foi uma tarde muito agradável. Depois que os amigos foram embora, já perto de cinco horas da tarde, deitei para descansar e peguei no sono, só acordando já bem de noite, quando fui ler os jornais do dia e atualizar meus e-mails.

domingo, 8 de agosto de 2010

GORDA


Mais uma noite de sábado dedicada às artes cênicas. Eu e Ric fomos conferir o sucesso de público em terras paulistas e cariocas Gorda. Ingresso a R$ 35,00 (meia entrada com o cupom Sempre Você). Sala Villa Lobos do Teatro Nacional Cláudio Santoro lotada. Atraso de apenas dez minutos. O público brasiliense continua sem educação, pois muitas pessoas insistem em chegar atrasadas, já com o espetáculo iniciado. Houve um problema com o som durante toda a peça, mas no começo foi pior. Gritos da plateia durante um diálogo, pois o som não estava chegando ao fundo e às laterais do teatro. Também houve muita microfonia, pois tentavam aumentar o volume de captação dos microfones que ficavam pendurados no teto. A solução pode ser eficiente em salas menores, mas não o é em grandes teatros, como é o caso da Sala Villa Lobos. O texto é do cineasta americano Neil Labute. Direção do argentino Daniel Veronese, que gosta de dar um toque natural às peças que dirige. E nesta peça não foi diferente. Embora uma comédia leve (sem trocadilhos!), tudo que se passava em cena parece realidade, parece natural. O elenco conta com Fabiana Karla (Helena, a gorda do título), Michel Bercovitch (Tony), Mouhamed Harfouch (Caco) e Cacau Melo (Joana). Venderam a imagem de ser uma comédia, explorando a imagem de Fabiana Karla, sucesso nas noites de sábado no global Zorra Total (nunca vi este programa). Realmente é uma comédia, mas o texto é inteligente, nada de besteirol ou stand up comedy que fazem sucesso nos palcos nacionais. Com forte conteúdo, a peça nos dá um soco no estômago. Explorando a situação de Helena ser bem resolvida com seu corpo, fora dos padrões de beleza ditados pela sociedade atual, e seu relacionamento com um jovem executivo, magro, expõe os preconceitos e a vergonha de se relacionar com pessoas "estranha" ao padrão exigido por uma sociedade capitalista e moralista. O preconceito se revela, principalmente, nas falas de Caco e de Joana, colegas de trabalho de Tony, o namorado de Helena. E para provar que o texto se relaciona com toda forma de preconceito e discriminação, o personagem Caco, tentando convencer Tony a largar a gorda, diz que os "normais" da sociedade rejeitam os gays, os velhos, os gordos, os deficientes (ele usa as palavras retardados e aleijados) porque sentem medo de existir a possibilidade de ser um deles. Ele chega a falar que espera morrer antes de chegar a velhice pois odeia velhos. O elenco está afinado, mas embora Fabiana Karla é a única a aparecer no material de divulgação da peça, cabe aos dois atores a maior quantidade de falas. Destaco Mouhamed Harfouch. Ele tem um tempo de comédia muito bom e conseguiu transmitir emoção ao falar um texto dramático, descrevendo sua relação com a sua mãe gorda. O público aplaudiu em cena aberta por mais de uma vez. O final é impactante e surpreendente. Ouvi muita puxada de nariz, sinal de algum choro, de emoção, também visível nos olhos dos atores.


Terminamos esta noite em uma festa de quarenta anos do filho de uma colega de trabalho.

sábado, 7 de agosto de 2010

AFRO SAMBA JAZZ


Ainda com o espírito no jazz devido ao festival I Love Jazz encerrado na quinta-feira, fui conferir o show Afro Samba Jazz no mesmo Teatro Oi Brasília (The Royal Tulip Brasília Alvorada Hotel). Decidi ir a este show somente na última terça-feira, mas ainda consegui encontrar ingresso (R$ 50,00 - inteira), ficando bem posicionado de frente para o palco, embora na décima fileira. O show é uma homenagem a Baden Powell feita por Mário Adnet e Philippe Baden Powell, filho do homenageado. A orquestra é formada por treze integrantes, todos excelentes músicos que já acompanharam cantores e cantoras do primeiro time da música brasileira e internacional, como o brasiliense Jorge Hélder no contra-baixo e Mestre Marçal na percussão. Canto de Xangô foi a primeira música a ser executada, com muitos aplausos do público, que compareceu em grande número, embora lugares vazios eram vistos no teatro. Após a segunda música, Philippe explicou a origem do show. Revirando as coisas de seu pai, ele encontrou várias partituras de músicas inéditas, todas tendo relação com o famoso trabalho que Baden Powell fez com Vinícius de Moraes em 1966, no famoso disco Afro-Sambas. Sete destas músicas inéditas foram apresentadas no show, juntamente com algumas pouco conhecidas e aquelas que fizeram parte do famoso disco, como Canto de Ossanha. Philippe ou Mário Adnet identificaram pelo nome todas as músicas apresentadas. Na primeira metade do espetáculo, a violonista Antônia Adnet foi chamada em cena para tocar duas músicas. O clã Adnet também tinha uma representante na orquestra de sopros, aliás, a única mulher entre os sete músicos do sopro. Por falar em Adnet, Mário, que juntamente com Philippe, assina a direção musical do show, foi infeliz em duas ocasiões em que tentou fazer piada, uma sobre o nepotismo e outra sobre ir ao banheiro (os famosos número 1 e 2). O show estava ótimo, com todos da plateia acompanhando atentos a execução das músicas novas e antigas, estas com arranjo diferente dos já gravados por Baden. Os comentários de Adnet foram totalmente desnecessários. Já perto de uma hora e meia de show, com todos os músicos apresentados e muito aplaudidos, a convidada especial entrou no palco: Mônica Salmaso. Embora tenha os discos dela, ache a voz dela afinada e muito bonita, não gosto de vê-la no palco. Ela cantando me dá sono. Achei que se falasse isto, soaria uma eresia, mas ouvi outras pessoas fazendo este tipo de comentário na saída. Ela cantou pouco, apenas três músicas. Ao final de uma hora e quarenta minutos, a orquestra agradeceu ao público que, obviamente, pediu bis. Mário Adnet disse que seria complicado todos saírem do palco para em seguida retornarem. Ficaram e executaram mais duas músicas. A primeira delas de autoria de Moacir Santos que fazia aniversário de falecimento naquela noite. A segunda, mais um tema de Baden Powell, que também aniversariava no mesmo dia, pois, se estivesse vivo, faria 73 anos. Nesta última música, Antônia Adnet e Mônica Salmaso voltaram ao palco. O show foi muito bom, ressalvados os comentários dispiciendos de Mário Adnet.


sexta-feira, 6 de agosto de 2010

I LOVE JAZZ - JUDY CARMICHAEL

Demoraram a arrumar o palco para o segundo show da última noite do festival I Love Jazz no Teatro Oi Brasília. Eram 22:50 horas quando anunciaram a atração que fecharia o festival: Judy Carmichael Seven. Famosa pianista, Judy já se apresentou várias vezes no Brasil. Por isso, ela fala um pouco de português. Enalteceu o nosso país, além de dizer, por mais de uma vez, que os brasileiros são muito sexy. Apresentou os seis músicos que a acompanham, identificando aqueles que viajavam pela primeira vez ao Brasil. O começo foi empolgante, com a cantora/instrumentista sentada ao piano, em uma performance arrebatadora. Ela se levanta para cantar uma música, uma adaptação de Ravel (foi em português mesmo que ela falou sobre a música). Ao perceber que há fotógrafos tirando fotos do palco, ela faz pose e brinca com eles. Chega a dizer que adora ter homens a seus pés, pois o fotógrafo estava sentado no chão para não atrapalhar o público, em menor quantidade do que no primeiro show. Durante sua apresentação, ela diz o nome de quem vai solar, ou aponta para eles. No início, achei legal ouvir os solos, mas na medida em que o show evoluiu, comecei a achar repetitivo, pois os solos, para um leigo como eu, pareciam ser os mesmos. Quando ela cantava, eu gostava, mas chegava nos solos, achava chato, não apreciava. Vi gente dando umas pescadas quando o show estava pela metade. O show durou uma hora, como os demais deste festival. Ela foi muita aplaudida e nem sequer saiu para o bis. Parecia apressada, pois havia uma programação de uma jam session no pub do hotel onde fica o teatro da qual também participaria. Fez mais uma música e saiu. O apresentador logo entrou para agradecer o comparecimento de todos, convidando para a tal jam session onde estariam os músicos dos dois sextetos que se apresentaram na quarta-feira (não pude estar presente em virtude de estar em Salvador), os integrantes da Antigua Jazz Band e do septeto de Judy Carmichael. Ela própria começaria a sessão, mas teria que logo sair pois retornaria aos Estados Unidos na manhã desta sexta-feira. Era tarde, passava da meia noite e eu tinha fome. Resolvi não ir ao pub. Fui comer um sanduíche longe dali, no Respeitável Burger, na Asa Sul.
Avaliando o festival, gostei bastante do nível dos convidados. Espero que haja uma terceira edição em Brasília no ano que vem e que seja como em Belo Horizonte, com entrada gratuita. Para mim, dos shows que vi, os classifico por ordem de preferência da seguinte forma:
01) Pink Turtle
02) Elza Soares
03) Antigua Jazz Band
04) Judy Carmichael
05) Victor Biglione
Registro que não achei nenhum dos shows ruins. Todos foram de excelente nível. Fiz apenas uma distribuição a partir do que mais gostei.