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domingo, 31 de março de 2013

INÍCIO DO CRUZEIRO - CINGAPURA, TAILÂNDIA, VIETNÃ E HONG KONG

Neste domingo de Páscoa vou começar a fazer um cruzeiro que sairá de Cingapura, passará por Tailânida, onde fará duas paradas, Vietnã, com três paradas, terminando em Hong Kong, no dia 11 de abril. Neste período, o acesso à internet será difícil, não sendo possível a atualização deste blog com meus relatos de viagem, o que farei somente quando retornar ao Brasil.

FELIZ PÁSCOA PARA TODOS E TODAS!

QUATRO ANOS DE BLOG

Quatro anos de blog!!!


sábado, 30 de março de 2013

DB BISTRO MODERNE - GASTRONOMIA EM CINGAPURA


Restaurante com unidades em New York, Miami e Cingapura.

Endereço: 2, Bayfront Avenue, The Shoppes at Marina Bay Sands, Cingapura.

Fone: + 65 6688 8525

Diferencial: os sanduíches e as batatas fritas

Especialidade: um misto de culinária francesa com os sabores americanos, com destaque para os sanduíches, sob o comando do chef Daniel Boulud.

Quando fui: almoço de 29 de março de 2013, sexta-feira. Éramos quatro pessoas.

Serviço: ao estilo americano, rápido, eficiente e sem muito contato com o cliente.

O que bebi: uma lata de Coca Cola Light.

O que comi: apesar da carta ter vários pratos clássicos da culinária francesa, optei por um sanduíche. No entanto, ao invés de apreciar um autêntico americano, preferi o de raízes francesas, o The Frenchie Burger (SGD 27): hamburger de carne coberto com confit de barriga de porco, cebolas caramelizadas, queijo morbier, folhas de rúcula, picles de pepino em um pão preto com pimenta. Carne macia, no ponto, e uma mistura de sabores que harmonizou muito bem. Deu vontade de pedir outro. Como acompanhamento, pedimos uma porção de batatas fritas (SGD 12), que compartilhamos. Sequinhas, parecia a grande sensação do restaurante, pois vi a iguaria em quase todas as mesas do restaurante.

Valor que me coube na conta: SGD 45.

Minha avaliação: * * * 1/2.


Gastronomia Cingapura

sexta-feira, 29 de março de 2013

IMPERIAL TREASURE FINE CHINESE CUISINE - GASTRONOMIA EM CINGAPURA


Endereço: 8, Bayfront Avenue, #02-04, The Shoppes at Marina Bay Sands, Singapore.

Contatos:  +65 6688 7788 (mbs@imperialtreasure.com)

Diferencial: fica no segundo piso do cassino do shopping e pertence ao mesmo grupo do premiado Imperial Treasure Super Pecking Duck Restaurant.

Especialidade: culinária chinesa, servida com certo requinte.

Quando fui: jantar do dia 27 de março de 2013, quarta-feira. Éramos quatro pessoas. Fomos acomodados em mesa bem perto da entrada, encostada na parede de vidro que nos permitia ver o corredor de acesso ao restaurante japonês que fica em frente. Chegamos depois de 21:00 horas, quando o restaurante já perdia o movimento, uma vez que os locais costumam jantar cedo. A maioria dos restaurantes em Cingapura fecha a cozinha às 22:30 horas.

Serviço: muito bom, com uma enorme brigada de garçons servindo a nossa mesa. Como escolhemos pratos para compartilhar, eles foram chegando na medida em que iam ficando prontos, fato muito comum na China.

O que bebi: uma garrafa de Coca Cola Light, em copo com muito gelo. Aceitei também uma xícara de chá verde antes de iniciar a refeição.

O que comi: escolhemos seis pratos para compartir:
01) um bife cortado em pedaços temperado com pimenta preta. Não experimentei este prato.


02) filé cortado em tiras com cogumelos frescos cozidos no vapor. Também não provei deste prato.
03) frango cozido no vapor, servido com cartilagem, acompanhado de cogumelos também cozidos no vapor, tudo por cima de uma folha de lótus. Quando fizemos o pedido, informaram que, naquele prato, o frango era servido com cartilagem. Resolvemos experimentar e não gostamos. O frango estava com gosto de mal lavado. Pensei que a folha de lótus viria misturada com os demais ingredientes do prato, mas era apenas um enfeite.


04) noodle (macarrão de arroz) braseado com shimeji e um molho típico chinês chamado xue cai. Prato aparentemente simples, mas com sabor marcante e muito gostoso. Aprovadíssimo.


05) arroz branco cozido no vapor, servido em cumbucas individuais. Como eu já esperava, totalmente sem tempero, próprio para acompanhar os pratos que estavam na mesa com abundância de molhos. Gosto deste arroz e não foi diferente nesta noite.
06) noodle frito misturado com vegetais. O macarrão estava bem crocante, compacto e saboroso. A acelga que dominava os vegetais estava ótima, cozida no vapor e com pouquíssimo sal, deixando seu sabor natural se sobressair.




Valor total da conta: 180 SGD (R$ 293,20 ou U$ 145,20).

Minha avaliação: * * *

Gastronomia Cingapura

KRAZE BURGER - THE GOURMET BURGER - GASTRONOMIA EM CINGAPURA



Endereço: 2, Bayfront Avenue, #B2-54/55, The Shoppes at Marina Bay Sands, Singapore.

Contatos:  +65 6688 7844 (singapore2@kraze.co.kr)

Diferencial: o hambúrguer de carne de caranguejo.

Especialidade: hambúrgueres.

Quando fui: almoço do dia 27 de março de 2013, quarta-feria. Éramos seis pessoas. Fomos acomodados em mesa encostada na parede, com ampla visão de todo o movimento do restaurante. Fica na praça de alimentação do elegante shopping The Shoppes at Marina Bay Sands, mas tem salão reservado. Chegamos após 14:30 horas e por lá ficamos por mais de uma hora.

Serviço: distante, como em qualquer restaurante que quer ser fast-food. Pedimos uma entrada que nunca chegou, mas não cobraram e pediram desculpas pela falha ao final.

O que bebi: uma lata de Coca Cola Light (3,50 SGD), em copo com muito gelo.

O que comi: escolhi a especialidade da casa, estampada na primeira página do colorido cardápio: kraze signature crab burger (14 SGD) ou seja, um sanduíche feito com hambúrguer de carne de caranguejo ao estilo de Cingapura. O hambúrguer é empanado, vem com a capa bem seca e crocante, com o interior quente. Ainda no pão há cebola picadinha, manga verde cortada em tirinhas bem finas, queijo suíço, milho cozido, um toque de limão e coentro em quantidade bem discreta. O pão vem cortado em dois pedaços, o que facilita na hora de comer. Achei bem saborosa a carne de caranguejo, cuja consistência estava perfeita para compor um hambúrguer, não esfarelando na hora de morder. O toque doce (manga e milho) e ácido (limão) garantiram um sabor leve e diferenciado. Gostei de experimentar este sanduíche, que é bem servido, valendo, realmente, por uma refeição. Acompanha o prato uma pequena porção de uma salada fria de macarrão, com um leve creme de leite adocicado, já que manga e lichia faziam parte do acompanhamento.




Valor total da conta: 156 SGD (R$ 254,10 ou U$ 125,90).

Minha avaliação: * * *. Para quem quer uma comida rápida, dentro de um shopping, mas sem ter que se submeter ao barulho de uma praça de alimentação.

Gastronomia Cingapura

quinta-feira, 28 de março de 2013

CLIMA QUENTE, ÚMIDO E CHUVOSO EM CINGAPURA


ArtScience Museum

Ainda sob o efeito do jetleg, dormi apenas quatro horas, estando de pé antes das 7 horas da manhã em Cingapura. Como o sono não chegava, o melhor era começar a explorar a cidade. Combinamos de tomar café da manhã juntos no The Club, restaurante que fica localizado no 57º andar do Marina Bay Sands Hotel. É o mesmo andar onde fica a piscina de borda infinita que dá a sensação que estamos nadando no céu, com o skyline da cidade na linha do horizonte. Para ter acesso à piscina e ao restaurante, é necessário apresentar um cartão específico que recebemos no ato do check in. O elevador vai até o 55º andar, onde uma troca de elevadores é necessária. Neste andar, há o controle de acesso, onde mostramos nosso cartão e recebemos uma pulseira de papel roxa, na qual a palavra wednesday estava estampada em preto. Subimos os dois andares seguintes em outro elevador. Assim que as portas se abriram, o impacto visual foi grande, com muita gente já nadando, aproveitando aquela inusitada piscina na cobertura do hotel. O tempo estava nublado, mas o calor era forte. Há dois restaurantes para o café da manhã dos hóspedes do andar club. Qualquer um servia, pois tem o mesmo buffet. Escolhemos o da direita de quem sai do elevador. Eu e Ric chegamos primeiro e já solicitamos uma mesa para seis pessoas do lado de dentro, onde tem ar condicionado. Logo os amigos apareceram. Além de itens tradicionais de uma café da manhã ocidental, como pães, queijos, embutidos, frutas tropicais, iogurte, café, suco de frutas, ovos nas mais diversas variações, havia disponível ingredientes da culinária local, algo bem próximo ou quase igual ao que os chineses comem no café da manhã. Ficamos ali por mais de uma hora. Do lado de fora, a umidade excessiva e o calor nos mostravam como seria nosso dia. Ainda tinha a chuva. Com chuva, resolvemos sair para conhecer a cidade andando em ônibus turístico de dois andares, tipo hop on hop off. Encontramo-nos no lobby do hotel às 10 horas da manhã. Pegamos informações sobre o ônibus junto ao concierge. Uma das paradas era muito próxima ao hotel, em frente à entrada para o centro de convenções. O primeiro ônibus passaria somente às 10:55 horas. Tínhamos tempo para um breve passeio pelo shopping anexo ao hotel, cujo nome é The Shoppes at Marina Bay Sands. Ele é enorme. A primeira parada foi em uma casa de câmbio para quem não tinha feito troca de dinehiro no aeroporto. Em seguida, demos uma volta do lado de fora do shopping, ao longo da Marina Bay, onde está o Museu de Artes e Ciências, a maior loja Louis Vuitton do mundo, entre outros prédios. A volta foi rápida, já que tínhamos que pegar o ônibus turístico. Seguimos, pois, para a parada do ônibus. Não havia nenhuma identificação de que o tal ônibus parava por lá. Perguntamos para uma funcionária do centro de convenções que nos confirmou. Duas turistas tinham o folheto do ônibus nas mãos na mesma parada. Vimos dois ônibus passarem do outro lado da rua, o que nos fez pensar que estávamos enganados. A chuva começou a cair, mas nada de dissipar o calor. Com quinze minutos de atraso, o ônibus chegou. Era o que fazia a linha vermelha, a que nos interessava, pois leva aos principais pontos de interesse. Há dois tipos de passe. Para 24 horas, custa 33 SGD, enquanto para 48 horas, o preço é 39 SGD. Ficamos com a segunda opção. É o próprio motorista quem vende os bilhetes. Com o tíquete nas mãos, pegamos o mapa com os trajetos das linhas vermelha e amarela e um fone de ouvido para acompanhar as descrições dos locais pelo caminho, mas não há gravação em espanhol, muito menos em português. A chuva caía, o que nos fez ficar no piso inferior do ônibus. A visão para quem fica embaixo não é a mesma coisa do que fazer o percurso na parte de cima. Tive sede e lembrei-me que em Dubai tinha um cooler com água mineral. Como a empresa era a mesma, pensei e acertei que ali também haveria água. Abri o cooler, peguei água para quem quis e depois jogamos as garrafas vazias no lixo. Não havia nenhum cartaz indicando preço da água e o motorista também não cobrou nada. Em algumas paradas, como em Little India e no Hotel Raffle's, tivemos vontade de descer, mas a chuva nos impedia. Acabamos por fazer a volta completa, em pouco mais do que uma hora, descendo novamente em frente ao centro de convenções onde tínhamos iniciado nossa viagem. Entramos no shopping, percorrendo, com calma, seus corredores, conhecendo as lojas até a fome dar sinal de vida. Era hora de almoçar. Resolvemos verificar as opções na praça de alimentação. O local é dominado por restaurantes de comida oriental, mas encontramos um que servia massas e hamburgers, tinha mesas exclusivas e era barato. Seu nome: Krazer Burger. Foi onde fizemos nossa primeira refeição em Cingapura. Ficamos por mais de uma hora no restaurante, para, em seguida, dar mais uma volta pelo shopping, onde além de lojas, há um cassino movimentadíssimo, spa, teatros e até um pequeno canal, onde há um passeio de barco. Cansados e com sono, voltamos para o hotel. Todo mundo combinou de passar no quarto para colocar roupa de banho e aproveitar a piscina de borda infinita. Quando entrei no quarto e vi a cama, meu corpo não obedeceu aos comandos da mente. Deitei e dormi por quatro horas. Acordei pouco depois de 20 horas. Tomei um banho prolongado, deixando a água morna bater bem em meu corpo. Era hora de jantar. Entrei em contato com os  demais amigos. Dois toparam sair, enquanto os outros dois resolveram permanecer no quarto. Para não ir longe, resolvemos experimentar um dos restaurantes localizados no segundo piso do cassino, com entrada pelo shopping. São quatro restaurantes requintados, um deles assinado pelo chef Guy Savoy. Foi este último que escolhemos. Resolvemos ver o menu antes de entrar e não tinha opção para um dos que estavam conosco. Lembrei-me que o Imperial Treasure figurava na lista dos 50 melhores restaurantes da Ásia, em recente publicação da revista inglesa The Restaurant. Fomos até ele, vimos o menu, cuja especialidade era a culinária chinesa. Perguntamos se havia mesa para quatro, sem reserva, obtendo resposta positiva. Jantamos ali. A comida era boa, mas fiquei a me perguntar o que levara aquele restaurante a figurar na citada lista dos melhores. Às 22:30 horas, o restaurante já estava vazio, pois, entre os hábitos locais, está jantar cedo. Voltamos para o hotel, todos bem cansados, ainda sob os efeitos do jetleg. No quarto, sem sono, resolvi navegar na internet e descobri que o restaurante onde jantamos pertencia a uma rede, todos com o nome de Imperial Treasure. No caso, jantamos no Imperial Treasure Fine Chinese Cuisine, enquanto o que figura na lista dos 50 mais é o Imperial Treasure Super Peking Duck Restaurant. Naveguei na internet até o sono bater. Deitei e nem me lembro se desliguei as luzes.

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quarta-feira, 27 de março de 2013

DE BRASÍLIA PARA CINGAPURA - PARTE 3

Os assentos no trecho Barcelona-Cingapura continuavam os mesmos desde o início da viagem, em Guarulhos. Desta vez, ao meu lado tinha um jovem e sua mãe. Ao lado de Ric, ninguém. Assim que a porta se fechou, com o encerramento do embarque, mudei de lugar. Ric ficou na janela e eu no corredor, sem ninguém na cadeira do meio. Ficamos com espaço para movimentar o corpo e com mais conforto para tentar dormir durante as doze horas de voo até Cingapura. A tripulação mudou, mas a aparência das comissárias era a mesma do trecho anterior. O uniforme também era o mesmo, mas em cor azul no lugar do vermelho e nos pés, elas tinham sapatos ao invés de sandálias. Os comissários, em número menor, usavam ternos. Homens e mulheres eram todos magérrimos. Quase perguntei o segredo para eles. No quesito limpeza da aeronave, a preocupação era a mesma. Durante o voo, limparam diversas vezes o banheiro. Quanto às refeições, serviram um aperitivo logo após a decolagem, o que aconteceu no horário, e um almoço por volta das 10 horas, horário espanhol. Eu não tinha a menor fome, recusando a refeição. A comissária ainda tentou me oferecer a sobremesa, que desta vez era um sorvete tipo Cornetto, mas não conseguia comer. Só fui colocar um alimento na boca com nove horas de voo, quando passaram o lanche. Escolhi um sanduíche de pão de forma recheado com presunto serrano e tomate fresco. Dormi menos do que no trecho anterior, bebi muito mais líquido, o que me fez ir diversas vezes ao banheiro. Como em toda viagem de avião de longa duração, fui ficando irritado com a falta de espaço para me deitar, a barriga inchou e uma incômoda dor na coluna apareceu. Tomei um Dorflex par amenizar as dores. Não consegui nem ouvir música. Fechava o olho e pensava que dormia, mas quando o abria, notava que tinham passados meros quinze minutos. Quase não houve turbulência. Quando faltavam pouco menos do que duas horas para chegarmos ao destino final, serviram o café da manhã. Como eu não havia almoçado, escolhi a opção de frango frito com noodles e vegetais. Um verdeiro almoço nas alturas, perto de três horas da madrugada. Pousamos em Cingapura no horário previsto, às 04:50 horas. O Aeroporto Changi é enorme e muito bonito. Com corredores espaçosos e muito banco para as pessoas se sentarem ao longo do caminho. Os banheiros são impecáveis de limpos e cheirosos. Nem acreditamos quando vimos o espaço para a imigração: amplo, lindo e limpíssimo. Não havia fila. Fomos atendidos separados e bem distantes um do outro. Fiquei observando Ric para ver como ele se sairia sem entender o inglês que o funcionário o abordaria. Enquanto ele nada falou, pois logo o atendente percebeu que ele não falava inglês, o que me atendeu, conversou bastante comigo, querendo saber sobre o Brasil e seu futebol, além de fazer as perguntas triviais para um turista estrangeiro. Assim que passamos pela imigração, nos dirigimos para o setor de entrega de bagagens, onde nossas malas já rodavam na esteira. Elas estavam geladas. Era hora de passar no controle alfandegário. Todas as malas tiveram que passar pelo raio X. Fui o primeiro. O funcionário me perguntou se eu levava uma pequena faca na mala. Respondi que era um canivete suíço. Fui liberado sem precisar abrir nada. Em seguida, foi a vez de Ric, que também foi perguntado se tinha um cinto de ferro dentro de sua bagagem. Ele não se contentou com a resposta positiva, pedindo para abrir a mala. Ric se enrolou no segredo do cadeado. Eu o ajudei. Ao abrir a mala, a fantasia que ele usa para dublar Ney Matogrosso foi a primeira coisa que o funcionário viu, assim como os adereços de penas e pedras. Ele ficou com cara de espantado, viu o cinto e mandou fechar a bagagem, ficando com uma expressão no rosto digna de uma foto. Saímos rindo, passamos no guichê de câmbio, onde trocamos alguns dólares. Segundo o e-mail de confirmação da reserva de nosso hotel, o Marina Bay Sands Hotel, havia um transporte gratuito de qualquer dos três terminais do aeroporto (estávamos no Terminal 3) para o hotel, bastando apresentar o e-mail de confirmação da reserva. Perguntei na casa de câmbio, mas não souberam responder, apontando para o balcão de informações do aeroporto, localizado um pouco mais à direita de onde estávamos. Lá descobrimos que o serviço do hotel não mais existia. Tínhamos que pegar um táxi. A moça disse o valor aproximado da corrida, cerca de 25 dólares de Cingapura (SGD), e nos mostrou onde pegar um táxi. Fomos para a saída, onde havia uma estrutura enorme, destas tipo papa-fila, em frente à porta de saída do aeroporto onde ficava o ponto de táxi. Ainda bem que chegamos em horário de pouco movimento. Somente uma pessoa estava à nossa frente. Ao sair, um bafo quente e úmido nos deu uma mostra de como seria o clima durante nossas férias pelo Sudeste Asiático. Não havia táxi, mas logo dois apareceram. O primeiro foi para o senhor que era o primeiro da fila. Pegamos o táxi amarelo, com direção inglesa. As duas malas, mesmo enormes, couberam no porta malas do carro. Disse para o motorista a nossa direção. Não trocamos mais nenhuma palavra até chegarmos ao hotel, quando paguei a corrida e ele perguntou seu eu precisava de recibo. Total da corrida: 24,90 SGD. Eram 06:15 horas da quarta-feira, dia 27 de março, horário local, onze horas a mais do que no Brasil, quando estávamos fazendo o check in no hotel. Depois de pouco mais do que trinta e três horas de nossa saída de casa, estávamos no hotel em Cingapura. Fomos os primeiros a chegar. Nosso quarto fica no 47º andar, com um belíssima vista para a Marina Bay, um lugar muito bonito, que faz parte do complexo do hotel, com um elegante shopping, museus e jardins. O quarto é enorme. A primeira coisa que fiz foi tomar um demorado banho quente, relaxante. Esperamos os amigos chegarem para, juntos, tomarmos nosso primeiro café da manhã das férias na Ásia.

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DE BRASÍLIA PARA CINGAPURA - PARTE 2

Para acessar o meu assento no voo da Singapore Airlines, 41G, tive que passar pela classe executiva. Estava com muito lugar vazio. Perguntei a uma das comissárias e ela me disse que não estava lotado. Não entendi porque disseram que não havia disponibilidade de assentos para milhas na noite anterior, se havia tanto lugar. A companhia prefere voar com os assentos vazios do que permitir a emissão de bilhetes com milhas. Fica a pergunta: para que fazer parte de uma aliança global se não faz como as outras companhias da mesma aliança? A classe econômica estava bem cheia. A maioria era de passageiros brasileiros que desceriam em Barcelona, escala necessária para seguir viagem para Cingapura. A configuração da aeronave para a classe econômica é de três poltronas numa lateral, três no meio e três na outra lateral. Eu estava na poltrona do corredor da parte central, enquanto Ric ficou no corredor da parte esquerda do avião para quem caminha para seu fundo. Alguns amigos me disseram que a Singapore Airlines tinha uma classe econômica ótima, quase uma executiva. Claro que duvidei. E eu estava certo. O conforte da classe econômica é o mesmo em todas as companhias aéreas. São espaços mínimos, parecendo cubículos, onde não importam com a duração da viagem. Se quiser conforto e espaço, pague mais do que o dobro e viaje de executiva! Quando cheguei no meu assento, fiquei preocupado em viajar ao lado de uma criança de quatro anos de idade, pois a experiência pode ser ótima, como pode ser péssima. Logo perguntei para a mãe, que ficou na outra ponta da fila, se iriam até Cingapura. Elas eram colombianas que moravam em Barcelona, cidade onde desceriam. A menina coloria um livro de desenhos e não tinha cara de boa amiga. Problemas à vista, pensei, mas estava muito enganado. A garotinha não deu trabalho, coloriu por um bom tempo, depois brincou no iPad da mãe e dormiu a maior parte do voo. Ao sentar, notei que a distância entre as fileiras era um pouco maior do que a de outras companhias, o que fez uma enorme diferença, pois não me senti apertado em momento algum da viagem, diferentemente do que tinha acontecido quando viajei de Emirates no moderno Airbus A-380. As comissárias da Singapore trajavam um vestido longo, tinham o mesmo penteado, eram todas magérrimas, tinham maquiagem bem igual, o que as tornavam mais parecidas umas com as outras do que já achamos do povo oriental. O uniforme era em tom avermelhado, com grafismos próprios da cultura oriental. Nos pés, todas estavam de sandálias, com unhas impecavelmente pintadas. Os poucos comissários usavam terno como uniforme. Um fato que me impressionou foi a preocupação com a limpeza da aeronave. Eles passavam de hora em hora recolhendo papeis de bala, jornais já lidos, copos usados e plásticos descartados. O banheiro sempre estava limpo, mesmo com alguns que o usavam insistindo em não dar descarga, hábito que me parece comum no Oriente. Comida também foi o que não faltou. Logo após a decolagem, serviram bebida e um pacotinho de amendoim (maior e melhor do que o servido pela TAM no trecho Brasília-Guarulhos). Com duas horas de voo, foi a vez de serviram uma refeição quente, com uma salada de atum defumado como entrada, pão, manteiga, geleia, cream cheese, duas opções de prato (frango frito ou carne bovina), bebidas, incluindo vinho tinto e vinho branco, ambos australianos, e um Eskibon de sobremesa. Escolhi o frango frito que veio acompanhado de macarrão de arroz. Estava bem saboroso. Para passar o tempo, procurei as opções de entretenimento no monitor individual em minha frente. Eram 253 opções de filmes, mas nenhum com legendas em português. Da seção de lançamentos recentes, estavam quase todos os concorrentes ao Oscar 2013, incluindo Argo, o vencedor. Chequei as opções de programas de televisão, mas me detive nos canais musicais, ouvindo a programação de música pop de língua inglesa. Dormi um pouco, mas o sono era bem leve, acordando a qualquer movimento ao meu lado, ou em períodos curtos de turbulência. Quando cansei das músicas do avião, passei a ouvir o playlist do meu iPhone. Com sete horas de voo, foi a vez de passarem um lanche, onde tinha desde maçã, até saco de batata frita. Não quis nada. Água e suco de laranja eram servidos de hora em hora. Percebi que muita gente fica em pé após a metade do voo. Em sua maioria, brasileiros. Não só ficavam em pé, como encostavam na cadeira dos outros para se apoiar. Atrapalham quem está sentado e incomodam quem tenta dormir. Faltando duas horas para pousar em Barcelona, serviram o café da manhã, novamente bem farto e com duas opções de prato quente. Preferi o omelete de queijo, que estava totalmente sem gosto. Com dez horas de voo, pousamos no Aeroporto de Barcelona. Eram 7 horas da manhã de terça-feria, 26 de março, horário local, quatro horas a mais do que no Brasil. Era uma escala, mas todos tiveram que sair do avião, levando todos os seus pertences. Desembarcamos. Fazia frio do lado de fora: 13ºC, mas o ar condicionado no aeroporto não exigia blusa. Caminhamos até a parte destinada aos passageiros em trânsito, onde há um controle de passaporte, mas sem ser a imigração espanhola, com nova passagem em máquinas de raio X. Lá, além dos itens que tiveram que ser tirados da minha mochila no Aeroporto de Guarulhos, tive que retirar o iPad da bolsa. Passei sem problemas. Ric teve que parar para ser revistado mais pormenorizadamente, pois o portal apitou quando ele passou. Tinha um iPod no bolso. Teve que tirar a pochete interna de guardar dinheiro e colocar os pés, um de cada vez, em uma máquina. Liberado, nos dirigimos para a funcionária da Singapore Airlines que estava atendendo aos passageiros em trânsito. Ela nos indicou o portão 18D para nosso próximo embarque, o que se daria às 08:50 horas. Tínhamos tempo suficiente para procurarmos um banheiro, comer alguma coisa, caso tivéssemos fome, e esticar as pernas. Pulamos a parte da comida. Há muito tempo não passava pelo Aeroporto de Barcelona, que está moderno, amplo, clean e bem organizado. Desembarcamos e embarcamos novamente no Terminal 1. Aproveitei o tempo livre para achar uma internet gratuita. Achei uma única que nos dava 15 minutos de navegação durante 24 horas, mediante um cadastro rápido. Fiz o cadastro, e aproveitei o tempo curto para checar e-mails e postar fotos no Instagram. Às 08:50 horas chamaram para embarcar. A quantidade de gente em frente ao portão 18D indicava que o voo não estava cheio. Novamente, fila organizada, embarque por setor, garantindo agilidade e rapidez. O trecho Barcelona-Cingapura duraria 12 horas. Uma nova longa viagem pela frente.

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DE BRASÍLIA PARA CINGAPURA - PARTE 1

Na segunda-feira, 25 de março, eu e Ric descemos para pegar o táxi com duas pesadas malas, fora as mochilas. Eram 10 horas da manhã e estava iniciando nossa longa jornada até Cingapura. Ao invés de pedir um táxi por telefone, preferimos pegar um dos que ficam no ponto na entrada da quadra, mas não havia nenhum disponível. Tivemos que ligar e esperar dez minutos para o carro chegar. O trânsito estava bom, o que nos possibilitou chegar ao Aeroporto de Brasília vinte minutos depois. Fomos direto para o balcão da TAM reservado para quem tem o cartão fidelidade vermelho ou o cartão de crédito Itaú Fidelidade Platinum. Não havia ninguém na fila. A atendente foi muito simpática, informando-nos que nossa bagagem seria despachada direto para Cingapura, mas que, em relação ao cartão de embarque, teríamos que passar no balcão da Singapore Airlines no Aeroporto de Guraulhos para trocá-lo. A minha mala pesou 27 quilos e a de Ric, 26,8 quilos. Os assentos já estavam previamente marcados e foram mantidos. Todos em poltronas situadas no corredor da aeronave. No trecho Brasília-Guarulhos, assentos 8C e 8D, e no trecho Guarulhos-Cingapura, 41G e 41H. Os bilhetes foram emitidos há seis meses atrás, utilizando milhas para tanto. Até a noite anterior à viagem, tentei conseguir trocar para a classe executiva, também com milhas, mas não tive sucesso. Nesta viagem, seremos oito pessoas, sendo seis de Brasília e duas de Belo Horizonte. Cada dupla tinha voos diferentes, em horários e companhias aéreas diversas. Eu e Ric seríamos os primeiros a chegar em Cingapura. No trecho nacional, dois amigos de Brasília estavam juntos conosco, mas já em Guarulhos, tínhamos voos diferentes. Assim que fizemos o check in, eu e Ric fomos para a sala de embarque, ficando em frente ao portão 3, de onde estava prevista a saída do voo para 11:50 horas. Nossos amigos só apareceram na hora de embarcar. A chamada para o embarque aconteceu no horário previsto. Voo com ocupação parcial. Na mesma fileira onde eu estava sentou uma mulher aparentando uns trinta anos. Ela vestia uma blusa de lã, com mangas compridas e gola rolê. Em dois tempos, puxou conversa comigo, perguntando se eu estava sentindo que o interior da aeronave estava muito quente. Olhei para ela, sorri, e disse que ela sentia calor por causa da blusa e não porque estava calor. Em seguida, ela me perguntou para onde eu iria. Ao responder que estava viajando de férias para Cingapura, ela fez cara de dúvida, emendando a pergunta onde ficava este lugar. Ao responder que ficava no Sudeste Asiático, a cara de dúvida não se desfez. Para não esticar a conversa, transferi a pergunta para ela. Ia para a Espanha e estava nervosa, pois nunca tinha saído do Brasil, viajava sozinha, faria uma conexão em Paris e não sabia falar nem francês, nem espanhol. Perguntei se viajava para trabalhar, e ela me respondeu afirmativamente, mas logo mudou a resposta, dizendo que estava viajando de férias. Então tá! Estava na cara que estava viajando para tentar arrumar trabalho na Espanha. O papo encerrou aí. O voo saiu no horário marcado. Estava com fome, mas só serviram água sem gás, Coca Cola Zero ou normal e um pacotinho mínimo de amendoim torrado. O serviço de bordo da TAM cada dia piora mais, principalmente depois que ela foi comprada pela LAN. As tão detonadas barrinhas de cereal da GOL eram melhores do que o amendoim servido. Como a fome apertava, a enganei com os amendoins. Pousamos em Guarulhos no horário correto, desembarcamos e acompanhamos os nossos amigos na esteira, pois eles não puderam despachar as malas diretamente como nós fizemos. Passados vinte minutos, e com a necessidade de passar antes no balcão da Singapore Airlines, resolvemos deixá-los esperando as malas e seguimos para a Asa A do Aeroporto de Guarulhos, onde fica o check in da companhia aérea com a qual continuaríamos nossa viagem. Nesta asa também fica o Restaurante Viena, local onde combinamos de nos encontrar para almoçar. Passavam das 14 horas. Nosso voo estava marcado para 16:50 horas. Havia uma pequena fila no balcão da companhia, mas não demorou muito para chegar nossa vez. Fomos para o balcão onde uma atendente era treinada. Assim, foi um pouco demorada a nossa permanência no check in. Na verdade, não houve troca de cartão de embarque. Permanecemos com os que tínhamos recebido no balcão da TAM, ainda em Brasília. Eles foram conferidos, os números de nossos passaportes foram inseridos no sistema, informamos um nome de contato no Brasil, e ela verificou se nossas bagagens tinham seguido para o avião. Tudo checado, recebemos de volta os cartões de embarque nos quais foram colocados adesivos azuis redondos. Nosso embarque começaria às 15:45 horas pelo portão 10. Entramos em contato com nossos amigos, que ainda aguardavam as malas. Seguimos para o Restaurante Viena, onde almoçamos, servindo-nos do variado buffet, com opções para todos os gostos. Terminamos de almoçar sem a companhia dos amigos. Quando já estávamos na fila para pagar a conta, eles chegaram. O embarque deles seria em outro terminal. Desejamos boa viagem reciprocamente. Eu e Ric resolvemos entrar para o embarque, já que eram quase 15 horas. No controle de raio X, tive que tirar notebook e plástico com líquidos em frascos de até 100 ml cada um da mochila, além de colocar iPhone, chapéu e travesseiro de viagem nas bandejas antes de passar pelas máquinas de raio X. Tive que abrir a bolsa, pois implicaram com a caixa de meus óculos de grau. Ela tem o formato  de uma caixa retangular. Tudo liberado, era hora de enfrentar a fila da imigração. Não vi placas indicando o local de brasileiros e de estrangeiros, entrando no caminho mais perto de onde eu estava. Ao dobrar a esquina, notei que a fila em que eu estava andava, mas só tinha estrangeiros, enquanto a fila do lado era maior, estava parada e a maioria das pessoas era brasileira. Ric ficou na fila e eu fui perguntar para uma funcionária que ajudava na organização das filas, com colete amarelo de identificação, se estava na fila correta. Não sei se ela se confundiu, mas respondeu que a fila que eu estava era de brasileiros e a outra de estrangeiros. Fiquei onde estava. Em seguida, mais gente confusa e outras reclamando que a fila ao lado da minha não andava. Outra atendente disse justamente o contrário. Resolvi ficar onde estava desde o início. O problema da fila não andar era o sistema que tinha caído em alguns computadores. Na verdade, não há nenhuma diferença de atendimento, pois o sistema de controle é o mesmo. Fomos atendidos e, pela primeira vez, não se incomodaram em passarmos juntos no mesmo balcão da imigração. Uma mulher sorridente e educada nos atendeu, pedindo para eu retirar meu passaporte da sua capa de proteção, pois ele tinha que ser digitalizado. Ric comentou que não entendia porque vendiam capas de proteção se sempre que passávamos no controle de imigração, tinha que tirar a tal capa. Eu disse que tinha acabado de passar pela imigração na Costa Rica e no Panamá e em nenhum momento precisei tirar a capa. Seguimos em frente, passando reto pelo Duty Free. Ficamos sentados em frente ao portão 10 até a chamada para o embarque, que aconteceu de forma organizada, no horário e sem atropelos na fila. Fomos um dos últimos a embarcar. Dez horas de voo nos aguardava até a escala em Barcelona, Espanha.

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terça-feira, 26 de março de 2013

FÉRIAS 2013 - PRIMEIRA PARTE

Malas prontas e despachadas para viagem de férias durante três semanas. Mais uma vez vou para o sudeste asiático. Meu roteiro inclui Cingapura, Malásia, Tailândia, Vietnã e China (apenas Hong Kong). Vou postar minhas histórias por aqui, mas como uma parte será em um cruzeiro pelo Mar do Sul da China, vou ficar sem acesso à internet por alguns dias, motivo pelo qual não devo escrever diariamente.

turismo

segunda-feira, 25 de março de 2013

EM NOME DO JOGO

Em 1972, Laurence Olivier e Michael Caine protagonizaram um ótimo filme, Sleuth, que no Brasil recebeu o nome de Jogo Mortal. O mesmo Caine participou de uma refilmagem em 2007, contracenando com Jude Law, mas o primeiro filme é infinitamente superior. Ao ler o Correio Braziliense, vi o anúncio de uma peça chamada Em Nome do Jogo que ficaria em cartaz na Sala Villa-Lobos nos dias 23 e 24 de março. No elenco, Marcos Caruso e Erom Cordeiro. Resolvi comprar ingresso, o que fiz pela internet, pagando R$ 25,00 pela meia entrada, pois utilizei o cupom de desconto do jornal, para a sessão das 20 horas do domingo, 24 de março. Até começar a peça, não fiz nenhuma ligação com o filme de 1972. O teatro recebeu um bom público, mas não lotou, com cadeiras vazias na parte superior. Houve um atraso de apenas cinco minutos para começar. Como há muita gente na cidade que parece fazer questão de chegar atrasado, os primeiros dez minutos de peça conviveram com os retardatários tentando se acomodar em suas cadeiras no escuro, incomodando quem queria prestar atenção no texto que Marcos Caruso falava. Ele interpreta um escritor de livros policiais. Quando Erom Cordeiro entrou em cena como o namorado da mulher do escritor, e este propôs um negócio que envolvia roubo de jóias e golpe na seguradora, achei que conhecia aquela história. Não tardou para eu reconhecer o roteiro do filme Jogo Mortal, baseado no mesmo texto da peça que eu estava assistindo. O autor do genial texto é Anthony Shaffer. A direção geral coube a Gustavo Paso, que conseguiu imprimir um ritmo diferente ao texto, mesmo porque no teatro as cenas tem que ser mais cruas, não havendo os truques disponíveis para a telona. E a direção é segura, deixando a sinergia entre Caruso e Cordeiro fluir de uma forma ascendente. O jogo é sensacional, com reviravoltas fantásticas e situações que o público fica atento, esperando o desfecho, que pode acontecer a qualquer momento. Na verdade, há três desfechos distintos e inusitados durante todo o espetáculo, que dura cerca de 80 minutos. Eu já tinha visto Marcos Caruso outras vezes no teatro e sempre gostei de sua atuação, e aqui não foi diferente. Ele empresta um ar gozador ao seu personagem, mas sempre com erudição. O que me surpreendeu foi a performance de Erom Cordeiro, que vive dois personagens totalmente diferentes e consegue fazer o público esquecer que o amante da mulher e o delegado de polícia são interpretados pelo mesmo ator. Na segunda metade da peça, é Erom Cordeiro quem domina a cena. Assistir a uma peça de suspense com toques policiais não é um fato comum para mim e, mesmo sabendo a história, fiquei totalmente absorvido pelas situações desenvolvidas no palco. Belo espetáculo, fechando bem o final de semana chuvoso em Brasília.

artes cênicas

domingo, 24 de março de 2013

ESTA CRIANÇA

Em cartaz no Teatro I do CCBB de Brasília a peça Esta Criança (Cet Enfant), de autoria do francês Joel Pommerat. Foi a primeira peça deste autor montada no Brasil. A tradução coube a Giovana Soar, integrante do grupo teatral companhia brasileira de teatro, também fazendo parte do elenco. A produção do espetáculo coube à companhia associada com Renata Sorrah, que também atua na peça. Além das duas atrizes citadas, completam o elenco de Esta Criança os atores Ranieri Gonzalez e Edson Rocha. A direção é de Márcio Abreu. São dez esquetes curtas que não se relacionam entre si, onde as relações de família, especialmente entre pais e filho, são escancaradas diante da plateia. Os atores vivem vários papéis e nem sempre todos estão em cena. O cenário é simples, levemente inclinado, como no seriado de televisão Batman, quando aparecia o ambiente dos inimigos do herói mascarado. Esta inclinação me passou uma ideia de que as relações mostradas estavam tão esgarçadas que a qualquer momento o mundo daquela família poderia ruir ou rolar ladeira abaixo. O texto é muito atual, retratando situações que todo mundo já viveu ou ainda vai viver um dia. Todo o elenco está muito bem em cena. Renata Sorrah dá um show de interpretação (ela ganhou o mais recente Prêmio Shell de melhor atriz justamente por este trabalho). Giovana Soar não fica atrás, com uma belíssima performance, especialmente em três esquetes: quando ela está dando a luz encostada em uma parede, como a mulher que acompanha uma amiga no necrotério para reconhecer o suposto corpo do filho, e como uma mãe que resolve dar seu bebê para um casal de vizinhos. O teatro estava lotado, o que ocorreu em todas as seções desde o início da temporada  da peça em Brasília. Digo isto porque tentei comprar ingresso para várias seções anteriores sem sucesso, o que vim a conseguir apenas para a data de sábado, 23 de março, depois de passar um bom tempo esperando o site ingresso.com disponibilizar a venda. Quando isto aconteceu, só tinha um único lugar, na beirada da última fileira. Não tive dúvidas e comprei logo, antes que alguém comprasse. Minhas amigas tinham pedido para eu comprar para elas, mas não foi possível. Fui só e não me arrependi. Belo espetáculo a preço para lá de popular - R$ 3,00 a meia entrada.

artes cênicas

sábado, 23 de março de 2013

CONFRARIA VINUS VIVUS - 74ª REUNIÃO


Em 11 de março de 2013, a Confraria Vinus Vivus se reuniu pela 74ª vez. Encontramo-nos na casa da confrade Vera para degustar vinhos brancos da casta chardonnay, sendo dois da França, um dos Estados Unidos e um do Chile. Como na reunião anterior, fizemos a degustação dos quatro vinhos às cegas. O confrade Ricardo não compareceu, possibilitando ao ex-integrante da confraria, Leo Ladeira, ter a chance de relembrar dos tempos em que participava de nossas reuniões. Eis os vinhos da noite:

Vinho 1 – Chassagne-Montrachet Premier Cru Monopole Clos de La Chapelle



Safra: 2009.
Álcool: 13,5%.
Casta: 100% chardonnay.
Produtor: Louis Jadot.
Região: Chassagne-Montrachet, Borgonha, França.
Cor: amarelo claro com reflexos esverdeados.
Aromas: mineral, querosene, mel, aspargos cozidos, herbáceo, grama cortada, amêndoa, caramelo e café (estes dois últimos depois de respirar na taça por um bom tempo). 
Boca: amanteigado, amêndoa, picante na ponta da língua, boa e longa acidez, produzindo uma boa salivação, couve.
Estágio: 12 a 13 meses em barricas de carvalho sobre as borras.
Importador: Mistral.
Valor: R$ 380,00.
Guarda: 15 anos ou mais.
Observação: a estrutura do vinho aguenta a acidez sem ficar enjoativo.
O campeão da noite, sendo o preferido de Bruno, Cláudia, André, Leo Ladeira, Leo Soares e Marcos.

Vinho 2 – Sol de Sol


Safra: 2008.
Álcool: 13%.
Casta: 100% chardonnay.
Produtor: Viña Aquitania.
Região: Valle Malleco, Traiguén, Chile.
Cor: dourado, com reflexos esverdeados.
Aromas: abacaxi, aspargos cozidos, cítrico, manteiga. 
Boca: cítrico, azedinho, efervescente, ácido, defumado.
Estágio: 12 meses em carvalho.
Importador: Zahill.
Valor: R$ 162,00.
Harmonização: ostras.


Vinho 3 – Beringer Private Reserve


Safra: 2010.
Álcool: 14,7%.
Casta: 100% chardonnay.
Produtor: Beringer.
Região: Napa Valley, Califórnia, Estados Unidos.
Cor: amarelo, com reflexos esverdeados.
Aromas: mel, mineral, defumado, maçã verde, aspargos cozidos, abacaxi em calda. 
Boca: amargo, untuoso, ácido, amêndoa, água de aspargo.
Estágio: 15 meses de barrica.
Importador: World Wine.
Valor: R$ 240,00.
O preferido da noite por Vera.

Vinho 4 – Château de Cîteaux Mersault Premier Cru


Safra: 2007.
Álcool: 13%.
Casta: 100% chardonnay.
Produtor: Philippe Bouzereau.
Região: Meursault, Borgonha, França.
Cor: amarelo esverdeado.
Aromas: couro, gás, mineral. 
Boca: muito cítrico e bem ácido.
Estágio: 12 meses em barricas de carvalho francês sobre as borras.
Importador: Decanter.
Valor: R$ 478,00.
O preferido da noite de Fernanda, Keller e Abílio.


Após esta degustação às cegas, onde apenas Cláudia e André acertaram a procedência de todos os vinhos, a anfitriã, como de costume, ofereceu-nos um ótimo jantar: casquinha de siri como entrada e arroz de aratu como prato principal. De sobremesa, banana assada envolta em farinha panko, recheada com doce de leite e acompanhada de sorvete de canela. Durante o jantar, degustamos o vinho rosé francês Chateau Roubine Cru Classé, safra 2011, elaborado com as castas grenache e cinsault, com 12,5% de álcool, produzido na região de Côtes de Provence. Este vinho é importado pela World Wine e custa R$ 90,00 na Art Du Vin.  Finalizamos com uma xícara de café Nespresso.



casquinha de siri


arroz de aratu


banana assada envolta em farinha panko, recheada com doce de leite e acompanhada de sorvete de canela



vinho
gastronomia

sexta-feira, 22 de março de 2013

MARIANA AYDAR - CAVALEIRO SELVAGEM AQUI TE SIGO

Minha amiga Vera me convidou para ver o novo show de Mariana Aydar no Teatro da Caixa Cultural. Foi na noite de quarta-feira, dia 20 de março, às 20 horas. O show tem o mesmo nome do último trabalho gravado da cantora, Cavaleiro Selvagem Aqui Te Sigo. O primeiro sinal tocou ainda com as portas do teatro fechadas. A entrada foi rápida. O teatro ficou cheio, mas nem todas as cadeiras estavam ocupadas, mesmo com a informação da bilheteria que os ingressos estavam esgotados. São as famosas cortesias que os agraciados costumam não usar. Às 20:15 horas as luzes se apagaram, quando anunciaram o show de abertura com uma nova cantora brasiliense. Adriah é o nome dela, que entrou no palco com uma guitarra acompanhada de três músicos. Sua música é rock e seu modo de cantar parece muito com o de Ana Carolina. Ela grita muito durante a interpretação. Ao final da primeira música, a receptividade da plateia não foi das melhores, com palmas protocolares, e assim foi até o final do seu show. Com músicas autorais, sem ser conhecida do público presente, e com muita gritaria, pareceu-me que o show de abertura não agradou. Escalação infeliz da produção, pois o estilo de música e respectivo repertório de Adriah em nada se assemelha ou dialoga com o de Mariana Aydar. E o pessoal estava ali para ver Aydar cantar. Eu gosto de shows de abertura, uma ótima oportunidade para mostrar ao público presente os artistas novos na cena musical da cidade, mas a escolha tem que levar em consideração o perfil da plateia que comprou ingresso. Deve haver um diálogo, mesmo que tênue, entre a atração da abertura com a principal artista da noite. O show de Adriah durou cerca de meia hora. Em seguida, fizeram últimos arranjos no palco. Aydar foi anunciada às 20:50 horas. Ela entrou ostentando um barrigão, onde traz a filha Brisa, suingando muito, em perfeita harmonia com os cinco músicos da banda que a acompanha. O rock de Adriah cedeu espaço para o pop, o samba e o forró de Mariana Aydar. A maioria das canções do setlist fazem parte de seu terceiro disco, o que dá nome ao show. Foi gostoso ouví-la cantar suas composições e embalar o público com versões muito próprias para sucessos como Vai Vadiar, de Zeca Pagodinho, Galope Rasante, de Zé Ramalho, e Nine Out of Ten, de Caetano Veloso; ou com uma tocante homenagem a Dominguinhos quando interpretou Preciso do Teu Sorriso, que no seu terceiro disco tem ele em participação especial. Uma das músicas que mais gosto na voz de Mariana Aydar também fez parte do show: Zé do Caroço, canção também gravada por sua autora, Leci Brandão, e por Seu Jorge. Ao final de uma rasgante interpretação, uma saudação a Leci Brandão. Já no bis, depois de encerrar com Cavaleiro Selvagem, a cantora prestou uma justa homenagem a Emílio Santiago, interpretando o samba Verdade Chinesa (Gilson & Carlos Colla), um de seus sucessos, para, em seguida encerrar cantando um samba, chamando ao palco, Duani Matins, presente na plateia, e um de seus principais parceiros e incentivadores. Ao final de 70 minutos terminava um belo show, sem grandes pirotecnias, apenas com a voz macia de Mariana Aydar e sua competente banda.

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