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terça-feira, 22 de dezembro de 2015

GLOUTON

Fui ao Glouton duas vezes, ambas com amigos, ambas para jantar. Minha última experiência ocorreu na sexta-feira, dia 18 de dezembro de 2015, quando fui jantar. Éramos quatro pessoas. Fiz a reserva por telefone com dois dias de antecedência. Mesa para quatro, salão interno, para 20:30 horas. Chegamos vinte minutos antes e nossa mesa já estava disponível. Como o restaurante é badalado e muito bem recomendado, fazer reserva é sempre recomendável, ressaltando que fui informado, quando fiz a minha, que as reservas só são feitas para até às 20:30 horas. Após este horário, é ir e esperar uma mesa vagar, fato que ocorreu quando fui lá pela primeira vez.
Fica em uma casa típica que dominava a paisagem do bairro de Lourdes em outras eras, pois hoje os edifícios modernos predominam na região. Está localizado na região gourmet da capital mineira, sendo vizinho de outros excelentes restaurantes. Seu chef, Leonardo Paixão, é ganhador de vários prêmios, praticando uma culinária contemporânea com influência francesa, mas sem deixar de lado a tradição da cozinha mineira. Possui três ambientes: mesas no passeio em frente à casa onde está localizado, local preferido para quem é fumante e não apropriado para dias chuvosos; mesas no salão interno, com decoração singela, que remete à França; e mesas em um jardim no qual a decoração é mais rústica. Algumas mesas do salão interno tem visão privilegiada para a cozinha, que é separada deste ambiente por uma parede de vidro. Toda a movimentação para o preparo dos pratos pode ser apreciada pelos comensais.
Divido o serviço do salão em dois. Minha experiência com os garçons foi muito boa. Perguntamos sobre os pratos, seus ingredientes e modo de preparo, e fomos satisfatoriamente respondidos com firmeza, atenção e educação. Já não posso dizer o mesmo do sommelier da casa, que falava alto, tentou forçar uma intimidade com a mesa e ao servir o vinho por nós escolhido, deixou cair, por mais de uma vez, gotas na toalha de mesa. Claro que isto pode acontecer com qualquer ser humano e em qualquer restaurante, mas pedir desculpas é um ato esperado nestas horas, o que não ocorreu. Ele se limitou a desejar um bom jantar.
O menu não é muito extenso e se renova periodicamente. A comida é ótima e deliciosa. Os petiscos são perfeitos para compartilhar, pois todos eles chegam à mesa em sete unidades. Pedimos três petiscos. Comemos muito bem, motivo pelo qual, pulamos as entradas, indo direto para os pratos principais. Para finalizar, compartimos duas sobremesas e tomamos um bem tirado café espresso.
Seguem minhas impressões sobre o que comi:
Petisco 1: Pastilha de queijo canastra com mel (R$ 29,00) - o melhor dos petiscos que pedimos. É uma massa frita, no formato de um triângulo, que vem recheada com queijo canastra. Coloquei uma colherzinha de mel antes de morder o primeiro pedaço. Experiência sensacional. Massa crocante, fina, não estava encharcada de óleo. O sabor adocicado do mel contrastou com o sabor marcante e salgado do queijo.
Petisco 2: Palmito pupunha na chapa com molho de alho, balsâmico e tamarindo (R$ 33,00) - os cortes do palmito pupunha chegaram à mesa bem tostados e macios. A faca deslizava entre as suas fibras. O molho de alho, aceto balsâmico e tamarindo é bem leve, sem agredir o sabor delicado da pupunha. Comi com e sem molho e ambas as experiências foram ótimas.
Petisco 3: Pintxos de polvo à galega (R$ 37,00) - era o petisco para o qual tinha mais expectativa e foi o que menos me envolveu. O polvo, servido espetado em uma batata bolinha cozida com casca, estava tenro, bem cozido, no ponto ideal, mas para mim faltou um sabor.
Prato principal: Papada de porco braseada e assada, mil-folhas de mandioca e molho de laranja (R$ 63,00) - prato bem servido, com ótima apresentação. Além dos ingredientes citados, uma folha de radicchio levemente frita enfeita o prato. A carne de porco veio compactada, mas desmanchava-se na hora de partir, de tão bem cozida que estava. O molho de laranja suaviza um pouco o sabor forte da carne de porco, cuja textura era fibrosa, mas de fácil assimilação no paladar. A mil-folhas de mandioca foi algo inusitado para mim. A mandioca é cortada em lâminas e remontada, tornando-se bem distinto das formas da raiz que estamos acostumados a comer. Estava macia, tenra e levemente grelhada. Muito bom o prato.
Sobremesa 1: Pão, pão, pão, pão (R$ 23,00) - uma combinação inusitada de texturas de pães. Tem linda apresentação, mas o sabor provocou uma sensação de rechaço rapidamente. É empalagante, como dizem os argentinos. Trata-se de uma rabanada de brioche, encimada por um sorvete de pão com manteiga, servida em creme de pão de mel. Também compõe o prato um fino pedaço de torrada caramelizada.
Sobremesa 2: Torta de chocolate, flor de sal, pimenta do reino e calda quente de caramelo (R$ 21,00) - explosão de sabores e texturas muito boa. A flor de sal levanta o sabor do chocolate e a pimenta do reino ajuda a tirar qualquer sabor mais gorduroso da boca. A forma de servir também é digna de nota, pois a calda de caramelo é vertida na torta sob os olhares dos comensais. 

Palmito pupunha na chapa com molho de alho, balsâmico e tamarindo

Pintxos de polvo à galega

Pastilha de queijo canastra com mel

Pintxos de polvo à galega

Pão, pão, pão, pão

Torta de chocolate, flor de sal, pimenta do reino e calda quente de caramelo


sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

CONFRARIA VINUS VIVUS - 105ª REUNIÃO

CONFRARIA VINUS VIVUS


Reunião: 105.
Data: 09/12/2015.
Local: casa de Vera.
PresentesMarcos, Fernanda, Jarbas, Leo L., Keller, Abílio, Vera, Leo S., Cláudia e Bruno.
TemaVinhos top

Vinho 1 – Petrus

Safra: 1995.
Álcool: 13,5%.
Casta: 95 a 98% merlot, 5 a 2% cabernet franc.
Produtor: Château Petrus.
Região: Pomerol, Gironde, Bordeaux, França. Appellation Pomerol Contrôlée.
Cor: rubi, com evolução leve para granada.
Aromas:  ferro, especiarias, ervas secas, tomilho, mentol, balsâmico, funghi secchi, grama cortada, rosa, madeira nova, tangerina, charuto, cacau, couro, alcaçuz, bacon defumado.
Boca: fruta passa, acidez, taninos macios, secando bem a boca, picante na ponta da língua, retrogosto longo, com amargor no final, equilibrado.
Estágio: 22 a 28 meses de barricas de carvalho francês novas.
Importador: não há um exclusivo.
Valor: R$ 14.500,00.
Observação: safra excepcional. Produção de 32 mil garrafas anuais. Foi o campeão da noite, sendo o vinho preferido por Marcos, Fernanda, Jarbas, Keller e Bruno.

Vinho 2 – Redigaffi

Safra: 2000.
Álcool: 14,5%.
Casta: 100% merlot.
Produtor: Azienda Agricola Tua Rita.
Região: Toscana, Itália. Indicazione Geofrafica Tipica
Cor: rubi, com evolução leve para granada.
Aromas: terra, adocicado, funghi secchi, café açucarado, caldo de cana, garapa, balsâmico envelhecido (redução), uva passa, defumado, tabaco.
Boca: acidez muito boa, com salivação, pede comida, taninos suaves, quase não se sente, esquenta a boca.
Estágio: 22 meses de barricas de carvalho novas, sendo fermentado em tanques de aço inoxidável.
Importador: World Wine.
Valor: R$ 1.800,00.
Observação: vinho cult mais badalado da Itália atualmente. Supertoscano estilo novo mundo. Produção de 28 mil garrafas anuais. Foi o preferido da noite por Vera, Abílio, Leo L. e Cláudia.

Vinho 3 – Château Pichon Longueville

Safra: 2005.
Álcool: 13%.
Casta: cabernet sauvignon (predominante), merlot e petit verdot.
Produtor: Domaine de Château Pichon Longueville.
Região: Pauillac, Bordeaux, França. Appellation Pauillac Contrôlée.
Cor: rubi, com evolução leve para granada.
Aromas: açúcar, compota de frutas negras, pimenta do reino, pera seca, tabaco, ferro, couro, camomila, álcool.
Boca: acidez e taninos presentes, sem agredir o paladar, boca quente.
Estágio: 16 a 18 meses de barricas de carvalho novas e de segundo uso.
Importador: não há importador exclusivo.
Valor: R$ 3.500,00.
Observação: parte do vinhedo está em Saint Julien. Produção de 180 mil garrafas anuais. Foi o preferido da noite por Leo S.

Jantar


panna cotta de queijo de cabra, folhas precoces e redução de aceto balsâmico


camarão fervido, maionese de tucupi e batata cozida com endro


tartar de atum e berinjela


moqueca de arraia com farofa de dendê


siri mole empanado com farinha panko, tomate e alface


suflê de grand marnier


Vinhos do jantar: espumante Alma Bella Vista Franciacorta Cuvée Brut (Lombardia, Itália - 12,5%, importado por World Wine, R$ 423,00) e champanhe Pierre Moncuit Rosé (Champagne, França - 12%, importado por World Wine, R$ 487,00).




sábado, 14 de novembro de 2015

CONFRARIA VINUS VIVUS - 104ª REUNIÃO

CONFRARIA VINUS VIVUS

Reunião: 104
Data: 04/11/2015
Local: casa de Vera.
PresentesMarcos, Fernanda, Jarbas, Leo L., Keller, Abílio, Vera, Cláudia e Robson.
TemaSardenha X Campania

Vinho 1 – Terre Blue


Safra: 2007.
Álcool: 14,5%.
Casta: 95% carignano, 5% bovaldeu.
Produtor: Santadi.
Região: Sardenha, Itália. DOC.
Cor: rubi, com unha granada.
Aromas:  pimenta, amora, herbal, tomilho, chá mate.
Boca: acidez bem presente, deixando a boca com muita salivação, equilibrado, persistência longa, leve amargor ao final, decaiu muito com o passar do tempo.
Estágio: 16 a 18 meses de barricas de carvalho novas.
Importador: Mistral.
Valor: R$ 487,00.
Observação: o preferido da noite de Robson.

Vinho 2 – Serpico


Safra: 2007.
Álcool: 14%.
Casta: 100% aglianico.
Produtor: Dei Feudi di San Gregorio.
Região: Campania, Itália.
Cor: rubi fechado.
Aromas: terra, cogumelo, jasmim, terra molhada, chocolate.
Boca: taninos elegantes, acidez presente, ferroso, terra, persistente.
Estágio: 18 meses de barricas de carvalho novas mais 8 meses em garrafa.
Importador: World Wine.
Valor: R$ 640,00.
Observação: o preferido da noite por Vera, Fernanda e Leo L.

Vinho 3 – Taurasi


Safra: 2008.
Álcool: 14%.
Casta: 100% aglianico.
Produtor: Dei Feudi di San Gregorio.
Região: Campania, Itália.
Cor: rubi fechado.
Aromas: balsâmico, alcaçuz, hortelã, terra.
Boca: taninos presentes e suaves, terra, raiz amarga, sangue, longo final de boca.
Estágio: 18 meses de barricas de carvalho novas mais 24 meses em garrafa.
Importador: World Wine.
Valor: R$ 497,00.
Observação: o campeão da degustação, sendo preferido da noite por Cláudia, Abílio, Keller, Jarbas e Marcos.


Jantar: arroz de pato.



Vinhos do jantar: Marquês de Murrieta Reserva 2007 Finca Ygay – Rioja, Espanha; e Quinta das Carvalhas Reserva Tawny Porto - Douro, Portugal.


sexta-feira, 13 de novembro de 2015

CONFRARIA VINUS VIVUS - 103ª REUNIÃO

CONFRARIA VINUS VIVUS

Reunião: 103
Data: 05/10/2015
Local: casa de Vera.
Presentes: Marcos, Fernanda, Jarbas, Leo L., Keller, Liz, Vera, Leo S., Cláudia e Robson.
Tema: Custo X Benefício

Vinho 1 – Mediterra


Safra: 2011.
Álcool: 14%.
Casta: 40% shiraz, 30% merlot, 30% cabernet sauvignon.
Produtor: Poggio al Tesoro.
Região: Toscana, Itália.
Cor: rubi.
Aromas: estábulo, doce, geleia, álcool, amora, mirtilo, herbal, caramelo, alcaçuz, papelão. 
Boca: picante na ponta da língua, acidez alta, os taninos travam na boca, gosto metalizado, ameixa.
Estágio: 8 meses de barricas de carvalho de segundo uso.
Importador: Inovini.
Valor: R$ 180,00.
Observação: o campeão da noite, sendo o preferido de Marcos, Fernanda, Jarbas, Leo L., Keller, Liz, Vera, Cláudia e Robson.

Vinho 2 – Director’s Cut Cinema


Safra: 2010.
Álcool: 14,5%.
Casta: 49% zinfandel, 45% cabernet sauvignon, 5% petit verdot e 1% cabernet franc.
Produtor: Francis Ford Coppola.
Região: Sonoma, Napa Valley, Califórnia, Estados Unidos.
Cor: rubi intenso.
Aromas: adocicado, goiaba, geleia de fruta, café, açúcar, mate, morango. 
Boca: muito doce, falta acidez, pesado, não saliva, cansativo.
Estágio: 14 meses de barricas de carvalho francês e americano.
Importador: Ravin.
Valor: R$ 480,00.
Observação: o preferido da noite de Leo S.


Vinho 3 – Magdalena Toso


Safra: 2011.
Álcool: 14%.
Casta: 60% malbec, 40% cabernet sauvignon.
Produtor: Pascual Toso.
Região: Barrancas, Mendoza, Argentina.
Cor: rubi fechado.
Aromas: grama cortada, biotônico, couro, caramelo, calda queimada. 
Boca: doce, acidez presente.
Estágio: 18 a 24 meses de barricas de carvalho.
Importador: Vinoteca.
Valor: R$ 480,00.


Jantar: entrada – tomate recheado com queijo de cabra, pesto e torrada com pesto; prato principal – arroz de cordeiro; sobremesa – banana assada com farinho de milho, e doce de leite.

Vinho do jantar: Beronia Reserva 2010 (Art du Vin, R$ 147,00) – Rioja, Espanha – 94% tempranillo, 3% manzuelo e 3% graciano.

CONFRARIA VINUS VIVUS - 102ª REUNIÃO

CONFRARIA VINUS VIVUS

Reunião: 102
Data: 28/09/2015
Local: casa de Vera.
Presentes: Fernanda, Jarbas, Bruno, Vera, Keller, Leo L., Abílio, Leo S., e Marcos.
Tema: Rhône X Priorato

Vinho 1 – Gigondas


Safra: 2010.
Álcool: 14,5%.
Casta: 80% garnacha e 20% shiraz.
Produtor: Famille Perrin.
Região: Rhône, França.
Cor: rubi claro.
Aromas: álcool, pimenta, ferrugem, sangue, pimenta do reino, couro, baunilha, violeta, caramelo. 
Boca: picante na língua, calor na parte de cima da língua, taninos presentes, amargor.
Estágio: 12 a 14 meses de barricas de carvalho francês.
Importador: World Wine.
Valor: R$ 227,00.

Vinho 2 – Manyetes


Safra: 2007.
Álcool: 14,5%.
Casta: 70% carignan, 20% grenache, 5% cabernet sauvignon e 5% shiraz.
Produtor: Clos Morgador.
Região: Priorato, Espanha.
Cor: rubi escuro.
Aromas: couro, alcaçuz, adocicado, frutas negas, amora, groselha, aniz, cassis. 
Boca: acidez presente, elegante, intenso, persistente.
Estágio: 14 meses de barricas de carvalho francês novas.
Importador: Mistral.
Valor: R$ 537,00.


Vinho 3 – Château de La Gardine


Safra: 2001.
Álcool: 14%.
Casta: grenache, shyraz, mourvèdre.
Produtor: Gaston Philippe.
Região: Châteauneuf du Pape, Rhône, França.
Cor: rubi claro, com reflexos granada.
Aromas: estábulo, aceto balsâmico, vegetal, chocolate amargo, ferro, tabaco, bacon caramelizado. 
Boca: taninos presentes, carambola, biotônico, amargor ao final.
Estágio: 9 a 14 meses de barricas de carvalho francês.
Importador: Decanter.
Valor: R$ 946,00.
Observação: o preferido da noite de Fernanda, Vera, Keller e Marcos.

Vinho 4 – Coster de L’Ermita


Safra: 2006.
Álcool: 14,5%.
Casta: garnacha e carignan.
Produtor: Mas Igneus.
Região: Priorato, Espanha.
Cor: rubi intenso.
Aromas: herbal, hortelã, mentolado, tomilho, ameixa passa, azedinho. 
Boca: carnudo, quase mastigável, equilibrado, taninos redondos.
Estágio: 12 meses de barricas de carvalho francês.
Importador: Viníssimo.
Valor: R$ 826,00.
Observação: o campeão da noite, sendo o preferido de Jarbas, Bruno, Leo L., Abílio e Leo S.


Jantar: entrada – camarão, maionese de tucupi e batata cozida; prato principal – lula recheada com lula picadinha e camarão, acompanhada por palmito pupunha grelhado; sobremesa – banana prata frita caramelizada com calda de maracujá e sorvete de creme.
Vinho do jantar: Quinta da Pedra 2010 (Art du Vin, R$ 189,00).