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sexta-feira, 30 de novembro de 2012

UMA BARATA


Estava jantando no restaurante Casa de Lisboa, em Salvador, Bahia, com Ric, Emi, Rogério, Marcelo e Cris, na noite de sábado, dia 24 de novembro. Era um jantar de despedida de uma semana intensa de programações na capital baiana. Noite quente, mas agradável, com leve brisa. Não tínhamos reserva no restaurante, mas havia uma mesa disponível na varanda externa, com vista para a rua, onde resolvemos ficar, apesar dos protestos de Emi, que queria ficar em ambiente com ar condicionado. Minha garganta não estava muito boa, pois a semana inteira me sujeitei a ficar em ambientes fechados, a maioria deles com o ar condicionado no talo de tão frio. Bati o pé para ficarmos do lado de fora e ficamos. Emi ficou contrariado no princípio, pois reclamava do calor. Como tínhamos caminhado do hotel até o restaurante, o corpo ainda estava quente da caminhada. Assim que nos sentamos e uma leve brisa soprou, algo intermitente, o calor forte foi se esvaindo. Emi reconheceu mais tarde que a temperatura estava agradável. Ficamos bebendo um vinho branco, apesar de eu não ser fã deste tipo de vinho, e apreciando as delícias do cardápio do restaurante especializado na culinária portuguesa, como o próprio nome do local sugere. Quando já tínhamos finalizado o jantar, ouvimos um grito de uma mulher vindo do gazebo do restaurante, que era separado da varanda por um anteparo de treliça com trepadeiras naturais. Ric comentou que devia ser alguma barata, já que o calor faz com que elas saiam da toca durante a noite. O tão temido inseto passou a ser tema da nossa conversa, com cada um contando suas experiências. Nunca entendi o medo que uma barata provoca em muitas pessoas, especialmente nas mulheres. Um bicho inofensivo, que nem picar ou morder consegue. Sei que é nojento, pois passeia por esgotos e lixo, mas é fácil de matar. Já presenciei escândalos memoráveis cujo epicentro era uma barata. Escândalos protagonizados por mulheres e homens. Ric disse que tem medo de barata e corre léguas quando uma aparece. De repente, um inseto voou sobre nossa mesa e foi direto na direção onde Ric estava sentado. A princípio pensei que era uma destas borboletas que procuram a luz e ficam cegas em volta de uma lâmpada. O inseto bateu asas e pousou na boca de Ric, tentando entrar. Era uma barata. Ele deu um pulo da cadeira, colocou uma das mãos tampando a sua boca, enquanto abanava a outra, afastando um inseto que não mais estava lá, pois tinha pousado no chão. Uma mulher que estava na mesa ao lado gritou para ele matar a barata, mas Ric estava cego e surdo. Apenas pulava, gritava e ficava vermelho. Todos riam na mesa e eu fiquei apoplético vendo aquela cena teatral. O pior é que, passados quase dez minutos do episódio, Ric ainda estava de pé, respirando ofegantemente e cuspindo muito, como se a barata ainda estivesse tentando entrar em sua boca. Pensei que ele iria vomitar, pois tínhamos acabado de comer. Fiquei mais surpreso ainda por saber que Ric é reservado, não gosta de aparecer em público, e aquela barata o tirou do eixo. Ele não se importou se tinha mais gente no local, algo impensável em se tratando de Ric. Gritava, saltava, abanava a mão no ar e cuspia. Como diria Emi: um horror, um horror, um horror. A barata sumiu, voltando ao seu mundo escuro, talvez preparando uma nova surpresa para outro ser humano. Nós ainda rimos muito da situação. Ric acendeu um cigarro para tirar um gosto imaginário deixado pelo inseto em sua boca. Pagamos a conta e voltamos para o hotel. Claro que o assunto foi a barata.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

GASTRONOMIA EM SALVADOR (BA) - CASA LISBOA


Endereço: Rua Manuel Dias de Morais, 35, Ondina, Salvador, BA.

Fone: 71 3331 3841

Especialidade: cozinha portuguesa.

Quando fui: jantar do dia 24 de novembro de 2012, sábado. Éramos seis pessoas, sem reserva. Chegamos por volta de 20:00 horas, quando escolhemos ficar na área externa do restaurante, pois apesar do calor, estava uma agradável noite em Salvador.

Serviço: eficiente, prestativo e atencioso. Bom serviço de vinho.

O que bebi: água mineral com gás São Lourenço e três garrafas do vinho branco português Paulo Laureano Premium 2010 (R$ 89,00 cada garrafa). Vinho leve, próprio para dias quentes e harmonização com peixes e frutos do mar.

O que comi: começamos por compartilhar o couvert da casa (R$ 13,90 por pessoa), com cesto de pães especiais produzidos na casa (o de milho parecia uma pamonha doce, muito bom), patê de frango desfiado, azeitonas verdes regadas com azeite extra virgem, batatas fritas (fatiadas bem fininhas, redondas, bem sequinhas), manteiga, mini bolinhos de bacalhau e quiabo em conserva. Este último item era fantástico, cujo sabor ainda mora em minha memória. Em seguida, pedimos duas porções de bolinho de bacalhau (R$ 23,90 cada uma). Cada porção é composta por quatro unidades do bolinho, servidos com molho de pimenta com limão e chutney de manga. O bolinho é crocante por fora, sequinho, com bastante bacalhau. A pimenta com limão é suave e potencializa o sabor da iguaria. Já o chutney de manga achei desnecessário, não harmonizou bem para meu paladar. Finalmente, o prato principal. Fui de polvo a lagareiro com tomate cereja e batatas ao murro (R$ 49,90). O prato é bem servido, com bela apresentação e muito perfumado. São tentáculos de polvo grelhados, servidos com cebola também grelhada, azeitonas azapa, brócolis cozidos, batatas ao murro e alho assado. Sabor marcante. O prato suplantou o vinho, que era fraco para o tempero forte, mas muito bom, dos acompanhamentos do polvo. Gostei.

Valor total da conta: R$ 828,00.

Minha avaliação: * * * *. Restaurante que preserva a culinária clássica portuguesa, mas com leve toque contemporâneo. Se não quiser ser incomodado por insetos voadores, fuja da varanda. Os salões internos são pequenos e bem aconchegantes, com ar condicionado e decoração que mistura o clássico com toques modernos.

Gastronomia Salvador (BA)


quarta-feira, 28 de novembro de 2012

BARRACA DO LÔRO




No sábado, dia 24 de novembro de 2012, o dia amanheceu lindo em Salvador. Céu azul, sol a pino, calor forte, mas com uma brisa gostosa. Resolvi ceder e ir novamente à praia com meus amigos. Minha cota de praia nesta viagem à Bahia foi totalmente ultrapassada, pois seria a segunda vez em três dias que passaria parte do dia em uma praia. Fiz apenas uma exigência: que fôssemos para um local onde tivesse uma barraca com boa estrutura, especialmente nos quesitos sombra e chuveiro com água doce. Aceitaram minha argumentação. Decidimos pela Barraca do Lôro, situada na Praia do Flamengo. Eu já tinha ido a esta barraca ainda quando ela era na areia, antes da retirada de todas as barracas da faixa de areia do litoral de Salvador. Depois desta decisão, o dono da barraca construiu uma nova Barraca do Lôro, em um lote próximo à praia, muito maior e com mais estrutura. Para nos levar até a Praia do Flamengo, contratamos dois táxis ao custo de R$ 120,00 cada um para fazer o trajeto ida e volta. Às 08:30 horas, os táxis estavam na porta do hotel. Saímos no horário marcado, indo pela orla, apreciando a bela paisagem. Levamos cerca de quarenta e cinco minutos para chegar até a entrada da barraca que fica na rua de trás da praia. Realmente a Barraca do Lôro está muito melhor. Há banheiro limpo, mesas e cadeiras debaixo de estrutura coberta com palha seca, mesas debaixo dos vários coqueiros, parquinho para crianças, espaço de massoterapia que utiliza produtos Natura, mesas, cadeiras e espreguiçadeiras na areia da praia, chuveiro com água doce em abundância, uma brigada enorme de garçons e seguranças, sinal de internet sem fio aberto, sem necessidade de senha, entre outras facilidades. Um dos diferenciais do lugar é um espaço lounge. São sofás e almofadas debaixo de estruturas de madeira cobertas com um tecido especial que absorve parte dos raios solares, amenizando a temperatura para quem fica nelas. Para ficar no lounge, a barraca exige uma consumação mínima de R$ 400,00. Resolvemos ficar neste espaço. Outro diferencial da barraca é sua trilha sonora. Nada de axé, sertanejo, pagode, funk e afins. Apenas o melhor do pop rock nacional e internacional. Começamos brindando com uma cava rosé. Seguimos com algumas garrafas do espumante nacional Casa Valduga Art. Para acompanhar as bebidas, pedimos porções de acarajés, cuja massa foi feita na hora. Frescos, secos e com recheios bem saborosos. Também pedimos espetinhos de carne de sol e de queijo coalho, além de muita água mineral com gás, sem gás e água de coco. Fazíamos as contas e sempre faltava um tanto para chegarmos na consumação mínima. Porções de bolinho de peixe (diria que o sabor é digno), pastéis de siri e de camarão (o recheio dos dois tipos de pastéis tinha sabor apenas de molho de tomate). Além disto, íamos pedindo mais espumante. Logo outras estruturas foram ocupadas. Um grupo enorme, de mais de quarenta pessoas, ocupou o lounge em frente ao nosso. Em determinado momento do dia foi necessário pendurar duas cangas na estrutura de madeira para nos proteger do sol. Para aplacar o calor, meus amigos iam ao mar e eu ia para debaixo do chuveiro, que ficava bem próximo de onde estávamos sentados. Depois de mais de cinco horas na Barraca do Lôro, pedimos a conta (R$ 482,00) e ligamos para o motorista de táxi contratado para nos buscar. Ele demorou quase meia hora para chegar. Foi tempo de pagar a conta, arrumar nossas coisas, limpar os pés. Para voltar, por causa do trânsito, demoramos um pouco mais, cerca de uma hora. Chegamos cansados ao hotel. Resolvi tomar um banho refrescante e dormir um pouco. O almoço seria o jantar.


lounge


acarajé

turismo

terça-feira, 27 de novembro de 2012

GASTRONOMIA EM SALVADOR (BA) - LAFAYETTE


Endereço: Avenida Lafayete Coutinho, 1.010 (Avenida do Contorno), Bahia Marina, Salvador, BA.


Fone: 71 3321 0800.


Especialidade: cozinha contemporânea, com ênfase na culinária mediterrânea, sob a supervisão da chef Carla Pernambuco.


Quando fui: jantar do dia 23 de novembro de 2012, sexta-feira. Éramos seis pessoas, com reserva para 20:30 horas. A reserva é recomendável, pois o restaurante é bem procurado tanto por turistas quanto por moradores da cidade. Chegamos na hora marcada, pois do contrário a mesa não estaria garantida. Ficamos no deck, com ampla vista para a Baía de Todos os Santos.

Serviço: razoável, sem firulas. Recepcionista atenciosa, garçons com conhecimento do cardápio e prontos para dar sugestões. Bom serviço de vinho.

O que bebi: água mineral com gás São Lourenço e os vinhos tintos San Pangrazio Chianti 2009 (R$ 77,00), produzido na Itália, e Heartland Stickleback 2009 (R$ 109,00), corte cabernet-sauvignon, shiraz, dolcetto e lagrein, produzido na Austrália. Ambos não harmonizaram com meu prato, mas já sabia disto previamente. Sem a comida, são muito interessantes. Vale experimentá-los.

O que comi: dividimos duas porções de ceviche (R$ 44,00 cada uma) e uma de bruschetta de tomate com manjericão e parmesão (R$ 19,00). O ceviche era de robalo e salmão. Parecia mais um tartare, inclusive na consistência, pois o peixe era cortado em pedaços bem pequenos. Estava com pimenta do reino, o que valorizou seu sabor. Aprovei. A bruschetta também estava muito boa, com o pão mais fino e bem torrado. O manjericão estava na medida certa, em ótima harmonia com o tomate fresco picadinho. Inicialmente escolhi um bife de tira como prato principal, mas o garçom sugeriu que eu pedisse qualquer prato com frutos do mar, a especialidade da casa. Realmente observei que a maioria dos pratos que chegavam às mesas ao nosso redor eram elaborados com frutos do mar. Resolvi mudar de ideia, solicitando um risoto de frutos do mar com açafrão espanhol e ervilhas frescas (R$ 52,00). Há muito tempo não comia um risoto tão bom, no ponto certo, al dente, sem o gosto de amido. A leveza do açafrão espanhol enriqueceu o prato. Muito bom.

Valor total da conta: R$ 693,30.


Minha avaliação: * * * *. Restaurante moderno, despojado, com boa trilha musical.

Gastronomia Salvador (BA)


segunda-feira, 26 de novembro de 2012

CENTRO HISTÓRICO DE SALVADOR


Casario da Rua Gregório de Matos visto da janela do Uauá Restaurante

Assim que terminamos de almoçar no Uauá Restaurante, fomos passear pelo Centro Histórico de Salvador, começando pelo Largo do Pelourinho, onde sempre há muitos turistas estrangeiros tirando fotos e baianas a caráter prontas para uma fotografia, mediante o módico pagamento de R$ 1,00. Também há pessoas distribuindo fitinhas do Senhor do Bonfim, sempre querendo ganhar algum trocado. O Pelourinho está em processo de restauração, com novas calçadas, pedras das ruas sendo arrumadas e os prédios sendo pintados. No Largo do Pelourinho, onde fica a imponente Fundação Casa de Jorge Amado e o Museu da Cidade, a maioria das casas já recebeu pintura nova com cores fortes, vibrantes, como é aquele espaço. Ali, ficamos a observar os detalhes da frente da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, com sua fachada azul. Em frente há uma casa lotérica onde resolvemos tentar a sorte na mega sena acumulada (em vão!). Depois, subimos a Ladeira do Passo rumo ao Carmo, parando na escadaria que dá acesso à Igreja do Santíssimo Sacramento do Passo, cujo exterior está restaurado. Foi nesta mesma escada que Leonardo Villar deu vida a Zé do Burro no único filme brasileiro ganhador da Palma de Ouro em Cannes, O Pagador de Promessas (Brasil, 1962), dirigido por Anselmo Duarte e tendo Glória Menezes no elenco. Subimos as escadas, mas encontramos a igreja fechada. Seguimos para a direita, parando para apreciar a Igreja da Ordem Terceira do Carmo, a Igreja do Carmo e o Convento do Carmo, hoje Hotel Pestana Convento do Carmo. Em frente ao hotel tinha um intenso movimento de policiais e seguranças, pois o Governador do Estado almoçava no restaurante do hotel. Passeamos um pouco pela Rua do Carmo, onde a maioria das casas está restaurada com pintura nova. Alguns prédios ainda estão em processo de reforma. O calor estava bem forte. Resolvemos parar um pouco, tomar uma água e um café. O lugar escolhido foi o restaurante Al Carmo (Rua do Carmo, 42). Local agradável, com uma linda vista para a Baía de Todos os Santos. Há mesas no terraço, mas o sol estava forte e com o toldo abaixado, o local parecia um forno. Só apreciamos a vista e voltamos para dentro do restaurante, sentando em mesinhas no hall de entrada. Tomamos um bem tirado café espresso. O dono nos informou que o café era oriundo da região da Chapada Diamantina, na Bahia. Ficamos meia hora no restaurante. Em seguida, fizemos o percurso de volta pelo mesmo caminho até o Terreiro de Jesus. Passando pelo Largo do Pelourinho, paramos para ver uma sessão de fotos para um editorial de moda. Chamou minha atenção que as ruas estão mais limpas do que a última vez que estive no Pelourinho. O Terreiro de Jesus está muito bonito, com sua imponente fonte francesa ao centro. Continuamos nosso passeio, indo em direção à Igreja e Convento São Francisco, que fica ao final do Largo do Cruzeiro, uma extensão do Terreiro de Jesus. No largo, alguns cafés e restaurantes onde turistas estrangeiros descansavam e consultavam seus guias impressos sobre a cidade. Resolvemos entrar no convento, pagando R$ 5,00 pelo ingresso. Não há visita guiada no local. Quando entrei, recebi um folheto com breves explicações sobre o prédio histórico, cuja construção data do Séc. XVIII. A portaria é bem escura, mas há pinturas no teto, azulejos portugueses nas paredes e alguns trabalhos em madeira para apreciar. Em seguida, chega-se ao claustro, onde há 37 painéis de azulejos vindos de Portugal. Os painéis são inspirados nas gravuras do pintor flamengo Otto van Veen. Não houve possibilidade de subir ao segundo andar, onde há mais painéis de azulejos azuis. Ainda no claustro, pode-se ver, apenas da porta, a belíssima Sala do Capítulo, com um lindíssimo altar dedicado a Nossa Senhora da Saúde e um teto esplendoroso, cheio de pinturas religiosas. Em seguida, visitei a Sacristia, onde móveis de jacarandá impressionam. Da janela da sacristia, uma pequena fresta permitia entrar uma suave brisa, que amenizava o calor que fazia. No átrio entre a sacristia e a igreja há mais painéis de azulejos, pinturas no teto e a escada com corrimão de pedra que dá acesso ao piso superior. O mais impressionante da visita é o interior da Igreja de São Francisco. Decorada no estilo barroco, é toda revestida em dourado, dando uma sensação estranha à primeira vista, pois parece que seu interior é feito todo em ouro. O dourado é tanto que chega a cegar no primeiro momento. É necessário sentar, esperar um tempo e apreciar a beleza inigualável de sua decoração interna. Imagens em madeira com corpo de criança e rosto de adulto adornam as colunas. Há mais painéis de azulejos, pias de pedra, um lampadário de prata, pinturas a óleo, imagens de santos nas capelas laterais, móveis de jacarandá. Mas o que mais chama a atenção é, sem dúvida, o dourado que domina toda a decoração. Lindíssimo. Após esta visita, fomos para a Praça da Sé, passando ao lardo do Terreiro de Jesus. Paramos no Belvedere onde há a escultura Cruz Caída de Mário Cravo no local onde outrora era a Catedral da Sé, destruída para passar os trilhos do bonde, hoje não mais existente. Restam apenas alguns trilhos na praça. Ao lado do Belvedere, o importante prédio que abriga o Museu da Misericórdia. Seguimos em frente, parando na Praça Tomé de Souza, onde fica o horroroso prédio da Prefeitura de Salvador, a entrada da Cidade Alta do Elevador Lacerda e o Palácio Rio Branco, onde entramos. Este palácio serviu de morada para o Governador-Geral da Bahia. Hoje abriga a Secretaria de Cultura nos fundos. Na parte da frente, além do belíssimo hall, onde uma escada de ferro domina o ambiente, finamente adornada com figuras de galos dourados, há dois salões. O da direita estava vazio, espaço dedicado a exposições temporárias. O da esquerda funciona o Memorial dos Governadores Republicanos da Bahia. Entramos para conhecer. Além de um painel com a linha do tempo da história baiana, há objetos pessoais de vários políticos que governaram o estado e retratos a óleo de todos os governadores da Bahia. Depois de um longo passeio, era hora de voltar para o hotel. Na primeira esquina, à direita da Praça Tomé de Souza, param os micro-ônibus com ar condicionado. Chegamos bem na hora em que o ônibus com destino ao Shopping Iguatemi estava saindo. Ele percorre uma grande parte de seu trajeto pela orla, passando por Ondina, onde ficamos. Pelo trajeto e pelo conforto, pagamos R$ 3,00 cada um.


Igreja do Santíssimo Sacramento do Passo


Convento do Carmo e Igreja do Carmo


detalhe de painel de azulejo no claustro do Convento de São Francisco


detalhe de escultura em madeira que decora o interior da Igreja de São Francisco


Largo do Cruzeiro com a Igreja de São Francisco ao fundo

turismo



domingo, 25 de novembro de 2012

GASTRONOMIA EM SALVADOR (BA) - UAUÁ RESTAURANTE



Endereço: Rua Gregório de Matos, 36, Pelourinho, Salvador, BA (uauarestaurante@uol.com.br).

Fone: 71 3321 3089.

Especialidade: comida típica nordestina e baiana, tanto do sertão quanto do mar.

Quando fui: almoço do dia 23 de novembro de 2012, sexta-feira. Éramos seis pessoas, sem reserva. Chegamos por volta de 12:30 horas, permanecendo cerca de uma hora e meia no local. Não havia nenhuma mesa ocupada. Logo um grupo de turistas europeus ocupou várias mesas do salão ao lado de onde ficamos. Sentamos em uma mesa no segundo piso, em um dos salões com vista para o casario histórico do Pelourinho.



Serviço: médio. Os garçons foram simpáticos e a comida não demorou para chegar à mesa.

O que bebi: uma garrafa de Coca Cola Zero. Sem café ao final do almoço, pois a casa não tem espresso em seu cardápio.

O que comi: como a fome era grande, começamos por compartir uma porção de macaxeira frita (R$ 10,00). Pedaços sequinhos e muito saborosos. Há várias opções do cardápio que servem duas pessoas. Assim, dividi um destes pratos, a carne de sol a moda da casa (R$ 42,00), cujos acompanhamentos são purê de macaxeira e baião de dois. A carne vem cortada em gomos, mas em uma peça inteira, parecida com aquelas mangas que servem em determinados hotéis. Fica fácil de servir. Tinha pouca gordura e estava com excelente tempero. Não tinha sal em exagero, como costuma ser servido em alguns restaurantes. O purê de macaxeira estava apenas bom. Se fossem servidos pedaços fritos da mesma macaxeira, seria melhor e combinaria mais com o prato. O baião de dois tinha muito queijo coalho e pouco feijão de corda, mas estava bem feito. A porção servida poderia ser um pouco mais farta. Se os dois que dividirem o prato forem glutões, a porção do baião de dois não é suficiente. Como comemos entrada e a carne é bem servida, assim como o purê, ficamos satisfeitos.



Valor total da conta: R$ 204,60.

Minha avaliação: * * *. Restaurante decorado com paredes de taipa, conferindo ao seu interior um ar de casa do interior nordestino.

Gastronomia  Salvador (BA)

IMBASSAÍ E PRAIA DO FORTE - MATA DE SÃO JOÃO - BAHIA


Rio Imbassaí

Quinta-feira, dia 22 de novembro de 2012, 08:30 horas. Horário marcado para pegarmos o carro que alugamos para ir a alguma praia do Litoral Norte, saindo de Salvador. Éramos cinco. Pagamos R$ 150,00 pela diária com quilometragem livre e seguro incluído. Carro com ar condicionado, obviamente. Após vistoria no carro, saímos do hotel, pegando o caminho das paias da capital baiana. O dia estava abafado, com muitas nuvens brancas no céu. Bom tempo para pegar estrada, pois com sol escaldante é bem pior. Paramos em um posto de gasolina para abastecer antes de seguir viagem. Passamos pelas praias de Ondina, Paciência, Rio Vermelho, Amaralina, Pituba, Jardim de Alá, Boca do Rio, Artista, Corsário, Jaguaribe, Pituaçu, Piatã, Placafor e Itapuã, quando saímos do litoral para pegar o final da Avenida Paralela, já perto da entrada do aeroporto, no município de Lauro de Freitas, onde enfrentamos um trânsito lento. Assim que passamos pela parte mais urbanizada da cidade, chegamos no início da Estrada do Coco, onde há um posto de pedágio. Pagamos R$ 4,60. Ainda não sabíamos para onde ir. Conde, Sauípe, Imbassaí, Praia do Forte, Guarajuba e Arembepe eram as nossas opções. Já conhecia todas. Primeiro escolhemos Conde, mas como ficava bem distante, algo em torno de 160 quilômetros, trocamos de ideia. Pararíamos em Imbassaí, pertencente ao município de Mata de São João. Após o posto de pedágio, a estrada é duplicada e está muito boa. Condomínios dominam ambos os lados da rodovia, alguns muito luxuosos. Pouco antes de chegar perto da entrada para a Praia do Forte termina a duplicação da estrada. Exatamente no entrocamento para a Praia do Forte inicia a Linha Verde, que só termina na divisa da Bahia com Sergipe. Imbassaí fica dez quilômetros depois de Praia do Forte. Eu já tinha ido duas vezes àquela praia. Uma no início dos anos 90 e outra no início dos anos 2000. Muita coisa mudou, incluindo o calçamento das ruas e a existência de uma longa ciclovia que corta todo o vilarejo. Placas indicando pousadas e restaurantes estão por todos os lados, sinal de que o local passou a integrar o roteiro turístico do Litoral Norte. Percorremos quase a vila inteira até chegar no ponto mais próximo à praia. Estacionamos o carro logo após a Pousada Caminho do Mar, onde já tinha ficado hospedado em minha primeira vez em Imbassaí. O estacionamento fica dentro de uma propriedade particular. Cobram R$ 5,00 para deixar o carro lá, independentemente do tempo. Descemos uma ruela que fica ao final da rua, à esquerda. Ela dá acesso à praia. Seguimos a ciclovia com ótimo visual à frente: rio, areia e mar. O diferencial de Imbassaí está nesta combinação. Uma faixa de areia separa o calmo Rio Imbassaí do Oceano Atlântico. Nesta faixa, ainda resistem algumas barracas rústicas, pois elas em breve serão retiradas do local. A maioria das barracas tem cadeiras e guarda-sóis virados tanto para o mar quanto para o rio. São as cadeiras e mesas nas margens do rio, algumas delas com os pés na água, que fazem sucesso. São as mais procuradas. Para chegar até as barracas pelo caminho que pegamos é necessário atravessar o rio. Escolhemos uma parte mais rasa, com a água batendo no meio das coxas na parte mais funda e atravessamos. Não quisemos ficar nas mesas dentro da água. Preferimos uma mais acima na Barraca Estrela do Mar. Escolhemos a barraca pelo fato de aceitar cartão de crédito para pagar e por ter cerveja Original (eu não gosto de cerveja, mas estava com cervejeiros). Logo pedimos água de coco para aplacar a sede e o calor. Neste instante, resolvi tirar fotos. Minha máquina não estava comigo. Fiz todo o percurso de volta, observando pelo chão se ela havia caído. Encontrei-a somente no estacionamento onde deixamos o carro, caída no chão perto da porta da frente. Retornei tirando fotos. Logo entrei no rio que tem a água morna, com algumas rajadas de correntes frias nas partes mais fundas. O rio quase não tem correnteza, o que facilita para quem não sabe nadar e para crianças, motivo pelo qual aquele pedaço é bem frequentado por famílias com meninos e meninas pequenos. Mesmo com a água do rio, na barraca havia chuveiro com água doce. Dizem que a água é limpa, sem lixo, mas vimos tampinhas de garrafa, alguns pedaços de plástico, marcas de óleo de protetor solar. Para piorar, quando perguntamos onde era o banheiro, o garçom da barraca disse que era no rio. Nenhuma das barracas ali instaladas tinha banheiro, mas nas novas que estavam sendo construídas em local mais acima este problema seria sanado. Confesso que deu um pouco de nojo, mas logo relaxei. Quando o calor aumentou, decidimos trocar de mesa, indo para debaixo da barraca propriamente dita. Deu fome. Pedimos uma porção de pititinga frita que foi devorada num piscar de olhos. Em seguida, uma porção de agulhinha frita, da qual nada experimentei. Depois, macaxeira frita. Esta veio de outra barraca. Estavam sequinhas, muito bem feitas. Por fim, pedimos uma porção de batatas fritas. Ou seja, só comemos frituras. Às 15:00 horas, quando já estávamos quase quatro horas e meia na beira do Rio Imbassaí, resolvemos ir embora. Pagamos a conta (R$ 231,00), pegamos nossas coisas, atravessamos o rio, parando no início da ruela de acesso à praia para tirar a areia dos pés em um providencial chuveiro, cortesia de uma pousada que margeia o tal caminho. Depois de pagar o estacionamento, entramos no carro e completamos a volta na cidade. Nossa decisão era almoçar na Praia do Forte, para onde seguimos. A Praia do Forte pertence ao mesmo município da Praia de Imbassaí, ou seja, Mata de São João, mas a sua estrutura é bem diferente, muito mais arrumada, com mais casas e ruas. Também há uma profusão de hotéis  pousadas, restaurantes, cafés e lojinhas por todo o vilarejo. Deixamos o carro perto de uma feira de artesanato e seguimos a pé, meio sem rumo, até chegar na Praça de São Francisco, já na beira mar, onde há uma simpática igrejinha branca com detalhes em azul claro, dedicada ao santo que dá nome à praça. Nos fundos da igreja fica a famosa unidade do Projeto Tamar, que protege as tartarugas marinhas. Como já tinha ido lá várias vezes, não insisti com os amigos para uma nova visita. Todos estavam com fome. Tiramos algumas fotos, com o mar salpicado de barquinhos de pescador, e pegamos a avenida principal do local, onde escolhemos um dos vários restaurantes existentes: Amici Di Capri. Nesta avenida não é permitido o trânsito de automóveis. Além de pedestres, apenas bicicletas. Há um serviço de táxi chamado ciclotáxi que circula pela avenida e por toda a vila. Assim que terminamos o almoço, já perto de 17 horas, demos mais uma volta pelo local, vendo o movimento, as lojas e decidimos ir embora, pois já escurecia. Pegamos novamente a Estrada do Coco em direção a Salvador. Pagamos pedágio no mesmo posto da ida, no mesmo valor. Assim que passamos o pedágio, entrando em Lauro de Freitas, enfrentamos um longo engarrafamento de mexer com os nervos. Este trânsito lento foi a tônica até chegarmos nas proximidades do Salvador Shopping, já perto do bairro Caminho das Árvores, na capital baiana. Foram mais de duas horas irritados dentro do carro, em um engarrafamento sem fim, especialmente na Avenida Paralela. Chegamos no hotel às 20:10 horas. Gastamos mais do dobro do tempo para o mesmo percurso que fizemos na ida. Cheguei com um pouco de dor de cabeça. Resolvi tomar um banho, deitar e dormir. Nem vi o tempo passar. Quando me dei conta, já eram cinco horas da manhã da sexta-feira. Fora os problemas de trânsito, comuns em qualquer cidade grande no Brasil, foi um excelente dia no Litoral Norte, mesmo sabendo depois que há focos de xistose no Rio Imbassaí, motivo pelo qual vou tomar um remedinho.


Igreja de São Francisco - Praia do Forte


turismo

sábado, 24 de novembro de 2012

GASTRONOMIA EM PRAIA DO FORTE (BA) - AMICI DI CAPRI


Endereço: Avenida ACM, s/n, loja 04, Condomínio Praia do Forte, Praia do Forte, Mata de São João, BA.

Fone: 71 7811 8185.

Especialidade: culinária italiana, mas com sotaque baiano, pois há moquecas no cardápio, sob o comando do chef Fabrício Lemos.

Quando fui: almoço do dia 22 de novembro de 2012, quinta-feira. Éramos 5 pessoas. Chegamos às 15:40 horas, quando o restaurante já estava vazio, mas ainda com duas mesas ocupadas. Permanecemos no local por mais de uma hora e meia. Ficamos em uma mesa no meio do salão, onde tinha ar condicionado, pois o calor estava de matar.

Serviço: muito bom, com serviço de vinho acima da média. Garçons e garçonetes muito gentis. Os pratos não demoraram a chegar.

O que bebi: água com gás São Lourenço para acompanhar as bebidas. Iniciamos brindando com uma taça de espumante Chandon Brut (R$ 86,00) e durante a refeição, degustamos o vinho tinto português Sedna 2008 (R$ 77,00), produzido na região do Douro pela Secret Spots Wine. O tinto surpreendeu quando harmonizado com o filé. Muito bom.

O que comi: compartilhamos duas entradas. Bruschetta alla caprese (R$ 17,90). São quatro unidades servidas com tomate fresco picado, pesto e uma grossa camada de muçarela de búfala. Pão tostado, crocante e recheio denso. Gostamos. Em seguida, um fritto misto, ou seja, camarões, anéis de lula, abobrinha e cenoura à dorê com molho de tomates frescos. Acompanha o prato uma porção de torradinhas. Tanto os frutos do mar, quanto os legumes, vem levemente cobertos em farinha, fritos, mas bem sequinhos. Molhados no caldo de tomate fresco ficavam com mais sabor. Muito bom. Como prato principal, pedi um filet au poivre vert, servido com purê de mandioquinha, vegetais cozidos e molho de pimenta verde (R$ 45,90). O filé veio ao ponto, como havia pedido, em bela montagem no prato. Molho espesso, saboroso, mas não muito forte. Os vegetais, especialmente o brócolis, estavam no ponto correto, não muito cozidos, regados com azeite. Prato muito bom .


bruschetta alla caprese


fritto misto


filet au poivre vert

Valor total da conta: R$ 580,00.

Minha avaliação: * * * 1/2. Restaurante novo, com apenas pouco mais de um mês de inaugurado. Ambiente descontraído na principal rua da Praia do Forte.

Gastronomia Praia do Forte (BA)

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

GASTRONOMIA EM SALVADOR (BA) - PARAÍSO TROPICAL


Endereço: Rua Edgar Loureiro, 98-B, Resgate (Cabula), Salvador, BA.
(www.restauranteparaisotropical.com.br)

Fone: 71 3384 7464.

Especialidade: culinária baiana, sob o comando do chef Beto Pimentel.

Quando fui: jantar do dia 21 de novembro de 2012, quarta-feira. Éramos 9 pessoas. Chegamos às 19:45 horas, permanecendo no local até às 22 horas. Ficamos na última mesa da varanda superior, com vista para o jardim interno. As mesas da varanda estavam todas ocupadas.

Serviço: lento. Tínhamos que ficar com os braços levantados por longo tempo até que algum garçom nos visse. As bebidas demoram a chegar à mesa, assim como os pratos.

O que bebi: pedi uma caipirinha de pitanga e coco verde (R$ 14,50), uma das especialidades da casa. O drinque vem em bela apresentação, com muito mais fruta do que álcool. É quase um suco.

O que comi: escolhemos duas moquecas especiais para duas pessoas cada uma. Tais moquecas serviram seis dos nove presentes. Calapolvo (camarão, lagosta e polvo), R$ 148,00, e Camapolvo (camarão e polvo), R$ 125,00, foram as duas moquecas escolhidas dentre as opções especiais do cardápio. Ambas são decoradas com frutas frescas, colhidas no enorme pomar do restaurante, e servidas com aipim cozido regado com manteiga de garrafa, arroz branco com ervas aromáticas, farofa de manteiga e molho de pimenta. Os pratos chegaram fumegantes, como se espera de uma moqueca, e com um perfume maravilhoso. Elas não estavam com muito dendê, o que lhes conferiu maior suavidade no sabor. Além dos frutos do mar indicados no cardápio, cada uma delas tinha em sua composição maturi (castanha de caju verde), tomate, cebola e coquinhos. Este é o diferencial das moquecas do Paraíso Tropical, onde o chef sempre mistura frutas nas moquecas. Tais frutas variam de acordo com a estação do ano. Sabor inigualável. Quanto aos acompanhamentos, destaque para o aipim cozido. Derretia na boca, com ótimo tempero. Ao final, como já é tradição no local, uma gamela de frutas frescas foi colocada ao centro da mesa juntamente com um punhado de doce de banana embrulhado na palha. Melancia, abacaxi, biri biri, tamarindo, pitanga, laranja, mexerica cravo, banana, jaca, manga e cana enchiam a gamela e perfumavam a mesa. Aquelas que sobram podem ser levadas para casa pelos comensais. Sensacional.


Calapolvo


Valor total da conta: R$ 738,00.

Minha avaliação: * * * * . O restaurante fica em um sítio, com direito a pomar variado, ambiente agradável, em meio a árvores frutíferas, sem afetação na decoração. Classificado há vários anos com uma estrela no Guia 4 Rodas.

Gastronomia Salvador (BA)

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

GASTRONOMIA EM SALVADOR (BA) - MARFINO



Endereço: Rua Território do Guaporé, 162, Pituba, Salvador, BA.

Fone: 71 3037 4800.

Especialidade: culinária mediterrânea, com destaque para os frutos do mar.

Quando fui: almoço do dia 21 de novembro de 2012, quarta-feira. Éramos 5 pessoas. Chegamos perto de 12:30 horas, quando apenas uma mesa estava ocupada. Preferimos ficar em uma mesa no centro do salão, ao lado de uma pilastra. Logo a casa encheu.

Serviço: eficiente e prestativo, embora ainda titubeante. Há serviço de internet sem frio, mediante solicitação de senha, mas ela é fraca. Preferi usar a banda larga móvel de meu celular. Os pratos não demoraram para chegar à mesa.

O que bebi: água com gás Schin que acompanhou dois vinhos brancos. O primeiro foi o Yauquen Chardonnay 2010 (R$ 66,00), produzido em Mendoza, Argentina, com 13,8% de álcool. Fraquíssimo, quase uma água. Sem aroma e sem corpo. Não consegui beber nem metade da primeira taça. Já o segundo vinho, o Feudo Principi di Bureta 2007 (R$ 65,00), com 13% de álcool, produzido em Bureta, Sicília, Itália, tinha cor, aroma e sabor, mas não foi páreo para o polvo braseado que comi. Ao final, um bem tirado café espresso Lavazza.

O que comi: nada de couvert ou entrada. Todos pediram direto o prato principal. Quatro escolheram o mesmo prato, incluindo a minha pessoa. Polvo braseado ao molho acompanhado de risoto de açafrão (R$ 66,00). Bem servido, com muito polvo, o prato tinha um ótimo perfume. Polvo fresco, bem macio, com tempero que deixava o seu sabor se sobressair. O risoto estava cozido além do ponto ideal, mas estava com um bom tempero. Realmente era um coadjuvante frente ao tenro polvo braseado. Um toque de azeite italiano deu mais personalidade ao prato. Gostei.



Valor total da conta: R$ 440,00.

Minha avaliação: * * * 1/2. Cardápio não muito extenso, com boas opções de frutos do mar. Decoração mistura a simplicidade com o clássico.

Gastronomia Salvador (BA)

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

GASTRONOMIA EM SALVADOR (BA) - BISTROT DU VIN

Endereço: Rua Minas Gerais, 197, Pituba, Salvador, BA. (www.bistrotduvin.com.br)

Fone: 71 3231 1933.

Especialidade: culinária francesa, com toques contemporâneos.

Quando fui: jantar do dia 20 de novembro de 2012, terça-feira. Éramos 6 pessoas, com reserva feita por telefone uma hora antes. Chegamos às 20:00 horas. Ficamos em uma mesa perto da janela, com vistas para a rua. O restaurante não estava cheio.

Serviço: eficiente, com uma brigada de garçons para atender a mesa. Bom o serviço de vinho.

O que bebi: água com gás Aquíssima que acompanhou os vinhos Encierra Vineyard Reserve 2008 (R$ 112,00), produzido pela Peralillo no Vale do Colchagua, Chile, e Clarendelle 2004 (R$ 139,00), produzido em Bordeaux, França. Este ficou no decanter por quarenta minutos. Ambos os vinhos harmonizaram perfeitamente com meu prato principal. Gostei muito mais do francês, que estava com ótimo aroma e redondo na boca.os

O que comi: aceitamos o couvert da casa, composto por uma cesta com pães variados feitos na casa, patê de gorgonzola (muito leve), chutney de tomates frescos (tinha um gosto docinho bem interessante, não era enjoativo) e azeite extra-virgem ao perfume de alecrim. As cestas de pães foram repostas. Dispensamos as entradas, embora os garçons insistissem para que nós experimentássemos o polvo. Deixamos para uma outra oportunidade, seguindo direto para o prato principal. Escolhi um filé chateaubriand au poivre acompanhado com risoto de queijo brie e farofa de castanha (R$ 66,00). Pedi o filé ao ponto, mas ele veio bem passado, nada rosado por dentro. O prato tem bela apresentação e é bem servido. O molho do filé estava espesso e bem temperado, com o toque da pimenta que dá nome ao prato. A farofa de castanha é feita com uma farinha grossa, tipo farinha de pão, o que conferiu uma crocância interessante quando harmonizada com a maciez do filé. Já do risoto não gostei. Estava com gosto forte de amido, sinal de que ainda não estava cozido no ponto certo. O sabor do brie era tão discreto que nem parecia que usaram o queijo no risoto. Não resisti e pedi um creme brulê de sobremesa. Ele vem enfeitado com um morango fresco e um biscoito de laranja. O creme estava muito bom, com a casca de açúcar queimado bem quebradiça e o creme suave, doce, fresco e levemente frio.


couvert da casa


filé chateaubriand au poivre acompanhado com risoto de queijo brie e farofa de castanha


creme brulê

Valor total da conta: R$ 900,00.

Minha avaliação: * * *. Os preços dos vinhos são os mesmos praticados na loja que fica no térreo do mesmo prédio, a Casa dos Vinhos. Decoração clássica, com toques rococó, beirando o brega-chique, o que conferiu ao local um ar moderno e decadente ao mesmo tempo. Gostei desta mistura. A figura destoante da decoração é uma tela de televisão no bar onde passavam vídeos de óperas.

Gastronomia Salvador (BA)

terça-feira, 20 de novembro de 2012

GASTRONOMIA EM SALVADOR (BA) - ALFREDO DI ROMA

Endereço: Rua Morro Escravo Miguel, Atlantic Tower, s/n, Ondina, Salvador, BA. (www.alfredodiroma.com.br)

Fone: 71 3331 7775.

Especialidade: culinária italiana.

Quando fui: almoço do dia 19 de novembro de 2012, segunda-feira. Éramos 9 pessoas, sem reserva. Chegamos às 13:00 horas. Ficamos em uma mesa no salão da direita de quem entra. O restaurante não estava cheio.

Serviço: eficiente, com garçons prestativos. Os pedidos não demoraram para chegar à mesa.

O que bebi: água sem gás São Lourenço que acompanhou os vinhos Terras de Monforte 2007 (R$97,00), vinho regional alentejano produzido pela Herdade do Perdigão, e Aguaribay Malbec 2010 (R$ 72,00), produzido pela vinícola Baron Edmonds Rothschild na região de Mendoza, Argentina. Só tomei um gole do primeiro vinho para poder brindar. Estava com sintomas de que teria uma forte dor de cabeça, o que se concretizou durante a noite. Além da água, bebi uma garrafa de Coca Cola Zero. Ao final, uma xícara de café espresso.

O que comi: aceitamos o couvert da casa, composto por uma cesta de torradas, uma cesta de pães e croissants, patê de fígado de galinha, pasta de alho e azeitonas pretas em conserva. Simples e bem farto. Em seguida, o prato principal. Escolhi o que dá nome e fama à casa, cuja matriz fica em Roma, Itália. Pedi um fettuccine all'Alfredo (R$ 63,85). Conforme escrito no cardápio, o prato é feito com massa fresca especialmente preparada com exclusiva manteiga cremosa sem sal e queijo parmesão italiano (parmigiano reggiano). É o autêntico fettuccine all'alfredo. O prato é finalizado por uma garçom ao lado da mesa do cliente. Chega fumegante à mesa. Bem servido, de coloração amarela, tem gosto marcante da manteiga misturada ao queijo. É muito gorduroso, não apropriado para quem tem restrições alimentares ou não gosta de comida pesada. Diria que o prato estava bem feito, mas apenas digno. Não morri de amores.


couvert da casa


fettuccine all'Alfredo


Valor total da conta: R$ 1.085,80, sem os 10%.

Minha avaliação: * * *. Não aceitar 10% no cartão de crédito é uma restrição chata do restaurante. Como nem todos tinham dinheiro, os garçons não levaram o total do percentual que usualmente deixamos nos restaurantes pelos serviços prestados. Nas paredes há dezenas de fotos com famosos que frequentaram o restaurante, tanto em Roma quanto em Salvador. Há fotos com Gary Cooper, Frank Sinatra, Ivete Sangalo, Paulo Autran, entre muitos outros.
Gastronomia Salvador (BA)

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

GASTRONOMIA EM SALVADOR (BA) - YEMANJÁ

Endereço: Avenida Otávio Mangabeira, 4.655, Armação, Salvador, BA. (www.restauranteyemanja.com.br)

Fone: 71 3461 9010.

Especialidade: culinária baiana.

Quando fui: almoço do dia 18 de novembro de 2012, domingo. Éramos 7 pessoas, sem reserva. Chegamos às 14:30 horas. O local estava lotado, com mais de vinte mesas na nossa frente na fila de espera. Como o restaurante é muito grande, resolvemos esperar. Aguardamos por meia hora. Quando nos chamaram, fomos acomodados no amplo salão da esquerda de quem entra.

Serviço: descompromissado, distante, mas sem atrapalhar o atendimento.

O que bebi: água com gás para aplacar a sede, caipirinha de maracujá, que estava com muita fruta, em bela apresentação visual e uma xícara de café espresso ao final.

O que comi: começamos compartilhando duas porções de mini acarajés, acompanhados de vatapá e camarão seco (R$ 22,50 cada porção). Os bolinhos estavam sequinhos, com ótimo tempero. Fantástico o vatapá. Um toque de pimenta foi providencial. Ótima entrada. Como prato principal, pedi uma moqueca de beijupirá (um peixe) para duas pessoas (R$ 98,80), seguindo a indicação do cardápio. Acompanha a moqueca uma porção de arroz branco, outra de farofa de dendê e uma de pirão de peixe. Foram pedidas mais duas moquecas para duas pessoas cada uma, sendo outra de beijupirá e uma de camarão. Os acompanhamentos foram os mesmos. Ainda pedimos uma porção de vatapá (R$ 11,50) e uma de caruru (R$ 8,60). As moquecas são bem servidas, em quantidade suficiente para os sete que estavam na mesa. Experimentei apenas a de peixe, que estava muito boa. O sabor do beijupirá é delicado, sem deixar aquele gosto forte de peixe na boca. As moquecas chegaram fumegantes à mesa, mas não se deve esperar muito para comer, pois o forte ar condicionado esfria o prato rapidamente. O que mais comi foi o vatapá. Dá vontade de sempre voltar ao Yemenjá por causa do seu vatapá. Delicioso.


mini acarajés


moqueca de beijupirá


caruru


vatapá



Valor total da conta: R$ 516,01.

Minha avaliação: * * * *. Embora dominado por turistas brasileiros e estrangeiros, é um restaurante que deve ser visitado quando se está em Salvador, especialmente por causa de seu vatapá e de seus mini acarajés.

Gastronomia Salvador (BA)

domingo, 18 de novembro de 2012

EM SALVADOR, BAHIA

Em Salvador, Bahia. Lindo entardecer que vejo da janela de meu quarto do hotel onde estou hospedado. Serão sete dias de intenso trabalho e diversão, ao lado de pessoas queridas.


sábado, 17 de novembro de 2012

MARISA MONTE - VERDADE UMA ILUSÃO

Enfim a turnê Verdade Uma Ilusão de Marisa Monte chegou a Brasília. Tinha ingresso no setor vip gold (R$ 280,00 - meia entrada) para a primeira noite de show no Auditório Master do Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Cheguei com uma hora de antecedência ao local, pois temia ter que estacionar longe com o tempo chuvoso. Desta forma, às 20:30 horas já estava no saguão do centro de convenções. As portas se abriram às 21 horas, portanto, meia hora antes do horário marcado para o início do show. Teatro lotado. A cantora atrasou vinte minutos para começar. Quando as luzes se apagaram, solicitaram que não fotografassem com flash pois o seu uso atrapalhava os músicos e os efeitos visuais do show. Foi a mesma coisa de ninguém ter falado nada, pois assim que se ouviu a voz de Marisa Monte, dezenas de luzes brancas explodiram no teatro vindas de celulares e máquinas digitais. Muita gente ficou filmando, o que acho uma bobagem e uma perda de tempo, pois a qualidade de vídeos feitos em celulares e máquinas digitais é sofrível. Muito melhor comprar o dvd do espetáculo. O show é muito bem produzido. São nove músicos que acompanham a cantora. Três deles pertencem ao grupo pernambucano Nação Zumbi. Dadi, o veterano músico que era da formação dos Novos Baianos e do grupo A Cor do Som, também faz parte do seleto time de instrumentistas que acompanham Marisa. Um quarteto de cordas dá o toque mais erudito aos arranjos, enquanto que a pegada pop fica por conta do trio pernambucano. Para cada música, há um cenário diferente. Em algumas canções, apenas luzes fazem parte da cenografia, enquanto na maioria delas, projeções que tomam conta de todo o palco, e até mesmo das paredes laterais do teatro, dão um colorido e uma leitura especialíssima às músicas e à interpretação da artista. Um jogo de espelhos que se movimentam nas laterais do palco me lembrou o cenário de Fernando Veloso para o final de Lecuona, um espetáculo do Grupo Corpo. Na primeira parte, Marisa pouco fala com o público, mas após cantar ECT, composição de Marisa Monte, Nando Reis e Carlinhos Brown, que ficou famosa na voz de Cássia Eller, a cantora se dirigiu ao público de forma mais demorada. Apesar de ser uma composição sua, Marisa nunca gravou ECT e nem mesmo tinha cantando a canção em shows. O arranjo deu uma pegada cigana, um toque espanhol à música. A frase dita pela cantora depois de interpretar ECT "alguém já disse que saudade não é quando a gente sente falta de alguém, mas quando sente a sua presença", em sincera e linda homenagem a Cássia Eller, arrebatou a plateia. Outra homenagem foi para a cantora italiana Mina Mazzini, quando Marisa interpretou Sono Come Tu Mi Vuoi, com direito a legenda na parte superior do palco. Antes de iniciar Ainda Bem, um dos sucessos de seu novo álbum, música interpretada em seguida à canção italiana, Marisa Monte explicou que chegou a convidar Mina para fazer um dueto nesta música quando estava gravando o seu mais recente álbum. A italiana gostou tanto que pediu para incluir a canção em seu disco que também estava sendo gravado. Mina gravou em português e Marisa também o fez, porém sozinha. Marisa sempre gostou de chamar artistas para participarem da concepção dos cenários de seus shows. Desta vez, ela chamou vários. Entre os artistas plásticos responsáveis pelos vídeos projetados durante o show estão Luiz Zerbini, Cao Guimarães, Arnaldo Antunes, Thiago Rocha Pitta, Rivane Neuenschwander, Alexandre Brandão e Janaína Tschape. O vídeo Dream Sequence I, de autoria de Tschape, ilustra a canção Depois e, para mim, foi o mais impactante. O curioso é que a letra da canção vai aparecendo no vídeo enquanto Marisa canta. A caligrafia que aparece na projeção é de Arnaldo Antunes. Entre sucessos de sua carreira e canções do novo trabalho, Marisa Monte cantou mais de vinte músicas, entre elas Depois, Universo Particular, Ainda Bem, Diariamente, ECT, O Que Você Quer Saber de Verdade, Beija Eu, Gentileza e Não Vá Embora, a última música interpretada antes do bis. A cantora voltou ao palco sozinha e cantou Amor I Love You, quando a plateia, já aglomerada perto do palco, puxava o U ao final da frase ao comando da artista. Nesta canção, um fã declamou o poema de Eça de Queiroz que originalmente é falado por Arnaldo Antunes na gravação em disco. Depois, Marisa se juntou à banda para interpretar mais duas canções: Velha Infância e Seja Feliz. Foi um belo show, mesmo com a voz da cantora falhando em algumas canções. Acho que já vi todos os shows da carreira da cantora e este é o que tem a pegada mais pop, com Marisa Monte mais próxima da plateia. Gostei muito.

show
música

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

MOSCOU CONTRA 007

Na esteira dos 50 anos de James Bond, coloquei mais um filme da série para ver. Desta vez foi Moscou Contra 007 (From Russia With Love), do qual quase não lembrava de nada. O filme é de 1963, uma produção do Reino Unido dirigida por Terence Young, o mesmo diretor do primeiro 007. Dura 115 minutos e tem no elenco Sean Connery (James Bond), Daniela Bianchi (Tatiana Romanova), Pedro Armendáriz (Kerim Bey), Robert Shaw (Grant), Lotte Lenya (Rosa Klebb), Bernard Lee (M), Eunice Grayson (Sylvia Trench) e Lois Maxwell (Miss Moneypenny). Este é o segundo filme da série e já mostra que Bond gostava de viajar. Enquanto no primeiro, a ação se passava na Jamaica, nesta fita, a maior parte das cenas se passa em Istambul, Turquia. Também há tomadas em Veneza, Itália. Claro que os cartões postais de ambas cidades aparecem como cenário para as tomadas do filme. Alguns personagens do primeiro filme continuam nesta sequência, sendo interpretados pelos mesmos atores, caso de Miss Moneypenny, M e Sylvia Trench, esta última uma das bondgirls de Moscou Contra 007. Bond ainda se relaciona com mais três beldades, sendo duas delas personagens ciganas e uma russa. Tatiana Romanova, a russa, é a principal bondgirl do filme. Quem a interpreta é a Miss Roma Daniela Bianchi. Sua voz não devia ser muito boa, pois no filme ela é dublada por outra atriz. Na trama, 007 é envolvido numa armadilha da Spectre, uma organização criminosa. Os agentes da Spectre tem números como identificação. O chefão, número 1, não aparece de corpo inteiro no filme, e seu rosto nunca é mostrado. Na armadilha, a Spectre coloca russos contra turcos em Istambul, estremecendo as relações amistosas que vinham mantendo até então. Tudo isto para colocar as mãos em um aparato chamado Lektor, uma espécie de máquina da verdade, e matar James Bond, em vingança pela morte do Dr. No, vilão do primeiro filme e um dos integrantes da organização criminosa. Como era o auge da guerra fria, a caracterização dos russos é hilária para os dias atuais. O filme repete as cenas de ação, perseguição de automóveis, tiros e lutas de qualquer um da série, mas um de seus elementos comuns está ausente: o famoso drinque dry martini. Em compensação, os ternos bem cortados, a gravata borboleta, o champanhe, o torso nu do agente secreto e as mulheres bonitas se fazem presentes. Uma das cenas mais interessantes é a entrevista que Rosa Klebb, a vilã número 3 da Spectre, faz com Romanova. Além da caracterização bem masculinizada, há uma forte insinuação de lesbianismo por parte de Rosa nesta entrevista. Não sei se Terence Young quis homenagear Hitchcock, mas a cena em que Bond é perseguido em um campo verdejante por um helicóptero que atira granadas sobre o agente secreto é claramente inspirada na cena em que um avião persegue o personagem vivido por Cary Grant em Intriga Internacional (North by Northwest), de 1959. A música tema, também chamada de From Russia With Love, é um destaque, cuja interpretação coube a Matt Monro. A abertura do filme é muito bem feita, como um videoclipe  Enquanto From Russia With Love é cantada, os créditos aparecem no balanço do corpo de uma dançarina do ventre. Não é tão bom quanto 007 Contra o Satânico Dr. No (Dr. No), 1962, mas é uma ótima diversão.

filme
dvd