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sexta-feira, 30 de abril de 2010

NEW YORK - DIA 6

Quinta-feira em New York. Sexto dia de nossa viagem. Corpo cansado de tanto andar. Há muita coisa para se ver, para comprar, para conhecer. Conforme previsto pela metereologia, o dia foi de céu azul o tempo todo. Tomamos o café da manhã mais cedo, por volta de 8:30 horas. Um garçon diferente dos demais dias nos atendeu. Desta vez, o atendimento foi ruim. Nosso café está incluso no preço da diária e todos os dias apenas assinamos o recibo do que efetivamente consumimos para controle do restaurante. Nesta manhã de quinta-feira, foi diferente, pois depois de assinarmos, o garçon voltou e disse que esquecemos de colocar o valor da gorjeta. Tudo nos Estados Unidos gira em torno de gorjetas. Todos pedem, como se fosse uma obrigação contribuir "voluntariamente" com a melhoria dos salários de cada um. Chamo isto de ditadura das gorjetas. Não dou, não é meu costume dar gorjetas em todos os serviços de que usufruo, a não ser em restaurantes, pois já é uma rotina no Brasil pagar 10% da conta como gratificação aos garçons. Não dou gorgetas em táxis, cabeleireiro, turismo, entre outros. Voltando ao nosso café da manhã, simplesmente dissemos que nosso café estava incluso na diária e ponto final. O garçon saiu bufando. Aproveitando o belo dia e com o passe do city tour ainda válido, tomamos o ônibus do circuito uptown, passando por Columbus Circus, Central Park, Lincoln Center, Amsterdam Avenue, Upper West Side, American Museum of Natural History, Saint John The Divine Cathedral, Columbia University, Riverside's Church, Harlem, Museum of The City of New York, Mount Sinai Hospital, Guggenheim e descemos em frente ao Metropolitan Museum of Art (5th AVenue - Central Park). O museu é muito grande. Não se pode querer ver tudo de uma única vez. Para entrar, há um preço sugerido de U$ 20,00, mas você pode pagar quanto acha que deve, inclusive menos. Paguei o que estava recomendado. Fiquei uma hora e meia no museu, vendo especialmente a parte dedicada ao Egito antigo, à arte medieval, aos pintores holandeses e espanhóis, especialmente Velasquez, Rembrandt, Van Dyck, à arte decorativa americana, às armaduras, e o que achei mais interessante, aos instrumentos musicais antigos de todos os continentes do planeta. Sem menosprezar o acervo, há uma sensação de dejá vu, uma vez que conheço o acervo do Louvre, do Prado e do Instituto de Arte de Chicago, com peças similares e/u semelhantes. O mais interessante foram duas exposições temporárias, A Arte do Iluminismo e Picasso, sem dúvidas, as mais concorridas. Destaco do acervo permanente, além dos instrumentos musicais, a reconstrução do Templo de Dendur no interior do museu. Uma beleza e pode tirar quantas fotos quiser. Saindo do museu, entramos no Central Park que estava lotado de turistas e novaiorquinos aproveitando o lindo dia, embora um pouco frio. Tiramos muitas fotos em cenários de filmes e programas de tv. Voltamos para o nosso ônibus e fizemos uma baldeação em Times Square, pegando o veículo que faz o circuito downtown. Perto do Ground Zero, havia uma manifestação de trabalhadores contra os bancos, o que deixou o trânsito lento e com um excesso de policiais nas ruas. Descemos perto de Wall Street, tiramos fotos do famoso touro, da entrada da Bolsa de Valores e fizemos uma pausa para lanchar no Ashby's (120 Broadway), nada de especial, onde conhecemos uma argentina que mora há muitos anos na cidade. Depois do lanche, voltamos a caminhar na região e paramos novamente na loja Century 21, onde fizemos mais algumas compras. Hora de pegar o ônibus de volta para o hotel. Pausa para descanso e rua novamente para fazermos o circuito noturno no mesmo ônibus. Partimos 20 horas em direção a downtown, observando a iluminação dos prédios, dando um colorido e uma vida diferentes para a cidade. Entramos na Manhattan Bridge e cruzamos o Rio Hudson até o Brooklyn, onde fizemos uma parada de vinte minutos. Vista maravilhosa de Manhattan e seus edifícios iluminados, bem como uma deslumbrante vista da Brooklyn Bridge também iluminada. No local, há um falso farol onde se vende um famoso sorvete que leva os turistas a formar filas para experimentá-lo, mesmo com baixas temperaturas. Comprei duas bolas, pelas quais paguei U$ 5,50, uma de café e outra de chocolate. É bom, mas nada excepcional. Já tomei sorvetes mais saborosos, inclusive no Brasil. Depois desta parada, o ônibus faz um pequeno giro pelo Brooklyn e volta pela mesma ponte para Manhattan, passando por Chinatown e Little Italy, onde se encontram excelentes restaurantes. O tour termina por volta das 22 horas no mesmo local em que se iniciou. Demos uma volta pelas redondezas, entrando em lojas de eletrônicos, todas dominadas por pessoas de origem árabe. Os preços marcados nos aparelhos não são os verdadeiros. Há um truque para iludir o comprador de que ganhou um desconto. Para se ter um ideia, uma calculadora tinha o preço de U$ 250,00, mas na verdade, os vendedores baixavam facilmente o preço para U$ 79,00. Depois de uma hora de caminhada, eu e Ric escolhemos um restaurante para jantar, o La Rivista (313 West, 46th Sreet), especializado em comida italiana. Logo na entrada, o maitre já nos comunicou que tínhamos que fazer o pedido imediatamente, pois a cozinha já ia fechar. É chato sentar e fazer logo o pedido, mas parece que a tônica é assim por aqui. Pedi uma salada mista de entrada, com muitas folhas verdes fresquinhas, mas com um molho muito ácido. Em seguida, um risoto de funghi secchi que estava no ponto certo, mas não tinha personalidade. Faltava algo. O restaurante não é muito caro, mas também não é nenhuma pechincha. Não vale a pena conhecer. Voltamos para o hotel. Mais um dia cheio em New York chegou ao fim.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

NEW YORK - DIA 5

Dia frio, nublado, mas sem sinal de chuva. Tomamos café da manhã bem mais tarde, quase na hora do almoço. Em seguida, passei em uma loja para comprar um binóculo. O preço de um binóculo 16 X 32 começou em U$ 250, mas terminou em U$ 149. Era um dos itens que tinha colocado na lista para aquisição por aqui. Fomos então para o guichê da City Sight dentro do Madame Tussaud, onde usamos pela última vez nossos Explorer Pass. Trocamos nosso passe por um city tour hop on hop off de dois dias, podendo usar os dois circutitos (downtown e uptown), e ainda o city tour noturno, uma entrada grátis para o Museu da Cidade e um cruzeiro de duas horas pelo Rio Hudson. Com o passe, pagamos apenas U$ 12 cada um por tudo. Se fossemos comprar tudo separado, nos custaria individualmente U$ 168. Cada circuito dura, em média, duas horas, com guia falando em inglês sobre os pontos turísticos por onde o ônibus de dois andares passa. Inicialmente, a nossa ideia era não descer para poder ver tudo e depois resolver onde valia a pena uma visita mais prolongada. Escolhemos o circuito em direção a Downtown. Entramos no ônibus na 7th Avenue com 42nd Street. Passamos em frente ao Madison Square Garden, Macy's, Empire State Building, entramos no Chelsea, no Soho, ao largo de Chinatown. Ao chegar perto do Ground Zero, onde ficavam as torres gêmeas do World Trade Center, resolvemos descer. Tiramos algumas fotos, seguindo a pé para Wall Street. No caminho, passamos em frente à loja de departamentos Century 21 quando lembrei das dicas da filha de minha amiga. Entramos. Foi uma perdição. A loja é muito tumultuada, pois oferece uma série de produtos com descontos. Todos arrastam os carrinhos vermelhos cheios de coisas. Acabamos gastando mais tempo do que imaginávamos por lá, saindo com pesadas sacolas repletas de sapatos Tom Ford, Calvin Klein, Puma, Nike, meias, bolsas, carteiras, colchas e jogos de cama 100% algodão egípicio de mil fios. É claro que Wall Street ficou para depois, pois as sacolas eram tão pesadas que não dava para ficar carregando. Quando íamos pegar um táxi, vimos o ônibus do nosso tour e sua parada era próxima de onde estávamos. Optamos por continuar o circuito, sem descer mais, até seu ponto final, nas proximidades de nosso hotel. Ao chegar, percebi que não tínhamos lanchado nada desde o café da manhã, com exceção de uma providencial barra de cereais, ainda no ônibus. Hora de fazer um lanche rápido no quarto, com muffins, croissants e castanhas. São 19 horas. Temos mais um musical para assistir, desta vez The Addams Family. Também perto do hotel, o musical está em cartaz no Lunt-Fontanne Theatre (205 West 46th Street) e tem Nathan Lane interpretando Gomez Addams. Diferente de Billy Elliot, é mais uma peça de teatro do que um musical, embora haja dezoito músicas, metade em cada ato. Há muito diálogo, o que dificulta para quem não sabe a língua inglesa. Cenários, figurinos e tecnologia são um show à parte. Pontualidade britânica no início do espetáculo. Destaco dois ótimos momentos, ambos no segundo ato: o encontro de Uncle Fester com sua amada lua, quando técnicas do teatro negro são utilizadas, e o tango de Gomez e Morticia, acompanhados pelos mortos que sairam das suas sepulturas. Gostei muito do que vi. Na saída, fomos conhecer duas mega lojas de marcas de chocolates, a Hersheys e a M&M's, uma em frente a outra. É uma loucura de tantas opções de chocolates e de souvenirs com alusões às marcas. Em plena meia noite ambas as lojas estavam lotadas de compradores e de turistas tirando fotos. Para forrar o estômago, paramos em um restaurante simples chamado Sbarro (1606 Broadway), com opções de comida a quilo e pizzas. Escolhi um pedaço de uma estranha pizza, cujo recheio ficava entre duas camadas de massa. Lembra mais uma torta salgada. Sabor mediano. Foi o local mais barato em que comemos até agora. Hora de voltar para o hotel e dormir.

NEW YORK - DIA 4

Terça-feira sem chuva, mas com muito frio. Depois de um fausto café da manhã no hotel, pegamos um táxi com destino ao American Museum of Natural History (Central Park West at 79th Street). Pela corrida, pagamos U$ 10,00. Uma chuva rápida caiu no trajeto que fizemos de táxi até o museu. Tivemos sorte, pois não havia fila grande para comprar os ingressos. Para ver o acervo permanente, há um preço sugerido de U$ 16,00, mas quem decide o valor a pagar somos nós. Decidimos por pagar U$ 10,00 por ingresso. O museu é muito grande, com milhares de objetos expostos. O que mais chama atenção são os animais empalhados em nichos que reproduzem o habitat natural de cada um. Pode-se fotografar tudo que está exposto, inclusive com flash. O quarto andar possui uma coleção de esqueletos de dinossauros invejável, com direito a um vídeo informativo narrado por Merryl Streep. A exposição de meteoritos, minerais e pedras preciosas também é destaque, assim como a que trata da evolução do homem. Como tudo é grandioso, com muita informação em displays e computadores, cansa-se muito rápido. Para descansar, há cafés em praticamente todos os andares. Paramos em um deles para um breve descanso. Ficamos por volta de duas horas dentro do museu. Ao sair, paramos para tirar fotos da entrada do museu quando uma cadela poodle que passeava com uma senhora idosa se posicionou conosco para se eternizar em nossa foto. Neste momento, um ônibus escolar parou em frente do local que estávamos e Ric quis uma foto. O motorista abriu a porta do veículo para ele se sentar na escada e fez pose para a foto. Pegamos um táxi e rumamos para a Grand Central Station (42nd Street at Park Avenue), cenário de vários filmes hollyodianos. O salão principal impressiona com sua tonalidade amarela e todo o mármore no piso e nas paredes. Depois de várias fotos dentro e fora da estação de trens, resolvemos parar para um breve lanche no Café Metro (370 Lexington Avenue), onde todos os empregados são mexicanos. Com a fome dominada, fomos conhecer o Chrysler Building (405 Lexington Avenue), no qual é permitida a visita apenas no saguão de entrada. Belíssimo edifício  inaugurado em 1930 pelo dono da montadora de automóveis que lhe dá nome, com muito mármore no piso e nas paredes com decoração em estilo art déco. O que mais chama a atenção são as portas dos elevadores, todas elas em madeira marchetada com motivos florais. Vale a visita. Em seguida, mais um edifício em nossa programação, o famoso Empire State Building (350 5th Avenue). Pode-se entrar e tirar fotos do imponente saguão deste que hoje é o maior edifício de New York. Para subir até o 86º andar paga-se U$ 20 e se quiser subir até o ponto de observação mais alto, localizado no 102º andar, paga-se mais U$ 15,00. Decidimos ir até o máximo permitido. Quem nunca foi, é bom ir preparado para enfrentar longas filas, seja no controle de segurança, onde se deve tirar até o cinto, na bilheteria e para tomar os elevadores. Para se chegar ao 86º andar, deve-se pegar dois elevadores. O primeiro nos leva até o 80º piso. Neste andar, a fila era enorme, com espera estimada em vinte e cinco minutos para entrar no elevador. Ofereceram a alternativa de subir seis andares pelas escadas. Muitos abandonaram a fila e fizeram um pouco de esforço, inclusive nós quatro. Ao chegarmos no primeiro ponto de observação, preferimos não ver nada ali e subimos, em outro elevador, até o 102º andar. Lugar quente a apertado, não vale a pena. É preferível ficar no 86º andar, para onde enfrentamos um amontoado de gente querendo descer ao mesmo tempo. No ponto mais baixo, a vista é mais nítida e mais bonita, tendo-se a opção de ficar na parte envidraçada ou sair para o terraço, onde venta muito, mas as fotos, em dia bonito como o que estava fazendo no momento em que lá estávamos, ficam ótimas. Não demoramos muito, pois já eram seis e meia da tarde e veríamos um musical no início da noite. Descemos da mesma forma que subimos: escadas e elevador. Novamente pegamos um táxi até o hotel, quando pagamos U$ 10,00 pela corrida. Combinamos sair às 19:15 horas, pois o musical começava às 20 horas e o teatro era próximo ao hotel. Quando já estava pronto, fui checar o endereço do teatro nos ingressos e descobri que o musical começava às 19 horas. Saímos feitos alucinados pelas ruas, já pensando em assistir somente ao segundo ato de Billy Elliot. Eram 19:30 horas quando chegamos ao Imperial Theatre (249 West 45th Street) e vimos que haviam outros retardatários. Não impediram nossa entrada e nos acomodaram na fila em que compramos as entradas, mas não nos lugares corretos. Perdemos apenas os dois primeiros números. Quando deu o intervalo, as pessoas que estavam em nossos assentos se retiraram para que nós nos sentássemos nos lugares corretos. O musical dura duas horas e cinquenta minutos e é muito bonito. O garoto que interpreta Billy é ótimo dançarino. Ele foi muito aplaudido ao final do espetáculo. Os melhores números são os sapateados. Realmente assistir a um musical na Broadway é emocionante. Ainda veremos mais dois neste viagem. Na saída do teatro, vimos os atores saírem tranquilamente no meio da multidão. Para terminar a noite gelada, jantamos no Applebee's (234 West 42nd Street), enquanto nossos amigos preferiam lanchar no Starbucks na mesma rua. Comida ruim, sem nenhum atrativo. Voltamos para o hotel já no início da madrugada. Cansados de um dia cheio.

terça-feira, 27 de abril de 2010

NEW YORK - DIA 3

A segunda-feira amanheceu chuvosa e fria. Depois do café da manhã, resolvemos ir às compras. Pegamos nosso cartão e nos dirigimos ao Madame Tussaud, o museu de cera, onde há um balcão da City Sights, para pegar os vouchers de ida e volta no ônibus para o Woodbury Outlet, um shopping a cerca de uma hora da cidade. Chegamos na rodoviária dez minutos depois que o ônibus tinha partido, mas como o movimento era grande, não tivemos que esperar o próximo da escala, marcado para onze e meia. Em meia hora novo ônibus ficou cheio de turistas ávidos por compras. Nossos amigos, experientes, levaram uma mala vazia para colocar suas compras. A cena de compradores ensandecidos, especialmente brasileiros, carregando malas enormes é comum neste shopping de descontos. É óbvio que tive que comprar uma mala de mão na Calvin Klein para colocar parte das compras que fiz ao longo das quase oito horas em que ficamos neste enorme centro de compras. Há lojas para todos os gostos: Timberland, Zegna, Ferragamo, Versace, Polo Ralph Lauren, Calvin Klein, Le Creseut, Tag Heuer, Adidas, Puma, Nike, Reebok, Armani, Burberry, Saks Fith Avenue, Diesel, Missoni, Prada, Gucci, Sansonite, Sony, Victorinox, Fossil, enre tantas outras. Ficamos cansados de tanto entra e sai nas lojas, de experimentar roupas, sapatos e relógios, sempre debaixo de chuva. Voltamos para New York no início da noite. Ao sairmos da rodoviária, César, que estava usando o meu guarda-chuva, percebe que algumas pessoas deixavam seus guarda-chuvas estragados na entrada do prédio. Ele não teve dúvidas, pegou um bem grande, azul e branco, que estava descosturado em alguns pontos. Ele ajeitou para que não entrasse água e fomos em direção ao hotel, a poucas quadras da rodoviária, debaixo de chuva e arrastando as malas. Cena mais que comum nesta área. No hotel, desfizemos as malas e contabilizamos todas as compras. César aproveitou para costurar o tal guarda-chuva azul e branco para usar no restante da estadia na cidade. Entre as compras, ternos, camisas, shorts, relógio, bota, meias, boné, chapéus, malas, perfumes, cremes e afins. Todos com fome, pois o dia foi de lanches rápidos, fomos jantar bem ao lado do nosso hotel, seguindo indicação de Lívia, filha de uma amiga, que recentemente esteve por aqui. Olive Garden (2 Times Square), um restaurante de cadeia especializado em comida italiana. Pedimos um Chianti Clássico Resierva para acompanhar nossos pratos. Todos muito bem feitos. Na saída, passamos na Walgreens para comprar água, abastecendo nossos quartos. Pregados, voltamos para o hotel para nosso merecido descanso.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

NEW YORK - DIA 2

Confirmando as previsões metereológicas, o domingo começou com chuva em New York e foi assim durante todo o dia e também a noite. Café da manhã no hotel, em um agradável restaurante com vista para os paineis luminosos da Times Square. Incluído na nossa diária, podemos pedir o que quisermos no cardápio específico para a primeira refeição da manhã. Foi quase um almoço! Depois, hora de bater perna pelas ruas novaiorquinas.  A melhor opção para dias chuvosos é visitar museus. Nossa decisão foi ir a dois museus. Optamos pelo metrô. Não sabíamos que o metrô de New York era tão confuso e sem sinalização. Para quem acha que tudo funciona bem nos Estados Unidos, ledo engano. Ao lado de nosso hotel há uma estação. Descemos as escadas. A bilheteria não estava aberta e as três máquinas de venda de bilhetes estavam quebradas. Outros turistas desceram e tiveram a mesma decepção. Olhamos o mapa e decidimos andar um pouco e pegar um metrô que fosse direto para os museus escolhidos, sem necessidade de baldeação. Andamos umas cinco quadras e entramos em outra estação. Um bilheteiro falava ao telefone e dele não largou quando quatro turistas franceses pediram informações, mandando-os comprar o que queriam nas máquinas ao lado da bilheteria. Na nossa vez, num visível mau humor, nos vendeu dois bilhetes para cada um. Tínhamos que pegar a linha V em uma certa direção, mas não há placas indicando as direções, como existem nos metrôs de São Paulo, Lisboa, Madri ou Paris. Ficamos perdidos, assim como vários turistas com mapas na mão. Pegamos o primeiro trem que chegou, descemos em outra estação onde tínhamos que pegar a linha F. No entanto, o que passou no local foi a linha E, cujo mapa da estação não apontava. Pegamos tal linha e descemos na estação indicada para nova baldeação, mas descobrimos que para fazer a tal conexão era necessário sair da estação, andar algumas quadras na rua, debaixo de chuva e pegar nova linha. Conclusão, o metrô é uma verdadeira esfinge, que demoramos mais de uma hora para decifrar e chegarmos perto do Central Park. Para piorar, a estação que tínhamos que descer estava fechada. Sem contar que as estações e seus acessos são imundos.Descemos na próxima estação e fomos para o Solomon R. Guggenheim Museum (1071, Fifth Avenue). Entramos na fila, mas descobrimos que com o cartão Explorer Pass, incluído em nossa diária do hotel, tínhamos o direito de não enfrentar a fila. Entramos direto, gastamos nosso passe livre (temos três ao todo), pegamos o áudio-guia e fomos conhecer o museu. Muito cheio. É interessante ver as pessoas do último andar subindo e descendo as rampas, num ritmo que parece um filme. O mais interessante do museu é sua arquitetura.O acervo exposto nas rampas não me empolgou, muita foto e vídeo instalações de artistas contemporâneos, que sempre considero uma chatice, com raras exceções. Havia uma foto feita por Rosângela Rennó, mineira de Belo Horizonte. Nas salas de exposição fora das rampas estavam as obras mais valiosas e de maior interesse, especialmente dos pintores franceses ou de artistas que escolheram a França para viver, tais como Picasso, Leger, Braque, Lam, Monet, Guaguin, entre muitos outros. Não a toa era a parte do museu mais cheia de gente. Gastamos uma hora no local, quando saímos e atravessamos o Central Park, onde, apesar da chuva e da lama, muita gente corria. Muitos filmes que foram rodados no parque vieram a minha cabeça. Do lado de lá do parque, fomos até o Dakota Building, prédio de luxo em cuja porta John Lennon foi assassinado. Hora de parar em algum local para almoçar. Andando a esmo, chegamos ao Sambuca (20 W 72nd Street), restaurante de comida italiana. Pedimos dois pratos (espaguete a carbonara e lasanha a bolonhesa) tamanho família. Deu e sobrou. Voltamos para nossa caminhada, em direção ao hotel. Chegamos na Colombus Circus, uma praça grande, com um portal do Central Park, um monumento a Cristóvão Colombo ao centro e um shopping, The Shops, onde entramos para conhecer. Havia duas estátuas de Botero em tamanho gigante, uma homem e uma mulher gordos e nus. Ganhamos chocolates com caramelo ao entrarmos na Godiva e paramos em uma loja de roupas, onde Ric e Ewerton fizeram compras. Na rua novamente, fomos margeando o Central Park até a 5th Avenue, onde está o chiquérrimo hotel The Plaza e a loja da Apple que funciona 24 horas. Um cubo de vidro de oito metros de altura com o símbolo da maçã mordida se sobressai. A loja fica no subsolo. Enorme e cheia de gente, com vendedores falando várias línguas, incluindo o português. Saímos com um iPod Nano. Voltamos para o hotel, muito cansados, com frio e debaixo de chuva fina. No hotel, comprei sete dias de acesso à internet por U$ 50 e atualizei este blog. Já tarde da noite e debaixo de uma pesada chuva, somente eu e Ric fomos jantar. Como chovia muito, optamos por algo mais próximo. Hard Rock Café New York (1501 Broadway) foi o restaurante escolhido. Pedimos um jumbo combo para dividir. Muita comida. Tiramos várias fotos. Havia roupas de Madonna, Freddy Mercury, Elton John, Jimi Hendrix, The Beatles, Elvis Presley. Nos displays, cenas ao vivo de vários restaurantes da rede espalhados pelo mundo, incluindo o do Rio de Janeiro. Voltamos ao hotel debaixo de um toró. Hora de descansar.

domingo, 25 de abril de 2010

NEW YORK - DIA 1


Eu e Ric saímos de casa na sexta-feira, dia 23 de abril, por volta de 17 horas em direção ao aeroporto de Brasília. Pedimos um táxi pelo telefone, daqueles que dão desconto de 30% no valor da corrida. Os carros não são um primor de limpeza, mas o custo benefício é positivo. A corrida ficou em R$ 30,00. As filas para o check in da TAM estavam enormes, mesmo na posição do fidelidade vermelho. Demoramos cerca de quarenta minutos esperando para despachar as bagagens direto para New York e pegar nossos cartões de embarque. O avião saiu com apenas dez minutos de atraso, mas pousou em Guarulhos, aeroporto de nossa conexão, no horário marcado. Tivemos que sair e retornar para a sala de embarque, pois tínhamos que passar pela imigração. Quando entramos, fui direto para o portão 9, indicado em nosso cartão de embarque, pois os assentos que eu havia reservado e confirmado por telefone dois dias antes da viagem foram trocados no check in. A desculpa utilizada foi a de sempre, ou seja, o sistema havia caído e não havia como manter os assentos marcados. Mas como a atendente me disse que estávamos em uma poltrona no corredor e na imediatamente ao lado, achei melhor não continuar com a reclamação. Fomos para a fila de embarque e ligamos para nossos amigos de Belo Horizonte, companheiros de nossas férias. Eles tinham acabado de chegar na sala de embarque. Encontramo-nos ainda na fila, mas como são finos, embarcaram primeiro, já que viajavam na classe executiva. O avião tinha poucas poltronas vazias. Houve um atraso de quarenta e cinco minutos para o avião decolar. Creio que são os procedimentos de segurança, com muitas revistas, inclusive na ponte de embarque. O voo foi tranquilo, sem nenhuma turbulência. Consegui dormir um pouco, e nas horas em que fiquei acordado, li os jornais antigos que havia levado. Pousamos em New York, aeroporto JFK, às 08:15 horas, horário local. Não havia fila na imigração. Eu e Ric fomos juntos para o mesmo guichê. O atendente perguntou nosso grau de parentesco e eu disse que éramos um casal. Espantado, ele perguntou se éramos casados e eu disse que sim. Não houve mais perguntas. Apenas as coisas de rotina, como digitais dos dedos da mão direita, pose para a foto e carimbo no passaporte. Hora de esperar as malas, o que demorou uns vinte minutos. O próximo passo foi entregar o formulário da alfândega, onde nenhum de nós quatro foi parado para checagem das malas. Na saída, havia uma brasileira nos esperando. Era cortesia da TAM para quem viaja de executiva. Nossos amigos solicitaram junto à TAM levar eu e Ric como convidados. A cia aérea aceitou e o carro era grande. A motorista foi muito simpática. É carioca e mora em New York há dez anos. O dia estava lindo, com céu azul e sol brilhando, com os termômetros marcando 10 graus centígrados. No trajeto, ela foi falando sobre os prédios e locais de interesse, além de fazer propaganda dos serviços da empresa para a qual trabalha, Albatroz. Chegamos no hotel por volta de 10 horas da manhã, bem no coração da Times Square, ou seja, no bochicho. Nosso hotel é o Renassaince New York Times Square (714, Seventh Avenue). Fomos atendidos rapidamente, mas não haviam quartos disponíveis. O check in é garantido a partir de 16 horas. Guardaram nossa bagagem e fomos andar para conhecer a região. Um frio gostoso estava fazendo na manhã de sábado. Andamos pelas ruas nas imediações do hotel. É uma sucessão sem fim de teatros com letreiros gigantes anunciando suas atrações. Os três musicais para os quais compramos ingressos estão em teatros muito próximos do nosso hotel. Paramos para comer alguma coisa em uma espécie de lanchonete, a Pax Wholesome Food (225 W 42 Street). O lanche foi rápido. Comi um sanduíche de frango com alface em um pão tostado, bebendo um suco de cranberry. Continuamos nossa caminhada de volta para o hotel, quando nos deparamos com a bilheteria central de todos os espetáculos em cartaz na cidade. Ali vimos que fomos felizes em comprar os ingressos pela internet, mesmo pagando taxas de administração, pois as filas são intermináveis. Perde-se muito tempo nestas filas. De volta ao Renaissance, o quarto de nossos amigos estava liberado. Levamos todas as malas para o mesmo quarto e aguardamos o meu quarto ficar livre, o que aconteceu cerca de meia hora depois. Ficamos todos no mesmo andar, o vigésimo primeiro. O meu quarto fica de frente para a rua de entrada do hotel, de onde posso ver vários dos enormes painéis luminosos, característica principal da Times Square. Desfizemos as malas, tomei um banho relaxante e saímos novamente, desta vez para conhecer a famosa Quinta Avenida. No caminho, paramos no Rockfeller Center para algumas fotos. Depois visitamos o interior da Saint Patrick Cathedral. Imponente, com vitrais bonitos, mas nada de empolgante. Quando chegamos na 5th Avenue, muitos turistas e muitas lojas de todas as grifes, joalherias e lojas de departamentos chiques. Com calma, víamos todas as vitrines. Na vitrine de uma das lojas Diesel, acontecia uma performance, na qual um casal em roupas de banho nadava em uma piscina de bolinhas em tons de azul com um adesivo na testa onde se lia Be Stupid, a nova campanha da marca. Muita gente tirava foto do casal estúpido. Fiquei com uma pergunta na cabeça. Quem era mais estúpido: o casal ou quem parava para vê-los? Fomos embora. Com a fome apertando, entramos no complexo comercial Trump, onde paramos no Obika Mozzarella Bar (590, Madison Avenue) para tomar uma coca cola e comer um novo sanduíche, desta vez de mussarela e tomates frescos. A sensação que tive era que todos os sanduíches da cidade eram muito bons. Seguimos em frente, tirando fotos e conhecendo as famosas avenidas e ruas da região. Paramos em frente ao hotel Waldorf Astoria. Entramos para conhecer o lobby e tiramos algumas fotos, especialmente de um relógio do final do século XIX que ornamenta a recepção. De lá, seguimos para a loja de eletrônicos Best Buy, mas não comprei nada, pois queria adquirir um binóculo, objeto que não era vendido naquela loja. Seguimos caminhando, parando para tomar um refresco na Au Bon Pain, onde todos tomaram sopa, menos eu. Com a energia renovada, decidimos ir na maior loja de departamentos do mundo, a Macy's. No caminho, paramos na Data Vision (445 Fifth Avenue) uma loja especializada em computadores, onde comprei um mouse bluetooth Vaio para meu notebook (U$ 70), um HD externo WD de 1 tera de memória (U$ 170) e uma capa para este HD (U$ 15). Fomos para a Macy's (Herald Square - 151, W 34th Street). O cansaço já estava tomando conta dos nossos corpos. A loja é muito grande. Só comprei um guarda-chuva, pois esqueci o meu no Brasil e a previsão era de chuva o dia inteiro do domingo, pelo qual paguei U$ 25. Ainda paramos na Walgreens (1471 Broadway), uma espécie de farmácia, onde se acha de tudo que necessitamos em viagens. Comprei água mineral, barras de cereal e refrigerantes. Chegamos no hotel exaustos. Cheguei a dormir um pouco, depois de um bom banho quente. Eu, Ric e Ewerton ainda achamos forças para sair e jantar, enquanto César ficou no quarto. Como estávamos cansados, não quisemos andar muito. Só atravessamos a rua para sentar na única mesa disponível do TGI Friday's (1552 Broadway). Mas antes de entrar no restaurante, presenciamos uma cena inusitada: um casal de noivos, estando a noiva de costas de fora num frio de nove graus, tirava fotos em plena Times Square, onde também estavam as madrinhas, todas de roupas iguais. Os turistas se aglomeravam  para tirar fotos, o que fizemos também. No Friday's, pedi uma chicken caesar salad, prato leve e saboroso para um fim de noite. Quando eram perto de 23 horas, as ruas ficaram entupidas de gente, pois este é o horário em que as peças e musicais terminam e todos saem para esticar a noite em bares, restaurantes e afins. Quando deixamos o restaurante, chovia, anunciando que o domingo seria chuvoso e mais frio. Hora de dormir. Na cama me perguntei silenciosamente porque demorei tanto tempo para conhecer esta magnífica cidade. 

sexta-feira, 23 de abril de 2010

ENFIM FÉRIAS

Comecei a desfrutar nesta sexta-feira, 23 de abril de 2010, o meu primeiro período de férias do ano (dividi em dois períodos, o primeiro com 12 e o segundo com 18 dias). Malas prontas para New York. Aguardem postagens da Big Apple a partir deste sábado.

FILMOTECA ESSENCIAL - INTERNACIONAL (03)



Fellini 8 1/2, dirigido por Federico Fellini, produção da Itália de 1963. Ganhador de dois Oscar, incluindo melhor filme estrangeiro. No elenco Marcelo Mastroianni (Guido), Claudia Cardinale (Claudia), Anouk Aimée (Luisa) e Sandra Milo (Carla). Guido é um cineasta em crise produtiva e às voltas com o roteiro de um novo filme. Lembranças de sua vida perpassam todo o filme, com sonhos e aparaições de pessoas chave na vida da personagem. Um ótimo delírio de Fellini. Filme com 240 minutos, mas não é cansativo. Belíssima fotografia, sem falar na trilha sonora. Um clássico italiano que deve ser visto e revisto. Não pode faltar em coleção de cinéfilos.


FELLINI 8 1/2 - FEDERICO FELLINI - ITÁLIA, 1963

CABEÇA DINOSSAURO - TITÃS - DISCOTECA ESSENCIAL (03)



Um marco do rock nacional. Titãs, para mim, é a melhor banda que surgiu na década de oitenta, na esteira do chamado Rock Brasil. O disco Cabeça Dinossauro foi uma referência, a partir de sua própria capa, pois deixou de fora as fotos dos integrantes da banda na capa e contra capa do disco, como era comum nos discos brasileiros, optando por reproduzir dois desenhos do mestre Leonardo Da Vinci. No repertório, as hoje clássicas Igreja, Polícia, Família, Homem Primata, AA UU e Bichos Escrotos. É um disco visceral, com letras ácidas fazendo críticas às instituições estabelecidas, como a igreja, a família e a sociedade. São treze faixas, encerrando com a dançante O Quê, um funk de Arnaldo Antunes com letra com poucas palavras mas com muito significado. Um primor.


TITÃS - CABEÇA DINOSSAURO - 1986

quinta-feira, 22 de abril de 2010

CASA GUCCI






Intrigas e glamour.

BRASÍLIA - 50 ANOS - A FESTA

Desde que moro em Brasília, nunca tinha participado das comemorações ao aniversário da cidade. Nesta última quarta-feira, dia 21 de abril de 2010, quando Brasília completou 50 anos, fui conferir a festa na Esplanada dos Ministérios. Cheguei ao local por volta de 19:15 horas, estacionando o carro distante de onde estava armado o palco principal. Muita gente transitava entre os palcos e tendas armadas em toda a extensão da Esplanada, a grande maioria jovens. Mas também havia casais com filhos pequenos, bebês, idosos, cadeirantes, enfim, uma festa democrática e bem policiada. A juventude se esbaldava de tanto beber bebidas baratas e com padrão de qualidade perto do zero, como umas tripinhas de plástico com cachaça colorida, vendidas a R$ 3,00 a unidade. Com tanta bebida à venda, os ânimos foram ficando exaltados na medida em que a noite avançava e, obviamente, pequenas confusões e brigas aconteceram, mas nada de grave nem duradouro, pelo menos nas proximidades de onde fiquei com Ric e nossos amigos. O show de Daniela Mercury começou às 19:40 horas, com pequenas falhas no microfone. logo resolvidas Três palcos estavam montados para facilitar o entra e sai de convidados da noite, pois a cantora baiana era também a anfitriã de artistas locais ou que iniciaram carreira na cidade. Logicamente Renato Russo e Cássia Eller foram lembrados em músicas e imagens nos telões. A noite foi um desfile de estilos musicais para todos os gostos. Os convidados que assisti durante as quatro horas em que fiquei no local foram Zélia Duncan, Osvaldo Montenegro, Plebe Rude, Raimundos, Hamilton de Holanda, Roberto Correa, Janette Dornellas, Clube do Choro, Reco do Bandolim, Coisa Nossa, Dhi Ribeiro, Renata Jambeiro, Adriano Faquini, Nilson Freire, Matuskela, Batalá, Renato Matos, Oficina Blues, In Natura, Viela 17, Mel daTerra, Indiana Nomma, Squema Seis,Coral Madrigal de Brasília, Léo Neiva e Bravi Pop Ópera. Saímos de lá antes do término das festividades, pois estávamos cansados e com fome. Valeu a pena participar desta festa!

quarta-feira, 21 de abril de 2010

segunda-feira, 19 de abril de 2010

LUGARES (02)


Neste segundo post sobre lugares que entendo que as pessoas devem conhecer, escolhi um especial, ainda na minha querida Minas Gerais. Trata-se do Instituto Inhotim (Rua B, nº. 20, Inhotim), localizado no município de Brumadinho, próximo a Belo Horizonte. Fui lá uma única vez, durante férias de 2006, e me apaixonei pelo lugar. Arte contemporânea e meio ambiente em uma sinergia total. Passei um dia inteiro, mesmo com chuva, em uma viagem cultural muito agradável. Há vários pavilhões espalhados pelos belos jardins com projeto original de Burle Marx. Depois desta minha visita, há mais de três anos, novos pavilhões e novas obras ao ar livre foram incorporados ao acervo, o que me dá vontade de fazer uma nova visita muito em breve. Nos pavilhões e jardins, instalações e obras dos mais importantes artistas da arte contemporânea, como Cildo Meireles, Hélio Oiticica e Neville D'Almeida, Tunga, Amílcar de Castro, Jarbas Lopes, só para falar em alguns artistas brasileiros cujas obras eu pude ver expostas. Há opções de gastronomia para quem quiser passar o dia no local, desde lanches rápidos até um relaxante almoço. O museu é reconhecido internacionalmente e deve ser ponto obrigatório para os turistas que visitam Belo Horizonte, já que fica a uma distância de apenas 60 quilômetros da capital mineira. As fotos que ilustram este post são de minha autoria e foram tiradas em outubro de 2006.




PECADO DA CARNE

Seguindo indicações de amigos, vi o filme Pecado da Carne (Einaym Pkuhot/Eyes Wide Open), dirigido por Haim Tabakman, uma produção de Israel, França e Alemanha de 2009. Inteligente, a trama é em torno de um judeu ortodoxo que reabre o açougue que foi de seu pai em um bairro de Jerusalém. Casado, com filhos e um fervor religioso extremo, sua vida muda quando um rapaz, também judeu ortodoxo, entra em seu açougue para se proteger da chuva. Ao entrar no açougue, o jovem judeu também entra na vida do açougueiro, que vê seus desejos reprimidos se aflorarem novamente. É claro que o jovem acaba trabalhando e morando no açougue. É raro ver um filme nos cinemas tratando de homossexualismo e religião de forma tão direta. E mais raro ainda por se tratar de um filme feito em Israel, abordando a religião judaica. Independente de que credo se trate, a película mostra como a religião sufoca as pessoas. Uma cena tem uma metáfora com imagens muito bem feita. Quando o açougueiro e o jovem vão tomar um banho de purificação e somente o jovem está nu dentro da água, o açougueiro vê um saco plástico no chão com um inseto dentro, tentando sair. Ali, ele se sente como o inseto e quer também se libertar, de realizar os seus desejos reprimidos. Sua vida, mesmo que por alguns momentos, muda totalmente. Bela história que merece ser vista.

domingo, 18 de abril de 2010

SIMPLY RED

Como sempre faço aos domingos, fecho o final de semana com um programa cultural. Neste domingo, o programa foi musical, com o show do Simply Red no Pontão do Lago Sul. Eu e minha amiga Vera compramos o ingresso para ficarmos sentados em cadeiras colocadas em filas de frente para o palco. Pagamos R$ 200,00 (meia entrada - cupom Sempre Você do Correio Braziliense). Sentamo-nos bem em frente ao palco, com visão privilegiada. Sabendo que o local não possui estacionamento amplo, saí com mais de uma hora de antecedência para o início do show, mas ao chegar nas proximidades do Pontão, constatei que seria impossível deixar o carro nos estacionamentos do local. Fiquei parado um bom tempo no trânsito, sempre observando a ação dos policiais. Quando percebi que eles iriam liberar para que os carros estacionassem no gramado do amplo canteiro central que divide as pistas de rolamento, fui rápido e parei meu carro no tal gramado, em frente ao portal do Pontão do Lago Sul. Para acesso às cadeiras foi necessário colocar uma pulseira laranja no pulso. O show começou com trinta e cinco minutos de atraso. A plateia demonstrou impaciência batendo os pés no tablado de madeira que cobria o chão, mas quando Mick Hucknall entrou no palco e desfilou os sucessos de vinte e cinco anos de carreira do Simply Red, o atraso foi esquecido. O público, majoritariamente na faixa dos quarenta anos, acompanhava todas as músicas. Quem estava nas cadeiras, dançava com o corpo, mas ninguém ousava se levantar, mas quando os primeiros acordes de Stars soaram, todos se levantaram para dançar. Ninguém se sentou novamente. Hit atrás de hit e muita empolgação da galera. Dancei e cantei todas as músicas que conhecia. Com uma hora e vinte minutos de show, Hucknall se despede do público de Brasília. O tradicional bis é pedido e ele retorna cantando mais dois de seus eternos sucessos. Saiu novamente do palco, mas a plateia não arreda pé, pedindo mais. O Simply Red retornou, agradeceu a todos pelos 25 anos de existência do grupo e tocou mais duas músicas. Era o fim do show de despedida do grupo: Farewell Tour. Simply Red vai deixar saudades. Um detalhe que não posso deixar de falar. Minha amiga pediu para eu observar o telão e ver como Mick Hucknall estava parecido com Reginaldo Rossi. Pura verdade, ainda mais com o fato de ter feito todo o show sem tirar os óculos escuros. Na saída, ouvimos algumas pessoas fazerem o mesmo comentário e dois caras gritaram "Play Garçon, Reginaldo!". Dei muitas risadas. Gostei muito do show.

sábado, 17 de abril de 2010

EXPOSIÇÕES

Já que estou em São Paulo, nada como visitar algumas exposições. Foram cinco mostras ao todo que conferi entre o final da tarde de sexta-feira e o início da noite de sábado. Vou comentar brevemente cada uma.


  1. Roberto Carlos - 50 Anos de Música na Oca - Oca do Parque do Ibirapuera - R$ 10,00 a inteira. Foi a que mais demorei. Fiquei no espaço expositivo por duas horas. São quatro pisos contando cinco décadas de música de Roberto Carlos. Didática, com vasto uso da tecnologia, a mostra tem de tudo um pouco. O famoso calhambeque azul, reformado por Fittipaldi está logo na entrada, mas também há outros carros e um triciclo amarelo de 2009. Vários troféus e prêmios que o cantor recebeu no Brasil e no exterior estão em redomas de vidro ao longo do piso térreo, onde também se encontra um display, separado por década, com fatos importantes na vida pessoal e profissional de Roberto Carlos. Seus discos de ouro e platina também ganham espaço, assim como fotos de suas mulheres (Nice, Myriam Rios e Maria Rita). Presentes doados pelos fãs, alguns breguíssimos, quadros com retratos do cantor, roupas que usou em shows, especiais e filmes estão na mostra. Nos dois pisos superiores a tecnologia predomina. No último deles, apenas um ambiente azul, com músicas saindo de alto falantes colocados na base de cones brancos e projeção de estrelas no teto. No piso abaixo deste, há um espaço destinado para os amigos com os quais dividiu o microfone. Pode-se sentar para ver e ouvir clipes e programas de tvs com Erasmo Carlos, Wanderlea, Gal Costa, Tim Maia, Maria Bethânia, Tom Jobim, Luciano Pavarotti, Hebe Camargo, Caetano Veloso, Ivete Sangalo e Chitãozinho & Xororó. Também no mesmo piso, poltronas de kombi adaptadas como cadeiras de cinema onde ao sentar, é possível ouvir músicas do clipe projeto na parede da Oca sobre os filmes que Roberto gravou. Há um interessante documentário sobre a Jovem Guarda também neste piso. No subsolo, mais tecnologia. um grande canteiro de rosas vermelhas em instalação com um filme onde uma multidão vai se aproximando desse jardim. Outra instalação legal é o convés de um navio de cruzeiro e um vídeo com imagens em movimento da Baía da Guanabara, simulando a navegação ao longo da costa. Como há água na instalação, há uma sensação de que estamos realmente navegando. Neste piso, há mais presentes de fãs, especialmente imagens sacras e muitos corações de pelúcia. Uma reprodução de um estúdio nos convida a alterar o som de alguns instrumentos musicais na gravação de três músicas escolhidas por Roberto Carlos, entre elas Detalhes, que também ganhou uma projeção só dela. Antes de deixar o espaço, conferi toda a discografia do rei, disposta em mesas tecnológicas, onde se podia, com um toque, escolher o disco, uma música ou um clipe para ver/ouvir. Escolhi ouvir seu raro primeiro trabalho, Louco Por Você, que Roberto Carlos nunca deixou relançar. É bem diferente do que conhecemos e não há nenhuma música composta por ele. Para quem quiser, pode-se, mediante pagamento, tirar uma foto ao lado de uma réplica do calhambeque azul, com direito a paisagem do Rio de Janeiro ao fundo. E gratuitamente, pode-se aventurar e deixar gravado sua voz cantando uma música do eterno rei da canção brasileira. Antes de sair, uma lojinha vendendo a maior parte da discografia de Roberto Carlos. O público é numeroso e não temo em estimar que 90% são mulheres na faixa de 55 a 70 anos. Elas chegam em bandos, parecendo caravanas vindas do interior. Na saída, constatei que realmente os bandos vem de várias cidades do país.
  2. Puras Misturas - Pavilhão das Culturas Brasileiras (Pavilhão Engenheiro Armando Arruda Pereira) - Parque do Ibirapuera - Gratuito. Procurando o Museu Afro Brasil, me deparei com um recém aberto espaço expositivo, em prédio onde funcionava a empresa de processamento de dados do Estado de São Paulo. Também projetado por Oscar Niemeyer, será sede do futuro Pavilhão das Culturas Brasileiras. Para esquentar e mostrar ao público o seu perfil, o futuro museu abriu as portas com uma exposição de arte popular brasileira, não importando sua origem. Ao descer a rampa para o subsolo, um texto na parede avisa que se trata de uma mostra propositalmente fragmentária, sem um eixo curatorial definido. Assim, pude ver uma cadeira dos Irmãos Campana ao lado de bonecas de pano produzidas na Paraíba e de um boneca feita pelo estilista mineiro Ronaldo Fraga. Ou um esboço de Niemeyer para o Palácio da Alvorada em Brasília e a apropriação deste esboço em casas espalhadas por cidades do interior, especialmente de Minas Gerais. Bancos indígenas estão ao lado de bancos produzidos em série nas feiras de artesanato e por escritórios de design. A exposição é interessante de se ver, pois temos uma ideia do que virá nos próximos anos, além de conhecer esta profusão de arte que existe no Brasil.
  3. O Deserto Não É Silente - Arte Antiga e Contemporânea da Líbia - Museu Afro Brasil - Parque do Ibirapuera - Gratuito. Exposição do acervo da Gaddafi International Foundation, do filho do Presidente da Líbia. O filho também é artista plástico e na parte contemporânea da exposição, divide as paredes com mais dois artistas líbios. Assim, há quadros de Saif El Islam El Gaddafi, Fawzi Omar Sei e Salaheddine Shagroun. Nada de inspirador ou de inovador. Tive a sensação de que já tinha visto aqueles quadros em feiras de artesanato. Quanto à parte histórica, a exposição é um show, com relíquias descobertas em sítios arqueológicos da Líbia, especialmente das antigas cidades de Trípoli, Germa, Sabratha, Leptis Magna, Cirene e Apollonia. Cada objeto ganhou texto explicativo, além de uma cenografia com fotos mostrando as ruínas destas cidades. Os mosaicos são as peças que mais me chamaram a atenção, todos datados do ano um da era cristã.
  4. Hélio Oiticica - Museu É O Mundo - Itaú Cultural - Gratuito. As obras de Hélio Oiticica ganharam evidência novamente depois que parte do seu acervo foi consumido pelo fogo em 2009 no Rio de Janeiro. No Itaú Cultural estão os Metaesquemas, Parangolés, Penetráveis e Bólides construídos por Oiticica. A série dos Metaesquemas é grande, tornando-se enfadonha e repetitiva, diferentemente dos Penetráveis e dos Bólides que estão no último piso do subsolo, onde também há alguns vídeos e a instalação Rodhislândia. Areia, brita, terra, madeira, palha eram os materiais usados nestas instalações, o que o artista chamava de apropriação dos espaços vazios, dos campos, terrenos e o que estivesse a sua frente. Quanto aos Parangolés, podem me chamar de louco, mas acho uma bobagem sem tamanho.
  5. A Bahia de Jorge Amado - Galeria do Instituto Moreira Salles no foyer do Unibanco Arteplex - Shopping Frei Caneca - Gratuito - Parte da exposição que acontece na sede do Instituto Moreira Salles em Higienópolis, são pouco mais do que quinze fotografias feitas por estrangeiros e brasileiros no período em que Jorge Amado morou na Bahia. Algumas fotos lembram a obra de Pierre Verger, especialmente a de pescadores na procissão no dia de Yemanjá.

UM SUSTO NA NOITE DE SÃO PAULO

Quando terminou o musical Cats, peguei um táxi e fui direto para o Restaurante Gigetto (Rua Avanhandava, 63, Bela Vista) para jantar, pois estava com fome. O restaurante, mesmo sendo perto de meia noite, estava lotado. Tive que esperar para vagar uma mesa, o que aconteceu logo. Comi uma massa, um tanto insossa. Fiquei quarenta e cinco minutos no restaurante, paguei a conta e segui para o hotel, cerca de trezentos metros de onde eu estava. Quando entrei na Rua Martins Fontes, em frente ao Braston Hotel, e parei para atravessar a rua, um homem cambaleando, parecendo bêbado e muito sujo, com um cigarro na boca, veio em minha direção. A rua estava bem movimentada, tanto de carro, quanto de pessoas caminhando. Desviei-me do tal homem, mas ele fez o mesmo movimento do que eu e me agarrou no braço direito, tirando do bolso da blusa que usava uma faca que logo encostou em minha barriga pedindo meu dinheiro. Era um assalto. Assustado, pulei para trás, mas ele não soltou meu braço. Gritei, mas ninguém acudiu. As pessoas mais próximas fizeram foi se afastar e o homem tentando encostar a faca novamente em mim. Com um reflexo grande, pulei novamente para trás e senti a minha blusa se rasgando (era a segunda vez que a usava, uma Polo Ralph Loren comprada na loja da marca em Chicago). Continuei gritando e ele também, pedindo meu dinheiro. Consegui me soltar e sai correndo em direção ao hotel, sem olhar para trás. Ninguém falou nada, ninguém perguntou se eu estava bem. Só ouvi o cara gritando que era para eu comprar uma blusa original, pois as falsificadas rasgam à toa. Hilário! Cheguei no hotel e quando entrei no elevador, minhas pernas começaram a tremer. Já no quarto tive um acesso de choro. Tirei a blusa e conferi o estrago. Perda total. Meu braço tinha alguns vergões vermelhos e pequenos arranhões, não sei se da unha fétida do assaltante ou da faca que ele usava. Por via das dúvidas, lavei com água quente e sabão. Nunca pensei que alguém pudesse ser tão ousado em atacar outra pessoa em um local tão movimentado. Lição tirada deste episódio: não andar mais sozinho quando estiver em cidades grandes como São Paulo, seja dia ou noite. Não importa o quão perto seja o local para onde eu esteja indo, o melhor é sempre pegar um táxi.

CATS

Aproveitando a minha estadia em São Paulo, resolvi conferir o famoso musical Cats, de Andrew Lloyd Webber. A versão brasileira teve a participação de Toquinho na passagem das letras das músicas para o português. Dirigido e coreografado por Richard Stafford, tem no elenco a cantora Paula Lima, além de figuras carimbadas nos recentes musicais encenados na capital paulista, como Saulo Vasconcelos e Sara Sarres. O musical é baseado em 14 poemas do britânico T.S Eliot, retirados do livro infantil Old Possum's Book of Practical Cats. Este espetáculo está em cartaz no Teatro Abril (Avenida Brigadeiro Luiz Antônio, 411, Bela Vista) e tem preços variados dependendo do local em que quer se sentar. Para a plateia vip, paguei R$ 230,40, com desconto de 20% por ter comprado com cartão de crédito Bradesco (no preço está incluído a taxa de administração da Ticket For Fun). Cheguei com uma hora de antecedência do horário marcado para o início da peça, aproveitando para ver os souvenirs à venda no local, quando comprei um magneto para colocar na geladeira com os dois olhos de gato, símbolo do musical (R$ 15,00). Ainda no belo foyer do teatro, vi um curto documentário sobre a produção de Cats. O teatro não ficou cheio, com aproximadamente 50% de sua capacidade preenchida. Pontualíssimo, teve início às 21 horas. Minha tia uma vez me disse que este musical era muito chato. Ela tem razão. Achei um porre ter que aguentar até o final os 150 minutos de sua duração, incluindo 20 minutos de intervalo entre os dois atos da peça. É bem feito, com boa coreografia, elenco numeroso e afinado, belos figurinos, mas não achei empolgante. A trama é confusa. Destaco a presença de Paula Lima, uma surpresa para mim ela estar neste musical, pois acompanho sua carreira desde quando ainda era vocalista da banda Funk Como Le Gusta e ela sempre transitou na black musica dançante. Pena que ela apareça tão pouco, mas quando está em cena, o musical cresce. É a mais aplaudida tanto em cena aberta quanto na apresentação do elenco ao final. Também vale destacar o número do sapateado e a coreografia com passos de balé clássico para o gato mágico, já no segundo ato. No mais é uma "gataida" sem fim. Cat é gato em inglês, que em francês é chat. Já que francês é uma língua latina, me permito fazer uma comparação. A palavra chat é bem parecida com a palavra, em português,chato, um bom adjetivo para este musical. Observei que parte da plateia deixou o teatro ao final do primeiro ato e um casal, que estava na mesma fila do que eu, foi embora na segunda música do segundo ato, reclamando que não gostaram do que viram. Nem eu.

FILMOTECA ESSENCIAL - BRASIL (02)



Filme que tem aventura, as belas paisagens do Rio de Janeiro, Jerusalém e Tóquio, explosões, vilões, mocinhos e mocinhas, correria, música, muita música. Adoro este filme dirigido por Roberto Farias, produção brasileira de 1968 e aproveitando o sucesso da música da Jovem Guarda, conta no elenco, como os astros do filme, Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderlea, além do ótimo Jose Lewgoy. A trama, obviamente, envolve a busca de um raro diamante cor de rosa, que dá poderes a quem o possuir. Uma enxurrada de nipônicos o querem para o mal, enquanto o trio Roberto-Erasmo-Wanderlea o quer para usá-lo para o bem. A eterna luta dos bons contra os maus que fez muito sucesso nos cinemas brasileiros quando do seu lançamento. Há a sensacional música As Curvas da Estrada de Santos na trilha sonora. Obrigatório em qualquer coleção de filmes brasileiros.

ROBERTO CARLOS E O DIAMANTE COR DE ROSA - ROBERTO FARIAS (1968)

sexta-feira, 16 de abril de 2010

SÃO PAULO MAIS UMA VEZ

Em São Paulo, mais uma vez a trabalho. Cheguei na noite de quinta-feira em voo Brasília-Congonhas pela Ocean Air, com atraso de 45 minutos. Foi a retirada de mala mais rápida que já tive em Congonhas, pois entre o caminho do avião até a esteira, a mala já havia sido colocada para rodar. Fila grande para comprar bilhete do táxi e maior ainda para a espera de um. Check in no Novotel Jaraguá tumultuado, pois um evento voltado para pessoas com deficiência ocorre no hotel e cheguei quando a fila para ser atendido na recepção era grande. Quando chegou minha vez, fui atendido por um mau humorado recepcionista de origem nipônica. Foi grosso por três vezes e não fazia nada do que estava em minha reserva, me exigindo o pagamento adiantado e não fazendo o check in para todos os dias. Fez só para a primeira noite, dizendo que deveria fazer novo check in depois de 12 horas da sexta-feira, pois eu tinha duas reservas. Argumentei que tudo havia sido conversado no dia 12 de abril com a responsável pela reserva do hotel, mas não adiantou. Perdi a paciência com a grosseria do atendente e pedi para chamar o gerente, que estava bem ao lado atendendo algumas cadeirantes que também estavam com problemas na reserva. Esperei minha vez no mesmo local, enquanto o mau humorado mudou de balcão e fez a fila andar. O gerente estava visivelmente cansado, mas me atendeu bem, fazendo exatamente o que eu havia reservado. Aproveitei e reclamei da falta de educação do recepcionista. Cansado e tarde da noite, entrei no quarto depois de 23 horas. Só foi desarrumar a mala, tomar um banho relaxante e dormir.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

FILMOTECA ESSENCIAL - INTERNACIONAL (02)



Veludo Azul (Blue Velvet), de David Lynch, produção americana de 1986, com Kyle MacLachlan (Jeffrey), Isabella Rossellini (Dorothy), Laura Dern (Sandy) e Dennis Hopper (Frank). Assisti pela primeira vez no Cine Pathé, em Belo Horizonte. Fiquei apaixonado pelo filme. Duas imagens ficaram gravadas em minha memória até hoje: Jeffrey encontrando, no meio da grama, uma orelha humana e Dorothy cantando Blue Velvet em um palco de um clube noturno. Quando saiu o primeiro disco de Marisa Monte, tive a impressão que a inspiração da foto da contra capa foi a cena de Dotothy no tal clube noturno. Voltando ao filme, é um David Lynch sem tirar nem por.  Tipos bizarros estão presentes na trama, como Frank, um violento homem do submundo das drogas que não tinha pudores em bater em Dorothy enquanto praticava sexo. A própria Dorothy é ambígua, gostando de apanhar para atingir o prazer, mas ao mesmo tempo acuada por estar sendo chantageada por Frank e seus homens, que estão com seu filho. Dean Stockwell tem participação pequena interpretando Ben, um dos comparsas de Frank, dono de um lugar esquisito com mulheres gordas a la Fellini como as guardiãs do aposento onde está o filho da cantora. A maquiagem e o figurino de Ben são dignos de nota, pois faz lembrar um personagem de circo, algo sempre presente na obra de Fellini. A cena final, uma repetição da inicial, deixa uma dúvida no ar. Com cores fortes e um way of life americano absurdo, onde tudo parece ser perfeito, não existindo lugar para o mal e as bizarrices, nos faz refletir se seria apenas um devaneio de Jeffrey toda a trama. Revi o filme para esta postagem e ele continua impactante para mim. Merece estar em uma filmoteca particular.

VELUDO AZUL (BLUE VELVET) - DAVID LYNCH - 1986

segunda-feira, 12 de abril de 2010

PEDAÇOS - SIMONE - DISCOTECA ESSENCIAL (02)


Primeiro LP que eu comprei na vida. Tinha 13 anos. Minha coleção se resumia a dois discos que havia ganhado de Natal em 1979, ambos trilhas sonoras de novela: Dancin' Days Internacional e Estúpido Cupido Nacional. Tinha ganhado um dinheiro também como presente natalino e resolvi comprar o vinil da trilha sonora do especial da Globo Mulher 80 por causa de uma música, cantada por Simone: Começar de Novo. Fui à Mesbla, loja de departamentos no Centro de Belo Horizonte, que tinha um excelente setor de discos. Quando lá cheguei, não encontrei o vinil, pois ainda não havia chegado. O vendedor perguntou se queria uma música em especial. Falei qual era e ele me mostrou o disco Pedaços, lançado no segundo semestre de 1979 por Simone. Lembro-me que quis ouví-lo na própria loja, para ter a certeza de que iria comprá-lo. O vendedor me ofereceu um fone de ouvido. Foi paixão imediata. Foi empatia total. As onze canções do disco são lindas, com interpretação com muita energia. Comprei o LP. Ele não saiu mais da vitrola (que nome antigo!) lá de casa. Muitas das músicas deste vinil foram exaustivamente executadas nas rádios, levando Simone para um outro patamar no panteão das cantoras brasileiras, batendo recordes de vendagens de disco e lotando ginásios por onde se apresentava. Há a forte Cordilheira (Sueli Costa & Paulo César Pinheiro), com interpretação definitiva da cantora baiana. Começar de Novo (Ivan Lins & Vítor Martins), sucesso absoluto na TV por causa do seriado Malu Mulher da Rede Globo. Itamarandiba (Milton Nascimento & Fernando Brant), em uma interpretação repleta de emoção. Sob Medida e Pedaço de Mim, ambas de Chico Buarque, se completam, assim como dialogam com as músicas Condenados (Fátima Guedes), Outra Vez (Isolda), Saindo de Mim (Ivan Lins & Vítor Martins). Ainda há Povo da Raça Brasil, outra da dupla Milton Nascimento & Fernando Brant, Vento Nordeste (Sueli Costa & Abel Silva) e Tô Voltando (Maurício Tapajós & Paulo César Pinheiro), inaugurando uma caracterísitca de Simone de gravar uma samba pulsante em seus discos. Considero este o melhor disco já gravado por ela. Com certeza, é peça essencial numa discoteca da música brasileira.


PEDAÇOS - SIMONE - 1979

MÚSICA QUE OUÇO XXXIII







Puro pop.

NOSSA LÍNGUA NOSSA MÚSICA - FABIANA COZZA & YAMI


Nada como fechar a programação cultural no CCBB de Brasília com um belíssimo show encerrando o projeto Nossa Língua, Nossa Música. De oito shows, consegui assistir a três, todos muito bons. O último deles reuniu a cantora paulistana Fabiana Cozza, que com sua voz potente preencheu o Teatro I do centro cultural com sambas que ela gravou em seus dois cds já lançados. Um primor. Não a conhecia. Fiquei surpreso com a força de sua interpretação para músicas já consagradas em outras gravações como Canto de Ossanha (Baden Powell & Vinícius de Moraes), Embarcação (Chico Buarque & Francis Hime) e Coisa Feita (João Bosco & Aldir Blanc). Também mostrou composições recentes de Roque Ferreira, como Incensa, primeira música do show que conquistou o público com palmas rítmicas acompanhando Cozza. Com boa presença de palco, conversou com a plateia, apresentou por duas vezes seus excelentes instrumentistas e ao final de sua apresentação introduziu Yami, a outra atração da noite, com quem dividiu Sonho Meu (Dona Ivone Lara & Delcio Carvalho). Yami nasceu em Angola, filho de pai português e mãe angolana, mudou-se para Portugal com quatro anos e cresceu ouvindo músicas portuguesas, angolanas, brasileiras e de língua inglesa, todas responsáveis pela sua formação musical. Do Brasil, citou os medalhões Gil, Chico, Caetano e Djavan, derretendo-se especialmente quando citou Milton Nascimento. Ele definiu sua música como sem definição, um caldeirão de ritmos e sons. O repertório apresentado foi completamente de sua autoria. Houve músicas dançantes, baladas de uma beleza ímpar e exaltações à sua Angola e à Luanda. Já no final, o adido cultural da Embaixada de Angola no Brasil, quebrando o roteiro do show, pediu para subir ao palco, foi atendido por Yami, e fez um discurso emocionado de agradecimento ao cantor em nome de uma numerosa delegação angolana no teatro. Foi muito aplaudido pelos presentes. Yami retomou o show, chamando Fabiana Cozza para dividir com ele os vocais na belíssima Sodade, de autor desconhecido, eternizada na gravação de Cesaria Evora. Belo final para um belo show, encerrando um já saudoso projeto Nossa Língua, Nossa Música. Chave de ouro no encerramento do meu domingo cultural.


OS GEMEOS - VERTIGEM

Ainda noite de domingo. Ainda no CCBB de Brasília. Depois de conferir a bela exposição com obras de Anita Malfatti, fui para o Pavilhão de Vidro para ver pela primeira vez uma exposição dos irmãos Gustavo e Otávio Pandolfo, os conhecidos internacionalmente como Osgemeos. Grafiteiros nas ruas de São Paulo, migraram para as galerias sem perder os traços que os tornaram famosos e seus desenhos de homens amarelos. Para a exposição no CCBB, o Pavilhão de Vidro foi pintado pelo lado de fora de um vermelho atijolado, com olhos e boca de um dos homens amarelos, não permitindo vermos o seu interior. De  longe, logo que se entra no CCBB, vemos a pintura, parecendo uma cabeça de um boneco playmobil. Ao entrar no espaço expositivo, um deleite para os olhos. Uma explosão de cores e formas. O pequeno texto presente na programação de abril do CCBB não deixa dúvidas, é uma materialização de sonhos. É lúdica, é interativa. É para todas as idades. Painel gigante no fundo com as cores fortes do grafite. Bonecos de madeira enormes, que também são carros com interiores aveludados, lembrando um filme de Almodóvar. Uma enorme ave com cara de escafandrista no centro. Uma casinha de boneca com um aparelho de tv antigo passando um vídeo, dois cubos amarelos onde todos podem se curvar e entrar. A experiência é única. É voltar ao passado, às brincadeiras de criança. Deliciosa exposição. Estou programando voltar em horário menos concorrido, pois há pequenas filas para entrar nas obras imaginadas pelos gêmeos paulistanos. Fantástica!

ANITA MALFATTI - 120 ANOS DE NASCIMENTO

Já que estava na Academia de Tênis, fui direto para o CCBB de Brasília, pois tinha ingresso para o último concerto do projeto Nossa Língua, Nossa Música. Cheguei cedo, mas com duas exposições no local, não vi o tempo passar. A pintora brasileira que mais gosto é de Anita Malfatti, tanto pela sua obra, quanto pela sua biografia. Muito me agrada ver seus quadros. Na Galeria 1 do CCBB, a exposição Anita Malfatti - 120 Anos de Nascimento, com a curadoria de Luzia Portinari Greggio. Para celebrar os 120 anos de nascimento desta pintora modernista, completados em 02 de dezembro de 2009, nada melhor do que 120 obras, muitas delas integrantes de coleções particulares raramente ou nunca expostas ao público. Muita gente no espaço expositivo, o que demonstra que espaços como o CCBB ajudam a democratizar a arte e preservar a memória nacional e internacional. Voltando para a exposição, há um recorte de todas as técnicas usadas por Malfatti, como pinturas a óleo, aquarelas, gravuras, desenhos e pasteis. O primeiro quadro, O Burrinho Correndo, de 1909 é a primeira obra exposta para quem percorre a linha do tempo informada nas paredes da galeria. Há as famosas telas O Homem Amarelo, Retrato de Oswald de Andrade, A Boba, A Chinesa. A exposição ocupa os dois andares da galeria. No piso inferior também há um vídeo situando a artista na época em que viveu. Vale a pena percorrer com calma quadro a quadro, vendo os detalhes, as nuances, os muitos nus, o porque ela foi execrada por Monteiro Lobato quando de sua exposição em São Paulo. Vinda da Europa, Anita estava bem à frente do academicismo que imperava no Brasil. Suas pinturas foram essenciais para a formação de uma nova geração de artistas. Gostei muito de ter a oportunidade de apreciar estas telas, algumas delas sendo a primeria vez que tive contato. Vale a pena conferir. Melhor ainda porque é gratuito, além de ter outra bela exposição no CCBB.

UM HOMEM SÉRIO

Neste último domingo, depois de um belo almoço oferecido por Emi e Ro, decidimos ir ao cinema. O filme escolhido foi À Moda da Casa, sessão das 17:10 horas no Cine Academia (Academia de Tênis). Ric não quis nos acompanhar, ficando em casa. Cheguei primeiro na bilheteria. Ao pedir as entradas para o filme pretendido, a bilheteira me informou que a máquina de projeção da sala onde estava em cartaz a película espanhola estava quebrada. Como consequência, a sessão por nós escolhida fora cancelada. Já que estávamos no local, não perdemos a viagem, comprando entradas para o mais recente trabalho de Ethan e Joel Coen, concorrente ao Oscar 2010 de melhor filme estrangeiro, Um Homem Sério (A Serious Man), produção americana de 2009. Gosto muito da obra dos irmãos Coen. Sempre seus filmes geram uma expectativa positiva em mim. Desta vez foi diferente. Elenco desconhecido, encabeçado por Michael Stuhlbarg, um bom ator, diga-se de passagem, tem como roteiro a vida de um professor de física em uma universidade no interior dos Estados Unidos na década de 1960. Não há indicação da época em que se passa o filme, mas tal identificação torna-se fácil a partir da visualização dos objetos, trajes, penteados e carros que estão ao longo da película. Há um preâmbulo com uma espécie de curta metragem falado em hebraico (ou algo parecido), como se fosse uma parábola, comuns nos livros sagrados das religiões, mas o enredo começa mesmo com Larry (Stuhlbarg), um judeu (o professor de física), em um consultório médico fazendo exames de rotina e sendo submetido a uma radiografia. Sua vida começa a virar um inferno na terra, com problemas em sua família, na sala de aula, na escola onde leciona. Quando tudo parece chegar ao fundo do poço, ainda há mais espaço para desgraças na vida deste pobre professor. Há de tudo um pouco: tentativa de suborno de um aluno para alterar a nota de reprovação, separação, drogas (maconha), adultério, filhos problemáticos, estabilidade no emprego, irmão com distúrbios mentais. Tudo isto dentro de um contexto onde a religião judaica dá o tom. Woody Allen é famoso por retratar os judeus em seus filmes, mas os Coen fizeram diferente, colocando num mesmo filme muitas referências da cultura judaica, como cerimônias e consultas aos rabinos, incluindo termos totalmente desconhecidos para a maioria dos brasileiros (muitos dos termos sem tradução e sem maiores explicações durante a projeção). O final não me surpreendeu por se tratar de um filme com a marca registrada dos Coen, mas deixa uma mensagem pessimista em relação ao futuro da cidadezinha onde se desenrola a história (uma nova parábola em relação ao mundo em que vivemos hoje?), bem como para o próprio Larry. Digamos que o futuro é representado por uma massa de nuvens escuras. Para mim, é um filme ácido, sem concessões, com um humor negro refinado. No entanto, na sessão em que estávamos, havia uma pessoa que ria como se estivesse assistindo a uma comédia pastelão dos Três Patetas. Quando a risada cortava o ar, muitos se mexiam na cadeira incomodados, pois o filme é mais destinado a uma reflexão do que para gargalhadas estrondosas. De toda forma, considero este filme como um autêntico irmãos Coen, porém um filme menor, que jamais superaria Onde Os Fracos Não Tem Vez, Fargo ou O Grande Lebowski. Não gostei do que vi, mas comprarei o dvd quando disponível, pois coleciono os filmes destes irmãos americanos.

sábado, 10 de abril de 2010

MULHERES DO BRASIL


Passou por Brasília a turnê Mulheres do Brasil, show que tem Vanessa da Mata convidando cantoras de diversas gerações da música brasileira. As convidadas da noite de sexta-feira foram a paulistana Mariana Aydar e a amapaense-mineira Fernanda Takai. Com atraso de quarenta minutos, o Auditório Master do Centro de Convenções Ulysses Guimarães recebeu um ótimo público para conferir o espetáculo. Minha poltrona era central, na décima primeira fila, pela qual paguei R$ 100,00 (meia entrada com o cupom Mais Você do Correio Braziliense). O show é basicamente o mesmo que Vanessa da Mata vem percorrendo o Brasil desde o lançamento de seu dvd gravado em Parati. Ela entrou acelerada, cantando as duas primeiras músicas apressadamente. Depois, passou para um ritmo mais adequado. Mesmo com o grande atraso para o início, ainda assim muita gente só chegou depois de algumas músicas já cantadas. Creio que a plateia de Brasília seja a mais indisciplinada neste aspecto no país. Vanessa disse que estava muito feliz. Era verdade, pois a forma alegre de cantar contagiava o local. Quando passava de uma hora de espetáculo, ela chamou a primeira convidada, Mariana Aydar, quando dividiram o vocal em duas músicas: Pau da Bandeira, do repertório da convidada, e Baú, de autoria de Vanessa. Não rolou a química esperada. Mariana Aydar estava presa no palco, mesmo dançando e se movimentando, totalmente diferente de quando a vi no show de lançamento de seu mais novo trabalho. Tão,logo ela saiu do palco, Fernanda Takai foi chamada. Elegante como sempre, Takai também estava como um peixe fora d'água no palco. Dividiram os vocais em músicas que não fazem parte do repertório de nenhuma delas: Cadeira de Rodas, sucesso brega de Fernando Mendes, e De Onde Vem O Baião, de Gilberto Gil, uma autêntica trava letra, como disse Da Mata, que usou uma cola para cantá-la. Ficou ruim. A química entre as duas também não rolou. Com as convidadas fora do palco, Vanessa cantou As Rosas Não Falam, de Cartola, lindamente, encerrando o show, mas retornando rapidamente para o bis com a sempre aguardada Ai Ai Ai, quando a plateia ficou de pé em frente ao palco tirando muitas fotos e pegando na mão da cantora. Pediram Minha Herança: Uma Flor. Ela disse que acabaria o show, mas voltaria para cantá-la e o fez, quando sentou em um banquinho somente com a guitarra e mandou ver. Obviamente que as viúvas da Legião Urbana gritaram (algo que está ficando irritante em Brasília, pois qualquer show alguém grita para cantar uma música da Legião, algo parecido com o Toca Rauuuuul!) e ela cantou Por Enquanto a capella. Foi ovacionada. Um show bonito se considerarmos apenas a performance de Vanessa da Mata. As demais Mulheres do Brasil são melhores em seus respectivos repertórios, com shows produzidos para elas. As convidadas ficaram devendo...

quinta-feira, 8 de abril de 2010

LUGARES (01)




Podem me chamar de bairrista, mas vou começar a série Lugares com Belo Horizonte-MG, minha cidade natal. Praça da Liberdade é o local. Linda, bem preservada, local de encontro dos belorizontinos a qualquer hora do dia ou da noite. Lá se pode praticar saúde, caminhando a passos lentos ou rápidos, correr, simplesmente andar apreciando a natureza e os prédios ao redor, sentar para bater um papo, namorar, ler um livro ou o jornal do dia, tomar sol, ouvir os pássaros, beber vinho de garrafão com os amigos, azarar, flertar, flanar, dormir. É uma praça eclética, palco de várias manifestações culturais e artísticas, talvez sua maior vocação. Suas palmeiras imperiais no centro nos leva aos portões do imponente Palácio da Liberdade. Prédios de estilos diferentes ladeiam a praça, como as antigas sedes de algumas secretarias estaduais, o prédio de linhas curvas de Oscar Niemayer, o prédio de arquitetura moderna da Biblioteca Pública, o Rainha da Sucata, o famoso e eterno Xodó com seus sanduíches. A vocação artística foi elevada ao mais alto nivel com a instituição do Complexo Cultural da Liberdade, com centros culturais, museus e planetário ocupando os antigos prédios públicos. A maioria destes novos espaços ainda está em obras e a partir de 2011, a praça será um ponto de encontro obrigatório para residentes e turistas, com arte por toda parte, além de cafés, bistrôs e livrarias. Minas Gerais e o Brasil serão contados e mostrados em vários destes espaços. E o melhor de tudo, é que a praça é acolhedora, sedutora e fotogênica, como podem ver nas três fotos desta postagem, todas de minha autoria. Vale a pena conhecer!



quarta-feira, 7 de abril de 2010

FILMOTECA ESSENCIAL - BRASIL (01)

ANJOS DA NOITE


Muitos podem estranhar este filme como início da série Filmoteca Essencial - Brasil, pois não foi bem recepcionado pelo público quando lançado há mais de vinte anos atrás. Lembro-me que depois de sair do cinema, fiquei um pouco atordoado. Ainda não conhecia São Paulo e achei estranho toda a fauna notívaga mostrada pelo diretor Wilson Barros em seu longa metragem de estreia Anjos da Noite. Lançado em 1987, tem no elenco Zezé Motta, Antônio Fagundes, Marília Pêra, Chiquinho Brandão, Aida Leirner, a estreia de Guilherme Leme no cinema, Marco Nanini, além de participações relâmpagos de Sérgio Mambertti e Arrigo Barnabé, um pianista em bar de fim de noite sem nenhuma fala. O enredo mistura uma peça de teatro, que às vezes parece a filmagem da história que estamos assistindo, com a própria vida dos envolvidos na tal peça. Durante um dia e uma noite, dois crimes ocorrem, aparentemente sem conexão e sem motivos, mas isto não é o mote deste filme. Neste período, personagens que podem parecer sem nenhuma relação com outros vão se cruzar. Na noite, todos os tipos aparecem, como o travesti, o garoto de programa, a atriz em fase decadente, a atriz que quer um papel importante na peça, o delegado corrupto, o assassino, o amante, a estudante de sociologia, a milionária que herdou uma fortuna e acha que tudo pode, os frequentadores de boate gay, enfim, toda uma pleiade de sujeitos estranhos para a vida diurna. Cenas que podem parecer desconexas num primeiro momento ganham importância no decorrer da fita. Destaco a dublagem de uma drag queen da música Escrito nas Estrelas, na voz de Tetê Espíndola em uma boate gay; o número de Chiquinho Brandão como Lola cantando Ne Me Quite Pas na mesma boate; a dança de Marta Brum (Marília Pêra) em vestido vermelho esvoaçante dançando com Ted (Guilherme Leme) uma coreografia de José Possi Neto baseada em cena de dança do filme A Roda da Fortuna. A cena se passa no vão livre do MASP em plena madrugada. Anjos da Noite ganhou vários prêmios no Festival de Gramado 1987, incluindo melhor filme. Revi este filme para esta postagem e tirei a conclusão de que gosto dele mais hoje do que quando o vi pela primeira vez.




segunda-feira, 5 de abril de 2010

FILMOTECA ESSENCIAL - INTERNACIONAL (01)

CASABLANCA




Casablanca, de Michael Curtiz, vencedor do Oscar de melhor filme em 1942, bem como os de melhor direção e roteiro, é um dos meus filmes prediletos. Listado na compilação da revista Bravo! 100 Filmes Essenciais em quinto lugar, já o vi várias vezes, incluindo uma cópia colorizada. Prefiro o original, em preto e branco. Humphrey Bogart é Rick, dono do Rick's Café Americain nas proximidades do aeroporto de Casablanca, Marrocos, na época em que a França, especialmente Paris, estava tomada pelos alemães durante a II Guerra Mundial. No seu bar, todos se encontram, desde o corrupto chefe da polícia local, passando por militares germânicos, até europeus que faziam da cidade africana um porto seguro para sairem da Europa, via Lisboa. Neste contexto, aparece Victor Lazlo (Paul Henreid), checo líder da resistência contra os alemães e com passagem em campo de concentração, acompanhado de sua bela esposa Ilsa (Ingrid Bergman). Eles procuram um visto para sair do Marrocos. Rick e Ilsa tiveram um caso em Paris antes da invasão alemã e ela não apareceu na estação de trem quando fugiriam da França, deixando Rick sozinho com seu amigo e músico Sam, o pianista que toca a famosa música tema do filme As Time Goes By. Os bons momentos vividos no passado voltam a atormentar Rick e Ilsa. Rick é a chave para a saída do casal de Casablanca. É um romance permeado por aventura, mortes, trapaças e mistérios, com final que surpreendeu a muita gente. Dizem, inclusive, que há algo de homoerótico no diálogo que encerra o filme. Gosto muito deste filme, por isso, inicio esta série justamente por ele.