Pesquisar este blog

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

SOLOS EM CENA - 45 MINUTOS



Na noite do último sábado fui conferir uma peça que já vinha perseguindo algum tempo. Fui duas vezes em São Paulo, tentando comprar entrada para a peça 45 Minutos, mas sem sucesso. Ao saber que tal peça integrava a programação do Solos em Cena, projeto em sua quarta edição que traz à Brasília uma série de monólogos, tratei logo de garantir entrada. Solos em Cena é mais um projeto que faz parte do Ocupação Funarte 2011. Sua programação começou em 23 de novembro e se estende até o próximo dia 11 de dezembro, com espetáculos no Teatro Plínio Marcos.
45 Minutos dura exatos quarenta e cinco minutos, tendo Caco Ciocler como um ator que mora nos fundos de um teatro e tem a função de tentar entreter o público pelo tempo indicado no título do monólogo. A direção é de Roberto Alvim para texto escrito por Marcelo Pedreira. Sem querer fazer trocadilho com o sobrenome do autor da peça, o texto é uma pedrada no público. Ciocler provoca a plateia o tempo todo, chegando, inclusive, a marcar em relógio digital posicionado no centro do palco, pendurado no teto, trinta segundos para quem quisesse sair do teatro. Ninguém sai, mas ao longo do texto, é visível o incômodo que o texto vai provocando nas pessoas. É o tipo de peça que divide as opiniões em ame ou odeie. Uma das frases mais emblemáticas foi "dizer o que se tudo já foi dito?", o que falar para uma plateia que já ouviu e viu uma infinidade de coisas, boas e ruins? Sobra espaço para críticas às atuais peças, como quando o ator sugere que se alguns recursos cênicos estivessem sendo utilizados, o tempo passaria mais rápido, citando o uso de música ou de projeções (algo que virou lugar comum nas peças encenadas nos últimos anos). Outra crítica, sutil, é para as chamadas stand up comedy, pois o ator nada mais faz do que tentar entreter quem estava ali no teatro, valendo-se inclusive de dar risadas sem a menor graça, tentando fazer com que os espectadores também rissem. Um providencial palhaço entra em cena por duas vezes, numa evidente provocação ao público, pois ele chama muito mais a atenção do que o ator que Caco Ciocler interpreta, em um figurino sóbrio e escuro. Mais uma provocação ao público vem quase ao final, quando o ator retira dos seus bolsos pedaços de papel rasgados, lendo frases de pensadores/escritores famosos, como Marx, Dostoiévski e Nietzsche, numa clara alusão que os grandes clássicos foram esquecidos. O texto é uma grande bofetada. Quando saí, fiquei sem ter uma opinião formada de imediato. Foi necessário refletir um pouco para concluir que gostei muito do que vi.

teatro

terça-feira, 29 de novembro de 2011

SIMPLES MORTAIS

Em Brasília, três histórias distintas se desenvolvem na tela. Três histórias envolvendo personagens da classe média. Personagens com seus problemas, com suas frustrações. Três histórias que não se cruzam, ou melhor, os personagens, por viver na mesma cidade, acabam se cruzando, mas não interagem nas histórias alheias. Um núcleo é formado por um servidor público, Amadeu, e seu filho. Ambos procuram na música uma satisfação maior na vida. São procuras distintas, mas com o mesmo objetivo. Outro núcleo mostra um escritor, também professor de literatura, em crise conjugal, em crise criativa e que se vê apaixonado por uma de suas alunas. O terceiro núcleo tem uma apresentadora de jornal televisivo bem sucedida na profissão, mas frustrada por não conseguir ficar grávida de seu jovem marido, um ator teatral. Em apertada síntese, são estas histórias que vemos em cerca de 80 minutos de projeção do filme Simples Mortais, dirigido por Mauro Giuntini em sua estreia em longa metragem. O elenco tem Leonardo Medeiros vivendo Jonas, o professor de literatura, Tatiana Muniz, como Yara, a aluna que provoca, de maneira sensual, Jonas e uma série de atores e atrizes de Brasília, tais como Chico Sant'Anna (Amadeu, o servidor público), Narciza Leão (Diana, a apresentadora de TV), Sérgio Sartório (Gabriel, marido de Diana, o ator de Romeu e Julieta, encenada durante o desenrolar do filme), Alice Stefânia (a mulher de Jonas), Eduardo Moraes (Kdu, filho de Amadeu), entre outros.
O filme acabou de estrear nos cinemas, mas o vi pela primeira vez em 2007 durante uma sessão da Mostra Brasília, dentro da programação do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, no mesmo Cine Brasília em que estive na quarta-feira, dia 23/11/2011 para o seu lançamento nacional. Em 2008, o filme participou do Cine PE, onde o atores Chico Sant'Anna e Eduardo Morares ganharam como melhor ator e melhor ator coadjuvante, respectivamente. E o melhor do filme está na história dos personagens que estes atores vivem. Há duas cenas que se destacam, mostrando a interpretação forte do excelente ator Sant'Anna, presença forte nos palcos de Brasília. Em uma destas cenas, pai e filho fumam maconha e travam uma conversa ótima, terminando na cozinha, onde dominados pela famosa larica, preparam um jantar. A outra é no aniversário de 50 anos de Amadeu, quando seu filho o presenteia com uma puta. Hilária e densa, ao mesmo tempo.
As outras duas histórias são mais fracas, não convencem em termos de vericidade. As cenas dos ensaios teatrais são desnecessárias. Talvez apenas uma delas fosse suficiente. No entanto, há momentos interessantes nelas, como quando Diana (Narciza Leão), em surto, começar a rir de uma notícia que está dando ao vivo. 
O filme tem seus méritos, mas fiquei com uma sensação ao final da projeção que o roteiro quis ter um ar de filmes como Crash - No Limite (Crash, 2004), vencedor do Oscar de melhor filme, dirigido por Paul Haggis, ou Babel (Babel, 2006), de Alejandro González Iñarritu. Ambos são filmes com histórias que não se conectam, mas tem um elo em comum. Em Simples Mortais, tais elos são fracos. Não funcionou. Faltou algo.
Além da atuação de Chico Sant'Anna, gostei também de ver que Brasília foi retratada como mais uma cidade, sem mostrar seus monumentos, sem centrar as histórias em intrigas políticas, embora os políticos estejam presentes, já que uma das personagens é uma jornalista. Giuntini conseguiu humanizar Brasília. Afinal, ele retrata simples mortais.
Como bom colecionador, assim que estiver disponível para venda direta ao consumidor, vou comprar o dvd, embora considere o filme mediano.

filme

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

6º ARTE & CIDADANIA - ORKESTRA RUMPILEZZ E LETIERES LEITE


Quando terminou o show de Zezé Motta pelo projeto Conexão África-Brasília, na Sala Cássia Eller, eram 21:45 horas. No Complexo Cultural da Funarte, da qual faz parte a sala onde vi o show, estava programado para começar, às 22 horas, o show da Orkestra Rumpilezz, uma big band criada pelo maestro Letieres Leite na Bahia. Este show integrava a programação do 6º Arte & Cidadania, realização do Instituto Zabilim, o mesmo que idealizou e está produzindo, em parceria com a Matéria Prima, o projeto Ocupação Funarte 2011. Já que lá estava e tendo lido ótimas críticas sobre a orquestra, resolvi conferir. Uma gigantesca lona de circo foi montada para abrigar o palco e a plateia, já que nesta época, a chuva é constante em Brasília. Tal lona foi armada no gramado ao lado do Teatro Plínio Marcos. Embora gratuito o ingeresso, todo o espaço foi cercado, havendo uma entrada onde seguranças não deixavam passar quem estava com garrafas de vidro nas mãos. Isto foi uma ótima sacada da produção, que garantiu uma maior tranquilidade para quem quis curtir a noite. No amplo espaço cercado, havia várias lixeiras feitas com garrafas pet vazias, banheiros químicos, pipoqueiros e um bar para venda de cervejas e afins. Fiquei aguardando o início do show grudado na grade de ferro que separava o palco da plateia. Houve um atraso considerável para o início da apresentação da Orkestra Rumpilezz. Enquanto o público ia chegando devagarinho, se acomodando no gramado, um DJ da festa Criolina não deixava o ambiente sem música. Como de costume, música negra, música de balanço, ótima para dançar. Ninguém ficava com o corpo parado. Mesmo sentadas, as pessoas mexiam cabeça, corpo, braços, acompanhando o set list de músicas brasileiras. Às 23:15 horas, um percussionista entrou em cena, se posicionou perto de seu instrumento musical e começou a tocar. Era o início do show. Em seguida, uma profusão de músicos entrou pelos dois lados do palco tocando instrumentos de sopro. Os que entraram pela direita, passaram pela frente do palco, cumprimentaram a plateia e se posicionaram à esquerda, em frente aos suportes para suas partituras, enquanto os que entraram pela esquerda fizeram o caminho contrário. Depois, foi a vez de mais quatro percussionistas entrarem para ficar no centro do palco. Por último o maestro Letieres Leite, também empunhando um instrumento de sopro. Com os integrantes da banda em seus devidos lugares, a primeira música foi executada, já deixando todo mundo ouriçado para o que viria nos 100 minutos que durou o show. Com exceção de uma música, de autoria de Ed Motta (Ballendoah), todas as demais apresentadas são de autoria da Orkestra Rumpilezz e de Letieres Leite. As músicas são longas e não deixam ninguém parado no chão. Curtia cada uma delas, ouvia as explicações de Leite sobre como foram feitas, o que os inspirou, de onde vinham os ritmos, enfim, era uma aula, mas dançante, vibrante, plena de energia positiva. Alguns títulos das composições remetem à cultura negra, como Aláfia e Adupé Fafá. Em outras, a natureza é reverenciada como na bela Floresta Azul. O Samba Nasceu na Bahia é uma ótima música, bem dançante, que mistura os sons dos tambores que vieram da África. Já no bis, o maestro apresentou os percussionistas (os músicos dos instrumentos de sopro foram apresentados durante o show) e mostrou a música que tornou a orquestra conhecida, chamada Taboão. O curioso na formação da banda é a inversão da posição dos percussionistas, pois, geralmente, eles sempre ficam no fundo ou nas laterais do palco, além de usarem figurinos mais largados, mais despojados. Na Orkestra Rumpilezz, os cinco músicos da percussão ficam no centro e à frente de toda a banda, usando smoking branco e sapatos sociais, também brancos, enquanto os quatorze músicos que tocam os instrumentos de sopro usam o mesmo branco, mas são batas, bermudas e sandálias, a maioria usando Havaianas. Fiquei tão entretido com a apresentação da banda que só reparei que o local estava lotadíssimo quando terminou. Praticamente ninguém arredou pé do lugar, pois, em seguida, os DJs da Criolina incendiaram a pista de dança que virou o gramado. Ainda dancei um pouco até a fome me obrigar a procurar alguma coisa para comer. O relógio acusava mais de três horas da madrugada. Resolvi sair dali, pois comida de rua não me agrada (estava cheio de barracas do lado de fora, perto da entrada do espaço do show). Passei em um lanchonete antes de ir para casa. O estacionamento em frente à Funarte estava completamente tomado de carros, assim como os gramados nas proximidades. Um sucesso. Uma verdadeira ocupação do local, como pede o projeto. Uma noite iluminada.





Letieres Leite


música

domingo, 27 de novembro de 2011

CONEXÃO ÁFRICA-BRASÍLIA - OCUPAÇÃO FUNARTE 2011


Desde meados de outubro está acontecendo uma série de espetáculos nos equipamentos do Complexo Cultural da Funarte em Brasília. O projeto recebeu o apropriado nome de Ocupação Funarte 2011, pois o local estava com utilização aquém de sua capacidade. A sua concepção é de fazer com que o público frequente os espaços da Funarte, com espetáculos baratos e de qualidade. A produção é uma parceria do Instituto Zabilim de Arte e Cultura com a Matéria Prima e tem programação intensa até perto do Natal. Com localização de fácil acesso, amplo estacionamento, relativamente próximo à Rodoviária do Plano Piloto, com preços convidativos e programação de ótima qualidade, não tem como não sair de casa para um banho de cultura. Como estava em férias em outubro e um acúmulo de serviço sempre esperado na volta destas férias, perdi a programação inicial do projeto, mas tenho comparecido com mais frequência a partir da segunda quinzena de novembro. Um dos projetos dentro da Ocupação Funarte foi dedicado à música, fazendo uma ligação com o mês da Consciência Negra, cujo nome foi Conexão África-Brasília. Foram sete shows diferentes, sendo seis deles com intérpretes femininas. Todos os shows tiveram lugar na Sala Cássia Eller, um espaço que ainda não conhecia. Sala pequena, mais confortável do que o Teatro Plínio Marcos, no mesmo complexo, ideal para shows mais intimistas e sem muita produção requintada de palco. Os intérpretes foram Nei Lopes (RJ), Cris Pereira (DF), Camilla Faustino (GO), Joana Duah (DF), Ligiana Costa (DF), Renata Jambeiro (DF) e Zezé Motta (RJ). Consegui assistir a três cantoras das quais nunca havia visto um show exclusivo delas. Seguem as minhas impressões dos shows.

Ligiana Costa




Quando: 18 de novembro de 2011, quinta-feira, às 20horas.

Onde: Sala Cássia Eller, Complexo Cultural da Funarte - Brasília - DF

Quanto paguei: R$ 10,00 (inteira). Comprei o ingresso alguns minutos antes do show.

O show: palco seco, apenas um piano de calda à esquerda, e um banquinho/violão à direita. Ao fundo, um banner alusivo ao projeto. Ligiana preparou um show exclusivo para o Conexão África-Brasília tendo como base o repertório do clássico disco Afro-Sambas lançado em 1966 por Baden Powell e Vinícius de Moraes. Com apenas dois músicos no palco, um pianista e um violonista, ela fez um show com muita técnica, onde se destacou sua voz: afinadíssima, suave, gostosa de ouvir. Ela foi além do disco Afro-Sambas ao introduzir canções que Philippe Baden Powell, filho de Baden, encontrou nas gavetas do pai que eram da mesma série dos afro-sambas. Philippe lançou, inclusive, um disco chamado Afro-Samba Jazz com algumas destas canções inéditas. Ele já trabalhou com a cantora. Ligiana também deu oportunidade para que os dois músicos que a acompanharam no palco mostrassem um pouco do seus trabalhos, deixando-os sozinhos em cena. No bis, a belíssima Canto de Ossanha, um dos clássicos do cancioneiro nacional. Ao final, foram 75 minutos de show. Um belo repertório em uma voz linda. Merecia ser visto por mais pessoas.

O que gostei: do repertório, da bela voz de Ligiana e da interpretação da música Canto do Caboclo Pedra Preta (Banden Powell e Vinícius de Moraes), já gravada por ela em seu trabalho De Amor e Mar, lançado em 2009. Aliás, o disco estava à venda na saída do teatro, mas eu já o tinha comprado desde o ano passado. É um belo trabalho.

O que não gostei: da falta de direção do show. A cantora tem bela voz, sabe escolher repertório e músicos, falta apenas uma direção adequada para uma melhor apresentação. De qualquer forma, isto não atrapalhou a delícia de ouvir e ver o show de Ligiana.

Detalhes que vi: no início do show, o ar condicionado atrapalhou o pianista, pois o vento saía em direção às partituras que ficavam acima do teclado. O problema foi resolvido logo no início, quando desligaram o aparelho.

Renata Jambeiro






Quando: 24 de novembro de 2011, quinta-feira, às 20 horas.

OndeSala Cássia Eller, Complexo Cultural da Funarte - Brasília - DF

Quanto paguei: R$ 10,00 (inteira). Comprei o ingresso alguns minutos antes do show.

O show: o palco pequeno acomodou, ao fundo, os sete músicos que acompanham a cantora em sua agenda de shows. Na frente do palco, à direita, um altar alusivo aos terreiros, com duas imagens de preto velho e cabocla, com algumas oferendas. Uma performance teatral com o ator Edson Duavy interpretando um preto velho, deu início ao espetáculo já na entrada da sala, onde ele ficava sentado em um banquinho, recebendo apenas com o olhar as pessoas que foram ao show. Após os anúncios de praxe, ele entrou empunhando uma bengala, cachimbo, de pés descalços, se sentando no centro do palco, bem próximo à primeira fila. Era a deixa para Renata Jambeiro entrar em cena, passando no estreito corredor que separa a primeira fila do palco, reverenciando o preto velho, e entoando a primeira canção. Até pensei que ele ficaria ali o tempo todo, mas já na segunda música, se posicionou à esquerda, em frente aos músicos da percussão, para algumas músicas depois se sentar junto à plateia, recebendo os agradecimentos da cantora pela participação. Esta performance teatral mostra a origem da cantora, atriz e bailarina de formação. Jambeiro fez um show vibrante, para cima, fazendo um mix de canções que costuma apresentar em seus shows há quase dez anos (completará uma década de carreira no próximo mês de dezembro), além de alguns clássicos do samba. Também fez reverência à sua madrinha no ritmo, cantando Dona Ivone Lara. Mostrou na fonte em que bebeu, não se esquecendo de prestar homenagem à guerreira Clara Nunes, interpretando sambas que ficaram eternizados na voz desta sambista mineira, como O Mar Serenou (Candeia). Não faltou o repertório de seu mais novo trabalho, o dvd Sambaluayê, como o ótimo samba Se É Para Fazer Faz DireitoEnte um bloco de música e outro, ela contava um pouco da sua trajetória. Um momento bonito foi já no bis, quando ela erra a letra da música e pede ajuda para sua mãe, presente na plateia, que levanta e dá o tom da canção. Foram quase duas horas de um ótimo show.

O que gostei: da energia que Renata contagia o público, do repertório, da sinergia entre a cantora e seus músicos, dos arranjos para os sambas interpretados durante o show. Também gostei do charme da língua presa, dando um toque especial em sua interpretação.

O que não gostei: embora interessante a história, a interrupção do show em diversos momentos para que Jambeiro conte sua trajetória ou alguma particularidade sobre a música atrapalha a continuidade do show. Seria mais interessante separar duas oportunidades para os textos e histórias.

Detalhes que vi: um fã erguer uma faixa em pano, bem pintada, com os dizeres "Um Sonho. Sua Toalha". A cantora, com ótimo bom humor, passou a toalha pelo corpo, a mesma que utiliza durante o show para enxugar seu suor, beijou-a, entregando-a ao rapaz. Outro detalhe foi ver uma senhora sentada próximo a mim visivelmente emocionada, com lágrimas escorrendo pela face, quando Renata reverenciou Clara Nunes.

Zezé Motta









Quando: 25 de novembro de 2011, sexta-feira, às 20 horas.

OndeSala Cássia Eller, Complexo Cultural da Funarte - Brasília - DF

Quanto paguei: ganhei o ingresso da coordenadora de produção do Ocupação Funarte 2011. O valor na bilheteria era R$ 10,00 a inteira.

O show: sem adereços, o palco comportou apenas quatro músicos e a cantora Zezé Motta, que fez um show homenageando Jards Macalé e Luiz Melodia, senhores do repertório da noite. No set list do show estavam as músicas inseridas no mais novo trabalho da cantora, o cd Negra Melodia, com o acréscimo de canções destes compositores que ela já gravara antes ou que são clássicos de ambos. Foi um desfile de sucessos, como Mal Secreto; Vale Quanto Pesa; Anjo Exterminado; Estácio, Holly Estácio; entre tantas outras. Fiquei impressionado com a força de Zezé Motta no palco. Ela preenche todo o espaço, não só com sua potente voz, mas também com seu gestual, sua posição no tablado, suas caras e bocas. Uma maravilha. Também destaco a espontaneidade da atriz/cantora, que mesmo quando errava uma ou outra letra, se saía bem, não perdendo o pique. Colocou o público para cantar com ela alguns clássicos de Melodia. Impressionou-me também a carga dramática que colocou na interpretação uma canção de Jards Macalé da qual não me recordo o nome. Um pouco depois de transcorrido metade do show, ela sai de cena para trocar de roupa, quando ela tira o longo preto com motivos dourados, voltando com um também longo, mas todo negro, com uma fenda enorme deixando à mostra uma de suas coxas. Como estava quente o local, ela precisou enxugar o suor do rosto, tendo que pedir lenços de papel à produção, no que foi prontamente atendida. Belíssimo show, que durou cerca de 90 minutos.

O que gostei: do repertório, da interpretação de Zezé Motta. Vê-la cantando ao vivo foi ótimo.

O que não gostei: do calor insuportável que fazia dentro da sala, cujo ar condicionado ficou o tempo todo desligado. Sei que o ar prejudica o cantor e que na Sala Cássia Eller ele faz um barulho chato, mas que o calor estava demais, estava.

Parabéns à produção do Ocupação Funarte 2011 não só pela ideia, mas por proporcionar à Brasília espetáculos de qualidade e de reverenciar a cultura local. Vida longa às produtoras. Vida longa ao projeto. Que venham muitos outros projetos semelhantes.

música




sábado, 26 de novembro de 2011

DOM FRANCISCO - 402 SUL - GASTRONOMIA EM BRASÍLIA (DF)

DOM FRANCISCO - 402 SUL




Endereço: SCLS 402, Bloco B, loja 5, Asa Sul.

Especialidade: carne e bacalhau.

Ambiente: moderno, com três salões, além de um bar na entrada, usado para quem fica em fila de espera nos dias mais movimentados. Sentamos no primeiro salão, em mesa para quatro pessoas, próximo ao belo biombo de madeira escura que separa os dois salões maiores.

Serviço: muito bom. Os garçons são antigos na casa, conhecendo profundamente o cardápio, os clientes mais frequentes. Todos são prestativos. Mesmo com a casa cheia, nossos pedidos não demoraram e chegaram conforme foi solicitado. O sommelier é simpático, sabe toda a carta de vinhos, muito variada por sinal. Ele sempre está pronto para indicar o melhor vinho para harmonizar com os pratos pedidos na mesa. A casa oferece manobrista sem custo adicional para o cliente.

Quando fui: almoço do dia 20 de novembro de 2011, um domingo chuvoso.

O que bebi: uma caipiroska de lima da pérsia. O garçom me perguntou se preferia vodca nacional ou importada e se queria que já viesse adoçada, mostrando que o serviço é um dos diferenciais da casa. Preferi eu mesmo adoçar na mesa, com adoçante. Vodca nacional. Estava bem feita. Ao ser perguntado por mim, o garçom disse que só havia três sabores para a caipiroska: limão, lima da pérsia e abacaxi. Sei que o forte da casa são os vinhos e realmente quase todas as mesas estavam bebendo tintos e brancos, mas outras frutas poderiam fazer parte do portfólio de roskas.

O que comi: segui os amigos na entrada. Pedimos oito unidades de bolinho de bacalhau. Vieram bem sequinhos, em cor morena. Não gostei do sabor, achei insosso. Meus amigos gostaram e comeram tudo, inclusive o meu. Já como prato principal, embora com uma carta com muitas opções de carnes e bacalhau, famosos em Brasília, resolvi variar um pouco, ordenando um galeto assado acompanhado de fettuccine ao creme de ervas e tomate concassé. Quando o prato chegou à mesa, exalando um perfume fantástico, despertou a vontade nos amigos, além de deixar minhas papilas gustativas em estado de alerta para o sabor que viria a seguir. Bem temperado, temperatura ideal, carne muito macia, o galeto se mostrou uma excelente pedida. Além do ótimo sabor, o creme que envolve a massa é leve, perfumado, muito saboroso. Ao final, ficou aquela sensação de quero mais na boca. Para finalizar o almoço, pedi um creme brulée. Ele vem em tamanho ideal para partilhar com alguém na mesa e foi o que fiz. Como deve ser feito, o garçom usou o maçarico na mesa, em minha frente, quando pude observar a crosta ir ficando cristalizada e queimada, contrastando com o interior, bem leve. Talvez fosse necessário um tempo um pouquinho maior no fogo do maçarico, pois a massa mais ao fundo do ramequim ficou muito fria, quase um gelo. No entanto, este detalhe não prejudicou o sabor, que estava muito bom. Finalizamos com um café Nespresso. No meu caso, pedi um descafeinado.


galeto assado acompanhado de fettuccine ao creme de ervas e tomate concassé


creme brulée


Valor da conta: R$ 344,52, para quatro pessoas.

Minha avaliação nesta visita: + + + 1/2 (tirei meio ponto por causa do bolinho de bacalhau, pois se não fosse a entrada, teria avaliado com 4 +)

Gastronomia Brasília

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

CONFRARIA VINUS VIVUS - 59ª REUNIÃO

Mais um mês, mais um encontro da Confraria Vinus Vivus. Em sua 59ª reunião, plantel completo. Dez confrades sentados ao redor de uma mesa para degustar e falar suas impressões sobre os vinhos franceses escolhidos pelo nosso sommelier. Reunimo-nos no último sábado, dia 19 de novembro, ao meio-dia. Degustamos três vinhos tintos, a saber:

Vinho 1 - Clos de L'Echo Crescendo 2005




Safra: 2005.
Álcool: 15%.
Casta: 100% cabernet franc.
Produtor: Couly-Dutheil.
Região: Chinon, Val de Loire, França.
Cor: rubi bem escuro.
Aromas: frutado no início, mas depois predominou o vegetal, bem de leve.
Boca: tânico, mas não é rugoso. Seca bem a boca, mas os taninos não são verdes. Acidez alta.
Harmonização: carne de caça, pato, cassoulet.
Estágio: 2/3 estagiam em 20 meses em barricas de carvalho francês novas e usadas. 1/3 não passa por madeira.
Importador: Decanter - R$ 255,00.
Guarda: no mínimo 20 anos.
Observações: São produzidas apenas 2.400 garrafas por safra. Recebeu 95 pontos da Wine Spectator e 89 pontos de Robert Parker.

O preferido da noite por Fernanda, Leo L., Abílio e Leo S..

Vinho 2 - Chateau de Pibarnon 2003



Safra: 2003.
Álcool: 14%.
Castas: 90% mourvèdre e 10% carignan.
Produtor: Chateau de Pibarnon.
Região: Bandol, Provence, França.
Cor: rubi, com leve toque atijolado na unha.
Aromas: floral, chocolate amargo, licor de cacau, ameixa seca.
Boca: leve, sem acidez. Nitidamente em curva descendente. Sem estrutura tânica, sem potência. Deixou um amargor na ponta da língua.
Harmonização: no estágio em que se encontra o vinho, o melhor é harmonizá-lo com uma carne mais leve, como a de vitelo ou mesmo um bacalhau.
Estágio: 20 meses em barricas de carvalho francês.
Importador: Zahil - R$ 252,00.
Guarda: 10 anos segundo informações o produtor.
Observações: Recebeu 91 pontos da Wine Spectator.


Vinho 3 - Domaine de Trévallon 2006



Safra: 2006.
Álcool: 13%.
Castas: 50% syrah e 50% cabernet sauvignon.
Produtor: Domaine de Trévallon.
Região: Saint-Etienne du Gres, Rhône, Provence, França.
Cor: rubi rubi.
Aromas: compota de frutas, framboesa, herbáceo, grama cortada, rapadura, bouquet garni.
Boca: leve, elegante, macio, tem presença.
Harmonização: filé com molho mais forte, arroz de pato.
Estágio: sem informações.
Importador: Mistral - R$ 302,00.
Guarda: 15 anos ou mais.
Observações: Segundo Robert Parker, este vinho é uma das maiores descobertas do sul da França das últimas décadas. É um vinho classificado como vin de pays.

O preferido da noite por Rita, Cláudia, Vera, André, Lucimar e Marcos. O campeão da reunião.

Vinho que acompanhou o cassoulet, prato do almoço oferecido pela anfitriã: La Braccesca




Safra: 2008.
Álcool: 13,5%.
Casta: 100% prugnolo gentile.
Produtor: Marchese di Antinori.
Região: Montepulciano, Toscana, Itália.
Importador: Art du Vin - R$ 99,00

Vinho que acompanhou a sobremesa (pera ao vinho com queijo roquefort): Rutini




Safra: 2007.
Álcool: 18,3%.
Casta: 100% malbec.
Produtor: Bodega La Rural.
Região: Maipú, Mendoza, Argentina.
Observação: é um vinho fortificado, no estilo do vinho do porto.

Aguardamos agora a reunião de final de ano, marcada para 12 de dezembro, quando degustaremos quatro vinhos top. Saúde!

vinho

domingo, 20 de novembro de 2011

TRATTORIA DA ROSARIO - GASTRONOMIA EM BRASÍLIA (DF)

TRATTORIA DA ROSARIO


Endereço: SHIS QI 17, loja 215 - Fashion Park - Lago Sul.

Especialidade: culinária italiana.

Ambiente: moderno, com três ambientes, sendo dois salões internos e a varanda. A decoração tem toques clássicos, conferindo um ar mais formal ao restaurante. O moderno fica por conta das paredes de vidro, conferindo luz natural ao interior, além de vista para o Lago Paranoá.

Serviço: muito bom. Os garçons são prestativos e sabem informar todos os itens do cardápio. A gentileza é um  dos diferenciais da casa. Outro destaque é a presença do chef Rosario Tessier nos salões, checando pessoalmente a satisfação dos frequentadores.

Quando fui: almoço do dia 17 de novembro de 2011.

O que bebi: estava em hora de almoço em dia de trabalho pesado. Assim, apenas Coca-Cola Zero.

O que comi: dispensei o couvert e a entrada. Optei por uma das sugestões do dia, ou seja, um stinco de cordeiro acompanhado por um risoto negro. Ótima escolha. A carne do cordeiro estava muito macia, despregando facilmente do osso, tendo um delicado sabor potencializado pelas ervas que compunham o molho. O risoto negro estava delicioso, sendo um excelente acompanhamento para o cordeiro. Creio que a harmonização com um vinho tinto potente seria fantástica.



Valor da conta: o almoço foi uma gentileza de uma colega de trabalho que me convidou para celebrar meu aniversário.

Observações: sempre é bom ouvir as sugestões da casa, pois os pratos são feitos com ingredientes da estação, portanto sempre estão frescos. O cardápio é completo, com massas, risotos, carnes, aves e pescados. 

Minha avaliação: + + + + 

Gastronomia Brasília


sábado, 19 de novembro de 2011

A PELE QUE HABITO


Filme novo de Pedro Almodóvar nos cinemas. Não há como deixar de ir. Estive na Livraria Cultura do Shopping Iguatemi Brasília e, como sempre acontece, não saí de lá de mãos vazias. Entre as compras, o número mais recente da revista Preview, que traz como cortesia um ingresso para ver o novo filme (há salas em que ele não pode ser usado) do diretor catalão. Verifiquei em que cinemas estava em cartaz e se havia restrição de utilização do ingresso. Uni o útil ao agradável escolhendo a Sala 4 do Cinemark Iguatemi, três dias após a compra da revista. Peguei a seção das 21:30 horas de uma quarta-feira. A sala recebia um bom público, mas não encheu. Gosto das salas desta unidade do Cinemark porque os assentos são marcados no ato da aquisição do bilhete. No meu caso, passei na bilheteria para a troca do convite pelo ingresso. Vamos ao filme.
Além de ser um Almodóvar, o que já me faria ir de qualquer forma, temos a volta de Antonio Banderas trabalhando com o diretor que o projetou para o mundo. Também temos Marisa Paredes, uma das atrizes prediletas de Almodóvar. São 120 minutos de filme. Quando acabou a projeção, notei que o diretor ainda causa impacto na plateia. E que impacto! Não vou contar aqui tudo o que acontece, mas vou roubar uma palavra do filho adolescente de uma colega de trabalho que resume bem A Pele Que Habito (La Piel Que Habito): "perturbador". Uma senhora que estava na mesma fileira que eu não parava de dizer alto que Almodóvar tinha pirado de vez, que tinha feito um filme louco. Banderas é Robert Ledgard, um famoso e requisitado cirurgião plástico, que após sua mulher ter todo o corpo queimado em um acidente de carro, fica obcecado em conseguir produzir uma pele artificial que seja imune às chamas, bem como às picadas de insetos. O médico se torna tão obcecado, fator potencializado com um fato marcante na vida de sua filha, que abandona tudo para se dedicar aos seus planos que se tornam cada mais mais macabros. Em sua casa retirada do centro da cidade de Toledo, Espanha, ele tem a companhia de Marilia (Paredes), uma governanta que ajuda a cuidar da casa e de uma paciente enigmática, Vera Cruz, interpretada pela bela atriz Elena Anaya, que não pode sair do quarto, onde fica confinada. Além deste núcleo central, um jovem filho de uma dona de um brechó, Vicente (Jan Cornet), é peça chave na história. Não podiam faltar alguns elementos clássicos do cinema de Pedro Almodóvar no seu mais recente filme: um personagem bizarro (Zeca, sempre fantasiado de tigre); referências ao Brasil (pelos diálogos de Zeca com Marilia, percebemos que ele morou algum tempo na Bahia, e uma canção cantada em português pela filha de Ledgard); a obsessão por algo diferente, como a do Dr. Robert; temática gay, mesmo que escamoteada; uma cantora aparecendo na história executando uma música ao vivo (a cantora espanhola Concha Buika); cenas de sexo filmadas por ângulos pouco usuais; o uso de cores (mesmo que mais discretamente do que em outras oportunidades, mas há uma interessante cena onde Vera picota todos os vestidos, pega um aspirador de pó e aspira, em ritmo frenético, pedaço por pedaço das peças multicoloridas). Nesta fita, Almodóvar flerta com o gênero terror, mas sem seres fantásticos, chuvas de sangue, instrumentos bizarros. É um terror que assusta, mas que não faz com que viremos a cara ou fechemos os olhos. Durante a primeira metade do filme, há dicas importantes para a chave do enigma, mas isto se percebe somente quando ele é desvendado. Gostei muito.

filme

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

PADRE

Gosto de filmes com o universo de vampiros. Fiquei curioso ao ler sobre o filme Padre (Priest), produção americana de 2011, dirigida por Scott Charles Stewart, pois uma das resenhas sobre a película dizia que era um dos melhores filmes de vampiros já realizados. Quando saiu o dvd, comprei de imediato. O filme tem no elenco Paul Bettany, como o padre do título, Cam Gigandet, Maggie Q., Karl Urban e Christopher Plummer, vivendo uma espécie de um todo poderoso bispo. A história se passa em uma época incerta, que fica entre um passado distante e um futuro indefinido, pois o figurino é todo antigo e há máquinas e equipamentos que indicam uma evolução para além dos nossos dias. O diretor conseguiu fazer uma leitura sui generis das entidades vampirescas, usurpando características de outros seres para compor suas criaturas. É óbvio que ele bebe de algumas fontes das produções de tv e/ou de cinema, de sucesso, tais como a minissérie V quando coloca os vampiros com uma rainha-mãe que gera os vampiros em casulos, como se fossem ovos; a trilogia Mad Max, com as motos no deserto; Cowboys & Aliens, na ambientação de faroeste com seres imaginários; de filmes de lutas marciais, especialmente os realizados por John Woo, por causa da coreografia, instrumentos mortais e a caractrerização de alguns personagens (sem falar na presença da atriz Maggie Q. como uma integrante da liga dos padres); de filmes ambientados na Idae Média, quando os personagens católicos eram uma constante e detinham um enorme poder. Enfim, o diretor consegue fazer um mix para agradar ao público atual que frequenta os cinemas, especialmente os jovens americanos. De padre, o protagonista só tem o nome, pois é uma verdadeira máquina de matar, é um caçador de vampiros, no melhor estilo Van Helsing. Apesar de toda a mistura e de tantas referências, o filme não decepciona e cumpre seu papel de entreter. Claro que ao fim, abre-se uma brecha para uma ou várias continuações. Gostei.

dvd
filme

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

A VOLTA DO MÉXICO PARA O BRASIL

Quinta-feira, dia 03 de novembro de 2011. Dia de voltar para Brasília. Fim de ótimas férias no México com companhias agradabilíssimas. O voo de volta seria da mesma forma da vinda, saindo da Cidade do México para Brasília com conexão super rápida na Cidade do Panamá. Voamos Copa Airlines. A foto que ilustra este post diz tudo sobre a viagem e sobre o nosso check in na companhia aérea. Que venham mais viagens como esta! Chegamos no Aeroporto Internacional Juscelino Kubistchek às 03:40 horas. Passagens rápidas no controle de imigração, esteiras de bagagem, free shop (compras de champagnes para o reveillon) e alfândega. Cheguei em casa por volta de 04:30 horas. Deitei e dormi.




GASTRONOMIA NA CIDADE DO MÉXICO - ELAGO


ELAGO




Endereço: Lago Mayor, 2da sección del Bosque de Chapultepec.

Especialidade: culinária internacional, com pratos da cozinha mexicana.

Ambiente: fica em um prédio moderno em frente ao Lago Mayor. Por ter uma das paredes toda em vidro, a vista para o lago e sua fonte dançante é espetacular. Há mesas do lado de fora, mas estava uma noite fria, motivo pelo qual optamos em ficar em uma mesa posicionada ao lado do vidro, nos garantindo uma linda vista. A decoração interna é moderna, com tons avermelhados dominando o ambiente, favorecida pela iluminação mais fraca. Destaque para o pé-direito bem alto. Mesmo com ares modernos, o ambiente exige uma certa formalidade.



Serviço: atencioso, mas esquecido. Para solicitar a senha da internet sem fio foi preciso falar com três garçons. Mesmo com o restaurante vazio (somente três mesas ocupados nos salões internos), demoravam um pouco a nos atender.

Quando fui: jantar do dia 02 de novembro de 2011, em nossa despedida da Cidade do México.

O que bebi: apenas água com gás.

O que comi: como entrada, uma crema de elote com quejo y croutones (um creme de milho). O ritual de servir este prato é digno de nota. Colocam um prato fundo à sua frente, apenas com uma "torre" de croutons no centro. Em seguida, o garçom retirada uma concha bem servida de uma sopeira, derramando o creme pelas bordas do prato, sem destruir a torre. A composição fica muito bonita. Ótimo sabor. O prato da noite, sem dúvidas. Finalizei o jantar com um pescado relativamente simples: robalo prieto a la veracruzana con arroz. Apenas um filé de robalo grelhado com molho típico da região de Vera Cruz, à base de ervas, bem suave. Uma boa opção para quem não quer comida forte à noite.


 crema de elote com quejo y croutones


Valor da conta: M 2.920 (U$ 224,61 - R$ 415,00) para quatro pessoas.

Observações: Há wi-fi, mediante solicitação de senha. Deve-se insistir muito para que a senha seja fornecida.

Minha avaliação: + + + (mais pelo ambiente).

Gastronomia Cidade do México (México)

GASTRONOMIA NA CIDADE DO MÉXICO - CHILI'S


CHILI'S

Endereço: Londres 127 - Plaza La Rosa - Zona Rosa.

Especialidade: culinária tex-mex.

Ambiente: situado em um pequeno shopping center, segue o padrão da rede americana, com mesas de madeira com tampo em azulejos com motivos florais, sofás de espaldar alto vermelhos, música com o hit parade do momento em volume alto e telas de televisão sintonizadas em jogos de futebol espalhados pelos ambientes da casa.

Serviço: totalmente informal. Os garçons e garçonetes estavam fantasiados e maquiados para a festa dos mortos. Serviço de restaurante de rede, ou seja, sem grandes pretensões.

Quando fui: almoço do dia 02 de novembro de 2011.

O que bebi: margarita frozen de tamarindo. Nem de longe chega perto da que experimentei na noite anterior no restaurante San Angel Inn.

O que comi: o clássico do menu, ou seja, o sanduíche oldtimer with cheese: hamburger bovino ao ponto com mostarda, tomate caqui, alface, cebola, picles e queijo cheddar. Acompanha fritas. Bem feito. Serve para matar a fome depois de seis horas de turismo pelos arredores da cidade.

Valor da conta: M 740 (U$ 56,92 - R$ 105,30) para quatro pessoas.

Observações: há wi-fi, mediante solicitação de senha. Nesta viagem também conheci a unidade do Shopping La Isla, em Cancún, bem melhor do que esta filial na Cidade do México.

Minha avaliação: + + 1/2.

Gastronomia Cidade do México (México)

GASTRONOMIA NA CIDADE DO MÉXICO - SAN ANGEL INN


SAN ANGEL INN




Endereço: Diego Rivera 50 - Col. San Angel Inn - Altavista.

Especialidade: culinária mexicana, com toques internacionais.

Ambiente: Funciona em um antigo mosteiro carmelita, mantido os corredores do claustro. O pátio interno é cheio de plantas, árvores e fontes, com mesas ao ar livre. Há alguns salões internos, onde ficamos. Decoração sóbria, dialogando com o passado da construção. Como de costume nesta época, a decoração do pátio era recheada de caveiras.Também um belo altar alusivo ao Dia dos Mortos estava montado em uma espécie de capela à esquerda do corredor de entrada.








Serviço: Formal, prestativo e atencioso. A maioria dos garçons tem idade mais avançada.

Quando fui: jantar do dia 01º de novembro de 2011.

O que bebi: uma margarita frozen de tamarindo, de fama internacional e realmente vale a pena. Repeti a dose. Quando se pede a margarita tradicional de limão, a apresentação é belíssima, pois o suco de limão com a tequila vem em uma jarra pequena de prata alojada no gelo. É o cliente que se serve, vertendo a bebida na taça. Um luxo!


margarita frozen de tamarindo



O que comi: pedi um cebiche acapulqueño de entrada.Vem em uma louça azul e branca muito bonita. Não é bem um ceviche como estou acostumado a comer, pois além da quantidade excessiva de coentro para meu gosto, há muito tomate e azeitonas pretas, tornando o prato como um cozido leve de pescado. Não me agradou o sabor. Como prato principal, pedi um lomo de puerco en pipián: um bife de carne de porco grelhado ao ponto, servido com arroz mexicano, pimentões verdes grelhados com cebola e vegetais cozidos envoltos em um molho picante (o tal pipián), parecido com o mole poblano. O bife estava macio, saboroso. Os acompanhamentos não diziam muita coisa, sobressaindo-se o ardor do molho pipián. Não pedi sobremesa desta vez.


cebiche acapulqueño


lomo de puerco en pipián


Valor da conta: M 2.265,50 (U$ 174,26 - R$ 323,00) para quatro pessoas.

Observações: Embora conste em guias que há wi-fi para os clientes, ao pedir a senha, o garçom nos disse que não havia o serviço.

Minha avaliação: + + + (mais pelo lugar, pelo visual).

Gastronomia Cidade do México (México)