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terça-feira, 30 de novembro de 2010

LIMA - NOITE 5

Com as malas prontas, fiquei navegando pela internet quando o telefone tocou. Era nosso amigo nos chamando para fazer um lanche rápido em outro restaurante do chef Gastón Acurio. Só quatro resolveram ir. Embora perto, apenas sete quadras do hotel, pegamos um táxi, pagando s/.6 pela corrida. O restaurante é o Tanta (Avenida 28 de Julio, 888, Miraflores), o mesmo que encontramos fechado na noite anterior. É bem simpático, com letras coloridas em seu letreiro, indicando que ali o ambiente é mais jovial, onde a informalidade dá o tom. O cardápio é bem variado, possibilitando lanches rápidos, bem como refeições com pratos da cozinha peruana. Há um grande balcão, onde sobremesas vistosas ficam expostas, assim como pães, biscoitos e outros produtos de padaria. Escolhi um sanduíche com pão de hamburger, recheado com 200 gramas de hamburger de carne bovina, alface, tomate, ovo frito, banana frita e molho criollo, acompanhado de batata amarela frita. É bem servido, suculento e saboroso. Para despedir, bebi uma Inca Kola. Acompanhou-nos no restaurante a prima de nosso amigo. Muito simpática, nos deu carona até o hotel, onde nos despedimos, prometendo voltar em 2011 para participar de uma grande feira gastronômica chamada Mistura que terá lugar no segundo semestre em Lima. Já era perto do horário marcado para a van nos pegar no hotel, motivo pelo qual descemos as malas para fazer nosso check out. A conta estava pronta. A van chegou antes das 22 horas. Para o serviço, o motorista cobrou U$ 40. O trajeto até o aeroporto durou cerca de 40 minutos. Deve-se identificar na porta do aeroporto, com passaporte ou bilhete aéreo, pois somente passageiros tem acesso à área de check in. Já tínhamos feito nosso check in pela internet. Entramos na enorme fila para despachar bagagem, mas a fila andava rápido. Depois, no segundo piso do aeroporto, nova fila, desta vez para pagar a taxa aeroportuária. Pode-se pagar em dólar ou em nuevo sole. Como ainda tinha o dinheiro peruano, paguei a taxa de s/.90,30 por pessoa. Mais duas filas rápidas pela frente: a do raio X e a da imigração. O aeroporto está todo reformado e ampliado. A área de free shop é enorme, com muitas lojas. É maior do que a área do Aeroporto de Guarulhos. Gastei os últimos s/.50 comprando tejas, um doce típico do país. O embarque da LAN aconteceu no horário marcado, o mesmo ocorrendo com a decolagem do voo. O avião estava bem cheio, mas, por sorte, eu e Ric ficamos em uma fileira sem ninguém no assento do meio. Dormi quase todo o trajeto de quatro horas de duração do voo até Brasília, onde chegamos às 8:15 horas. Cansados, chegamos em casa. Retirei apenas a roupa suja da mala para colocar na máquina de lavar. Olhei a cama, deitei e dormi, acordando com Ric me chamando para almoçar. Já passava das duas horas da tarde. Logo, a massoterapeuta chegou para a sexta sessão de reflexologia. Nem é preciso dizer que dormi durante a massagem.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

LIMA - DIA 5

Segunda-feira. Último dia de nossa estadia em Lima. Sempre o último dia de uma viagem para mim é chato, um tédio. Não tenho vontade de fazer nada, pensando na mala que deve ser arrumada e nos procedimentos de embarque. Hoje foi um pouco diferente. Depois do café da manhã conjunto com todo o grupo na mesma mesa, comendo alguns sabores peruanos, tais como tamalle, tuna, papaya doce, subi para o quarto. Enquanto o pessoal saía para compras em supermercado, fiquei assistindo televisão pela primeira vez nesta viagem. Sintonizei a Globo e vi as reportagens sobre a guerra contra o narcotráfico no Rio de Janeiro. Fiquei muito feliz com a atitude dos governos estadual e federal nesta cruzada contra os bandidos. A repercussão na mídia estrangeira, pelo que conferi por aqui, tem sido positiva para a imagem do Brasil. Voltamos a encontrar o grupo ao meio dia, quando saímos para mais compras na loja de departamentos Ripley (Calle Shell, 240, Miraflores), perto do hotel. Não tinha a intenção de comprar nada, mas acabei levando uma bermuda Polo Ralph Lauren, pois estava com um bom preço. Logo cedo, após o café da manhã, reservamos mesa para almoçarmos no badalado restaurante Astrid & Gastón (Calle Cantuarias, 175, Miraflores), de propriedade do chef Gastón Acurio. Da Ripley, fomos a pé para lá. Chegamos no horário marcado, às 14 horas. O restaurante fica em um casarão antigo, com pé direito alto, com decoração que mistura elementos da época da construção da casa, como as janelas, portais e teto, com decoração moderna, onde a cozinha é aparente, emoldurada por uma parede de vidro (ou acrícilico) vermelho. O piso do corredor de entrada é em ladrilho hidráulico. São dois ambientes com mesas, além da sala de espera e de um bar. Ficamos no primeiro salão em uma mesa redonda para as sete pessoas do grupo. Para me despedir de Lima, pedi um pisco sour, mas achei tanto o copo como o sabor bem simples. Bebi outros melhores nesta viagem. De entrada, pedimos dois pratos para compartilhar. Uma causa peruana com camarões e abacate, com toques da cozinha de fusão, que estava muito saboroso, embora a apresentação do prato deixava a desejar. A outra entrada foi um ceviche chamado Tres Ceviches, Tres Leches de Tigre. Em um belo prato de vidro, os três ceviches são vistosos ao olhar. No primeiro, um misto de ouriço e vieiras. No segundo, moluscos e lula. No terceiro, polvo. Este polvo estava mergulhado no molho clássico, com bastante cebola roxa e limão, além de dois pedaços da saborosa batata doce local. O molho que envolvia o segundo ceviche era alaranjado e picante, sinal de que tinha rocoto em sua composição. Já o primeiro, tinha um molho mais espesso, como se tivesse um óleo em sua receita. Gostei de todos os três, mas as vieiras estavam especiais. Mas antes de apreciarmos estas entradas, a casa ofereceu um mix com três amuse bouche deliciosos: um cone contendo uma massa de batata doce (camote) com uma terrine de peixe; uma causa com rocoto recheado de lomo (filé) e uma espécie de biscoito fino com massa de caranguejo e palmito. Como prato de fundo, escolhi um filé de congrio rosa grelhado, acompanhado de vongoles, um creme de choclo (milho branco), um pesto com ervas peruanas e uma massa recheada com queijo. Estava fantástico. Para finalizar, uma sobremesa da fruta da estação, a chirimoya, uma irmã da fruta do conde. Veio pedaços frescos da fruta misturados com um sorvete, calda de laranja e uma espécie de licor avermelhado. Gostei da fruta, mas achei os acompanhamentos fracos. Ainda pedi o primeiro café expresso em Lima. Dispensável. Logo que sentamos, uma seleção de pães feitos na casa foi colocada à mesa, para o qual destaco o feito com batata amarela. Pela primeira vez vi um restaurante oferecer um couvert que inclui comidinhas na entrada e na finalização, pois no momento em que pedimos a conta, veio um mini armário com gavetas de acrílico. Em cada gaveta, docinhos para alegrar o nosso paladar: macarron de camu camu, macarron de chocolate, trufas de chocolate amargo  e balas de goma de abacaxi. O macarron de camu camu, uma fruta típica da Amazônia, tem sabor diferenciado, dando um azedinho na língua. Para toda esta orgia, pagamos o total de s/.973, cerca de R$ 630,00. Muito mais barato do  que qualquer restaurante do mesmo nível em São Paulo, Rio de Janeiro ou Brasília. Quando saímos do restaurante, nossos amigos ainda queriam comprar mais artesanato. Antes passamos em uma loja de discos. Comprei os dois discos do Maná que ainda não tinha, além do novo cd de Alejandro Sanz. Voltei com Ric para o hotel. Chega de compras! Agora é arrumar as malas para a volta à Brasília. Contratamos uma van para nos levar do hotel ao aeroporto pelo custo de U$40. O voo da Lan está previsto para sair às 00:50 horas, mas marcamos nossa saída para 22 horas, pois temos que enfrentar fila para pagar a taxa aeroportuária, que não é inclusa na passagem aérea, despachar as bagagens e dar uma olhadinha no free shop do aeroporto, já que temos a informação de que vale a pena.

LIMA - NOITE 4

Tínhamos decidido não ir a nenhuma balada ou bar na noite de domingo. Depois de dormir um pouco, encontrei-me com a turma no bar do hotel, onde ficamos fazendo hora, aproveitando para consumir os s/.30 que a diária dá direito. Este consumo "cortesia" é por quarto, por dia, não cumulativo. Já perdemos dois consumos. O local escolhido para uma refeição mais leve foi o Tanta (Avenida Vasco Nuñez de Balboa com Avenida 28 de Julio, Miraflores). É uma das crias de Gastón Acurio. Fica a sete quadras do hotel, motivo pelo qual fomos caminhando. Quando chegamos, uma decepção. Ele estava "cerrado". Esquecemos que era domingo. Muitos restaurantes fecham mais cedo em Lima neste dia. Em frente, a tradicional San Antonio, onde tinha movimento. É uma doceria muito apreciada em Lima e funciona desde 1959. Também há sanduíches e pratos leves em seu cardápio. Atravessamos a rua, mas um garçom nos disse na entrada que para sentar não mais funcionava, apenas para pedidos para viagem. Mais uma tentativa em uma creperia na mesma rua, mais uma frustração, pois a placa "cerrado" já estava pendurada na porta de vidro. Decidimos comer m sanduíche na região do Parque Kennedy. Bembo é o McDonald's local. Pedimos ao taxista que nos levasse até lá. A corrida ficou em s/.6. Estava aberto, mas lembramos que em nossas caminhadas diárias, vimos vários restaurantes e pizzarias ao redor do parque. Fomos caminhando, observando a bela iluminação da Prefeitura de Miraflores e da igreja ao seu lado. Na região tem uma rua onde há uma pizzaria atrás da outra. Entramos na rua e quisemos sair logo. O assédio é inacreditável. Cada restaurante tem alguém para lhe oferecer alguma cortesia para você se sentar: bebida grátis, pizza gráttis, anticucho grátis, boate, jogos, mulheres, piqueos grátis. Enfim, uma salada de coisas para atrair o turista, pois peruanos ali somente os empregados dos restaurantes. Um detalhe importante, não tinha nenhum restaurante cheio. Muito antes pelo contrário, mesas e mais mesas vazias. Definitivamente, ali não era o lugar para comermos com tranquilidade. Voltamos para a avenida que margeia o parque até encontrarmos um local com muita gente em suas mesas. Cafe Cafe (Calle Mártir Olaya, 250, Parque Kennedy, Miraflores) é o nome. Simples, antigo, mas com público fiel, foi o que me pareceu. Não tinha lugar para seis pessoas na calçada, motivo pelo qual tivemos que ficar no salão interno. É um restaurante que tem de tudo em seu cardápio. Desde entradas, sopas, sanduíches, pizzas individuais, até pratos da culinária peruana. Como minha proposta nesta viagem era experimentar os sabores locais, escolhi um sanduíche chamado Triple Pollo, tradicional nas lanchonetes limenhas. Sanduíche frio, feito com pão de forma e recheio de tomate, alface, abacate e frango desfiado. O sabor é honesto, nada de excepcional. O preço é barato. A conta ficou em s/.22,50 por pessoa. Voltamos a pé. Antes de cada  um ir para seu quarto, fomos ao bar da cobertura do hotel. Moderno, com música estilo "lounge", tem mesas baixas, algumas delas com tendas em pano à moda árabe, e uma iluminação reduzida. Não estava mais funcionando. Nesta noite, deitamos cedo.

LIMA - DIA 4

E o sol apareceu em alguns momentos neste domingo em Lima. Não tínhamos nada planejado. Acordei tarde. Café da manhã às 10:00 horas. Hotel cheio. Comi tuna, uma flor de cáctus. Vermelha e doce. Experimentei também um tamalle, um salgado de massa de milho. No caso, veio recheado com carne de frango desfiada. Ao lado, para quem gosta e pode, um molho de cebola e pimenta. É gostoso e nutritivo, lembrando, de longe, a nossa pamonha, só que mais temperada. Decidimos visitar um museu. Seguindo indicações dos sempre prestativos funcionários da recepção do hotel, escolhemos o Museo Larco Herrera (Avenida Bolívar, 1515, Pueblo Libre), especializado em arte antiga do Peru. O táxi nos cobrou s/.18 do hotel até lá. No caminho, passamos pela Avenida del Ejercito, conhecendo o prédio que abrigava o quartel do exército peruano e uma imponente igreja no bairro Magdalena, com uma imagem de Nossa Senhora no alto da cúpula que, segundo o motorista de táxi, girava em torno de seu eixo. O local onde está o museu é um belo casarão, todo pintado em branco, com muros altos. Descendo pelas paredes externas e internas do muro há bounganvilles de várias cores, dando um colorido especial ao museu. Em frente, uma reformada praça confere um certo um charme à região, com direito a uma estátua de Rafael Larco Hoyle, o fundador do museu. A entrada para a exposição permanente custa s/.30. O museu é pequeno, com uma rica coleção de artefatos de arte em cerâmica, pedras, prata e ouro das várias civilizações que fazem parte da história antiga do Peru. Não é desses museus com salas dentro de salas, o que facilita sua visita e não se perde nada do que está exposto. Todas as peças tem um texto explicativo nas seguintes línguas: espanhol, inglês, francês, alemão, italiano e japonês. É raro ver isto nos museus mundo afora. Não estava cheio, pois a maioria dos turistas prefere visitar o Museo del Oro. Destaco os vários potes de cerâmica para carregar água, de todas as formas e tamanhos, todos muito bem conservados. Outra coisa que me chamou a atenção foram as jóias para enfeitar o nariz, chamadas narigueras. Os brincos e narigueras eram mais imponentes do que os aneis. Ao terminar o percurso da exposição, acabamos no mesmo pátio em que o iniciamos. Há uma outra sala onde fica o depósito das peças que formam a reserva técnica do museu. Ela está aberta para visitação. É impressionante o tanto de peça, todas bem arrumadas em estantes que vão do chão ao teto, fechadas com vidros. O número de peças em cerâmica e ferro é infinitamente superior ao da exposição permanente. Ainda dois ambientes nos surpreenderam no museu. Descendo a rampa em frente à sua entrada, chegamos a um jardim muito bonito, com potes de cerâmica virados, obras antigas em pedra e um corredor em ele com samambaias choronas e chifre de veado dando uma aconchegante sombra. Neste jardim, está a sala que expõe permanentemente a arte erótica das antigas civilizações peruanas. Aproveitei para pegar carona nas explicações que uma guia do museu dava a um casal de turistas. As peças representam não só as posições sexuais, mas também há uma vitrina somente com objetos que mostram doenças sexualmente transmissíveis. Ainda no jardim, um bem decorado restaurante que funciona no mesmo horário de visitação do museu chamado Cafe del Museo. Ficamos sabendo que é o único museu de Lima que tem restaurante em funcionamento. Uma loja da H.Stern e a loja La Galeria del Museo completam as salas do jardim. Nesta última, há lembranças do museu e do Peru. Comprei um característico touro, além de peças para decorar minha casa. Todos saíram encantados com o local. Na porta, pegamos um táxi em direção a Miraflores. A corrida ficou em s/.20. Era hora de encontrar com os dois do grupo que não quiseram ir ao museu, além de parentes de nosso amigo. Escolhemos o mais recente restaurante de Gastón Acurio, o Panchita (Calle Dos de Mayo, 298, Miraflores). Este restaurante não aceita reservas. É chegar e esperar. Os familiares peruanos de nosso amigo já haviam chegado, colocando o nome na lista de espera. Quando chegamos, só deu tempo para os cumprimentos, pois logo fomos chamados para nos sentar. Grande, com paredes revestidas em madeira escura, estantes com objetos que lembram a cultura peruana e um forno à lenha compõem a decoração. O forno fica no salão, mas não sentimos nenhum cheiro de fumaça durante nossa estada no local. No centro do salão, há um buffet de saladas. A especialidade da casa são os anticuchos (espetinhos) feitos na brasa. Além do clássico, de coração de boi, há outras opções, como filé mignon, salmão, polvo, porco. Escolhemos de entrada, para compartir, os anticuchos de coração de boi, lomo (filé) e polvo. Cada espeto vem acompanhado de batatas assadas com uma casca crocante e choclo (milho branco). Experimentei apenas o anticucho de polvo. Bem feito, sem estar borrachudo. Os acompanhamentos eram divinos, especialmente o milho. Como prato principal, escolhi um cabrito de leche a norteña (um quarto de filhote de cordeiro, ainda amamentando, assado ao forno sob cama de feijão branco cozido, um molho zarza e arroz de choclo). Embora no cardápio tenha o aviso que os pratos são bem servidos e que podem ser compartilhados, todos fizeram pedidos individuais. Um fato que me chamou a atenção nesta estadia em Lima foi que em todos os restaurantes os pedidos chegam rápido à mesa. No Panchita não foi exceção. Rapidamente nossos pratos chegaram. Tivemos uma surpresa. Todos eram enormes. Ninguém conseguiu comer seu pedido inteiro, deixando bastante comida nos pratos. Embora tenha gostado do meu prato, não pediria novamente. Fiquei pensando no coitado do carneirinho quando vi o meu prato. Os ossos da costela ainda eram macios, praticamente só cartilagem. Não quis sobremesa, mas experimentei um pedaço de uma espécie de biscoito frito, com massa de abóbora moranga e batata doce, regado com melaço de cana. Ótimo, lembrando a nossa sobremesa chamada sonho. Dois vinhos tintos foram consumidos durante o almoço, mas eu preferi ficar na Inca Kola. A conta ficou em s/.960 para dez pessoas. Como estávamos perto do hotel, resolvemos fazer uma caminhada para ajudar a digestão No caminho, vimos que estávamos perto do Mercado Índio. Resolvemos fazer compras de artesanato. Comprei manta para sofá e velas decorativas típicas da região de Cuzco. Terminadas as compras, eu e Ric voltamos a pé para o hotel, onde chegamos às 17:30 horas. Precisando dormir, deitei logo. O sono durou mais de três horas.

domingo, 28 de novembro de 2010

LIMA - NOITE 3

A terceira noite em Lima também foi muito intensa. No hotel, o primo de nosso amigo foi nos buscar, acompanhado de sua mulher. O grupo foi dividido em dois, pois não cabiam todos no carro dele. Fiquei no grupo que o acompanhou. Primeiro fomos comer no Pasquale Hmns (Avenida Comandante Espinar, 651, Miraflores) para um lanche rápido. É especializado em sanduíches nos sabores da comida peruana clássica e é uma das casas criadas pelo badalado chef Gastón Acurio. Funciona como uma loja de fast food, com pedidos feitos no caixa, mas entregues na mesa, a partir de um número que recebemos depois de fazer o pagamento. Movimentado, serve tanto sanguches (os sanduíches com recheios inspirados na cozinha peruana) quanto pratos prontos. Já que estava em uma casa para refeições rápidas, pedi um sanduíche com frango assado na brasa, um dos de maior saída, acompanhado de batatas fritas e Inca Kola. Pelo combo, paguei s/.16,90. O sanduíche é bom, mas pesa no estômago para quem for dormir depois. Saciada a fome, já mais de 22 horas, fomos para a Peña Del Carajo (Calle Catalino Miranda, 158, Barranco), onde tínhamos uma mesa reservada. Peña é o nome para as casas noturnas de Lima que mesclam shows de música e pista de dança, especializadas em música latina. Para entrar, mesmo com reserva de mesa, enfrentamos uma fila que anda rápido. Passamos por uma revista inicial, pois câmaras filmadoras não são permitidas. Nosso grupo tinha 12 pessoas, pois uma outra prima de nosso amigo também se juntou a nós. Com grupo grande, dois deixaram de pagar a entrada como cortesia da casa. O ingresso custa s/.20 por pessoa. Quiseram nos colocar em uma mesa distante do palco, mas reclamamos, sendo posicionados mais perto da pista de dança. Um bom lugar. O local tem decoração simples. É um galpão enorme, com pé-direito alto, com grandes ventiladores em funcionamento e mesas compridas. Há um cardápio simples, com alguns petiscos peruanos e bebida, especialmente cerveja e pisco. Pede-se ao garçom e paga-se no momento do pedido. Ótimo, pois não precisamos esperar a conta na hora que se quer ir embora. Resolvi beber apenas uma dose de pisco sour para experimentar, muito bom por sinal. Fiquei o resto da noite tomando Coca Cola Zero. Na nossa mesa, chegavam garrafas e mais garrafas de 620 ml da cerveja Cusqueña. O local ficou lotado rapidamente. Música mecânica era executada, sempre música latina. Quando tocaram o ritmo reggaeton, muito popular nos países de língua espanhola, a pista lotou e ficou assim até começar o show ao vivo de do trio Los Ardiles. Cantam músicas peruanas, fazendo graça com o público. Divertido. Em seguida, veio novo show, com Edson Salazar, com música, piadas, danças típicas e um concurso de qual turista estrangeiro dança melhor. Neste momento, Salazar pergunta quais são os países representados naquela noite. O Brasil foi representado por um integrante de nosso grupo. Tinha gente da Espanha, Venezuela, Uruguai, Argentina, Índia, Bélgica e Palestina. Todos foram o centro das atenções por alguns minutos e dançaram para apreciação dos presentes. O argentino foi o único vaiado. Ganhou a representante da Espanha, mais por causa da gritaria de sua turma do que pelo que mostrou na pista. A capitã do time de volei da seleção feminina peruana estava presente. Anunciada, foi ao centro da pista para agradecer o carinho. Quando termina o show, a pista volta a ferver com mais música latina. Não fui para a pista, pois estava muito cheia. Assim como muitos, fiquei dançando ao lado da mesa em que estávamos. Quando já eram três horas da madrugada, eu fui embora com mais três pessoas. Pegamos um táxi na porta que nos cobrou s/20 pelo trajeto até o hotel. Mais uma noite porrada!

sábado, 27 de novembro de 2010

LIMA - DIA 3

Dormi pouco a madrugada de sábado. Descemos para o café da manhã às 9:30 horas. Todos estavam com cara de ressaca. Não tínhamos programado nada para o dia. Resolvemos conhecer o maior shopping da cidade, o Jockey Plaza (Javier Prado Este, 4200 - Surco). Negociamos um táxi por s/.15. Cruzamos a cidade de leste a oeste. Trânsito confuso perto do shopping. Entramos pela loja de departamentos Saga Falabella, onde combinamos de nos encontrar às 13:30 horas. Eram 11:45 horas. Os dois que estavam com ideia de fazer compras foram para um lado e os outros quatro que nada queriam foram para outro. O sétimo foi visitar familiares na cidade. Percorremos os dois pisos do shopping, vendo as vitrinas e os peruanos que faziam compras. Um dos amigos estava de chinelos havaianas, fazendo-o virar o centro das atenções dos locais. Ninguém costuma ir de chinelos ao shopping...
Pausa para café no Starbucks. Continuamos até o lado oposto de onde entramos, em outra grande loja de departamentos, a Ripley. As duas lojas concorrentes tem corners de algumas grifes populares nos Estados Unidos, como Polo Ralph Loren, Arrow, Calvin Klein, Espirit, entre outras. Os preços estavam compensando comprar, bem mais baratos do que no Brasil. Entramos em uma loja parecida com a Camicado chamada Casa & Idea. Lá, eu e Ric escolhemos alguns objetos de uso diário em cozinha e banheiro. Pegamos alguns objetos com preços reduzidos. Na saída, voltamos para o ponto de encontro, onde os outros dois não estavam. Enquanto esperávamos, nossa amiga resolveu comprar um relógio. Neste meio tempo, o amigo que não fora conosco chegou ao shopping, entrando justamente pela loja de departamentos onde nos encontrávamos. Ric o viu e ele se juntou a nós. Voltamos para as vitrinas do shopping. Paramos na Lacoste, onde compramos camisas, muito mais baratas do que no Brasil. Uma mensagem chegou no celular e fomos nos encontrar com os dois que faltavam. Eles estavam com poucas sacolas. Para quem queria comprar, não tinham muito nas mãos. Era hora de negociar novo táxi para o restaurante que já estava reservado em Miraflores. Reserva na varanda. O valor do percurso foi s/18. Chegamos no Restaurant Huaca Pucllana (Calle Gral. Borgoño Cdra 8 - Huaca Pucllana - Miraflores) às 15:10 horas. Estava cheio. O restaurante é muito bonito e sua varanda está ao lado das ruínas de Pucllana, daí o seu nome. Almoçamos com vistas para as paredes de tijolos de uma civilização pré-incaica, com coloração acinzentada. Para beber, apenas Inca Kola e Coca Cola. Para picar, como dizem os peruanos, alguns piqueos: papas rellenas, causa com abacate, pedaços de cuy (um roedor) fritos, ceviche limeño, vieiras gratinadas e polvo na brasa com batatas e milho branco cozido. Todos estavam deliciosos e vale a pena experimentá-los. Como prato principal, escolhi um filé de chita (peixe) grelhado sob uma cama de vegetais feitos à moda chinesa, com arroz de gengibre para acompanhar. O arroz estava muito bom, com o gengibre dando o leve toque que lhe é característico. O peixe é muito macio, leve, uma boa pedida para quem quer fazer dieta. Experimentei as batatas amarelas fritas que acompanharam o prato de Ric. Não há esta batata no Brasil. Gostei muito. Não quis sobremesa. Pedimos a conta, que ficou em um montante de s/.782. Tiramos algumas fotos na saída do restaurante, resolvendo voltar a pé para o hotel, um caminho de um quilômetro. No meio da caminhada, chegamos ao Parque Kennedy, onde fizemos câmbio em uma doleira de rua. É muito comum na região, peruanos identificados com um colete verde trocarem dinheiro na rua. A tia de nosso amigo recomendou uma mulher para um câmbio confiável, pois há dinheiro falso no mercado. Aproveitamos para dar mais um passeio no parque, onde acontecia um baile para a terceira idade no pequeno teatro de arena local. Ficamos sabendo que esta tarde dançante já virou tradição nos finais de semana. Foi revigorante ver os idosos felizes se divertindo de maneira gratuita em praça pública. É muito legal. A música começa, os senhores vão para a pista, olham as senhoras sentadas nas escadas do teatro, escolhem uma delas e as tiram para dançar. Quando a música acaba, todos voltam a se sentar, esperando nova música, quando o ritual começa novamente. Continuamos nosso caminho, chegando ao hotel antes das 18 horas. Para a noite, conheceremos uma peña, uma espécie de gafieira local, onde se dançam músicas peruanas. Já temos reserva em uma conhecida peña frequentada por peruanos, a Peña del Carajo (Calle Catalino Miranda, 158 - Barranco). Hora de descansar para aguentar outra agitada noite limenha.

LIMA - NOITE 2

A programação da segunda noite em Lima foi intensa. Como na noite anterior, contratamos uma van para ficar conosco por cinco horas para a qual foi cobrado U$ 90. Saímos às 21:15 horas. A primeira parada foi no Centro de Entretenimiento Atlantic City (Avenida Benavides, 430, Miraflores), o maior cassino da cidade, onde trabalho o chef peruano conhecido de nossos amigos. Ele e sua mulher foram nossos guias no cassino. O local é enorme, funciona 24 horas e tem um movimento intenso. Máquinas caça-níquel estão espalhadas em vários ambientes, sendo alguns deles para fumantes. Mesas de roleta e carteado, salas especiais para grandes apostas, salão de eventos, sala para apostas em esportes ao redor do mundo, karaokê foram os ambientes que conhecemos. Fizemos um tour especial pelas duas cozinhas comandadas pelo chef peruano. A primeira faz a comida que é servida no cassino, especialmente lanches rápidos. Vimos o setor de preparo da comida chinesa, já que há um público oriental muito grande no cassino, da comida peruana, da pastelaria, da panificação. Vimos as câmaras frias onde são armazenadas as comidas semi-preparadas e as prontas. No setor de pastelaria, comemos uma tradicional sobremesa peruana, o arroz de leche, parecido com nosso arroz doce, porém mais leve no sabor. Para entrar na cozinha, usamos uma touca. Ficou engraçado o grupo todo com as toucas brancas na cabeça. Também visitamos a cozinha do restaurante cinco estrelas (cinco tenedores) Eliazar, um pouco menor do que a outra. Finalizamos nossa visita conhecendo o restaurante, com decoração austera, especializado em cozinha francesa. Conjugado ao restaurante, há um bar onde às sextas-feiras um grupo toca jazz. O casal anfitrião resolveu nos acompanhar em nossa programação noturna. Voltamos todos para a van em direção ao bar Ayahuasca (Calle San Martín, 130, Barranco). Está situado em um casarão antigo, com decoração  diferenciada em cada um dos muitos ambientes. Achei diferente o móbile feito com bermudas em um cima do bar central. Lotado, a maioria vai ao bar para beber, não se importando em ficar de pé, sem mesa para se sentar. Tínhamos uma mesa reservada. Ali ficamos por quase duas horas, bebendo drinques feitos a base de pisco. Bebi um pisco sour com granadina e tangerina. Não gostei, fiquei com a sensação de que estava bebendo um coquetel de clara de ovo com sashimi. O cheiro de peixe no copo estava super forte. Para beliscar, mais piqueos peruanos, como papas rellenas, bolinhas de mandioca recheadas com queijo e empanadas de filé. Estas empanadas são diferentes das argentinas e uruguaias. Neste bar, elas são servidas fritas. Estavam saborosas, bem sequinhas e com recheio farto. No bar, depois da meia noite, comemoramos o aniversário de um dos integrantes de nosso grupo. Ao pagar a conta, trouxeram um papel sem especificar. O casal peruano achou alta, pedindo para trazer uma conta com todos os itens consumidos. Dito e feito, o valor era menor. Cada um pagou s/.50. A pé, a poucos metros de distância, está a famosa Puente de Los Suspiros. Hoje é um centro boêmio importante, com vários bares moderninhos que bobam de gente durante a noite. O nosso próximo bar era o Picas (Bajada de Baños, 340, Barranco), mas ainda não tínhamos o endereço. Ao passar pela ponte, onde vários peruanos bebiam, fumavam e namoravam, vimos que o bar era embaixo da ponte. Foi nossa próxima parada. Parece que é o bar do momento. Cheio, com música executada ao vivo por um DJ, é friendly, motivo pelo qual havia muito gay, mas vários casais heterossexuais também estavam presentes, especialmente nas mesas internas do bar. Para sentar, só havia mesa livre no mezzanino. Pedimos para juntar uma mesa para os nove do grupo. A intenção era dançar, mas ali, embora haja uma pista, a galera prefere ficar conversando (gritando, por causa da altura da música), bebendo e petiscando. Foi o que fizemos. Mais drinques de pisco. Pedi um coquetel chamado Jose Antonio, muito bom. É doce, motivo pelo qual sobe rápido. Também comemos alguns piqueos, todos muito bons. O casal peruano descobriu onde poderíamos ir dançar. Ficamos no Picas por cerca de uma hora. Pagamos a conta, s/.28 por pessoa, voltamos para a van. Próxima parada boate Downtown Vale Todo (Pasaje Los Pinos, 170, Miraflores). Para entrar, cobra-se s/.15 com direito a um voucher para uma bebida, que você deve decidir na bilheteria. Se estiver com câmara digital, ela é retida na entrada. Guardam a máquina, junto com sua identidade, em um escaninho. Fiquei com a chave, pois carregava uma máquina. Embora destinada ao público gay, que era maioria, havia alguns casais hetero nas duas pistas da boate. Uma das pistas é animada com músicas do hit parade mundial, enquanto a outra, mais cheia, só toca música latina dançante. Ficamos um tempo nesta segunda, com direito a ouvir Ilariê de Xuxa. Não estava afim de dançar, nem mesmo de estar na boate, pois tinha sono. A nossa permanência na disco, como aqui eles chamam uma boate, durou uma hora. O casal peruano se esbaldou de tanto dançar. Como era muito próximo do hotel, tínhamos dispensado a van. Caminhamos duas quadras e chegamos ao hotel. Esperamos o casal pegar um táxi para entrarmos no Radisson. Perto de quatro horas da manhã, era hora de descansar.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

LIMA - DIA 2


Oceano Pacífico visto de Miraflores - Lima - Peru


Palacio del Bispo - Plaza Mayor - Centro - Lima - Peru

Acordei cedo. Foi bom, pois tive tempo de desfazer a mala, guardando as roupas no local adequado. Descemos para um belo café da manhã no hotel, com direito a experimentar o suco de papaya peruano, delicioso. Também como novidade a fruta tumbo, da família do maracujá, só que menos ácida. Manga e mexerica muito doces. O combinado era todos se encontrarem no hall do hotel às 10 horas da manhã, pois contratamos, na noite anterior, uma van para ficar conosco por 12 horas, além de um guia para um passeio em Lima Centro. Guia e grupo a postos no horário marcado, menos a van. Levamos um bolo. O guia ligou para conseguir outro transporte. Pediram quarenta minutos. Aproveitamos para caminhar pelo bairro, indo no mesmo local que tiramos foto no fim da tarde do dia anterior. Novas fotos, pois a luminosidade era outra. Ligaram para o guia pedindo mais um tempo. Fomos caminhando até o Parque Kennedy, onde fica a Prefeitura de Miraflores. Caminhamos mais um pouco até chegar ao Mercado Índio, com várias bancas de artesanato peruano. Confesso que não tenho muita paciência para este tipo de mercado. Apenas acompanhei os amigos. Quando já passava das onze horas da manhã, nova ligação para o guia pedindo mais tempo para nos pegar. Desistimos do transporte, resolvendo ir de táxi para o Centro. Negociamos preço. Cobraram s/.10 pela corrida. Mais uma experiência inusitada no caótica trânsito limenho. Descemos na Plaza Mayor, cheia de turistas, no momento em que havia a troca da guarda no Palacio de Gobierno. A praça é muito bem cuidada. Nela estão também o Palacio del Bispo com seus balcões imponentes em estilo mudejar, a Prefeitura de Lima, a Catedral Metropolitana e prédios antigos pintados na cor amarela, com grandes balcões de madeira. O conjunto arquitetônico é muito bonito. Ao centro da Plaza Mayor há uma fonte que é esvaziada no dia 28 de julho, Dia da Independência do Peru. No lugar da água, enchem a fonte de pisco e durante as festividades todos podem tomar a bebida típica peruana. A catedral domina uma parte da paisagem. Ela é pintada anualmente, quando aproveitam para trocar a sua cor. Entramos na catedral, pagando um ingresso de s/.10 por pessoa. O interior é simples, pois depois da independência do país, queriam apagar todos os vestígios dos espanhóis, transformando o interior barroco em estilo neoclássico. Para suportar os abalos sísmicos, a catedral é construída com pilastras ocas de madeira, além de placas de bambus nas paredes. O teto também é todo em madeira. Os ossos de Pizarro, o conquistador espanhol, foram encontrados na catedral por duas vezes. Hoje, sabe-se que o verdadeiro corpo foi o segundo a ser encontrado, debaixo do piso próximo ao altar. O detalhe curioso é que a cabeça foi encontrada em uma caixa com os dizeres que se tratava da cabeça do espanhol. Entramos nas catacumbas, onde há corpos de poderosos membros da igreja e de nobres. O mais antigo data de 1575 e o mais recente é do ano 2000. Também visitamos o Museo de Arte Religioso, cuja entrada se dá pela sacristia da catedral. Com pinturas a óleo dos séculos 17 e 18, também tem uma importante coleção de peças sacras, onde se destacam imagens cusquenhas e uma rara imagem de Cristo crucificado com quatro chagas, conforme está no evangelho apócrifo atribuído a Santa Brígida. Fizemos uma breve pausa para beber uma Inca Kola na pequena cafeteria da catedral. Comprei uma imagem de Santa Rosa de Lima, a principal santa de devoção do Peru, para a coleção de minha mãe. Saímos da catedral e fomos caminhando até a imponente Igreja e Convento de San Francisco, onde não é permitido tirar fotos. Cobra-se um ingresso no valor de s/.7 por pessoa. No pátio em frente à igreja, concentra-se os pombos que são alimentados pelos turistas. Hoje o convento ainda abriga 40 monges, mas uma parte do edifício é aberto para visitação, como um dos claustros todo com parede em azulejos de Sevilha, datados de 1620. No alto das paredes, pinturas a óleo de um artista peruano. Quando foram restaurar as pinturas, descobriram, pintado nas paredes, murais datados do século XVI. Tais pinturas ficaram escondidas por mais de dois séculos. Hoje, só fragmentos das pinturas podem ser apreciados, pois os desenhos originais se perderam com o tempo. Tivemos uma visão parcial do interior da igreja. Mais parece uma mesquita pelo estilo mourisco aplicado em seu interior. Vimos um pequeno museu com peças sacras, mas o mais interessante é o Museu das Catacumbas. São três níveis abaixo do altar da igreja, mas está acessível ao público apenas o primeiro nível. Percorremos um labirinto, vendo milhares de ossos, especialmente o fêmur e o crânio, que possuem ossatura mais resistente. Nestas catacumbas eram enterrados os sem dinheiro. Os monges usavam cal para queimar os corpos. Em cada fosso eram colocados até oito corpos, um em cima do outro. Em um ano e meio, os corpos já tinham virado ossos e pó. Os ossos eram retirados e levados para um ossário, e novos corpos eram colocados no fosso. Existem sete ossários no local, mas apenas um, o mais profundo, com onze metros, pode ser visto na visita. Além de guardar os ossos, eles também serviam como proteção da igreja contra os abalos sísmicos. Obra de um arquiteto português. Segundo o guia, não há notícias de outro no mundo. Ainda no convento, visitamos a parte superior do claustro, com uma bela vista do jardim interno e a biblioteca, considerada a segunda mais importante biblioteca franciscana da América Latina (perde para a de Quito, Equador). Para evitar incêndio, não se podia usar velas no local, motivo pelo qual há grandes clarabóias no teto, permitindo uma invasão da luz do sol no ambiente. A biblioteca é muito bonita, com exemplares de livros do século XVI que não podem ser consultados devido ao estado de conservação, mas ficam visíveis nas estantes que ocupam dois níveis. Para o segundo nível, escadas de madeira em caracol compõem o ambiente. Já eram duas horas da tarde quando saímos. Pagamos U$ 34 pelos serviços do guia. Negociamos dois táxis para o restaurante La Rosa Náutica (Espigón 4 Circuito de Playas). O valor acordado foi s/.20. Peguei um táxi estreito. Fomos amassados atrás. O melhor foi mais uma experiência inacreditável no trânsito de Lima. O motorista freava bruscamente em cima dos carros, buzinava, cortava os carros em zigue zague em alta velocidade, tirava fino nos outros carros, avançava sinal e errou o caminho. Para voltar, queria fazer uma impossível conversão. Estávamos subindo uma rua, ele parou o carro no acostamento da direita e queria virar para a esquerda, sendo que descia muitos carros em alta velocidade. O detalhe maior é que havia uma curva que não enxergávamos quem vinha descendo. Perguntado se não teria um retorno mais acima, ele resmungou qualquer coisa, mas subiu, virando bruscamente à esquerda, deu uma ré, colocou a mão para fora e apertou o acelerador, virando o carro para a esquerda. Uma loucura. Aliviados, chegamos no horário de nossa reserva. La Rosa Nautica é um tradicional restaurante de Lima, onde estive em um jantar há onze anos atrás, especializado na cozinha peruana. Fica em uma espécie de deque que entra no Oceano Pacífico, construído em madeira e vidro, pintado na cor verde. Logo na entrada, samambaias choronas e uma parede cheia de avencas, fazendo-me recordar de minha infância, pois minha mãe tinha estas duas plantas em casa. O restaurante estava cheio. Ficamos sentados de frente para o mar, possibilitando-nos ver a revoada de pássaros negros que se alimentam dos restos de pescados e mariscos do restaurante. São milhares de pássaros em um belo espetáculo. Nosso amigo com origens peruanas tinha grandes expectativas quanto ao restaurante. Foi uma frustração generalizada. O serviço é ruim. Demoraram a nos atender. Pedimos mais pão por três vezes antes de sermos atendidos. De entrada, pedimos quatro piqueos: um ceviche limeño, um polvo com molho de azeitonas pretas, lulas fritas em uma farinha local e causas com molho de camarões. O prato é bem apresentado, onde cada piqueo vem dentro de uma concha, além de uma ornamentação vegetal, com alface, brócolis e abóbora. O ceviche estava sem o ácido que lhe é característico. Destaco mais uma vez a batata doce que acompanha o ceviche. Alaranjada, muito doce e saborosa. Gostei do polvo com molho de azeitonas pretas e achei interessante no paladar os aneis de lula empanadas na tal farinha local. Como prato principal, pedi mais uma vez um ceviche, chamado Ceviche Colorado. O prato é bem montado, mas é pequeno para quem está com fome (custa s/.46). São polvos, lulas e peixe marinados no limão, acompanhados de cebola roxa, molho de rocoto (uma pimenta local) e milho frito. Dei nota seis ao prato. Os demais também tinham restrições às suas escolhas. Quatro pratos que seriam quentes vieram de morno para frios à mesa. Resolvemos não pedir mais nada, apenas a conta. Total de s/.707. Nova negociação com táxi. Mais uma vez nos cobraram s/.20 para um trajeto bem curto, pois estávamos indo para o Shopping Larcomar, fincado nas encostas de frente para o Pacífico. De onde estávamos, podíamos vê-lo logo em frente, no alto. Parecia tão perto, mas a volta que o táxi deu foi enorme para chegar lá. Em frente ao shopping está o imponente prédio do JW Marriott Hotel, todo envidraçado. Demos uma volta no shopping, todo aberto, pois praticamente não chove em Lima, parando para um café no Café Havana, uma franquia do famoso café argentino. Tomei apenas uma Coca Cola Light e comi uma pequena barra de doce leite. Ficamos pouco no local. Decidimos contratar uma van para ficar à nossa disposição para a noite. Voltamos a pé para o hotel, percorrendo o passeio no alto da encosta, com uma bela vista do por do sol no Pacífico. Tempo para descansar, pois a noite nos aguarda em Lima.

LIMA - NOITE 1

O nosso grupo tem sete pessoas. Contratamos uma van com motorista para um passeio de cinco horas. O roteiro foi por nossa conta. Custou-nos U$ 90. O motorista chegou no horário combinado na porta do hotel, ou seja, às 19:30 horas. Saímos de Miraflores em direção ao Centro de Lima. Esta é a segunda vez que venho à capital peruana. A primeira foi em 1999 em viagem de trabalho. Onze anos depois estou de volta. Algumas constatações:
1 - O trânsito continua caótico. Somos surpreendidos a cada instante com a sensação de que algum carro vai colidir com o nosso ou que vamos bater em outro veículo.
2 - Há uma renovação da frota, com vários carros SUV nas ruas (como no Brasil), mas a quantidade de carros antigos e mal cuidados é enorme.
3 - Os táxis continuam caindo aos pedaços.
4 - As ruas estão limpas, inclusive no Centro. Difícil ver uma pichação nos muros, especialmente em praças e prédios históricos.
5 - A iluminação noturna dos prédios antigos do Centro da cidade está linda.
Enfrentando um engarrafamento no Centro, passamos em frente ao Tribunal de Justiça, onde havia alguns manifestantes em uma organizada greve de fome; vimos a recuperada Plaza San Martín até chegarmos à Plaza Mayor, novo nome da antiga Plaza de Armas. Não descemos, pois o objetivo era ver os edifícios históricos iluminados, uma vez que faz parte de nosso roteiro um passeio a pé pelo Centro. Fiquei impressionado como são movimentadas as praças visitadas.
O nosso objetivo principal da noite era ver o show de cores, som e água no Circuito Magico del Agua no Parque de La Reserva. O parque abre a partir das 17 horas tendo como grande atração as várias fontes, cada uma de um formato e de esguichos diferenciados. É bem movimentado, cheio de turistas e locais apreciando o bem conservado parque. Não se pode pisar na grama. Se alguém o faz, logo um apito se ouve no ar e um funcionário vem retirar a pessoa. Um grande caramanchão compõe uma bela foto ao lado da fonte número 1, a principal. Para entrar, paga-se ingresso. No caso, pagamos 42 nuevos soles (s/.42) para oito entradas (incluindo o motorista) e o estacionamento. Chegamos ao parque por volta de 20:40 horas. O show começa às 21:30 horas. Percorremos várias fontes tirando fotos. Há uma fonte que forma uma espécie de túnel de água, sempre na cor laranja, onde podemos passar por dentro, em sentido de mão única. Há um funcionário falando no megafone pedindo para as pessoas seguirem andando. A maioria para dentro do túnel para inevitáveis fotos. Foi o que fizemos também. Outra fonte muito procurada é a que há jatos que param de jorrar. Em formato circular, um outro funcionário avisa que se pode entrar. Várias pessoas vão até o centro do círculo. Novo aviso é dado para não saírem do lugar. Os jatos em vários círculos e alturas jorram, não molhando quem fica no centro ou nos espaços entre um círculo e outro. Muitas crianças adoram a fonte, especialmente para se molharem. Era noite, fazia frio e elas não se importavam com a roupa encharcada. Perto de 21:30 horas, os funcionários avisam que o show começará na fonte número 2. Fomos para lá. São cerca de vinte minutos de um deslumbrante espetáculo. Dança das águas, música (uma mescla de músicas típicas peruanas, música clássica e música eletrônica), cores fortes se alterando e uma projeção de imagens fazem do show uma atração imperdível para quem visita Lima. Até então o show mais bonito e impactante que havia visto desta natureza tinha sido em Barcelona. O show de Lima deixa o que vi em Barcelona no pé de chinelo. O valor do ingresso vale cada centavo cobrado.
Deixamos o parque imediatamente após o término do show. A prima do nosso amigo já nos aguardava em um tradicional e centenário bar no distrito de Pueblo Libre, o Antigua Taberna Queirolo (Avenida Vivenco c/ Avenida San Martín). O bar é movimentado, sem turistas. São vários ambientes decorados com fotos antigas nas paredes. Como não havia mesa para sentarmos, ficamos em pé no balcão do primeiro ambiente, onde podíamos ver as iguarias que compõe as especialidades da casa. Neste ambiente, as paredes são tomadas por estantes que vão do chão ao teto, completamente cheias de garrafas. Pedimos um famoso drinque peruano, o chilcano. Trata-se de uma mistura de pisco, gotas de limão, ginger ale, angustura, jarabe de goma (um xarope transparente muito doce). Ao beber, tive a sensação de ser uma bebida fraca, mas era ledo engano. Poucos minutos depois de acabar de tomá-la, a bebida fez efeito. Para comer, escolhemos o tradicional da casa, uma butifarra. É um sanduíche em pão parecido com o pão francês recheado com pernil assado e muita cebola roxa. Misturado à cebola há ají. Como já tinha comido pimenta no almoço, resolvi não arriscar mais, pedindo para retirar a cebola do meu sanduíche. Talvez tenha sido meu erro, pois ficou sem sabor e seco. Os pedidos de nosso grupo foram parecidos. Um bêbado inconveniente ficou paquerando a prima de meu amigo e atrapalhava nossa conversa. No banheiro, encontramos uma cena inusitada. Um homem estava debruçado na pia com a cabeça afogada em seu próprio vômito. Chamamos um garçom para ver a cena. Ele logo providenciou a retirada do cara da pia. Perto de 23 horas, pagamos a conta (150 nuevos soles no total). Nossa anfitriã havia planejado nos levar em três bares para degustarmos os drinques com pisco. De volta para a van, fomos ao Huaringas Bar (Calle Bolognesi, 460, Miraflores), que fica no andar superior do restaurante Brujas de Cachiche. O espaço é bem decorado e estava bem cheio. Ficamos em uma mesa baixa no andar superior, onde havia muita gente jovem petiscando e apreciando os drinques. Resolvi não beber mais, pois ainda estava sob os efeitos do chilcano. Todos pediram drinques com pisco. Também resolveram beliscar, pedindo um prato sortido, com várias iguarias da culinária peruana. Tinha papas rellenas (batatas recheadas com carne), milho branco cozido, espetinhos de frango e anticucho (coração de boi), bolinhas de queijo, yuca frita (mandioca), carne de porco, uma pimenta local recheada com um creme branco, tamales verdes (uma massa de milho com uma erva local). Experimentei o espetinho de coração (não gostei), a batata recheada (estava bem feita) e o tamale verde (gostei muito). Ainda tinha mais dois bares no roteiro, mas o cansaço falava mais alto no corpo de cada um. Resolvemos deixar para outra noite os demais bares, pedimos a conta (s/.260), levamos a anfitriã em casa, voltando para o hotel. Lembro-me apenas de escovar os dentes e de deitar. Foi um sono profundo.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

LIMA - DIA 1

Voo tranquilo de Brasília a Lima, apenas leves turbulências em alguns trechos. Fomos em uma fileira com vazio no assento do meio, facilitando o conforto. Aeroporto moderno em Lima. Imigração rápida. Rápido também foi a entrega das bagagens. Uma van já nos esperava para a qual pagamos 40 dólares o trajeto aeroporto hotel. Reserva no Hotel Radisson Decapolis (Avenida 28 de Julio, 151, Miraflores). O quarto de nossos amigos já estava liberado. O nosso, tivemos que esperar vinte minutos. Eram 13:00 horas. Nossos amigos, gentilmente, ficaram nos esperando no hall do hotel. Um dos amigos tem origem peruana, motivo pelo qual tem vários parentes em Lima. Já nos esperavam em um restaurante. Foi o tempo de entrar no quarto, deixar as bagagens, descendo imediatamente. Pegamos um táxi na rua. Não há taxímetro. Temos que negociar o preço previamente. O motorista cobrou 10 nuevos soles pela corrida até o restaurante Pescados Capitales (La Mar, 1337, Miraflores). Mesa para doze pessoas. Foi o início de nossa orgia gastronômica. Pedi um refrigerante muito popular no Peru, o Inca Kola. Tem a cor amarela e é bem doce. Também experimentei o pisco sour, bebida feita com aguardente de uva, limão, clara de ovo e uma pitada de angustura. Outra bebida que também provei foi a chicha morada, um suco de milho roxo com canela. Também é bem doce, sendo melhor servido gelado. Para comer, resolvi escolher um prato só para mim, pois a tradição no Peru é pedir várias entradas e todos se servem de todos os pratos. Os peruanos da mesa mantiveram a tradição, já os brasileiros ficaram com escolhas individuais. Pedi um ceviche que tem o curioso nome de Paciência: Cebiche Gandhi. O prato custa 46 nuevos soles e é bem servido. São pedaços de polvo, camarões, chita (um peixe parecido com o robalo) e lulas, todos servidos com um molho curry e mango chutney, pedaços de pêssego, cogumelos, cebola branca e gomos de uma super doce mexerica. Além dos sempre presentes ajís (pimentas). Acompanham o prato uma porção de um milho branco cozido e dois pedaços de uma batata doce da cor de abóbora moranga. Delicioso o prato, uma mescla de sabores ácidos, doces e picantes. Por falar em picante, coloquei na boca um pedaço de algo parecido com um pimentão vermelho, mas era uma pimenta muito ardida. Minha boca ficou em fogo. Nenhum líquido que bebia fazia o ardor amenizar. Custou um pouco para passar. Os que haviam pedido as entradas, resolveram pedir os pratos principais. Foi quando os três amigos de Brasília que também farão o passeio conosco se juntaram a nós, vindos de uma viagem ao interior do Peru. Foi um longo almoço. Ainda pedi sobremesa: suspiro de lúcuma, uma fruta local. Gostoso, mas extremamente doce. Não consegui comer tudo. Já perto de 16:30 horas, pedimos a conta, fizemos as divisões, saindo do restaurante, já vazio (quando chegamos estava lotado, com fila de espera). Negociamos o preço do táxi para o trajeto de volta ao hotel. Desta feita foi cobrado 12 nuevos soles. Eu havia levado um casaco para o restaurante, mesmo com o calor que fazia, pois tinha lido que as tardes nesta época do ano são frias. Dito e feito. Todos tiveram que subir aos quartos para vestir uma blusa. Devidamente agasalhados, saímos para caminhar no malecon perto do hotel. Linda vista do Oceano Pacífico do alto de um despenhadeiro. Há uma espécie de calçadão ao longo das falésias. Local de encontro dos peruanos, com muita gente namorando, caminhando, andando de bicicleta, voando de parapente, pois a ventania propicia este passeio. Chegamos a um pequeno, mas bem cuidado parque. O Parque del Amor lembra o Parc Guell, de Barcelona, com seus bancos de alvenaria cravejados de cacos de azulejos coloridos. Algumas esculturas enfeitam os espaços públicos no calçadão. Apesar do frio, uma noiva de origem chinesa tirava fotos na praça com as costas de fora. Os carros dos noivos e padrinhos estavam enfeitados, estacionados ao longo da avenida. Tiramos muitas fotos. Voltamos para o hotel, pois novo passeio já estava agendado para ter início às 19:30 horas. Tempo para desfazer a bagagem, tomar um banho e descansar um pouco.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

SALT

Dia cheio. Antes de oito horas da manhã eu já estava no consultório odontológico para uma rotineira limpeza de dentes. Almocei em casa. Reflexologia às 15 horas. Uma hora e meia de relaxamento. Hoje senti menos dores no pescoço. Depois da massagem, coloquei um blu-ray. Escolhi o filme de ação Salt (Salt), produção americana de 2010, dirigida por Phillip Noyce e estrelada por Angelina Jolie (Ev Salt). Imagem e som de primeira. Embora previsível em alguns pontos do enredo, é pura diversão, com aquilo que os americanos mais gostam de fazer em filmes deste tipo: explosões, brigas, perseguição e destruição de carros, ritmo alucinante. Parece que Jolie está gostando deste filão, já que tem feito vários tipos de ação, onde é a heroína. Ela é uma agente da CIA, mas tem no passado um treinamento para ser uma poderosa espiã russa. O filme tenta ressurgir a Guerra Fria entre Estados Unidos e Rússia, mas mostra que o verdadeiro inimigo é a Coreia do Norte, embora em cena inicial passageira. O final indica uma possível continuação, nos mesmos moldes do que foi a trilogia Bourne. Vale a pena enquanto entretenimento, além de que sempre é bom ver a bela Angelina Jolie e seus lábios carnudos.

FÉRIAS

Enfim, férias. Dois dias de "dolce far niente" em casa. Amanhã, quinta-feira, viajo para Lima, Peru, em uma viagem gastronômica.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

OVERBOOKING

As manchetes dos jornais desta terça-feira estampam que o Governo proíbe o overbooking no final do ano como uma das medidas para evitar o caos aéreo nos aeroportos brasileiros. Overbooking é uma prática entre as empresas aéreas que consiste em vendar mais assentos na aeronave do que a capacidade máxima do avião. Esta prática poderia até ser aceita no passado, quando as empresas permitiam que os consumidores fizessem suas reservas sem prazo para emissão das passagens aéreas. Hoje, quando fazemos uma reserva, os prazos para emissão são exíguos. Assim, todos pagam seus bilhetes antes de voar. A empresa não tem prejuízo, pois já houve o pagamento. Caso não voe, o passageiro pode remarcar seu voo em um prazo determinado, dependendo da tarifa praticada no momento da compra. Esta remarcação está sujeita a taxas e complementação de tarifa. A segurança de que o passageiro que comprou a passagem vai realmente voar é muito grande, não justificando mais esta prática nefasta do overbooking. Os órgãos responsáveis pelo controle da aviação no Brasil deveriam proibir de vez o overbooking, que só traz transtornos para quem viaja, tem o bilhete em mãos e se surpreende ao chegar no balcão da empresa para fazer o check in, descobrindo que não há mais lugar no voo adquirido. Para evitar tais transtornos, procuro fazer o meu check in pela internet (as empresas abrem esta possibilidade 24 horas antes do voo). Quando não é possível, chego bem mais cedo ao aeroporto, garantindo meu lugar no voo.
Vou viajar no dia 28 de dezembro de 2010. Vou chegar cedo ao aeroporto para evitar dissabores.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

O ÚLTIMO HURRAH

Kitty me presenteou com o dvd O Último Hurrah (The Last Hurrah), produção americana de 1958 dirigida por John Ford e estrelada por Spencer Tracy. Confesso que nunca tinha ouvido falar neste filme. Como fiquei de molho em casa neste domingo, me preparando para um exame laboratorial na segunda, resolvi ver o filme. Um prefeito populista de uma cidade da Nova Inglaterra, Estados Unidos, Skeffington (Spencer Tracy) está às voltas com a campanha de sua reeleição, considerada como certa tanto por seus correligionários, quanto pela camada mais pobre da população local, a maioria de origem irlandesa. Os endinheirados locais se reúnem em um fechado clube e apóiam um candidato novo, pois são contra os métodos utilizados pelo prefeito. É o início da era de campanhas milionárias com aparições na TV. O candidato dos ricos tem sua vida mostrada em programa televisionado para toda a cidade. É o início do marketing político, pois o que é passado para o público não passa de invenções. É uma grande crítica ao sistema de campanhas políticas que iniciava nos Estados Unidos, mas que, respeitadas as devidas proporções, nada mudou nos dias atuais. Não há políticos bonzinhos. Não há para quem torcer. Todos são perversos, aproveitadores, oportunistas. Spencer Tracy está fantástico no papel do prefeito picareta. Tudo leva a crer que teremos um resultado, mas o final surpreende. Gostei bastante.

domingo, 21 de novembro de 2010

BANAL

Passei o sábado em casa. No início da noite, estava novamente no CCBB para ver mais uma peça. Horário diferente para o início de um espetáculo: 19:30 horas. O centro cultural estava lotado. Há uma exposição que ainda não vi, O Mundo Mágico de Escher, que está fazendo sucesso. Também acontece no mesmo local a quinta edição da Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul, ambos com entrada franca. Além destas atrações, há duas peças de teatro. Estava com Ric, mas ele acabou não entrando, pois perdeu seu ingresso. O pior é que eu lhe entreguei a entrada já no CCBB. A peça está em cartaz no Teatro II, sem lugar marcado. O espaço é pequeno. Para sentar, pequenos puffs brancos, mesma cor de todo o espaço. A sensação é que estávamos em uma caixa branca, o que veio se confirmar durante o espetáculo, pois ele se desenvolve em um museu de arte moderna chamado Cubo Branco. Trinta e nove pessoas conferiram o espetáculo Banal, com texto e direção de Alessandra Colasanti, e interpretado por Carol Portes, Fabrício Belsoff, Fernanda Félix, João Velho e Thiare Maia. É a segunda vez que vejo uma encenação com texto de Colasanti. Todos os dois são brilhantes, inteligentes, misturam a realidade com ficção, jogo bem frequente em Banal. Os atores ficam em pé a maioria do tempo. Em frente a cada um, um microfone. Ao fundo, uma projeção de fotos, muitas delas do acervo dos próprios atores e da diretora. Nas laterais, três televisões passam três vídeos diferentes. Durante a interpretação, fatos da vida real dos atores se misturam a situações de ficção. O tema é a violência urbana, em todas as suas formas: assassinato, roubo, furto, agressão física, coação psicológica, uso de droga, bala perdida. Citam até pequenos furtos que faziam quando crianças nas Lojas Americanas, Mesbla, Tok & Stok, Casa Mattos. O Rio de Janeiro é o local citado, mas podia ser qualquer cidade. João Velho, irmão de Rafael Mascarenhas, o filho de Cissa Guimarães que morreu atropelado em um túnel do Rio, quando andava de skate. Este fato é citado pelo próprio ator como parte do texto da peça. Alessandra Colasanti, filha dos escritores Affonso Romano de Sant'Anna e Marina Colasanti, mostra que teve uma excelente base em sua educação, pois o seu texto faz citações de Kandinsky, Woody Allen, Ingmar Bergman, Foucault, Caetano Veloso.Também há citações visuais de alguns dos grandes museus de arte mundiais: Centre Georges Pompidou (Paris), MoMA e Guggenheim Museum (New York), Museo del Prado (Madri). Há momentos de stand up comedy, afinal os atores estão de pé no palco o tempo inteiro, quando contam algumas piadas com elementos clássicos: a loura, o padre, a criancinha. De leve, faz uma crítica à educação atual dos jovens, quando  Thiare Maia conta a piada da professora que pergunta aos alunos o que o pai faz. Respostas óbvias aparecem, como médico, engenheiro, mas o último aluno responde que o pai toca fagote. A professora logo o corrige, é pa-go-de! Hilário. Vale a pena conferir este espetáculo. O senão fica pela falta de conforto dos tais puffs brancos, mas a peça tem pouco mais do que uma hora, o que ameniza a possibilidade de dores nas costas.

sábado, 20 de novembro de 2010

FRAGMENTOS DO DESEJO


Depois de um hiato de tempo sem ir ao teatro em Brasília, eu e Ric fomos conferir a peça Fragmentos do Desejo, em cartaz no Teatro I do CCBB da cidade. Ingressos a R$ 7,50, meia entrada. São cerca de 90 minutos de encenação. Novo espetáculo da companhia franco-brasileira Cia Dos À Deux, que tem no elenco Artur Ribeiro, André Curti, Maya Borker e Matías Chebel. Os dois primeiros são os responsáveis pela dramaturgia, coreografia, cenografia e direção, além da interpretação. Peça para teatro pequeno, motivo pelo qual as cadeiras das filas laterais foram cobertas com um pano, sem possibilidades de se sentar. Havia um bom público. Não há diálogos. O forte é o trabalho de corpo dos atores, juntando os estímulos visuais e sonoros. Há uma narração em off em poucas cenas, além de uma excelente dublagem em um cabaré, um dos pontos altos da peça. Trata-se dos desejos de quatro personagens cujas histórias se entrelaçam ao longo dos anos. O desejo do filho de se tornar uma mulher, de contar ao pai o que realmente ele é, o desejo do pai de se aproximar do filho, de ter um bom relacionamento com ele, o desejo de um cego pela "mulher" que ele ouve todas as noites no cabaré, o desejo de todos os personagens de serem amados, o desejo de viver a vida sem amarras, sem preconceitos. Confesso que, ao ler a sinopse, achei que seria cansativo pelo fato de não haver diálogos, mas cheguei ao final do espetáculo sem perceber que o tempo passara. A história é linda, bem contada, com um impacto visual interessantíssimo, com pouca luz, gelo seco e um excelente figurino. Vale a pena conferir.

BARBEIRAGEM

Marcas em meu braço esquerdo após uma endoscopia na Clínica Prodigest na última quinta-feira:

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

AUDITIONS

A noite de terça-feira foi especial. Eu e Ric recebemos convites para o evento bianual da mineradora de ouro Anglo Gold Ashanti, o Auditions 2010. A quinta edição deste concurso de novos designers de jóias em ouro ocorreu no Palácio das Artes, tanto no Grande Teatro, quanto no Foyer Principal. Traje exigido: passeio completo. Cenografia de Gringo Cardia, luz de Maneco Quinderé. Show de Céu, Dj Hell, Orquestra Sinfônica de Minas Gerais e Coral Lírico de Minas Gerais. O tema desta edição foi Sincronicidade, resgatando as antigas tradições para os dias atuais, o encontro do novo com o antigo, do moderno com o tradicional. Vinte e quatro finalistas de um total de mais de 1.800 inscritos. Na plateia, muita gente elegante e bonita. Celebridades davam o ar da graça: a Miss Brasil Natália Guimarães, as gêmeas do nado sincronizado Bianca e Beatriz, Reynaldo Gianecchini, Priscila Fantin, Paulo Zulu, Fernanda Takai, o reeleito Governador de Minas Gerais Antônio Augusto Anastasia, Fernanda Lima, que foi a apresentadora da noite juntamente com Rodrigo Hilbert, a Golden Girl da edição Luiza Brunet, Amaury Júnior. Também presentes diplomatas, diretores da empresa, empresários do ramo joalheiro. Foi uma bela festa, com a apresentação dos jovens do Programa Gente de Ouro, patrocinado pela mineradora. São jovens que foram escolhidos da comunidade de Marzagão, Sabará, para participar no projeto de capacitação na área das artes cênicas, como maquiagem, figurino, cenografia, iluminação. Durante um ano, Gringo Cardia os preparou para que eles pudessem fazer parte desta grande festa. Um ensaio fotográfico com modelos usando as jóias finalistas passava no telão ao fundo do palco. Os cenários escolhidos para este ensaio foram as Cavernas de Peruaçu, no norte de Minas Gerais, com seu enorme acervo de pinturas rupestres, e algumas das obras de Oscar Niemeyer na capital mineira, especialmente a Cidade Administrativa, nova sede do Governo do Estado. O Governador anunciou a peça vencedora: Mística, de autoria da dupla Heloísa Azevedo e Leandro Portela. Coube a Luiza Brunet anunciar a vencedora na categoria revelação: Cardume, de Thayane Carvalho da Silva. A cantora Céu arrasou na bela passarela montada no palco do teatro, que avançava para o setor frontal da plateia. O ponto alto do show foi o arranjo feito especialmente para a música Bubuia, quando Céu foi acompanhada tanto pela Orquestra Sinfônica de Minas Gerais quanto pelo Coral Lírico de Minas Gerais. Era o final de um espetáculo visual lindíssimo, que ainda teve uma bailarina e uma acrobata em números marcantes. Ao final da apresentação, todos os convidados se dirigiram ao Foyer Principal para um coquetel. Lá, todas as peças finalistas estavam sendo apresentadas pelas mesmas modelos que desfilaram no teatro. Muitos flashs pipocavam, eternizando estas jóias nas cada vez mais presentes câmaras digitais. O DJ Hell animava os convidados com uma boa música eletrônica. Bebida e acepipes à vontade. No início, era mais difícil chegar nas comidinhas, mas logo a passagem das bandejas virou uma constante. Saímos da festa no início da madrugada de quarta-feira. Quis o catálogo desta edição, mas já havia esgotado. Noite magnífica proporcionada pelos amigos de Belo Horizonte

terça-feira, 16 de novembro de 2010

AEROPORTOS

Acordamos cedo na segunda-feira para fazermos as malas. Foi só o tempo de aprontá-las, tomar café da manhã, fazer o check out no hotel e pegar um táxi para o Aeroporto Pinto Martins. Preferi ir mais cedo, pois sabia que o aeroporto de Fortaleza estaria lotado, afinal era fim de um feriado esticado, com muita gente voltando para casa. Dito e feito. A fila para o check in da TAM era quilométrica. Procurei a posição de atendimento ao cartão fidelidade vermelho. Não tinha ninguém. Check in rápido. Tivemos tempo para um lanche no Bob's da praça de alimentação local. 11 horas da manhã. Começava nosso chá de aeroporto. Nosso voo tinha horário de saída previsto para 12:59 horas. O chamado para o embarque ocorreu às 12:30 horas. Um pequeno atraso na saída para um voo lotado em direção à Salvador, onde fizemos uma conexão de uma hora. O novo voo saiu às 15:30 horas, com destino a Belo Horizonte, onde chegamos às 18:10 horas. Temos uma festa para ir em BH. Nossas malas rapidamente apareceram na esteira. Compramos uma corrida de táxi para o bairro Anchieta, onde ficaríamos hospedados no apartamento de amigos. Otimamente bem recebidos, ainda saímos para jantar. O restaurante escolhido foi o Ah! Bom (Rua Fernandes Tourinho, 801, Lourdes).  Quis um prato leve. Minha opção foi por um penne com berinjela com pomodoro. Muito bom! Findo o jantar, só queria saber de dormir. Foi o que fizemos.
A programação para terça-feira em BH consistia em cortar o cabelo, fazer algumas compras no shopping Pátio Savassi, almoçar com Kitty, assistir a um filme no cinema, voltar para o apartamento onde estamos para descansar para a festa da noite. Não cumprimos apenas a parte do cinema. Enquanto eu cortava o cabelo no local de sempre, Ric ficou no shopping, adiantando suas compras. Entrei em contato com Kitty, combinando o encontro para o Graciliano, restaurante localizado no shopping onde Ric estava. Antes de encontrar com a amiga, também fiz uma comprinha básica, pois precisava de uma mochila. O restaurante serve um buffet diferenciado na hora do almoço, com opções de quilo ou buffet livre. Ficamos com a segunda opção, pois a sobremesa estava incluída. Fazendo as contas, nossa opção foi mais barata do que se tivéssemos escolhido pesar o prato na balança. Kitty aproveitou o encontro para me presentear com um filme de John Ford que não tenho em minha coleção. Adorei. Caminhamos até a Praça da Savassi, onde nos despedimos. Pegamos um táxi de volta para o bairro Anchieta. Ao descer do táxi, Ric lembrou que havia deixado seus óculos de grau no restaurante. A sorte nossa foi eu ter pedido um cartão com o endereço do restaurante, ficando fácil telefonar. Ele ligou e seu óculos estavam guardados no local. Ric deu meia volta e foi buscar o objeto perdido. Aproveitei para descansar um pouco, pois a noite promete ser boa.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

FORTALEZA - DIA 6: BEACH PARK?

Há muitos anos que eu não ia ao Beach Park. Com o carro alugado, todos se reuniram logo depois da final do campeonato mundial de volei feminino, quando o Brasil, pela terceira vez, levou a medalha de prata. Mais uma vez, vice-campeão! Emi foi o único que protestou, pois não queria brincar no parque aquático. Como ele foi voto vencido, rumamos em direção ao litoral leste. Fizemos um longo percurso para sair de Fortaleza, indo até a Praia do Futuro, passando pelas dunas, Parque do Cocó, para, enfim, pegar a CE-040. Seguindo as placas, saímos da rodovia principal e entramos na rodovia que nos levaria ao Beach Park. Pegamos um engarrafamento incrível. Era só primeira e segunda nas marchas. Gastamos mais de meia hora em um trecho pequeno. Quando o trânsito fluiu, logo vimos uma série de placas anunciando novos empreendimentos imobiliários. De longe, também avistamos o enorme escorregador Insano do parque aquático, além dos cataventos do parque de energia eólica da região. Quanto mais perto estávamos, mais ficamos assustados com o que virou a região. Um imenso mar de condomínios, tirando a beleza que o local tinha anteriormente, quando o Beach Park dominava a paisagem. Na rua de acesso ao parque, notamos que seria difícil ficar ali. Os estacionamentos de ônibus estavam lotados, isto sem dizer dos estacionamentos para os carros de passeio. Vimos um istmo no caminho e resolvemos ir para lá, desistindo de visitar o parque. Voltamos para a estrada e continuamos em direção à Prainha. Entramos na cidade de Aquiraz, paramos o carro na rodovia, perguntando como fazíamos para chegar ao tal istmo. Obtivemos a informação de que deveríamos passar dentro de Aquiraz, pegando a rodovia CE-040 em direção à Iguape. Foi o que logo fizemos. Trânsito fluindo, pista dupla. Na região, um novo empreendimento está sendo construído, com inauguração prevista para 2012. Terá sete hoteis, condomínio residencial, clube de golf, shopping. Mais um paraíso sendo apropriado. Chegamos a Iguape já passava de meio dia. Praia pequena, bonita e muito movimentada. Não me pareceu que eram turistas, mas gente do local mesmo. Muitas barracas nos ofereciam lugar, mas todos insistiam em caminhar um pouco na areia. Paramos na pior barraca. Ficamos em um local improvisado. Todos tinham fome, motivo que nos levou a pedir uma porção de bolinha de queijo e de macaxeira frita. Nada de especial, muito pelo contrário. Meus amigos pediram uma cerveja Original. O garçom disse que todas as cervejas eram originais. Ficaram com a Antártica mesmo. Fiquei incomodado com o lugar. Parecia visível no meu rosto, pois todos falavam que iríamos embora dali rapidamente. A sugestão era seguir para outra praia, a Prainha. Eu estava cansado de sol e areia. Pagamos a conta. Quiseram passar no Centro das Rendeiras, onde compraram o artesanato de renda local. Achei tudo muito barato, mas não comprei nada, pois Ric já havia comprado toalhas de mesa e forros de bandeja no Mercado Central de Fortaleza. Ao terminar as compras, propus almoçarmos em Fortaleza. Para minha surpresa, todos foram unânimes em acatar a proposta. Voltamos para a capital pela CE-040, quando passamos em frente ao Centro das Tapioqueiras, famoso local de venda desta iguaria gastronômica. Não paramos. Nosso destino foi a Picanha do Cowboy (Avenida Dom Luiz, 685, Aldeota), restaurante que já havíamos almoçado nesta temporada. Já passava das 14 horas. Assim, conseguimos facilmente uma mesa para seis no recinto com ar condicionado. Pedimos as especialidades da casa: picanha grelhada, picanha de carneiro grelhada, carne de sol e carré de cordeiro, todos acompanhados de baião-de-dois, paçoca, feijão verde com nata e batata cozida. Do restaurante, voltamos ao hotel para um descanso. Dormimos até 18 horas. Era a hora combinada para nova saída. Cris não quis sair. Fomos para um relaxamento na melhor sauna da cidade, onde fiz uma massagem shiatsu que foi providencial, eliminando grande parte das dores que estava sentindo no pescoço. Saindo da sauna, deixamos Marcelo no hotel, seguindo em direção à Pizzaria Vignoli (Rua Frei Mansueto, 722, Varjota). É uma bela pizzaria, com a maioria das mesas em ambiente aberto. A noite estava muito agradável. A especialidade da casa é a pizza de massa fina. Muito fina, por sinal. Um detalhe interessante é que em toda mesa há uma caixa com luvas descartáveis de plástico. A maioria das pessoas come as fatias da pizza escolhida com as mãos. Escolhemos os recheios com ingredientes locais para uma pizza grande, ou seja, carne de sol e queijo coalho. Como a fome continuava, pedimos mais uma pizza média, desta vez, do tradicional sabor à portuguesa. Ro e Emi preferiram comer massa, que é servida dentro de um recipiente feito com a massa da pizza. Bebemos um vinho chileno para brindar a noite. Voltamos para o hotel, cansados e com sono. Nosso passeio à Fortaleza estava chegando ao fim.

sábado, 13 de novembro de 2010

FORTALEZA - DIA 5: FLECHEIRAS E LAGOINHA

Depois de ficar até quase duas horas da manhã jogando buraco no quarto de Marcelo e Cris, onde bebemos vinho e comemos pizza, fui dormir. O combinado era todos prontos na recepção do hotel às oito e meia da manhã do sábado para seguirmos no carro alugado até Flecheiras, no litoral oeste. Emi me despertou às 07:30 horas, dizendo que sairíamos às oito horas. Protestei, dizendo que não era o combinado e que não estaria pronto neste novo horário. Eu e Ric descemos para tomar uma rápido café da manhã, voltamos para tomar um banho, aprontando-nos para a viagem, incluindo passar protetor solar. Aproveitei para ver alguns lances do jogo Brasil X Japão pela semi final do campeonato mundial de volei. Neste meio tempo, o pessoal ligou mais quatro vezes para descermos. Fui ficando irritado com a insistência de sairmos mais cedo, afinal não era o combinado e não tínhamos nenhum compromisso com hora marcada durante todo o sábado. Às 8:22 horas estávamos no hall do hotel, sem saber o resultado final do jogo, que estava em seu quinto e decisivo set. No carro, liguei para minha mãe para saber o resultado, quando ficamos sabendo que o Brasil virara o jogo garantindo presença na final com a Rússia. Seguimos em direção à rodovia CE-85, passando pela Barra do Ceará, onde há um pedágio logo no final da ponte, no valor de R$ 2,00. É a mesma direção para Jericoacora. Eu afirmava que tinha ido para Jeri por uma rodovia que passava por Cumbuco, mas todos quiseram seguir o mapa, pegando outra direção, pela CE-85. A estrada é bem sinalizada, com bom asfalto e movimentada. No caminho, belas paisagens com carnaúbas e coqueiros. Chegamos em Flecheiras pouco antes das onze horas da manhã. Muito calor, mas com uma agradável ventania. Cenário ideal para a prática de kite surf. Flecheiras é um distrito da cidade de Trairi. Logo em sua entrada, vemos dunas de um lado e praia deserta do outro, num belo cenário. Fomos até o centrinho do local, estacionamos o carro em frente à Pousada Orixás, caminhando pouco metros até a praia. Escolhemos ficar nas mesas sombreadas do restaurante Maré Alta (Rua da Praia, 990), indicado na revista de turismo que eu lera em voz alta no caminho de ida. Pausa para uma água de coco gelada. Para renovar as energias, entrei na água clara do mar, furando ondas, abrindo os olhos na água salgada. Em seguida, caminhei pelas areias macias até o ponto onde os praticantes de kite surf entravam no mar. Muitas fotos. Voltei para nossa mesa, aproveitando o tempo para ler a revista Prazeres da Mesa do mês de outubro, com reportagem especial sobre a gastronomia cearense. Ficamos petiscando uma deliciosa macaxeira frita, sequinha, no ponto. Também pedimos uma isca de peixe, totalmente dispensável, sem sabor algum. O restaurante encheu na hora do almoço, sinal de que tem boa reputação. Pedimos duas peixadas cearenses (sirigado cozido ao molho de legumes, com ovo cozido, arroz branco e pirão de peixe), além de uma porção extra de baião-de-dois. O garçom avisou que nosso pedido demoraria a chegar, pois havia vários comandos na frente. Agradecemos a informação e não nos importamos, pois afinal era tempo de relax. A comida chegou depois de mais de uma hora. As duas peixadas são bem servidas, dando perfeitamente para nós seis almoçarmos. Foi terminar o almoço, pagar a conta para seguir viagem. Ainda paramos na praça do lugar, em frente ao cemitério e ao longo da rodovia para algumas fotos. Quando paramos nas areias das dunas, o carro atolou. Todos tiveram de sair para conseguirmos levar o carro de volta para o asfalto. Nosso próximo destino era Lagoinha. Chegamos já no final do dia, parando inicialmente no Mirante da Lagoinha, local apropriado para belas fotos panorâmicas. Nesta praia, também há prática do kite surf. Fizemos uma pequena caminhada na areia, parando na Barraca Dudé. Não gostei do lugar, muito sujo e com estilo final de feira. Ficamos pouco tempo ali. O suficiente para cada um beber qualquer coisa. A praia da Lagoinha é muito bonita, mas mal cuidada. Muito lixo, esgoto e construções abandonadas enfeiam a paisagem. Resolvemos voltar, pois já eram mais de cinco e meia da tarde e o sol se punha. Retornamos para Fortaleza em estrada movimentadíssima, já noite. Ao entrar na cidade, escolhemos, por erro, o caminho mais longo, mas sem pedágio, pegando a Avenida Bezerra de Menezes até o Centro, quando tomamos a direção do Centro Cultural Dragão do Mar. Ótimo sábado passamos no Ceará. Para jantar, escolhemos repetir o excelente Vojnilô, fazendo reserva para 21 horas. 

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

FORTALEZA - DIA 4: ENCERRAMENTO DE EVENTO

Dormi mal, pois uma dor nas costas, na altura do pescoço, me incomodou muito. Estou precisando de ir a uma benzedeira urgente. Fui despertado pelo telefone. Era meu amigo e colega de trabalho já me aguardando na recepção para irmos para a última manhã de atividades do encontro nacional de nossa categoria. Disse que demoraria, liberando-o para ir na minha frente. Tomei meu café da manhã tranquilamente para só então sair. As atividades finais consistiam de uma série de moções que eram apresentadas pelos proponentes, abrindo-se para a plateia, em ótimo número, se manifestar. Em seguida, a moção era colocada em votação. Deixei a sala por um momento para atender a uma chamada de meu celular. Foi o bastante para meu nome ser citado em uma moção, acusando-me de ter mal tratado os novatos em treinamento realizado em setembro. Correram para me chamar para que eu pudesse me manifestar. Entrei sem saber de que estava sendo acusado. Imediatamente a mesa concedeu-me a palavra, quando esclareci a questão da alimentação durante o referido treinamento. Antes, alguns colegas já tinham pedido a palavra para tentar desqualificar a moção. Foi muito fácil para eu explicar, pois o nosso contrato com a escola onde foi o treinamento não previa alimentação, motivo pelo qual todos os servidores receberam diárias para todo o período da capacitação, incluindo o autor da moção, único não novato no treinamento. Diárias cobrem hospedagem, locomoção e alimentação, ficando a cargo de cada servidor usá-las como bem entender. A reclamação dizia respeito a uma das quatro semanas na qual o restaurante da escola ficou exclusivo para um evento que lá ocorria, sendo montada uma tenda para que todos os demais treinandos, instrutores e funcionários da escola, se quisessem, fizessem sua refeição nas dependências do local. Quem não quis, saiu para almoçar nos restaurantes que se situam na região. Conclui dizendo que a disponibilidade do restaurante era uma das alternativas para almoçar, mas não uma obrigação. Também informei que a escola colocou, durante todo o período, como forma de cortesia, três ônibus que faziam o trajeto setor hoteleiro-escola e vice-versa diariamente. Não havia necessidade deste transporte, pois todos estavam recebendo diárias para o período. A moção não foi aprovada. O autor retirou a acusação contra minha pessoa, mas continuou insistindo em se criar no nosso sindicato uma espécie de comissão para questões de ética. Ao deixar a tribuna, recebi incontáveis gestos de apoio e carinho, mostrando que o autor da malfadada moção estava totalmente isolado. Estou acostumado com este tipo de coisa. Terminadas as moções, foi lida e aprovada a tradicional carta produzida ao final dos encontros anuais, chamada Carta de Fortaleza. Antes das palavras finais, foi aprovada, por aclamação, a sede do próximo encontro, inicialmente agendado para setembro de 2011 na cidade de Maceió, Alagoas. Ao sair do auditório, ainda recebi vários cumprimentos pela firmeza nos meus esclarecimentos, incluindo integrantes da diretoria do sindicato. Ganhei duas fotos que foram tiradas quando da solenidade de abertura e de minha palestra, além de uma agenda 2011 e um macaco de pelúcia que grita ao apertar sua barriga. Este último foi um presente carinhoso de minha secretária. Ainda bem que voltei à Fortaleza, tendo oportunidade de fazer esta explicação. Eu, Marcelo e Ro saímos rapidamente, pois Emi, Ric e Cris já nos aguardavam na saída com o carro Doblò alugado. Como estava na hora do almoço, escolhemos o restaurante Regina Diógenes para almoçar. Tivemos dificuldades de achar um local para estacionar. Ao entrar no restaurante, com serviço de buffet self-service, não havia lugar para ficarmos. Demos meia volta, retornamos ao carro, seguindo para outro restaurante, o Sirigaddo (Rua Ana Bilhar, 1.173, Varjota), onde ficamos na área interna com ar condicionado. Só havia uma mesa disponível. Escolhemos a especialidade da casa, ou seja, o peixe sirigado (segundo informações locais, é outro nome para badejo). Escolhemos três opções, seguindo as indicações do cardápio que os pratos serviam duas pessoas. O prato de referência do local, uma das escolhas, o Trio Sirigado (lagosta, camarões e sirigado grelhados) é muito grande, motivo pelo qual o próprio garçom nos alertou que dois pedidos serviam bem a todos da nossa mesa. Ficamos, pois, com o trio e um Sirigado à Delícia (peixe grelhado, com molho branco, camarões, banana frita, purê de batata e palmito, acompanhado de arroz branco). Este tipo de prato é muito comum em Fortaleza. A comida foi mais do que suficiente. Diria que os pratos são justos, mas nada de excepcionais. Ao terminar de almoçar, decidimos por voltar ao hotel. Todos queriam descansar um pouco. O pouco virou muito. Todos acordaram no início da noite. Resolvemos não mais sair. Vinho, pizza e carteado seriam as companhias da noite, em um de nossos quartos.

MAPA E HOLTER

Descobri, ao colocar os aparelhos para os exames cardíacos MAPA e Holter, que sou extremamente dependente das tecnologias modernas. Sozinho em casa, sem poder abrir geladeira e freezer, sem usar o microondas, não utilizar controles remotos para ver TV, ouvir música, assistir a um filme em DVD ou BD (a entrada e a saída da garagem sempre uso o tal controle, nem tenho a chave), nem usar o computador e tão pouco falar ao celular. Assim foi meu período entre 18 horas da quarta-feira e 15:30 horas da quinta-feira. Restou a leitura. Para dormir foi um sufoco, pois o aparelho de medir a pressão apertava meu braço em intervalos programados de meia em meia hora, a partir de 23 horas, além de não poder deitar por cima dos dois aparelhos amarrados em uma faixa ao redor de minha cintura. Tive que cercar a cama com vários travesseiros para evitar que eu virasse durante o sono. Até que consegui dormir, mas acordei várias vezes com a pressão do aparelho. Ainda bem que havia marcado uma reflexologia para logo cedo. A massoterapeuta chegou às oito horas da manhã. Foi um momento relaxante. Na noite anterior, antes de dormir, fiz um "descarrego" em casa, defumando com ervas todos os cantos da casa. O apartamento ficou que é pura fumaça, sendo necessário abrir as janelas durante a madrugada para renovar o ar do quarto. Voltando à reflexologia, foi um momento sem pensar em dores na coluna que irradiam para o pescoço e a cabeça insistentemente nos últimos três dias. Sem poder tomar banho, pedi que o motorista me buscasse para ir ao trabalho, pois no momento em que o aparelho mede a pressão, deve-se ficar parado, sem se movimentar, evitando até mesmo falar, impossibilitando que se dirija um carro. No serviço, pouca coisa. Liguei rapidamente o computador para atualizar meus e-mails. Tudo está muito parado. Final de uma administração e à espera de quem comandará a pasta a partir do ano que vem. No horário marcado, com uma chuva forte caindo em Brasília, fui retirar os aparelhos. Da clínica, direto para casa, onde tomei um banho prolongado e arrumei a mala de mão, pois à noite peguei um voo lotado da TAM para retornar à Fortaleza, onde já me encontro atualizando este blog.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

DIA DE EXAMES

Jejum de doze horas. Antes das sete horas da manhã já estava no laboratório para colher sangue. Tive que ficar meia hora em repouso, pois um dos exames assim o exigia. Fui em seguida para o trabalho. As coisas estão um pouco paradas, sem muito documento tramitando. Aproveitei para adiantar alguns relatórios de final de ano. Almocei novamente no Terra Viva, pois é um restaurante onde tenho a certeza de que a comida é saudável, sem muita firula, apropriada para o momento por que estou passando. Aproveitei o tempo de almoço para ir ao CCBB e comprar ingressos para duas peças para os dias 19 e 20 de novembro: Fragmentos do Desejo e Banal. Às 17 horas eu estava na clínica Bio Cardios para novos exames. Desta feita, coloquei dois aparelhos no corpo, um para medir a pressão arterial (MAPA) de quinze em quinze minutos até 23 horas e deste horário até 7 horas, de trinta em trinta minutos, voltando para o intervalo de quinze minutos até a retirada do aparelho, prevista para 15:30 horas desta quinta-feira. O outro aparelho mede os batimentos cardíacos durante as 24 horas (Holter). São quatro eletrodos colados em meu corpo. Ambos os aparelhos estão em uma faixa ao redor da minha cintura. O aparelho para medir a pressão aperta o meu braço direito, anunciando que será difícil dormir. As recomendações são para não utilizar celular no período (deve ser mantido desligado), evitar controles remotos (tv, dvd, som, entrada da garagem do prédio), evitar abrir geladeira, freezer e microondas. Ou seja, nada do mundo moderno. Até mesmo o computador deve ser utilizado ao mínimo. Além disto, tenho que escrever em um formulário todas as atividades que realizo durante o período em que os aparelhos estão conectados ao meu corpo, anotando dia, horário, a atividade e se senti algum sintoma. Aproveitei o tempo em casa para fazer uma atualização da leitura de jornais antigos, chegando até os desta quarta-feira, e revistas dos meses de outubro e novembro. Hora de sair deste blog, pois tenho que desligar o computador. 

terça-feira, 9 de novembro de 2010

DESCANSO E RELAXAMENTO

Não dormi a noite de segunda para terça-feira, pois tinha que estar no Aeroporto Pinto Martins em Fortaleza às 3:20 horas da madrugada. Reservei um táxi para me pegar no hotel às 3 horas. Não havia fila no balcão da Gol, mas fiz o check in nos totens de auto atendimento. Entrei imediatamente para a sala de embarque para tentar cochilar, mas não consegui. O avião decolou no horário, chegando em Brasília às oito horas da manhã, horário de verão, coisa que não há no Ceará. Como tinha deixado o carro no aeroporto, fui para casa com a intenção de tomar um banho e ir trabalhar. Vi a cama, deitei e só acordei com o interfone tocando. Já passava de meio dia. Era o porteiro querendo entregar correspondência registrada. Tomei o banho relaxante para ir almoçar no restaurante vegan Terra Viva. Comida saudável, bem preparada. Fui trabalhar. Coloquei em dia todos os documentos que estavam em minha mesa, bem como li e dei os devidos encaminhamentos a todos os e-mails que estavam em minha caixa postal eletrônica. Final do dia, volto para casa, pois contratei mais dez sessões de reflexologia e nesta noite de terça-feira seria a primeira sessão. Foi uma massagem totalmente relaxante. Até a dor de cabeça que insiste em permanecer deu uma trégua. Agora é dormir para iniciar uma série de exames solicitados pela médica cardiologista.

FORTALEZA - DIA 3: L'Ô RESTAURANTE

Com a mala de mão recheada de roupa suja já fechada, me arrumei para jantar com Ric, Ro e Emi. Marcelo e Cris preferiram ficar no hotel, alegando cansaço. Fiz uma reserva no restaurante contemporâneo L'Ô (Rua Pessoa Anta, 217). Conheci este restaurante na última vez em que estive em Fortaleza e gostei muito. Quis repetir a experiência. Cozinha contemporânea é a especialidade desta casa aberta em 2008. Fica em um local de pé direito alto, espaçoso, com dois ambientes. Um bar do lado externo para quem quer algo mais informal e um interior climatizado para o jantar. O serviço é bom. Todos os garçons são bem treinados e muito simpáticos. Logo uma entrada foi servida, com um delicioso caldo de mandioquinha com camarão, um pedaço de quiche de bacon com alho poró bem leve, ceviche de sirigado e uma espécie de picles de legumes que não tinha aquela acidez excessiva, muito comum neste tipo de conserva. Tudo muito bem feito. Para acompanhar, um espumante nacional, o Salton Brut. Em seguida, escolhemos os pratos principais. Curiosamente, eu e Ro escolhemos o mesmo risoto de abóbora com carne seca desfiada e castanha de caju, enquanto Ric e Emi pediram um duo de pato. Logo o garçom avisou que todo o estoque da casa para o duo de pato já estava comprometido com os pedidos que antecederam aos nossos. Ambos aceitaram a sugestão do garçom e pediram um carré de vitelo acompanhado por espaguete. Ric não estava bem e quando a comida chegou, ele não conseguiu comer. Pedimos para embalar para viagem o prato intocável. Para acompanhar os pratos, pedimos o excelente vinho tinto chileno Montes Alpha 2008, que precisou ser resfriado pois a temperatura de serviço estava altaO risoto estava delicioso, cremoso, com sabor delicado. A abóbora vem em cubos, consistente, evidenciando que é preparada em separado e somente misturada ao final do prato. Os três aproveitaram e já pagaram o jantar da próxima quinta-feira no mesmo local quando a chefe Carla Pernambuco do restaurante Carlota (unidades em São Paulo e Rio de Janeiro) vai preparar um menu degustação, um jantar harmonizado com vinhos. Infelizmente não chegarei a tempo para participar deste banquete, cujo preço individual é R$ 154,00 (já incluídos os 10% de serviço). Noite muito agradável. Pedimos um táxi de volta para o hotel. Na recepção, já solicitei um táxi para 3 horas da madrugada com destino ao aeroporto, pois meu voo para Brasília tem horário previsto para decolar às 4:25 horas. Coloquei o despertador do celular para eu acordar caso durma neste breve intervalo de tempo.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

FORTALEZA - DIA 3: PALESTRA E PASSEIO DE VELEIRO

Acordei com o barulho do vento. Eram cinco horas da manhã. Ventava muito, mas o sol já anunciava que a segunda-feira em Fortaleza seria quente. Depois de tomar o café da manhã no hotel, me preparei para ir ao encontro da categoria, pois eu estava na programação oficial do evento como o primeiro palestrante. Marcado para ter início às 10 horas, houve um pequeno atraso de quinze minutos. Auditório lotado e atento. Falei por uma hora, abrindo espaço, em seguida, para perguntas. Os organizadores do evento programaram uma hora de debates, mas durou um pouco mais. Todas as perguntas e intervenções foram pertinentes. Para todas, fiz comentários ou as respondia. Para o almoço, tinha duas opções: ou ficar no hotel onde o evento se realizava, com serviço de buffet, ou escolher um restaurante com opções a la carte. Fiquei com a segunda. Eu tive a companhia de mais três pessoas, colegas de trabalho. Fomos a pé ao restaurante Moana (Avenida Beira Mar, 4.260, Meireles), localizado no térreo do Golden Flat. Não estava cheio. Sentamos, a princípio, em uma mesa na lateral, mas logo mudamos para uma localizada com vista para a praia. A escolha não foi muito boa, pois o ar condicionado não chegava em sua total potência à mesa, tendo em vista que uma pilastra impedia a circulação homogênea do ar. Escolhemos um vinho tinto chileno e os pratos. Os pedidos foram feitos às 13:10 horas. Pedi um magret du canard com molho de figo caramelizado, acompanhado de purê de batatas. Outros colegas do mesmo evento também chegaram ao restaurante, sentaram em outras mesas e fizeram seus pedidos. Os pratos que eles pediram chegaram primeiro que os nossos. Questionamos sobre a demora e nos informaram que o prato que um dos colegas pedira, também um pato, era demorado. Perguntamos porque não nos foi avisado isto antes, mas não obtivemos resposta. O garçom se limitou a dizer que apressaria a montagem dos pratos. Uma hora depois do pedido e nada. O garçom disse que os pratos já estavam sendo montados. O colega ficou incomodado, pois sempre diziam que o prato por ele escolhido era demorado. Com quase uma hora e meia sem os pratos chegarem, o colega se levantou e foi até a cozinha, onde disse que se os pedidos não chegassem em cinco minutos ele começaria a quebrar o restaurante. Foi uma correria total dos garçons. As outras mesas já haviam pago as respectivas contas quando, enfim, nossos pratos chegaram à mesa. Os três que me acompanhavam elogiaram os pratos, mas reclamaram que as carnes estavam mornas, enquanto o meu prato estava muito quente. O meu pato estava muito bem feito, com a textura no ponto. Os garçons vinham à mesa perguntando se os pratos estavam a contento. Respondíamos que até urubu frito acharíamos bom, pois estávamos com fome e com horário para voltar aos nossos compromissos. O garçom tentou argumentar alegando que há pratos que demoram mesmo, exemplificando com um prato de cordeiro da casa que demora três horas para ficar pronto. Quando um prato tem sua elaboração demorada, o restaurante deve informar previamente ao cliente, seja com um aviso no próprio cardápio ou com o garçom informando o fato ao anotar o pedido. Pedimos a conta. Veio o chef, muito simpático, se desculpar pela demora, pela falha na informação sobre o tempo de elaboração do prato, afirmando que o magret de canard é um prato que tem pouca saída, precisando ser descongelado de uma forma que não prejudique a textura da carne. Descobrimos, então, que o prato responsável pela demora era o meu e não do colega que pedira outra opção de pato. Ainda como forma de se desculpar, o chef mandou servir para cada um de nós um prato da sobremesa chamada último desejo, uma mistura de biscoito de chocolate amargo queimado, creme zabaione e morangos, possibilitando uma harmonização que não agride o paladar. Agradecemos a deferência, pagamos a conta e pegamos um táxi para nosso hotel, pois estávamos atrasados para o que havíamos combinado: um passeio de veleiro pela orla da cidade. Só tivemos tempo de entrar no quarto, colocar uma roupa adequada e voltarmos para em frente ao flat onde almoçamos. A saída do veleiro se dá justamente ali. O passeio custou R$ 30,00 para cada um. Tivemos que colocar um colete salva-vidas para entrar numa espécie de jangada motorizada que faz o trajeto praia-veleiro. O barco se chama Philosophy e tem capacidade para 70 passageiros. Saímos por volta de 16:15 horas, passando pela Enseada do Mcuripe, Porto de Fortaleza, Praia Mansa, onde está um dos parques eólicos do Ceará, retornando em direção ao Marina Park Hotel. Velejamos por toda a orla da parte mais turística da cidade: Mucuripe, Volta da Jurema, Meireles, Iracema, Ponte dos Ingleses, tendo a oportunidade de ver, de longe, as torres da Catedral Metropolitana, as cúpulas do Centro Cultural Dragão do Mar, Mercado Central, Marina PArk Hotel e seu moderno estaleiro naval, onde foi feita uma parada de cinco minutos para banho de mar. Apenas nove pessoas se aventuraram a cair na água, nenhum de nosso grupo. Quando o barco começou a voltar, já estava acontecendo o por-do-sol. No retorno, tiramos a conclusão que o passeio é um grande mico, sem grandes atrativos. Para piorar, o barco bate muito na volta, quando fiquei um pouco enjoado pelo balanço do veleiro. Chegamos ao ponto de desembarque às 18 horas. Rapidamente colocamos os coletes e fomos um dos primeiros a pular para a jangada que nos levou até a praia. Enquanto esperava os amigos lavarem os pés, uma senhora que trabalha para a empresa que faz o passeio, me perguntou para onde iríamos e quantos éramos. Após respondê-la, ela sugeriu que todos fôssemos em um Doblò que estava estacionado em frente. Negociamos o preço. Foi cobrado R$ 15,00, mesmo valor que pagaríamos se tomássemos dois táxis. Negócio fechado. No meio do caminho, o motorista teve que parar em um posto de gasolina para abastecer, pois seu combustível já estava no final. Parada não planejada, mas que não nos prejudicou em nada, já que não tínhamos nenhum compromisso. Já no hotel, pausa para um descanso. Para mim, pausa também para arrumar as coisas que levarei para Brasília, pois retorno na madrugada de segunda para terça-feira, uma vez que tenho agenda a cumprir. Talvez ainda saia nesta noite para jantar com os amigos.