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terça-feira, 31 de maio de 2011

MARINA DE LA RIVA


Final de domingo, início de noite fria. Final de semana intenso, tanto em casa, onde fiz uma série de arrumações de livros e revistas, quanto em atividades culturais. Depois de muita coisa no devido lugar, dei um tempo, deixei várias revistas espalhadas pelo chão e fui para a Caixa Cultural onde acontecia o show de Marina de La Riva. Ingresso comprado com antecedência por R$ 10,00 a meia, mediante a entrega de um quilo de alimento no dia do espetáculo. Aos domingos, os eventos no Teatro da Caixa começam às 19 horas. Saí de casa faltando quinze minutos para as sete, mas como o trânsito no domingo é tranquilo, cheguei em exatos 7 minutos no local. A entrada ao teatro já estava liberada. Fila M, assento 17, bem centralizado. O show começou com apenas cinco minutos de atraso. Seis músicos, todos vestidos em preto, formam a excelente banda que acompanha a carioca com genes cubanos Marina de La Riva. Tenho os dois discos por ela lançados, o de estúdio e a versão ao vivo. Já conhecia também sua performance em palco, quando ela deu um show no hoje Teatro Oi Brasília. Naquela oportunidade, lembro-me que gostei do show, mas preferi o disco. Desta vez foi diferente, o espetáculo foi mais contagiante. Ela estava mais solta no palco, brincando com sua banda, mostrando que tinha uma sinergia peculiar com seus músicos, além de uma empatia com o público instantânea. Por falar em público, embora com ingressos esgotados, o teatro tinha alguns lugares vazios. Sinal de que as famosas cortesias não foram utilizadas. Voltando ao show, ela estava também vestida em negro, como na foto promocional reproduzida acima. Cantou as músicas que integram os dois discos, como as de autores/compositores cubanos. Apresentou também músicas novas que farão parte de seu novo cd. Diferente do primeiro show que vi, este tinha mais músicas de compositores brasileiros, todas com uma roupagem diferente e interpretação singular, remetendo aos ritmos cubanos. Na primeira parte, predominou o climão romântico, com músicas estilo fossa, mas na segunda parte, a maioria do repertório era para cima, alegre, vibrante. Adivinha O Quê? (Lulu Santos), Bloco do Prazer (Moraes Moreira & Fausto Nilo) e Alguém Me Avisou (Dona Ivone Lara), todas músicas de sucesso na voz de outros famosos intérpretes brasileiros, ganharam uma leitura diferente. Gostei de todas elas. Ao voltar para o bis, ela fez uma brincadeira. Disse que tinha feito a mesma coisa na noite anterior e que a galera havia gostado. Falou que faria a mesma pergunta para nós, o público da noite, o que um caixa de supermercado faz quando passamos nossas compras: "Você sentiu falta de algum produto?". Com todos rindo, ela perguntou se sentimos falta de alguma música durante o show. Bastaria falar que ela e banda apresentariam no bis. Gritaram para fazer mais uma de Esnesto Lecuona, o que de pronto ela atendeu, além de Taí , ou Ta-Hí (Noel Rosa) que o público também pediu. Nesta música, ela fez uma interessante junção com La Mulata Chancletera (Lecuona & Galarraga).  Além destas duas, cantou também a música preparada para o bis, a linda Mariposa (Ernesto Lecuona). Belo show, que teve em torno de uma hora e meia de duração. Do teatro, fui para a tradicional pizza de domingo com os amigos na Fratello Uno da Asa Norte. Quando cheguei em casa, já passava de meia-noite, mas ainda arranjei disposição para colocar as revistas deixadas no chão em seus devidos lugares. Fiquei olhando para aquele monte de revistas não lidas, algumas do mês de janeiro e pensei alto: "Porque compro se não tenho tempo suficiente para ler?" Fiquei sem resposta. Fui dormir.

MÚSICA QUE OUÇO LXII


Estou ouvindo, mas ainda não me acostumei.

sábado, 28 de maio de 2011

PROJETO LIVE P.A. - CHINA + SÍLVIA MACHETE



Momento heavy metal? Beyoncé?


Sílvia Machete + China - Projeto Live P.A.

Depois de uma semana estafante, com saídas tardes todos os dias do trabalho, sempre após 22 horas, chegou a sexta-feira. Consegui me libertar mais cedo. Quando o relógio marcou 20 horas, já estava dentro do carro, voltando para casa. Queria sair, me divertir um pouco, não ter em que pensar. Consultei a programação cultural e resolvi conferir mais um encontro inusitado promovido pelo Projeto Live P.A., evento gratuito que tem movimentado o final das noites de sextas e sábados de maio nos jardins do CCBB. O slogan do projeto é "2 músicos. 1 computador. E vai rolar o som!". Ric não quis ir, preferiu ficar em casa. Coloquei uma roupa mais quente para me proteger do frio gostoso que está fazendo nas noites de Brasília e fui para o centro cultural. Quando cheguei na entrada do estacionamento, uma fila de carros indicava que o local ficaria cheio. Todos os carros eram parados pelos seguranças, que não permitiam a entrada de garrafas de vidro no recinto. O estacionamento já estava lotado, pois eram 22:30 horas, horário marcado para o início do show da noite. Nada rolava no palco, ainda escuro. Muita gente circulando entre o Bistrô Bom Demais e o bar especialmente montado para estas noites de música e diversão. Fiquei perto do palco, como da outra vez. O encontro da noite era entre o cantor China, conhecido no circuito alternativo como o vocalista da Banda Del Rey, especializada no repertório de Roberto Carlos, mas que também tem um trabalho autoral, e a cantora performática Sílvia Machete, a carioca que usa elementos de circo em cena, além de uma pomba no cabelo em suas apresentações. Os dois subiram ao palco com meia hora de atraso. Não houve anúncio. Simplesmente chegaram, pegaram o microfone e começaram a falar. Sílvia estava sem a famosa pomba, motivo para alguns gritarem perguntando onde ela estava. Ela, totalmente desinibida, falou alguma coisa de duplo sentido, apontando para o seu quadril, mas logo disse que a pomba estava na camisa do China (na verdade, era o desenho do pica pau, símbolo da marca Reserva). De início, Sílvia Machete foi dizendo que ela não conhecia o China e que foram apresentados, via e-mail, quando convidados para o projeto. Ficaram trocando e-mails, conhecendo o repertório um do outro, só se conhecendo dois dias antes do show, ou seja, na última quarta-feira. China, por sua vez, disse que não tocava nada de guitarra, mas o formato daquele encontro exigia que ele dedilhasse alguma coisa. Todos riam muito. A diversão já estava garantida. Eles se revezavam na interpretação das canções. Em músicas de China, Sílvia ficava fazendo vocalizes. Em uma das músicas dele, ela fez uma dança interpretativa, que ficou muito divertido. Uma performance de Machete, ao final de uma de suas músicas, ela coloca uma peruca dourada, enquanto China segura um ventilador ligado voltado para a peruca. A performance foi um misto de guitarrista de banda de heavy metal balançando a vasta cabeleira com os números de Beyoncé, que nunca dispensa os potentes ventiladores no palco  O jardim do CCBB estava muito cheio. Muito jovem, muita maconha, muito casal homossexual, muita agitação, muitas fotos. De vez em quando um gritava para os cantores pararem de falar e fazer o show. Claramente não era um show. Era um improviso, sem nada de ensaio prévio. Sílvia segurou bem a onda, afinal, viveu muito tempo fora do Brasil fazendo apresentações nas ruas para ganhar seu dinheiro, sabendo lidar com todo tipo de reação. Ela anunciou e mostrou seu mais novo cd, dizendo que estaria vendendo e dando autógrafos após o show. Quando Sílvia cantava, China acendia um cigarro. Como fumava o cara! Já para mais de meia hora de show, uma performance maluca de Machete, quando ela canta uma de suas músicas tocando um violoncelo. Em certo momento, o violoncelo deixa de ser um instrumento musical e passa a ser um instrumento sexual. Ela simula uma trepada com ele. "Muito doido", dizia a mulher que não parava de fumar maconha ao meu lado. Outro momento delirante foi a chegada de Vanderlei, o garçom do Bistrô Bom Demais que sempre se fantasia para participar dos shows que rolam no CCBB. Quando ele se aproximou do palco, Sílvia Machete disse que ele só poderia estar fazendo aniversário, pois somente um aniversariante teria coragem de ficar com aquela roupa no meio da multidão. Ele foi chamado a subir no palco, Sílvia puxou um "Parabéns Pra Você" e ainda deu a ele um cd de presente. Ele ficou no palco, enquanto ela cantava sua música mais conhecida, Toda Bêbada Canta. Acho que ele atrapalhou a interpretação de Machete (era visível na cara dela, pois ele roubava a cena justamente na sua música mais conhecida pelo público), fazendo caras e bocas, com a galera rindo muito. Chegou a vez de China cantar uma música do repertório de Roberto Carlos, como já era esperado. Escolheu A Distância. Sílvia Machete não sabia a letra e sua cola se perdeu. Ela confessou que não sabia nenhuma música de cor de cantores e autores conhecidos, mas que tinha certeza de que a maioria dos presentes sabia aquela música, o que logo se confirmou. No meio da música, o roadie apareceu com a letra e ela pode cantar, com um largo sorriso no rosto. A falação continuou. Alguém continuava a gritar, reclamando. De repente, uma garrafa de plástico cheia de água foi arremessada em direção ao cantor China, mas não chegou a bater nele. Não vi onde acertou, mas sobrou água para todos que estavam em frente ao palco, inclusive para mim. Sílvia não perdeu o rebolado. Disse pro cara que para ele ter cuidado porque eram mil contra um e que a grande vontade dele era ser ela, como não conseguia, extravasava sua frustração daquela maneira. China ficou arredio, com medo. Ela anunciou o final do show, quando os dois ficaram juntinhos para cantar um sucesso de Raul Seixas (Machete, mais uma vez, se socorreu de um papel com a letra escrita). Apenas uma hora de duração. Voltaram para um breve bis, quando China ficou na bateria e Sílvia Machete fez seu famoso número com o bambolê no corpo. Rodopiando o arco sem deixar cair, ela tirou de dentro de sua calcinha um papel de seda, um pacote de onde pegou um pouco de fumo para enrolar um cigarro, guardou o pacote de volta na calcinha, enrolou o cigarro, imitando um baseado, pegou um isqueiro, acendou o trabuco, deu uma tragada, pegou uma taça que o roadie lhe entregara, colocou um pouco do líquido na boca e começou a soltar bolhas de sabão. Isto tudo com o bambolê rodopiando em seu corpo. Nada mais circense, nada mais alto astral. Diversão garantida, mas de show musical, quase nada. A Sílvia Machete eu já conhecia, tenho seus dois discos, já vi um show dela com banda e bem produzido, do qual gostei. Já China foi a primeira vez que o vi em um palco. Achei sem graça, com uma voz sem alcance e sem carisma, mas tem um público jovem cativo. Dizem que na Banda Del Rey a coisa é diferente e a performance é ótima. Vou ter que esperar uma oportunidade para conferir. De qualquer forma, fiquei satisfeito com minha noite de sexta-feira. Foi como eu queria, com diversão e sem precisar pensar em nada. De lá, voltei direto para casa, onde ainda brinquei um pouco com Getúlio antes de dormir.


China


Sílvia Machete e Vanderlei, o garçom performático do Bistrô Bom Demais


Sílvia finalizava o show da noite com seu famoso número com o bambolê

sexta-feira, 27 de maio de 2011

NOVAS FOTOS DE GETÚLIO


CONTRA CORRENTE

Ainda sábado. Ainda em São Paulo. 21 horas. Eu e Ric chegamos ao Espaço Unibanco de Cinema (Rua Augusta, 1.470 e 1.471, Bela Vista) para assistir ao filme Contra Corrente (Contracorriente), co-produção de Peru, Colômbia, França e Alemanha do ano de 2009. Havia apenas um horário para o filme, às 22 horas. Com o cartão de crédito Itaúcard, pagamos meia entrada (R$ 10,50). Para passar o tempo, resolvemos fazer um pequeno lanche no café que existe no local. A atendente nos disse que a sala 5, onde o filme estava em cartaz, era pequena, com capacidade máxima para 51 pessoas, sendo aconselhável ir para frente da porta da sala uns vinte minutos antes, pois o filme estava com sessão sempre lotada. Ela foi tão gentil que nos avisou o momento certo de irmos para a fila. Fomos os primeiros a chegar na porta da sala. Logo começou a se formar a tal fila. Na hora da sessão, apenas duas poltronas ficaram vazias, confirmando o que a atendente nos havia dito. Dirigido por Javier Fuentes-León, tem como protagonistas um trio de excelentes atores: a peruana Tatiana Astengo (Mariela), vista em Panteleão e As Visitadoras, o colombiano Manolo Cardona (Santiago), mais conhecido como ator de televisão e o boliviano Christian Mercado (Miguel), também ator de Che 2 - A Guerrilha. A história lembra o clássico romance de Jorge Amado, Dona Flor e Seus Dois Maridos, transformado em filme, série de tv e peça teatral no Brasil. O diretor mostra que é um grande admirador do nosso país, pois além desta inspiração em Dona Flor, a novela Direito de Amar, veiculada na Rede Globo em 1987, é citada pelas personagens e uma cena com Lauro Corona e Cissa Guimarães, deitados na relva e dublados em espanhol, é mostrada, quando o casal Mariela e Miguel assistem a um de seus capítulos. É um triângulo amoroso que se passa em uma pequena cidade no litoral peruano, mas com um enfoque gay. A temática gay é tão importante no filme que a citação a Lauro Corona me pareceu proposital, afinal o personagem Miguel, másculo, pescador, bofe mesmo, casado, gosta da novela e gosta do ator. Miguel, o pescador, é casado com Mariela, que espera um filho dele. No entanto, Miguel tem uma relação com o fotógrafo Santiago, também pintor. Os encontros dos dois sempre são às escondidas em locais ermos e inusitados, como em uma caverna na beira da praia ou em escombros de uma construção abandonada. Miguel vive uma vida dupla até que ele se desentende com Santiago. A partir daí, a inspiração de Dona Flor é visível, com um personagem que morre, mas só é visto por quem ele amava, no caso Miguel. Belos atores, belas imagens, interpretações magníficas. Não é a toa que o Peru indicou este filme como seu representante em uma vaga para concorrer ao Oscar de melhor filme estrangeiro. A película ganhou mais de 15 prêmios em festivais internacionais. Filme carregado de emoção. Belo final de noite que tivemos em São Paulo no último final de semana na capital paulista. De lá, fomos a pé para a Pizzaria Veridiana (Rua José Maria Lisboa, 493, Jardim Paulistano), onde chegamos após meia-noite. O lugar é muito bem decorado, com pé direito alto e vários ambientes. Ficamos no que eles chamam de Praça da Pizza, mais próximo aos fornos a lenha que assam as redondas. Pedimos pizzas no tamanho individual, muito gostosas, por sinal. Quando saímos, muito além de uma hora da madrugada de domingo, a pizzaria já estava fechada. O hotel ficava a poucos passos do restaurante. Foi chegar e descansar. No domingo, retornamos para Brasília no início da tarde. Foi um proveitoso final de semana cultural.


quinta-feira, 26 de maio de 2011

EVITA

Final de tarde em São Paulo. Fomos para o Teatro Alfa (Rua Bento Branco de Andrade Filho, 722, Santo Amaro, atrás do Hotel Transamérica). Saímos do hotel onde estávamos hospedados às 16 horas. A distância entre o hotel e o teatro é de aproximadamente 14 quilômetros. Pegamos um pequeno engarrafamento na Marginal Pinheiros, mas chegamos no local faltando meia hora para o início do espetáculo, marcado para 17 horas. Sessão da tarde é sempre mais tranquila. Antes de entrar, achei tão bonito o catálogo/programa do musical que acabei comprando por R$ 25,00. A imagem ao lado é a capa deste catálogo. O teatro tinha bom público, mas não estava cheio. Na fila em que eu e Ric ficamos ninguém mais se sentou. Como ficava um pouco distante, levei binóculos para ver os detalhes das expressões faciais dos atores e das roupas. Mais um musical, para o qual pagamos R$ 196,47 (já incluídas as taxas) cada ingresso, com desconto por comprar com Cartão Bradesco. Desta vez o famoso musical Evita, cuja versão brasileira coube a Cláudio Botelho, que a cada dia se firma como um dos grandes nomes dos musicais super produzidos no Brasil. As letras originais são de Tim Rice para as músicas criadas por Andrew Lloyd Webber, um midas dos musicais. Regência e direção musical da maestrina Vânia Pajares, enquanto a direção de arte ficou a cargo de Juliano Seganti. O cenário é de Jorge Takla e Paulo Corrêa. Direção geral de Jorge Takla. O cenário não tem nada de complicado, mas funcionou muito bem. Elementos simples em cena, como cadeiras, sofás, mesas, microfones de pé, palanques, entre outros objetos, que eram fáceis de serem retirados de uma cena para outra pelo próprio elenco de apoio. No mais, um grande fundo branco, bem como as duas laterais do palco, com janelas e portas se abrindo, dependendo do contexto da história. Evita é interpretada por Paula Capovilla, Juan Perón por Daniel Boaventura e Che Guevara, o narrador da história, é vivido por Fred Silveira. A história é bem conhecida dos brasileiros e se baseia na vida de Evita Perón, considerada quase uma santa para uma grande parte dos argentinos. Já encenada em palcos brasileiros, quando a cantora Cláudia viveu o papel principal, também foi transposta para o cinema nas mãos de Alan Parker, com Madonna fazendo Evita. Por falar em cinema, Jorge Takla aproveitou bem o fundo branco de seu cenário com muita projeção de imagens reais da vida de Evita e do momento político da Argentina em sua época. Começa com uma cena em uma sala de cinema, quando o filme é interrompido para anunciar a morte de Evita Perón, para em seguida, voltar no tempo, contando a subida meteórica de Evita que saiu de uma cidade do interior para tentar a vida como cantora e atriz em Buenos Aires, onde tem uma vida atribulada e cheia de homens, até conhecer Juan Perón. O resto todos já conhecem. A história não fica apenas no lado humano e bondoso deste ícone argentino, mas também fala do enriquecimento através de uma fundação que nunca declarou nenhum centavo recebido. Paula Capovilla é segura, canta bem e consegue passar emoção nos momentos em que isto é exigido. Um dos pontos altos é logo no início, quando a Argentina chora a morte de Evita e ela aparece em uma das janelas, vestida de branco, loura, enrolada na bandeira do nosso país vizinho. Daniel Boaventura não faz feio, mas achei que ele não colocou energia nas canções. Ele é melhor cantor em disco. Fred Silveira, o Che Guevara, foi uma surpresa para mim. Canta menos, fazendo mais o lado ator aparecer. Tem ótima projeção de voz. O espetáculo não é longo. Em cinquenta minutos de primeiro ato, desce a cortina e anunciam um intervalo de quinze minutos. Aproveitei o momento para tirar fotos do display no saguão do teatro. Neste intervalo, observei que o público era, em sua maioria, formado por pessoas idosas. Adorei ver grupo de senhoras, com roupas elegantes, perfumadas, mostrando suas jóias de família, conversando animadamente. O segundo ato segue a linha do primeiro, mantendo uma homogeneidade que não vi no espetáculo New York New York, como já postei aqui. Mais cinquenta minutos e o musical chega ao fim. Gostei muito. Saímos apressados para pegar um táxi, pois da última vez que estive no Teatro Alfa fiquei um bom tempo para conseguir sair de lá, pois não havia táxi no ponto. Desta vez foi diferente. Pegamos logo o primeiro carro disponível, retornando ao hotel. Como era cedo, decidimos ir até o Center 3, shopping pequeno situado na Avenida Paulista com Rua Augusta onde Ric comprou um novo óculos escuros já que eu sentara, ainda de manhã, nos óculos dele. Diga-se de passagem, Ric deixou os óculos em local inapropriado, ou seja, em um puff, próprio para se sentar. Depois da compra, decidimos ir ao cinema no Espaço Unibanco de Cinema, bem próximo de onde estávamos.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

LE VIN - GASTRONOMIA EM SÃO PAULO (SP)

Sábado bonito em São Paulo. Levantamos tarde. Não tínhamos nada programado antes das 17 horas. Só saímos do hotel após o meio dia. Parei em uma casa lotérica para tentar a sorte (em vão, pois a mega sena acumulou novamente naquele sorteio). Fomos caminhando pela Alameda Lorena em direção à Rua Consolação. No trajeto, comecei a observar o tanto de pessoas que passeia com cachorros na região. Antes eu não tinha o Getúlio e este detalhe passava despercebido, mas agora fiquei admirando o passeio de cada cachorro, de vários tamanhos. Chegamos a entrar em um pet shop na rua em que estávamos, onde ficamos vendo tudo o que existe para cães. Um filhote de shitzu com idade semelhante a de Getúlio nos fitou com um olho de "me leva daqui" que resolvi sair logo da loja. Não tinha a intenção de comprar nada, mas ter uma ideia do que existia no mercado. Quando chegamos à Rua Consolação, dobramos à esquerda até a Rua Oscar Freire, lugar de gente bonita e elegante. O que queria era comprar uma sandália Havaianas na loja conceito da marca que há nesta rua. A loja tem uma interessante decoração e está sempre com novidades e com muitos turistas estrangeiros fazendo a festa. Comprei um par com estampa diferente e ainda um imã de geladeira no formato do chinelo clássico, aqueles brancos com alça preta. Desta loja, continuamos a ver vitrines pela Oscar Freire, parando aqui e ali, mas sem muita intenção de fazer compras. A segunda parada foi na loja da Nespresso, onde comprei algumas cápsulas, incluindo a edição limitada chamada Onírico, em embalagem branca, com café feito com grãos 100% provenientes da Etiópia. Como em todos os lançamentos de edições limitadas, também foi produzido um jogo de xícaras que acabei por também comprar.

Chegava perto de duas horas da tarde. Já era hora de almoçar. Queria um restaurante nas proximidades, que combinasse com o clima frio, embora com um lindo sol no céu e que eu ainda não conhecesse. Lembrei-me do restaurante especializado na culinária francesa Le Vin (Alameda Tietê, 184, Cerqueira César). Andamos poucas quadras até chegarmos nele. Fila de espera, como de costume em São Paulo. Ficamos no bar aguardando nossa vez. Muita gente chegava e a fila só aumentava. Passada meia hora, fomos chamados para ir ao segundo piso, onde uma mesa estava preparada para eu e Ric na varanda. Nada mais interessante. Um bistrô, um frio gostoso, um dia bonito, mesa na varanda e comida francesa, de ótima qualidade. Na mesa, o couvert já estava colocado. Couvert simples, mas de comer querendo mais: um pão quentinho, fatiado, ladeado por dois potes, um contendo manteiga e outro um patê de fígado de ave. Pedi como entrada uma terrine de salmão, que logo veio à mesa. Leve, como deve ser, e saborosa. Dispensável a torradinha que a acompanha. Preferi comê-la pura. De prato principal, escolhi um clássico da culinária francesa: boeuf bourguignon. Ric não quis entrada. Para almoçar escolheu um cassoulet, outro clássico dos clássicos. Quando nossos pratos chegaram, Ric percebeu que escolheu o cassoulet pensando que estava escolhendo um arroz de pato. Prato totalmente fora de propósito para um bistrô ao estilo parisiense. Não estávamos em um restaurante português, Ri muito. Ele acabou comendo feijão ao invés de arroz! Meu prato estava ótimo. Carne macia, caldo saboroso. Nada de sobremesa, apenas café expresso e a conta, com a emissão da respectiva nota fiscal paulista. Quando saímos, após quase uma hora e meia no restaurante, ainda havia muita gente aguardando mesa. Em frente, do outro lado da rua, fica a padaria da mesma marca, que prepara o delicioso pão servido no couvert.


Interior do restaurante Le Vin - Alameda Tietê


"terrine de salmão"


"boeuf bourguignon"


Fachada do Le Vin - Alameda Tietê

Voltamos a pé para o hotel, onde só trocamos de roupa para sair novamente. Desta feita para ver outro musical: Evita, em cartaz no Teatro Alfa.

Gastronomia São Paulo (SP)


terça-feira, 24 de maio de 2011

NEW YORK NEW YORK


Eu e Ric passamos o último final de semana em São Paulo. Viajamos com um objetivo definido: ver dois musicais em cartaz na capital paulista. Comprei os ingressos para ambos os espetáculos muito antes da viagem. Fomos na sexta-feira, no final da tarde, com direito a voo cancelado pela TAM e endosso para voarmos no mesmo horário pela Gol. Sem despachar malas, saímos rapidamente do aeroporto, indo direto para a fila enorme, como já era esperado, para comprar a viagem de táxi do Aeroporto de Congonhas com destino ao Mercure Pamplona Hotel (Rua Pamplona, 1.315, Jardim Paulistano). Trânsito muito lento. Demoramos muito para chegar ao hotel, onde conseguimos fazer o check in perto de 20 horas. Foi o tempo de colocar as malas no apartamento, colocar uma blusa de frio e pegar um táxi para o Bourbon Shopping (Rua Turiassú, 2.100, Perdizes), onde fica o Teatro Bradesco, onde está em cartaz o musical New York New York, uma adaptação do livro homônimo de Earl Mac Rauch. Ingressos para a plateia custaram R$ 123,90 cada um, já incluídas as taxas de conveniência, preço este com desconto por  eu ter pago com cartão de crédito do Bradesco. O início do espetáculo estava marcado para 21:30 horas. Tínhamos, pois, pouco mais que uma hora para comer alguma coisa. Optamos pela unidade do restaurante de culinária árabe que existe no mesmo piso do teatro, o Almanara, onde saciei minha fome com alguns pratos clássicos da cozinha árabe. Pedi um prato chamado Mezze. São três pastas em pequenas porções: berinjela, coalhada seca e grão de bico. Para acompanhar, ainda pedi pão sírio macio e um quibe frito. Ric fez uma opção mais robusta: michuê de filé mignon e arroz sírio. Ao sair do restaurante, com a nota fiscal paulista em mãos, ainda deu tempo para passar na Livraria Cultura do shopping e acabei comprando dois filmes em dvd e um guia de turismo. Entramos no teatro faltando dez minutos para começar o musical. Rapidamente nos acomodamos em nossos lugares. Pontualmente, o espetáculo teve início às 21:30 horas com o teatro bem cheio, mas não lotado. A direção e a cenografia são de José Possi Neto e a direção musical é de Fábio Gomes de Oliveira. Encabeçando o elenco estão Alessandra Maestrini e Juan Alba. Há participações especiais de Simone Gutierrez e de Julianne Daud. Há uma intensa troca de figurinos, todos muito bem feitos e muito bonitos. A história se passa nos Estados Unidos em período imediatamente ao final da segunda guerra mundial quando houve uma explosão da música americana. São grandes standards da música, sucessos das décadas de 30, 40 e 50 que embalam a história de amor entre a cantora Francine Evans, vivida por Alessandra Maestrini, e o músico saxofonista Johnny Boyle, papel que coube a Juan Alba. Por se tratar de grandes sucessos musicais, a opção do diretor foi acertada em não fazer versões para elas, cantadas todas em inglês. Para aqueles que não entendem a língua inglesa, uma legenda passava no alto do  palco. O musical tinha tudo para agradar: ótimo diretor, excelente elenco de apoio, uma protagonista carismática e com uma potente voz, muito afinada, figurino excelente, músicas que agradam a todos, mas  ao considerar o musical como um todo, como um conjunto, acho que não funcionou. A interpretação soa um tanto quanto excessiva (over, como dizem os americanos). A caracterização que Simone Gutierrez empresta à sua personagem é histriônica, algo semelhante ao besteirol dos programas de humor popular da TV, como o chato Zorra Total da Globo. Isoladamente, há ótimos momentos, como a interpretação de Alessandra Maestrini para a música tema do espetáculo, New York New York, eternizada na voz de Frank Sinatra, ou  quando Simone Gutierrez deixa de lado o overacting para cantar Fever, mostrando sua afinada voz e uma bela coreografia quando a atriz/cantora é cercada por homens formando um círculo. Achei horrível a aparição de Carmem Miranda, vivida por Julianne Daud, que não colocou a energia que estamos acostumados a identificar quando pensamos nesta atriz/cantora que fez carreira internacional cantando o Brasil e suas coisas maravilhosas. Após duas horas e quarenta minutos de musical, com direito a um intervalo de quinze minutos, ouvi um senhor reclamar para a mulher que o acompanhava: "Paguei duzentos reais para ver isto?". Esta frase resumiu bem o meu sentimento ao final do musical. Se compararmos os dois atos, o primeiro é muito arrastado, chega a cansar de tão chato. Já no segundo ato, parece que vemos outra peça, com mais emoção em cena, mais vibração, mais cor, mas mesmo assim, o resultado final para mim foi decepcionante. Na saída, tivemos que esperar um pouco para chegar um táxi no ponto localizado em uma das saídas do shopping. Assim que o táxi chegou, decidimos voltar direto para o hotel. Cansado, não quis nem mesmo acessar a internet. Rapidamente deitei e adormeci.


segunda-feira, 23 de maio de 2011

CONFRARIA VINUS VIVUS - CONFRATERNIZAÇÃO DE CINCO ANOS DE EXISTÊNCIA

Em 01º de abril de 2006, a Confraria Vinus Vivus se reunia pela primeira vez. Nove apreciadores de vinhos, com níveis de conhecimento variados sobre o tema, resolveram se reunir periodicamente para apreciar bons rótulos e aprofundar um pouco mais neste interessante mundo do vinho. Para tanto, o grupo contatou e contratou um sommelier para dar aulas e ajudar nesta deliciosa empreitada. Assim, a turma se completou com a adesão do sommelier em dez pessoas, das quais sou um dos participantes. A dinâmica do grupo é simples: há uma quantia fixa a ser paga por reunião pelos confrades; escolhemos um tema e deixamos o sommelier, sabendo o teto que poderá gastar, responsável por nos levar o que há de mais interessante no mercado, especialmente vinhos que, normalmente, não estamos acostumados a pedir quando saímos para jantar ou almoçar em restaurantes. O tema pode ser uma casta, uma região, uma subregião, velho mundo versus novo mundo, entre outros. O importante é a degustação e as informações sobre o tema fornecidas pelo sommelier. Geralmente degustamos três ou quatro vinhos por encontro, seguindo-se um jantar oferecido pelo anfitrião (que não paga o valor da reunião realizada em sua casa). O jantar é harmonizado por vinhos cujo custo/benefício é levado em conta. Em cinco anos de existência, foram 53 reuniões, quase uma por mês, onde pudemos aprofundar nossos saberes, apreciando 256 rótulos diferentes, sendo que nas reuniões de dezembro, aproveitamos não só para uma celebração natalina entre os confrades, mas também degustamos vinhos top de linha, uma vez que todo o dinheiro que sobra de cada reunião é destinado para adquirir os tão esperados vinhos de final de ano. Fica até interessante esta espera ao longo de cada ano. Neste mesmo período, a Confraria Vinus Vivus teve 18 participantes, pois alguns confrades tiveram, por diversos motivos, de participar de nossas reuniões, mas nunca ultrapassamos o número de 10 pessoas, pois, do contrário, não teríamos o aproveitando que temos. Do grupo inicial, restaram apenas três pessoas (os pioneiros), entre elas o sommelier. Para celebrar os cinco anos de existência da confraria, o sommelier, professor e confrade nos presenteou com oito rótulos que foram degustados na casa de uma pioneira que nos brindou com um excelente jantar. Não foi uma reunião normal, pois além do clima festivo da celebração, decidimos que os confrades poderiam levar seus convidados. Não computamos esta confraternização como reunião da Vinus Vivus, deixando de lado as anotações de nossas impressões sobre o que era degustado, tais como cor, aroma e paladar. Era um clima de festa. Eu, um dos pioneiros, participei da confraternização sem poder beber nem um gole dos vinhos degustados na noite, pois os medicamentos que ainda tomo me impediram de fazê-lo, mas fiz as fotos e anotei alguns detalhes da cada garrafa aberta durante a degustação, além do vinho harmonizado com o jantar pelo qual os confrades ratearam entre si os custos. Seguem as informações dos vinhos da noite:





Espumante (Cava)
Cristalino Brut
Produtor: Jaume Serra
Região: Villanova i La Gelrú, Espanha
Castas: xarel-lo, macabeo e parellada
Álcool: 11,5%
Preço: R$ 32,00










Espumante Rosé
Pericó Brut Rosé
Produtor: Cave Pericó
Região: São Joaquim, Santa Catarina, Brasil
Castas: cabernet sauvignon e merlot
Safra: 2010
Álcool: 12,5%
Preço: 43,00







Espumante
Maximo Boschi Speciale
Produtor: Maximo Boschi
Região: Vale dos Vinhedos, Serra Gaúcha, Rio Grande do Sul, Brasil
Castas: chardonnay e pinot noir
Safra: 2006
Álcool: 12,5%
Preço: R$ 59,00
















Vinho tinto
Château Bonalgue
Produtor: P. Bourotte
Região: Gironde, Pomerol, Bordeaux, França
Castas: 80% merlot e 20% cabernet franc
Safra:2004
Álcool: 13,5%
Estágio: sem informação
Preço: R$ 298,00














Vinho tinto
Wences
Toro (Denominación de Origen)
Produtor: Bodegas Vega Sauco (enólogo Wenceslau Gil)
Região: Toro, Zamorra, Espanha
Castas: 80% tinta de toro e 20% de outras castas não informadas
Safra: 2004
Álcool: 14%
Estágio: 24 meses em barricas de carvalho
Preço: R$ 279,00
Garrafa número 595528








Vinho tinto
Barrua
Isola dei Nuraghi (Indicazione Geografica Tipica)
Produtor: Agricola Punica
Região: Sardenha, Itália
Castas: 85% carignano, 10% cabernet sauvignon e 5% syrah
Safra:2005
Álcool: 14,5%
Estágio: 18 meses em barricas de carvalho e 12 meses em garrafa
Preço: R$ 229,00
95 pontos na Wine Spectator
Obs.: A Confraria Vinus Vivus já havia degustado este rótulo em sua reunião 43, em 04 de junho de 2010, quando o tema foram vinhos do sul da Itália. A safra degustada foi a de 2004.




Vinho tinto
La Rosa Reserva
Douro (Denominação de Origem Controlada)
Produtor: Quinta da Rosa Vinhos
Região: Douro, Portugal
Castas: touriga nacional, tinta roriz, tinta barroca e touriga franca
Safra: 2007
Álcool: 15%
Estágio: 15 meses em barricas de carvalho francês
Preço: R$ 219,00












Vinho tinto
Santa Ema Catalina
Produtor: Vinos Santa Ema
Região: Valle de Cachapoal, Valle del Maipo, Chile
Castas: 75% cabernet sauvignon, 18% carmenère e 7% cabernet franc
Safra: 2007
Álcool: 14%
Estágio: 14 meses em barricas de carvalho e 12 meses em garrafa
Preço: R$ 169,00












Vinho tinto
Achelo
Produtor: Marchesi Antinori
Cortona (Denominazione di Origine Controllata)
Região: Toscana, Itália
Castas: 100% syrah
Safra:2008
Álcool: 13,5%
Estágio: sem informações
Preço: R$ 68,00
Obs.: vinho que acompanhou o jantar, um delicioso arroz de pato, iguaria da culinária portuguesa








Finalizamos a excelente noite comendo pasteis de Belém para ficar no clima da culinária de nossos patrícios portugueses, além do tradicional café Nespresso. Já era madrugada de sexta-feira, 20 de maio, quando saímos desta celebração.


Vida longa à Confraria Vinus Vivus!



domingo, 22 de maio de 2011

sábado, 21 de maio de 2011

RIO

Quando estive em Belo Horizonte, no início da semana, consegui um tempo no início da noite de segunda-feira e fui ao cinema. Estava na Savassi. Fui ao Shopping Pátio Savassi para conferir a programação do Cinemark local. Estava em cartaz, em duas salas, o desenho animado Rio (Rio), produção americana de 2011 dirigida pelo brasileiro Carlos Saldanha, o mesmo diretor responsável pelos três longas animados de A Era do Gelo. Utilizando a promoção do cartão de crédito Bradesco, paguei meia entrada no valor de R$ 10,50. O preço é alto porque a projeção é em 3D. Junto com a entrada, um óculos foi fornecido. Na sessão, havia pouca gente. Atrasou um pouco a começar o filme, coisa rara de acontecer em cinema. Até a propaganda sobre o sistema de segurança e avisos importantes da rede Cinemark é em terceira dimensão, precisando dos óculos especiais para enxergar direito, pois do contrário, via tudo embaçado. Não houve muitos trailers. Creio que quiseram tirar o atraso da projeção. O desenho animado, como o próprio nome indica, se passa no Rio de Janeiro. É uma história onde araras azuis são os protagonistas. Um macho, contrabandeado quando ainda filhote para os Estados Unidos é a salvação para a preservação da espécie, pois há apenas uma fêmea que vive em uma espécie de hospital de aves que são recolhidas dos contrabandistas. Este hospital fica no Brasil, no Rio de Janeiro, dentro do que me pareceu ser o Jardim Botânico. O macho foi achado por uma garotinha que o ensinou a fazer tudo, inclusive complicados cálculos matemáticos, mas não o ensinou a voar. Um pesquisador brasileiro, Túlio, cuja voz no original e na versão dublada brasileira é de Rodrigo Santoro, viaja aos Estados Unidos e encontra a arara azul, chamada de Blu (voz de Jesse Eisenberg), com sua inseparável dona, Linda (voz de Leslie Mann). Com muito custo, o pesquisador os convence a voar até o Brasil para que haja o acasalamento e a salvação da espécie. Eles chegam ao Brasil na época do carnaval. Temos, então, uma série de encontros e desencontros, com várias aves aparecendo, incluindo uma cacatua que encarna o vilão da história. O encontro de Blu com Jewel (traduzido para o português como Jade) é ao som de Say You Say Me, sucesso da década de oitenta na voz de Lionel Richie. Quem empresta a voz para a personagem é a atriz Anne Hathaway. Uma dupla de pássaros bem bonachões, no melhor estilo carioca, são dublados por Jamie Foxx e Will i Am, da banda Black Eyed Peas. Embora tenha uma forte mensagem ecológica, além de enaltecer a bondade, o companheirismo, a amizade e a união, alguns estereótipos do Rio de Janeiro estão presentes: samba, festa, futebol, morro, paisagens estonteantes (Lagoa Rodrigo de Freitas, Bondinho do Pão de Açúcar, Corcovado, Santa Tereza, Arcos da Lapa, Bonde de Santa Tereza, Calçadão de Copacabana, Marquês de Sapucaí, Desfiles de Escola de Samba), favelas, traficantes (só que ao invés de drogas, o tráfico é de aves nativas tropicais). Os politicamente corretos de plantão podem reclamar, pois o chefe da gang de traficantes é um negro favelado, mas o diretor fez um contraponto interessante colocando a cacatua branca como o grande vilão da história. As duas cenas mais interessantes, em termos de visual, são as danças que iniciam e finalizam a história, claramente inspiradas em Fantasia, de Walt Disney e nos musicais que fizeram sucesso no cinema nas décadas de 40 e 50, com direito a tomadas de câmara do alto, com belas coreografias formando diversos grafismos. Diversão garantida. No entanto, saí do cinema com uma dor de cabeça insuportável, especialmente na região do pescoço. Pensei que fosse pressão alta. Fui direto para a casa de meus pais onde estava hospedado. Minha mãe tem um aparelho de medir a pressão, mas estava tudo normal, ou melhor, mais baixo que o normal (11 X 7), devido aos três comprimidos diários que tenho tomado para controlar minha pressão arterial. Fiquei tentando descobrir o motivo da dor de cabeça intensa, quando me lembrei que tive a mesma dor quando assisti Avatar, de James Cameron, no cinema. Era o tal dos óculos do 3D. Acho que não me adaptei bem a esta tecnologia.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

6º FESTIVAL GASTRONÔMICO BRASIL SABOR - BRASÍLIA 2011 - PATUÁ


Picanha suína ao molho de caipirinha - Patuá



Depois de alguns dias longe do circuito do 6º Brasil Sabor, fui experimentar o prato preparado pelo restaurante Patuá (SHIS QI 11 Bloco O, Lojas 07 e 09, Deck Sul, Lago Sul) para este festival gastronômico que vem movimentando Brasília desde 28 de abril. Fomos em três, chegando às 12:30 horas, quando o local ainda estava com pouco movimento, não só no restaurante por nós escolhido, mas também nos outros três que existem ali. Nós três pedimos o mesmo prato: "picanha suína ao molho de caipirinha". O cardápio do Patuá sempre privilegiou a culinária brasileira em releituras interessantes. No caso do festival, a caipirinha foi usada como molho para amaciar e dar um sabor diferenciado à picanha suína, que vem em duas tiras no prato, acompanhada de uma rodela de abacaxi grelhado, além de um arroz de limão com mandioca, outro ingrediente constante da culinária nacional. A carne suína, que voltou a ficar em voga nos grandes restaurantes paulistanos, estava bem macia e saborosa, nem mesmo a gordura estava enjoativa, embora tenha só experimentado um pequeno pedaço de carne com a gordura característica do corte adorado pelos brasileiros: a picanha. O abacaxi grelhado estava doce, como deveria ser. Quanto ao arroz, em bela montagem com um ramo de alecrim fincado em cima, esperava mais do seu sabor. Não senti muito o limão e a mandioca cozida estava insossa, sem tempero. O prato serve uma pessoa, custando R$ 23,00, o preço mais baixo praticado no festival. Há uma interessante promoção da casa, apresentada pelo garçom logo que sentamos, que é um combinado do prato do festival e uma sobremesa pelo preço de R$ 30,00 (valor mais baixo do que a segunda faixa de preços do 6º Brasil Sabor e adotada pela maioria dos restaurantes participantes, ou seja, R$ 33,00). Nós agradecemos, mas recusamos a promoção. Os selos foram colocados nos libretos logo após nossos pedidos, na cor correta da semana, ou seja, o amarelo. Os pratos não demoraram a chegar, mesmo porque o movimento começou a aumentar quase meia hora depois que lá estávamos. Para terminar, café expresso e a nota legal. Diria que o prato é digno, não tendo nada de excepcional.

Gastronomia Brasília

terça-feira, 17 de maio de 2011

DIA DE REENCONTRAR VELHOS AMIGOS

Terça-feira especial em Belo Horizonte. Passei o dia inteiro na unidade descentralizada do órgão no qual trabalho na minha cidade natal. Tempo para ver e rever amigos e colegas de serviço que há muito não via, de ver que muitos estão muito bem. Mas a noite reservava uma grata surpresa para mim. Depois de terminar o expediente, fui conhecer o apartamento dos amigos de Brasília que se mudaram para BH no início do ano. Já tínhamos combinado isto antes. No mesmo encontro, outros dois amigos, também recém chegados de Brasília, mas ainda sem endereço definido na cidade, foram nos encontrar. Era um encontro de amigos que até bem pouco tempo costumávamos almoçar juntos praticamente todos os dias úteis, pois trabalhávamos no mesmo local. Cheguei primeiro, antes mesmo dos moradores. Fiquei na portaria, sentado no sofá por uns cinco minutos, até que um deles chegou. Subimos, conheci todo o apartamento e os demais foram chegando. O telefone fixo tocou e uma amiga que não via há pelo menos uns sete anos estava do outro lado da linha. Ao saber pelo amigo a quem visitava de que eu estava na cidade e na casa dele, ela quis falar comigo. A saudade de nos vermos era tanta que eu a convidei para a pequena recepção que os de Brasília haviam preparado, me esquecendo até mesmo de consultá-los, mas eles adoraram a ideia deste convite que eu estava fazendo para ela. Mais que depressa ela desligou o telefone e foi ao nosso encontro. Foi uma noite ótima, memorável, com doces lembranças de quando saíamos juntos todas as semanas na cidade, de quando estudávamos juntos (formamos em Direito na mesma turma) e sobre a possibilidade de quase todos estarem juntos novamente, com uma exceção: eu, pois ainda não me rendi ao canto da sereia, permanecendo em Brasília. Sei que um dia voltarei para minha cidade querida, mas ainda não chegou a hora. Adorei a terça-feira, tanto o dia quanto a noite. 

domingo, 15 de maio de 2011

SÁBADO: COMPRAS EM TRÊS SHOPPINGS E O FILME THOR

Dediquei o sábado aos shoppings e, consequentemente, às compras. Saí cedo de casa para não pegar o tumulto de gente que costuma invadir estes centros de compras nos finais de semana. Fui, inicialmente, ao ParkShopping, pois queria comprar ingressos para o musical New York, New York, em cartaz no Teatro Bradesco, em São Paulo, para onde vou no próximo final de semana. Os ingressos são vendidos pela Ingresso Rápido que possui um ponto de venda nas lojas Fnac. Aproveitei a ida ao ParkShopping para comprar uma bateria sobressalente e uma bolsa para a minha nova câmara digital na loja Sony Style. A bateria custava R$ 189,00 e a bolsa R$ 69,00. Enquanto o vendedor buscava os dois itens fechados, fiquei mexendo no mostruário e achei um kit por R$ 209,00 contendo a bateria que eu precisava, uma bolsa e um tripé. Claro que optei por este kit, muito mais em conta. Também passei na Drogasil para comprar remédios, além de pegar os medicamentos gratuitos para controlar a pressão arterial que fazem parte da Farmácia Popular, já que fazia um mês que tinha usado a receita pela primeira vez (cada receita pode ser usada até quatro vezes para pegar os medicamentos, sendo uma vez por mês). Como a época da seca está chegando, comprei um novo umidificador de ambientes, pois o meu já tem mais de dez anos e está com várias partes quebradas, embora ainda funcione. Ficarei com os dois: o novo para colocar no quarto e o antigo para circular pelo apartamento. Na Fnac, além dos ingressos comprados para a sessão de sexta-feira, dia 20/05/2011, também comprei cartuchos para a impressora e revistas. Saindo do ParkShopping, onde fiquei por uma hora, fui para o CasaPark Shopping, bem próximo, para passar na Livraria Cultura para devolver um blu-ray e um livro que tinha comprado em duplicata no domingo passado. Somente quando cheguei em casa, vi que já tinha os dois itens. Fiz a devolução, ficando com crédito para a próxima compra. Já que estava ali, estava com tempo e não tinha grande movimento, fiz a compra, gastando mais do que os créditos. Foram cds, guias de turismo (pensando na viagem ao México para o mês de outubro próximo) e mais revistas. Quarenta minutos depois estava saindo do segundo shopping. Passei em casa, deixei as compras e saí novamente, desta vez com Ric, para almoçarmos. Escolhemos o Café Savana (SCLN 116, Bloco A, Loja 04, Asa Norte), onde fizemos o mesmo pedido: o prato do festival 6º Brasil Sabor. Como tinha um libreto com seis selos brancos, dos quais um era do Savana, não pagamos pelo "filet bourguignon" (meus comentários sobre este prato já foram postados, se quiser ler clique aqui). Do restaurante, fomos à Caixa Cultural, ou seja, saímos do final da Asa Norte para o início da Asa Sul, onde queria comprar ingressos para o show de Zizi Possi e para o show de Marina de La Riva. Para o primeiro não havia mais ingressos, todos esgotados para as apresentações dos dias 21 e 22 de maio, enquanto para o segundo, as entradas só começarão a ser vendidas a partir de meio dia do sábado, dia 21 de maio, já que o show está marcado para os dias 28 e 29 de maio. Fizemos o caminho de volta, parando para abastecer o carro, até o Shopping Iguatemi Brasília, onde chegamos por volta das 15:30 horas. Decidimos ver um filme. Escolhemos Thor, versão sem 3D, cuja próxima sessão seria às 16:40 horas. Tinha dois ingressos cortesia do Cinemark que troquei pelos pontos que tinha acumulado no programa Dotz. Fui até à bilheteria para trocar os ingressos e escolher os lugares. Tínhamos ainda uma hora antes do início do filme. Como tinha que comprar alguns artigos para colocar no banheiro e na área de serviço, passamos na Tok & Stok, onde também compramos algumas coisas para Getúlio. Gastamos todo o nosso tempo na loja. Só deu tempo de colocar as compras no bagageiro do carro e voltar para o cinema. Sala 2. Lotado de adolescentes, a maioria meninas, que falavam alto, riam muito. Um homem chamou a atenção delas. Calaram no ato. Sempre gostei do herói Thor. Via bastante os desenhos animados sobre este personagem da Marvel que veio de um reino distante, Asgaard, caindo na Terra, ajudando a combater o mal. O filme, uma produção americana de 2011, é dirigido por Kenneth Branagh, o que me surpreendeu um pouco ele dirigir um filme pipoca. No elenco, a recém oscarizada Natalie Portmam como Jane Foster, uma cientista que estuda fenômenos meteorológicos, sendo a mocinha da fita. Para o papel de Thor foi o escalado o ator Chris Hemsworth que provocou suspiros não só na mocinha da fita, mas também nas adolescentes barulhentas que viam o filme na mesma sessão. Para mim, ele não convenceu como herói, faltou um physique du rôle, como diriam os franceses. Anthony Hopkins faz o papel de Odin, o todo poderoso, rei de Asgaard e pai de Thor. Uma apagada Rene Russo faz a rainha e mãe do herói. O irmão de Thor, Loki, que é o seu maior inimigo, é vivido por Tom Hiddleston, que faz um atormentado personagem que, na verdade, ainda não é o grande vilão como nos quadrinhos e no desenho animado. Como este filme mostra a origem dos personagens, a vilania ainda está em construção. Para quem fica depois dos créditos finais, uma cena rápida mostra o ator Samuel L. Jackson recebendo Erik Selvig (Stellan Skarsgard), o mentor das pesquisas de Jane Foster, em uma unidade da S.H.I.E.L.D., organização responsável por unir os quatro heróis conhecidos como Os Vingadores (Homem de Ferro, Hulk, Thor e Capitão América). A cena é interessante e vale ficar até o final dos créditos, pois para quem conhece a história destes heróis, ela é elucidativa. Poucos ficam até acabar de passar todos os créditos. Como este expediente foi adotado nos dois filmes do Homem de Ferro e no do Hulk, imaginei que também poderia acontecer com Thor, o que de fato ocorreu. Ao final, uma mensagem avisa que Thor voltará em Os Vingadores, filme já em pré-produção, já que o último herói do quarteto também terá seu filme solo em 2011, o Capitão América. Durante o filme, há referências às empresas de Tony Stark, o Homem de Ferro. Achei o filme médio, com muito efeito especial e pouca história convincente. Saímos do cinema e, antes de ir embora, ainda passamos na Nespresso para comprar cápsulas de café, mas a loja estava lotada, com uma fila grande para ser atendida. Como ainda temos bastante cápsulas, deixamos para outra oportunidade. voltamos para casa no início da noite. Minha ideia era sair mais tarde para o Live P.A. no CCBB ou na esta Mafuá, que rolaria na La Ursa. No entanto, acabei ficando em casa, pedindo uma pizza da Fratello Uno pelo telefone.


MÚSICA QUE OUÇO LX



21 anos - Voz de Diva - Fantástico disco!

BIER FASS LAGO - FESTIVAL GASTRONÔMICO ISRAELENSE

Desde que vi a propaganda do Festival Gastronômico Israelense que aconteceu no restaurante Bierfass Lago (SHIS QL10, Lote 09, Pontão do Lago Sul) nos dias 12, 13 e 14 de maio passados, fiquei interessado. Chamei um amigo que topou de imediato. Reservas para dois na quinta-feira, a partir de 20 horas. O sistema era self service em buffet, com exceção da sobremesa, que vinha à mesa em prato já montado. O preço para participar do festival era R$ 65,00 por pessoa, fora as bebidas e o serviço. A Embaixada de Israel no Brasil trouxe o chef Shaul Bem Aderet para as comemorações do Dia Nacional da Independência daquele país (data móvel que depende do calendário próprio do país, que cai entre o final de abril e o meio de maio). Dentre as comemorações, estava o festival gastronômico feito em parceria com o Bierfass Lago. O chef é dono do restaurante Kimmel, em Tel Aviv, que recebeu o prêmio de melhor restaurante da capital israelense. Cheguei primeiro ao local. Havia manobristas na porta, sem cobrança, como cortesia do Bierfass, mas preferi estacionar por minha conta, pois havia muita vaga disponível no amplo estacionamento do Pontão do Lago Sul. Para o festival foi reservado todo o piso superior. Desta forma, os frequentadores habituais do restaurante poderiam usufruir do seu cardápio no piso térreo. Velas enfeitavam a escada que dava acesso ao segundo piso. Logo que cheguei, fui atendido por um garçom. Disse que tinha reserva, falando o meu nome. Fui levado para a varanda, onde já havia muita gente comendo. A mesa ficava em lugar privilegiado, com bela vista do Lago Paranoá, mas era um local de fumantes. Disse que havia falado no ato da reserva que não queria ficar em local de fumantes. Imediatamente o garçom me acomodou em uma mesa no salão interno, mesmo salão onde estavam dispostas as mesas do buffet. Uma mesa para as entradas frias e outra para os pratos quentes. Um cardápio feito especialmente para a ocasião estava disponível em nossa mesa. Nele havia explicações de todos os pratos que estariam disponíveis no buffet, além de uma breve introdução assinada pelo chef Shaul Aderet. Muitos diplomatas estavam presentes, tanto da Embaixada de Israel, quanto de outros países. A comunidade judaica também se fazia presente, fato que soube pelo meu amigo, pois ele é judeu. O chef circulava pelo salão, com amplo sorriso no rosto, tirando fotos com quem pedisse. Para quem aprecia vinhos, havia uma opção no cardápio do festival produzida em Israel. Era o vinho 1221 - Petit Castel 2006 (Domaine du Castel), da região do Vale da Judeia, ao preço de R$ 260,00 a garrafa. No Brasil, este vinho é encontrado na Mistral. Como ainda não posso beber por causa dos remédios, minha escolha foi uma saudável água com gás São Lourenço, mesmo pedido de meu amigo. Antes de nos servirmos, vimos as preparações para uma música ao vivo. Comemos ao som de canções israelenses. O volume da música não incomodou. Ponto positivo para o festival. Como entrada, peguei um pão típico com algumas pastas: "tahini e amba" (grão de bico, tehina, páprica, cominho e salsa) e "tahini verde" (tehina e salsa). Também coloquei no prato uma pequena porção da salada de berinjela tostada (tinha um gosto bem forte de fumaça), salada picada israelense (tomates, pepino, repolho roxo, salsa, cebolas vermelhas, aipo, hortelã, pimentas e rabanetes - uma mistura interessante, especialmente a pimenta dando um ardor na salada), salada de repolho branco, vinagre, hortelã, sementes de cominho armênio e gengibre (de longe, a que mais gostei), e uma salada de ervas verdes (salsa, hortelã, coentro, aipo, mel e sementes de gergelim - apesar do coentro, erva da qual não sou fã, a salada era gostosa). Terminada a entrada, fui me servir dos pratos quentes. Nesta hora, havia muita gente se servindo, motivo pelo qual alguns pratos ficaram para a terceira etapa, já que os rechauds estavam vazios. Nesta etapa, experimentei "shakshuka de tomates e ovos" (tomates, cebolas brancas, ovos e cominho - apesar de constar no cardápio como entrada, era servido no local dos pratos principais, por ser uma iguaria quente. Tinha um certo picante que não me agradou), um misto de arroz selvagem com arroz branco e ervas, cujo sabor já me era conhecido. Outra opção de que me servi, mas que não constava no cardápio e nem havia placa identificando o seu nome e nem os ingredientes, diferente dos demais rechauds, onde esta identificação existia, foi um trigo cozido com cardamono, cabeças de alho inteiras, pau de canela e ossos (gostei tanto do prato que coloquei mais um pouco na terceira ida ao buffet. Já meu amigo, ao mastigar um cardamono, deixou de lado, pois achou o sabor muito forte). Na terceira etapa, comi um pequeno pedaço do filé ao molho de pimentas (medalhão de filé, pimentas pretas moídas, pimenta vermelha, pimenta verde, vinagre e azeite de trufas - para quem não gosta de carne mal passada, tinha que ficar longe desta opção, pois a carne era bem vermelha por dentro. Não gostei do molho, embora não fosse tão picante como eu achava devido ao conjunto de pimentas colocadas), costelas de carneiro com pistache e vinho tinto (costelas de carneiro, vinho tinto, alecrim, pistache e silan - silan é um mel de tâmaras que deixou o sabor do cordeiro adocicado. Acho que apreciaria melhor se a carne não estivesse dura. Deixei no prato quase todo o pequeno pedaço que coloquei), e kebab no espeto de canela (trigo, canela burkes, ossobuco, páprica e aipo - de longe o melhor prato. Sabor maravilhoso, textura macia e o toque especial da canela, não só como o suporte do kebab, mas também pelo tenro sabor concedido a esta iguaria). Ainda havia um kebab de peixe ao molho de tomate que não provei. No cardápio constava uma opção de frango, mas ela não estava disponível no buffet. Acho que foi trocada pelo tal prato de trigo que não tinha identificação. Ia pedir informações, mas no calor da conversa com meu amigo, acabei me esquecendo. Terminados os pratos quentes, pedimos a sobremesa. Um prato bem montado com quatro sobremesas típicas nos foi servido:
01) Variedades de castanhas e chocolate: chocolate, amêndoas, nozes, castanha de caju, pistache, amendoins e pinhões - lembrou-me, em textura, o nosso pé-de-moleque, pois era duro. Não deu para identificar as variedades de castanhas. Ficou tudo compactado demais.
02) Água de rosas e suco de romã: farinha de milho (stechi), açúcar, granadina (o suco de romã), água de rosas, amendoins, amêndoas moídas e coco seco - vem em um pequeno copo, destes que se usam para pequenas doses de destilados como tequila e cachaça. Uma delícia. Sabor delicado.
03) Massa filo com nozes e mel: massa filo, nozes, castanha de caju, pistache, amêndoas e água de rosas - mesmo com a delicada água de rosas, esta sobremesa era extremamente doce. Não gostei.
04) Halva e sorvete de baunilha e mel: sorvete de creme, mel e halva: este último ingrediente é feito de sementes de gergelim torradas e moídas, misturadas com açúcar derretido. A halva veio como se fosse um coco ralado, mas com textura que derretia na boca. A sua mistura com o sorvete e o mel ficou ótima, com sabor refrescante. A sobremesa que mais apreciei.
Perto de 23 horas, pedimos a conta. Levei a nota legal. Foi boa a experiência, mas achava que comeria pratos bem diferentes. A maioria do que foi servido é bem parecido com os pratos da culinária que, no Brasil, costumamos chamar de árabe. Havia apenas pequenas variações, especialmente no uso de condimentos e ervas. Na saída, peguei vários folhetos informativos sobre Israel que estavam disponíveis em uma mesa, pois a minha viagem de férias para aquele país que não deu certo em 2011 está programada para acontecer no início de 2012.



Gastronomia Brasília

REPUBLICAÇÃO...

O Blogger teve problemas no último dia 11 de maio, motivo pelo qual todas as postagens que eu havia feito a partir desta data até na madrugada de quinta-feira foram perdidas. Tive que refazê-las e republicá-las. Infelizmente nenhum aviso sobre os motivos foram dados aos usuários. Achei uma falta de consideração e um desrespeito para quem escreve e para quem lê.

6º FESTIVAL GASTRONÔMICO BRASIL SABOR - BRASÍLIA 2011 - PIZZARIA VALENTINA ASA NORTE


Fatia da pizza paulistana - Valentina Pizzaria


Saí do trabalho na terça-feira um bagaço. Cansado e com fome, liguei para Ric, convidando-o para comer uma pizza. Ele topou. Só passei em casa, buzinei, ele desceu e fomos para a Valentina Pizzaria (SCLN 214, Bloco A, Lojas 9/11, Asa Norte). Também integrante do festival 6º Brasil Sabor, escolhemos a pizza feita para o evento: "pizza paulistana", tamanho médio, com seis fatias, servindo bem duas pessoas, ao custo de R$ 43,00. O recheio é simples, como eu queria. Apenas molho de tomate, mussarela, mussarela de búfala defumada ralada, tomate caqui em lascas, azeitonas pretas fatiadas e orégano. Estava uma noite fria, como é de costume no mês de maio. Assim, resolvemos sentar no salão interno. Tive uma prova de fogo ao sentar ao lado do maravilhoso pão de calabresa que a casa oferece como entrada. Era meu pedido inicial sempre quando chegava nesta pizzaria. Resisti bravamente. Viva a re-educação alimentar! A pizza veio rápido. Sabor diferenciado por causa da mussarela de búfala defumada, mas no restante é bem comum. Há opções bem melhores no cardápio. De qualquer forma, não decepciona. Pedimos a conta logo. Pagamos, esperei a nota legal, o selo vermelho no libreto e mais um selo no cartão fidelidade da casa. Saciada a fome, faltava resolver o cansaço. Um banho e cama foram os melhores remédios para a noite.


Gastronomia Brasília

6º FESTIVAL GASTRONÔMICO BRASIL SABOR - BRASÍLIA 2011 - L'AFFAIRE - MERCURE LÍDER



Segunda-feira. Hora do almoço. Eu e minha chefe saímos para almoçar por volta de 13 horas. Escolhemos mais um restaurante que integra o 6º Brasil Sabor. Fomos ao L'Affaire (SHN Quadra 5, Bloco I, Térreo - Hotel Mercure Líder) para experimentar o "linguado de Mediterrâneo", prato individual, custando R$ 33,00. Ao chegar, o restaurante tinha um bom público. Ninguém nos recebeu. Fomos entrando. Perguntei ao primeiro garçom onde poderíamos nos sentar. Não obtive resposta, pois ele estava bem apressado. Diria estressado. Perguntei a um segundo garçom que me apontou uma mesa para dois. Tal mesa ficava em frente ao entra e sai dos garçons e demais empregados do restaurante no leva e trás de pratos. Parecia que nós éramos invisíveis. Ninguém vinha à mesa entregar o cardápio ou perguntar o que queríamos. Depois de fazer alguns sinais, finalmente fomos notados. Para não complicar muito, nós dois pedimos o prato do festival e a mesma bebida, uma água com gás. Enquanto esperávamos, tratamos de colocar o papo sobre o trabalho em ordem. Passados bons minutos, notei que uma mesa reclamava que seu prato estava demorando. O mesmo aconteceu com nosso pedido. Quase quarenta minutos e nem notícia. Reclamamos. O garçom disse que iria verificar. Mais um tempinho e chegaram à mesa os pratos. O filé de linguado estava grelhado no ponto com um espesso molho de tomates assados, azeite, azeitonas, ervas e alcaparras. Tenho birra de alcaparras, pois elas roubam qualquer sabor dos demais ingredientes.O molho estava por demasia salgado, por causa deste maldito ingrediente.. No entanto, o purê de batata baroa, mesmo com uma cor mais esbranquiçada, estava saboroso, com textura bem suave na boca. Ao pedir a conta, mais uma demora considerável. Reclamamos novamente. Outra demora para chegar à mesa a máquina do cartão de crédito. O garçom que nos atendia transpirava muito, sinal de que algo estava errada naquele dia. O estresse era evidente no rosto dos empregados. Para colar o selo no libreto foi outro parto e ainda colaram o selo de cor errada. Colocaram o selo branco, enquanto já deveria ser o de cor vermelha, conforme as regras do festival. Pedi a nota legal no valor integral da conta. A nota veio manual e no valor da metade da conta. Estávamos com pressa, pois tínhamos agenda a cumprir no serviço. Não reclamamos mais. Fomos embora. O local é agradável, a comida não estava ruim, apesar da ressalva das alcaparras, mas o serviço é de lascar. Vai ser difícil eu voltar neste restaurante.


Linguado de Mediterrâneo - L'Affaire

6º FESTIVAL GASTRONÔMICO BRASIL SABOR - BRASÍLIA 2011 - CREPE ROYALE


Domingo à noite sempre tenho uma dúvida. Comer crepe ou pizza. Tinha acabado de assistir ao espetáculo Eros Impuro no Teatro Goldoni. Eram pouco mais do que 21 horas. Estava perto do Crepe Royale (SQS 207 Bloco C Loja 37, Asa Sul), local que gosto muito e tem, na minha opinião, o melhor crepe da cidade. Fui para lá. Como ele também está no 6º Brasil Sabor, resolvi experimentar o prato feito para o festival gastronômico que movimenta a cidade. "Crepe de filé mignon ao Porto e Dijon". Restaurante bem cheio, com mesas grandes, parecendo reunião de família de final de semana. Minha sorte foi ter vagado uma mesa bem no momento em que cheguei. O atendimento é sempre cordial, mesmo com muitos pedidos acontecendo ao mesmo tempo. Enquanto esperava, fiquei checando meus e-mails pelo iPhone. O crepe veio rápido, em formato de pastel gigante, totalmente selado, sem o recheio sair para fora. Como decoração, apenas um montinho de cenoura ralada. Reguei com azeite e parti um pedaço. Um aroma delicioso subiu ao meu nariz. O recheio me lembrou um prato que comi em um restaurante francês quando fiz uma viagem à Paris. O filé é cortado em pedacinhos envolto em um molho feito com mostarda Dijon e vinho do Porto, o que confere ao sabor um gosto nem ácido e nem doce. Muito bom. Até perguntei se, após terminado o festival,, esta opção entraria no cardápio. Não souberam informar. Dependeria da demanda do público durante o festival. O prato é individual e custa R$ 23,00. Saí satisfeito, com a nota legal nas mãos e mais um selo branco em meu segundo libreto, completando assim mais um circuito fast. Desta forma, poderei escolher entre as seis casas visitadas qual delas voltarei até o dia 29 de maio, quando termina o festival, para comer o mesmo prato gratuitamente, com direito ao mesmo pedido para um acompanhante. Quando saía do local, recebi uma mensagem em meu celular. Eram meus amigos com os quais costumo encontrar no final do domingo na Fratello Uno (SQN 109, Bloco D, Loja 19, Asa Norte) para apreciarmos uma pizza. Fui ao encontro deles, mas, obviamente, nada comi. De qualquer forma, a noite de domingo terminou em crepe e em pizza.

Crepe de filé mignon ao Porto e Dijon






segunda-feira, 9 de maio de 2011

EROS IMPURO


Um comentário em minha postagem sobre a pré-estreia da peça do grupo Armazém na quarta-feira da semana passada feito por Sérgio Maggio me aguçou a curiosidade. Era um breve texto sobre a "cobertura" que faço dos eventos culturais de Brasília e ao mesmo tempo um convite para assistir a peça Eros Impuro, em cartaz até o próximo dia 22 de maio, de quinta a domingo, no Teatro Goldoni (Casa D'Iália - EQS 208/209, Asa Sul). Tinha lido sobre a peça no jornal, bem como nas postagens de Sérgio no Facebook, que sempre acompanho, já tendo agendado para conferí-la no próximo final de semana, entre os dias 13 e 15 de maio, mas a curiosidade foi grande e ao invés de ir ao cinema, hobby que deixei um pouco de lado em 2011, para ir ver Eros Impuro no último domingo, sessão de 20 horas. Cheguei 19:45 horas, me dirigi à bilheteria, comprando o ingresso na primeira fila, pelo qual paguei R$ 20,00 a inteira. Fiquei sentado no saguão, lendo um jornal que peguei lá mesmo. Fiquei triste em saber que o restaurante O Convento que ali funcionava fechou as portas. Há um banner dizendo que no local será um restaurante de culinária italiana. Vi chegando pessoas do mundo teatral brasiliense, como Guilherme Reis, Adeilton Lima, Adriana Lodi, Carmem Moretzohn, Catarina Accioly e outros que não sei o nome. Como sempre acontece no Goldoni, um funcionário do local desceu as escadas para tocar o sino, dar as boas vindas ao teatro e dizer que todos podiam subir, pois o espetáculo já iria começar. Ele ainda pediu para todos desligarem os aparelhos sonoros antes de subirmos, uma vez que o ator já estava em cena. Pouca gente estava no teatro na noite de domingo. Cenário com o branco dominando, já lembrando um ambiente asséptico, um ambiente hospitalar. Apenas uma pintura e alguns apetrechos utilizados por artistas plásticos davam um colorido no lado esquerdo do cenário. O ator J. Abreu vestia uma roupa toda branca, com algumas manchas de tinta, inclusive nas mãos. Andava de um lado para o outro, falando coisas incompreensíveis e colocando as mãos na cabeça. Enquanto as pessoas se sentavam, ele continuava a andar freneticamente pelo cenário ao som de uma música também frenética. Atitude típica de internados em clínicas psiquiátricas. Com mãos ágeis, ele parou em frente a mim e começou a esboçar um desenho em uma folha de papel. Fez o mesmo em frente a outra pessoa. Era como se fóssemos modelos vivos para sua arte. Só então começou o monólogo, um diálogo com um ser que não está presente, um modelo que está ali para fazer pose para sua arte. A partir de então, o personagem, o tal Eros Impuro, derrama na plateia uma série de vivências ou histórias inventadas, quem pode ter certeza? São histórias sobre a incompreensão das pessoas com sua arte, tachada de pornográfica. Ele aproveita esta verborragia para contar histórias e cenas em festas, cinemas especializados em filmes de sexo explícito, quando o fundo branco do cenário serve de tela de projeção para algumas cenas retiradas de filmes pornográficos, mas sem a identificação do rosto dos que atuam. O que vale é a história da pegação, das trepadas e da orgia que ocorre durante a sessão. O ator, comemorando 25 anos de palco, mostra toda a sua versatilidade ao interpretar vários tipos, incluindo uma prostituta velha, um homem que gosta de fazer sexo em pleno cinema, o próprio artista plástico em fases de loucura e de sanidade. Na cena em que ele conta sobre sua exposição que foi classificada de pornográfica, no mesmo telão branco, são projetados quadros, desenhos e fotografias reais de artistas que, de alguma forma, foram censurados ou repreendidos pelo caráter sexual ou erótico que elas continham. Entre as obras mostradas, cito um desenho de Tom of Finland, artista finlandês famoso pelos desenhos homoeróticos e hoje bastante cultuado no circuito artístico e a fotografia de Márcia X, chamada "Desenhando em Terços" onde terços utilizados pelos católicos fazem o contorno de um pênis. Tal fotografia foi censurada à época em uma exposição no CCBB do Rio de Janeiro que tratava justamente do erostismo na arte, retirada da mostra após uma reclamação de um beato qualquer. Tive a feliz oportunidade de visitar a exposição antes da obra ser censurada, podendo apreciá-la, ainda no Rio de Janeiro. Quando a exposição veio para o CCBB de Brasília, a censura já estava consolidada e nada da fotografia de Márcia X ser exposta. Achei interessante esta foto fazer parte do acervo de obras não compreendidas que foi passado rapidamente durante esta cena da peça. Os efeitos cênicos são interessantes também, especialmente a simulação de uma sala de interrogatório, com várias luzes penduradas do teto, em ambiente localizado atrás do pano que serviu de tela de projeção. Mas o melhor efeito é quando o ator se emaranha em elásticos brancos esticados do teto ao chão, dando a impressão que ali ele estava em uma camisa de força. Belo efeito. Há também espaço para a provocação, quando o ator fica na mesma posição clássica do Cristo crucificado, logo após explicar que a cruz em civilizações antigas representavam o coito e que a interseção dos dois traços era justamente a penetração. Outra provocação, que também para mim remeteu à religião, foi quando o personagem coloca a tela que estava pintando em frente ao seu corpo. Com o efeito de iluminação, tive um lampejo de estar vendo uma espécie de véu de Madalena com o rosto de Cristo ensanguentado ou mesmo o Santo Sudário. O texto inteiro é forte, portanto há vários momentos de provocação. Uma provocação à sociedade conservadora, hipócrita, que dita normas de comportamento e condena quem foge às suas regras de comportamento. Foram aproximadamente cinquenta minutos de espetáculo onde presenciei uma ótima atuação, um excelente texto, uma cenografia criativa e impactante e uma direção segura. Texto e direção são de Sérgio Maggio, atuação de J. Abreu, cenografia de Carlos Chapéu. Todos dignos de se tirar o chapéu, sem trocadilhos provocativos. Gostei muito. Achei uma pena o teatro não ter muita gente. Para quem é de Brasília e lê este blog, recomendo a ida ao Teatro Goldoni, pois verão um belo espetáculo.