Bergman Island (Bergman Island), 2021, 112' - filme dirigido por Mia Hansen-Love e estrelado por Vicky
Kieps (Chris), Tim Roth (Tony), Mia Wasikowska (Amy) e Anders Danielsen Lie (Joseph). Um casal de cineastas, apaixonados por Ingmar Bergman, se estabelece na ilha que Bergman usou como inspiração e cenário de seus últimos filmes. Na ilha, tudo gira em torno de Bergman: Safari Bergman, Museu, Fundação, Cine Clube, por exemplo. Chris, com bloqueio criativo, não consegue desenvolver seu roteiro, fica confusa entre o gênio Bergman enquanto cineasta e suas atitudes como ser humano, enquanto Tony participa de uma conferência sobre Bergman e exibe seu último filme. A partir da metade do filme, realidade e ficção (o roteiro de Chris) começam a se fundir. Alguns elementos característicos dos filmes de Bergman estão presentes: a contemplação de paisagens sem ninguém, as angústias dos personagens, a busca por um sentido na vida. Ótimo roteiro com excelentes performances dos atores e atrizes principais. Faz parte do catálogo da 45ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Gostei muito. Nota 7. Vi no Filmes On-Line.
Um pouco de tudo do que curto: cinema, tv, teatro, artes plásticas, enogastronomia, música, literatura, turismo.
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sexta-feira, 29 de outubro de 2021
OLGA
Olga (Olga), 2021, 85' - filme indicado pela Suíça para concorrer ao Oscar de Melhor Filme Internacional. Dirigido por Elie Grappe e protagonizado por Anastasia Budiashkina (Olga).
Olga é uma ginasta ucraniana, atleta de ponta, que treina com a equipe para o campeonato europeu. Sua mãe é uma jornalista que publica artigos na internet contra o governo local. Em uma noite, uma perseguição de carro, uma tentativa de assassinato de mãe e filha, Olga, que tem pai suíço ausente, se muda para a Suíça, integra a equipe local, se nacionaliza suíça, e disputa, impecavelmente, o campeonato europeu.
A câmera da diretora sempre persegue Olga, seja em casa, seja nos treinos, seja nas ruas.
Ela é determinada, colocando seu objetivo de ser campeã europeia sempre à frente de suas questões pessoais, inclusive com a mãe distante, sofrendo mais um atentado, e sendo hospitalizada.
A trama trata de temas importantes: adaptação de imigrantes em países com língua e cultura distintos, liberdade de pensamentos, a pressão nas atletas de rendimento para entregar performances espetaculares, a disputa entre as atletas para ser a estrela dentro da equipe esportiva.
Algumas cenas surpreendem: o protesto da principal atleta ucraniana, Sasha, melhor amiga de Olga, durante a competição europeia; e o retorno de Olga a Kiev e seu engajamento na formação de novos atletas.
Gostei muito. Nota 7. Este filme integra a 45ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Vi on-line na Mostra Play (R$ 12,00).
quinta-feira, 28 de outubro de 2021
CIDADE DE DEUS
🔟 - Cidade de Deus (Cidade de Deus), 2002, 130' - filme dirigido por Fernando Meirelles e Kátia Lund. Revi este filme 19 anos depois que o assisti no cinema. Continua atual, forte, sem glamour, mostrando a formação e o crescimento da milícia dentro da comunidade Cidade de Deus. Elenco de novatos, muitos deles vindos de comunidades carentes, super afiados, entregando excelentes performances. Tem participações especiais e sensacionais de Matheus Nachtergaele (Sandro Cenoura) e Seu Jorge (Zé Galinha). É o primeiro longa metragem de Alice Braga (Angélica), que depois faria carreira de sucesso em Hollywood. A escolha das cores, sempre com a predominância de tons amarelados, tem relação profunda com as cenas, desde a mais inocente, quando os bandidos ainda eram bem bobinhos, até a mais vibrante, forte, exalando calor, nas cenas das brigas de quadrilhas para dominarem o tráfico de drogas na comunidade. A questão da ausência do Estado faz com que Zé Pequeno (Leandro Firmino), o chefe de um bando, seja adorado pelos moradores da comunidade, pois ele os protege de roubos, assaltos, e outros crimes. Aborda, ainda, a simbiose entre a polícia e o tráfico. Como disse, mais atual do que nunca, mesmo passados quase 20 anos. Vi no Telecine.
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