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quarta-feira, 24 de julho de 2013

CONFRARIA VINUS VIVUS - 78ª REUNIÃO

Confraria Vinus Vivus se reuniu pela 78ª vez na noite de 22 de julho de 2013 para degustar vinhos tintos da Nova Zelândia. Tivemos duas ausências: André e Bruno. O primeiro foi substituído por Felipe, enquanto o segundo foi substituído na noite por um amigo, o Augusto. Foram quatro vinhos, cujas características vem a seguir.

Vinho 1 – Craggy Range


Safra: 2009.
Álcool: 14%.
Casta: 100% pinot noir.
Produtor: Craggy Range.
Região: Te Muna Road Vineyard, Martinborough, Nova Zelândia.
Cor: rubi bem claro com toques granada na unha.
Aromas: morango, romã, mirtilo, pimenta, defumado, picante, couro, floral, café, caramelo, algodão doce.
Boca: ácido, tânico, salivação constante, picante na ponta da língua, amargor quase zero no retrogosto, defumado.
Estágio: 10 meses em barricas.
Harmonização: salmão, peito de pato com molho mais ácido (nada muito pesado).
Importador: Decanter.
Valor: R$ 235,00.
Observação: dividiu a preferência da noite com o vinho 2, sendo escolhido como o melhor por Keller, Augusto, Fernanda, Abílio e Leo Soares.

Vinho 2 – Prima Donna


Safra: 2006.
Álcool: 13,5%.
Casta: 100% pinot noir.
Produtor: Donaldson Family.
Região: Waipara Valley, Canterbury, Nova Zelândia.
Cor: rubi, com toques sutis na cor granada.
Aromas: rosa, cogumelo, terra, tangerina. 
Boca: menos ácido do que o primeiro vinho, mais quente, taninos delicados, mas com presença, leve picância na língua.
Estágio: 18 meses em barricas de carvalho.
Harmonização: salmão, peito de pato com molho mais ácido (nada muito pesado).
Importador: Premium.
Valor: R$ 420,00.
Observação: vinho feito somente em safras excepcionais. Vinhedos tem em média mais de 25 anos de idade. Dividiu a preferência da noite com o vinho 1, sendo escolhido como o melhor por Cláudia, Vera, Felipe, Leo Ladeira e Marcos.

Vinho 3 – Goldwater Esslin


Safra: 2002.
Álcool: 12,5%.
Casta: 100% merlot.
Produtor: Goldwater Wines.
Região: Putiki Bay, Waiheke Island, Nova Zelândia.
Cor: rubi-granada.
Aromas: ameixa, mofo, coentro, armário velho fechado, carne defumada, herbáceo, terra, grama cortada, tabaco, azeitona. 
Boca: pesado, acidez boa, taninos bons, amargo.
Estágio: 15 meses em barricas.
Harmonização: cordeiro, ossobuco.
Importador: Premium.
Valor: R$ 390,00.

Vinho 4 – Brookfields


Safra: 2009.
Álcool: 14%.
Casta: cabernet sauvignon e merlot.
Produtor: Peter Robertson.
Região: Hawke’s Bay, North Island, Nova Zelândia.
Cor: fechado, quase negro.
Aromas: groselha, frutas vermelhas, compota de frutas, defumado, balsâmico, melão, cerragem. 
Boca: doce, com retrogosto amargo, sabor prolongado, mertiolate, chocolate amargo no retrogosto.
Estágio: 18 meses em barricas.
Harmonização: pato com molho de frutas.
Importador: Premium.
Valor: R$ 257,00.

Após a degustação, a anfitriã, como de costume, ofereceu o jantar. De entrada, salada sete queijos com molho de mel e frutas secas e baby leafs. Como prato principal, mix de cogumelos, cuscuz marroquino e paleta de cordeiro. Durante o jantar, foi servido o vinho tinto espanhol Dinastia Vivanco Reserva, safra 2005, com 13,5% de álcool, produzido em Rioja por Bodegas Dinastia Vivanco. Este vinho custa R$ 114,00 na Art du Vin. Ao final, foi servido um suflê de laranja com grand marnier, cujo licor Grand Marnier fez uma bela harmonização. Café Nespresso para encerrar mais uma bela noite da Vinus Vivus.









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sexta-feira, 19 de julho de 2013

OS AMANTES PASSAGEIROS

Aos poucos, volto a escrever aqui no blog. Apesar de ter lido algumas críticas negativas, aproveitei um tempo livre na noite de São Paulo, onde estava a trabalho, para conferir o novo filme de Pedro Almodóvar, a comédia Os Amantes Passageiros (Los Amantes Pasajeros). Produção espanhola de 2013, este filme traz de volta o Almodóvar com seus personagens bizarros, sempre em situações inusitadas. O mesmo Almodóvar de Pepe, Luci e Bon, ou de Kika. A história se passa durante um voo da Espanha para o México, quando um problema em um dos trens de pouso obriga os pilotos a ficarem rodando sobre Toledo, aguardando uma pista livre e uma autorização para pouso de emergência. Grande parte do filme se concentra na classe executiva, onde estão poucos passageiros, talvez uma alusão à crise econômica que avassala a Espanha, afetando inclusive os mais ricos. Os tipos de Almodóvar estão presentes nos passageiros: um dono de banco fugindo das suas falcatruas, um galã de cinema; Bruna (Lola Dueñas), que dá vida a uma vidente virgem, um casal de recém casados, um misterioso e reservado homem e Norma, uma personalidade famosa, vivida por Cecilia Roth. O trio de comissários é gay que se alfineta o tempo inteiro. Os passageiros da classe econômica dormem durante todo o voo e tem pouca participação na história, a não ser um jovem bonito, no melhor estilo Almodóvar, que terá uma participação dormindo que me remeteu a Mulheres À Beira de Um Ataque de Nervos e a Fale Com Ela. Ao tornar público o problema do avião, uma necessidade de acertar as contas com as suas vidas privadas toma conta dos personagens, seguindo-se uma série de revelações hilárias. Uma das melhores cenas do filme é a dublagem que o trio de comissários Fajas (Carlos Areces), Joserra (Javier Cámara) e Ulloa (Raúl Arévalo) faz do sucesso de 1982, I'm So Excited, do grupo The Pointer Sisters. A performance é muito engraçada, típica de shows de boates gays. Até a religião tem seu espaço, já que Fajas tem um interessante e colorido altar-mala. A maioria dos atores já trabalhou com Almodóvar, como os já citados Cecilia Roth, Javier Cámara e Lola Dueñas, além de Antonio de La Torre (o piloto Álex Acero). Tem participação especial outras atrizes que já trabalharam sob a direção do diretor espanhol: Paz Vega (Alba), Blanca Suárez (Ruth) e Penélope Cruz (Jessica). Tem ainda a volta de um antigo colaborar de Almodóvar, Antonio Banderas (León). Todos eles em rápida aparição nas telas. Como o diretor sempre faz referências a quem ele gosta em seus filmes, fui pesquisar e descobri que o nome da aeronave, Chavela Blanca, é uma homenagem a cantora Chavela Vargas e à sua amiga Blanca Sánchez. Penélope Cruz, além de aparecer na película, empresta seu apelido, Pe, para a abreviação do nome da companhia aérea responsável pelo voo, a Península, cuja abreviatura está estampada na calda do avião. E ainda tem a participação do produtor do filme, Agustín Almodóvar, irmão do diretor, que interpreta o controlador da torre de voo no aeroporto de La Mancha. Para quem espera ver algo como Carne Trêmula, A Pele Que Habito, Má Educação, Tudo Sobre Minha Mãe ou Fale Com Ela, é melhor nem ir ao cinema, pois pode se decepcionar. As referências na filmografia do diretor espanhol são suas primeiras comédias, cheias de cores e personagens diferentes. Gostei muito.

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