Como em todos os inícios de ano, fiz uma retrospectiva do ano anterior, especialmente no campo cultural. 2018 foi um ano produtivo nesta área, embora tenha escrito quase nada aqui no blog. Motivos para ficar afastado do teclado há vários, mas prefiro creditar esta ausência à falta de vontade de escrever, o que mudou completamente de dezembro de 2018 para cá. Venho alimentando o blog Tenho Fome de Que, onde relato minhas experiências gastronômicas, praticamente diariamente. E a vontade de relatar mais coisas voltou. Assim, estou de volta ao Um Dia Após O Outro.
E começo com uma bela visita que fiz ao Centro de Arte Popular Cemig que fica na Rua Gonçalves Dias, 1.608, Lourdes, em Belo Horizonte, cidade onde moro. É um dos centros culturais que integra o Circuito Liberdade. Mesmo gostando tanto das diversas expressões culturais e estando tão perto de minha casa, ainda não conhecia este espaço, e olha que voltei para BH em outubro de 2016!
Estava no Cine Belas Artes, que fica no mesmo quarteirão. Assim que terminou o filme, por volta de 15:00 horas, resolvi fazer a visita ao museu. Ele ocupa uma edificação dos anos 1920, onde funcionou o Hospital São Tarcísio. Lembro-me de que na década de 1990, o prédio foi ocupado pelo Ipsemg e depois pela Secretaria Estadual do Trabalho. Desde 2012, abriga o Centro de Arte Popular Cemig. A entrada é gratuita. Eu fiz toda a visita sem ter nenhum outro visitante. Uma pena, pois o acervo é riquíssimo, além da forma expositiva ser prazeirosa de se percorrer.
Assim que entrei, fui até o balcão de informações para saber como me movimentar pelos espaços expositivos. Recebi a orientação de pegar o elevador, descer no quarto andar e ir descendo pelas escadas. Não há mapas orientadores, mas tudo está muito bem explicado nas salas, tanto em português quanto em inglês. No quarto andar há duas salas de exposição permanente. Comecei pela Sala 4, onde há objetos e vídeos que expressam festas populares e religiosas. Ao fundo, uma sala de vídeo que passava um documentário de uma festa popular de São Gonçalo. O ar condicionado estava desligado neste andar, tornando o ambiente muito quente. Gostei de uma montagem feita com cartuchos de castanhas que são distribuídos para as crianças que participam de festas religiosas de São João Del Rey. Em seguida, fui para a Sala 3, onde estão expostas obras em cerâmica e em madeira de grandes nomes da arte popular mineira, entre eles GTO e Placedina Fernandes Nascimento. Um primor de exposição. As bonecas do Vale do Jequitinhonha estão presentes, lindas de se ver. Desci as escadas para o terceiro piso, onde a temperatura já era bem mais agradável, pois havia ar condicionado ligado. Mais duas salas de exposições permanentes. Entrei na Sala 2 primeiro. Nela, objetos e imagens sacras. A parte destinada aos ex-votos é linda. Há muitas imagens de santos feitas em barro, em madeira, e até mesmo em latão. Mais uma sala bem montada e fácil de percorrer. Depois fui para a Sala 1, onde há mais arte em cerâmica. Desci as escadas rumo ao segundo andar, onde fica um auditório e uma salinha com bordados e objetos de religiões afro. Por esta salinha, acessei o pátio, onde os muros estão grafitados. Moderno, colorido. Pena que não haja um café para apreciar estas pinturas tão presentes nas grandes metrópoles. Próxima etapa: 1º andar, onde fica a galeria destinada às exposições temporárias.
Estava em cartaz "Artur Pereira - Fauna e Fé", com obras em madeira deste artista popular de Mariana, que foi elogiado por grandes nomes da escultura, como Amílcar de Castro. Li isto tudo nos displays enormes colocados na exposição, pois não conhecia nada sobre Artur Pereira. As obras são feitas em blocos únicos de madeira, sem emendas. Singelas e cheias de poesia. Lindas. Cheguei novamente ao térreo, onde há uma pequena sala, logo na entrada, com peças de cerâmica saramenha expostas. São lindas. Saí do Centro de Arte Popular Cemig me perguntando porque demorei tanto para conhecer este espaço. Com cerca de uma hora, dá para apreciar tudo com calma.
Nenhum comentário:
Postar um comentário