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domingo, 31 de agosto de 2014

FIOS DE HISTÓRIAS - CENA CONTEMPORÂNEA 2014

Fios de Histórias foi mais uma peça da programação do Cena Contemporânea 2014 de procedência local. Dirigida ao público infantil, é baseada em livro de Salman Rushdie chamado Haroun e o Mar de Histórias. Idealizada por Mariza Vargas e dirigida por Míriam Virna, a peça entrou em cartaz no Teatro II do CCBB, que recebeu excelente público, entre adultos e crianças, para a sua sessão de estreia ocorrida no sábado, dia 30 de agosto, às 17 horas.
O cenário, adereços e figurino chamam a atenção pelo material utilizado em suas confecções: papelão, plástico, tampinhas de garrafas pet, entre outros itens recicláveis. Este uso já demonstra a preocupação de transmitir uma mensagem de preservação do meio ambiente, no caso, da água. O espetáculo dura cerca de uma hora e cumpre seu papel de entreter senhores, senhoras, meninos e meninas, como eles anunciam logo no início.
A interpretação é claramente baseada em desenhos animados, o que garantiu uma melhor aproximação com as crianças presentes, que não desgrudavam os olhos do palco, prestando atenção nas aventuras de Haroun e seu pai, Rashid Kalifa, um contador de histórias que perde o poder de contar histórias quando Soraya, sua mulher, o abandona. Pai e filho vão à Cidade Tagarela e lideram a luta contra o malvado Kathan Shud para salvar o Mar de Histórias.
Com exceção de Kael Studart, que interpreta o garoto Haroun, todos os demais atores se revezam em mais de um papel. E justamente o que faz um único papel, Studart, é o ponto fraco da peça. Sua interpretação é linear. Nem mesmo com expressões faciais fortes, que usa e abusa durante o espetáculo, ele consegue passar verdade. Já os demais atores estão bem caracterizados em cena, com destaque para a ótima interpretação de Mário Luz, ator que também esteve em outra montagem neste festival: Autópsia. Ele interpreta o gavião-avião, o vizinho de Haroun, o pretendente da princesa e o terrível Kathan Shud. A aparição dele como o pretendente da princesa foi tão forte que assustou uma criança que estava na primeira fila. O menino chorava tanto que seus pais tiveram que tirá-lo do teatro na mesma cena.
Usando muita fantasia, o texto trata de temas muito atuais, como a necessidade de preservação do meio ambiente, e o valor da amizade.
História deliciosa.