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terça-feira, 7 de julho de 2015

MERCADO DA RIBEIRA - LISBOA

Eu e Gastón fizemos uma viagem para Lisboa, Portugal, em junho de 2015. Antes de viajar, amigos disseram-me para não deixar de visitar o Mercado da Ribeira. Coincidentemente, Gastón recebeu de seus amigos a mesma recomendação. Resolvemos conhecer o espaço na tarde de sábado.
O acesso ao local é fácil, tendo uma estação do metrô, Estação Cais do Sodré, praticamente em frente à entrada principal do mercado, que fica na Avenida 24 de Julho, 50.
O Mercado da Ribeira fica em um prédio cuja construção é do final do Século XIX, e que sofreu uma profunda modernização interna, com alterações, com as alas reformadas inauguradas em 2014.
O edifício já impressiona pelo lado de fora, com uma imponente entrada cujo piso tem um mosaico com o símbolo do mercado, um navio, em alusão ao Cais do Sodré e, creio eu, à época de ouro das grandes navegações portuguesas. Na ala central há lojinhas de artesanato da terrinha, além de produtos típicos da chamada economia solidária. À direita estão as bancas de frutas, legumes, verduras, pescados e alimentos em geral, ou seja, o que reconhecemos como um mercado tradicional. No entanto, como chegamos após 16 horas, esta ala já não estava mais com acesso ao público.
À esquerda, está a grande atração do local. Uma ala tomada por muitos restaurantes, com várias opções de sabores, especialmente os da culinária portuguesa. Não contei, mas não tenho dúvidas de afirmar, que tem pelo menos umas três dezenas de lojas. A maioria delas prontas para saciar fome e curiosidade dos frequentadores. Um prato cheio para gourmets e amantes da gastronomia. Gastón tem a gastronomia tatuada em sua alma e ficou encantado ao ver o local.
Ao centro da ala estão grandes mesas coletivas, todas de madeira em cor clara, nas quais grupos de amigos, famílias, crianças, casais enamorados, turistas e locais se confraternizavam degustando a boa culinária portuguesa. Além das iguarias locais, há opções de comida japonesa, chinesa, sanduíches, mas o forte é realmente a comida da terrinha. Também há lojas que vendem produtos portugueses, como queijos, embutidos, enlatados, sabonetes, chás, cadernos, imãs de geladeira, aventais, perfumes, e vinhos. Por falar em vinhos, há uma unidade da ótima Garrafeira Nacional, mas esta unidade só vende vinhos produzidos em Portugal.
Para os aficionados em alta gastronomia, há um espaço sensacional, a preços justos para pratos que revisitam os grandes pratos da culinária portuguesa. Foi nesta parte que paramos e ali escolhemos o que comer. São cinco lojas de renomados chefes do país de Camões, todos com restaurantes de prestígio: Alexandre Silva, do restaurante Bica do Sapato; Miguel Castro e Silva, do restaurante De Castro; Henrique Sá Pessoa, dos restaurantes Alma e Cais da Pedra; Marlene Vieira, do restaurante Avenue; e Miguel Laffan, do restaurante L'And, em Montemor-O-Novo.
Foi difícil escolher. São muitas tentações. Gastón viu um prato em uma mesa próxima deste espaço e, pela aparência, já o definiu como o que queria experimentar. Era uma das opções do chef Henrique Sá Pessoa. Sua escolha foi leitão confitado a baixa temperatura acompanhado por um purê de cenoura; enquanto eu escolhi do mesmo chef um prato que adoro, bochechas de porco preto acompanhadas por um purê de batatas encimado com couve lombarda levemente passada na frigideira. Para beber, nada além de Coca Cola. Os dois pratos estavam divinos, com uma leve superioridade das bochechas, iguaria da qual Gastón gostou muito. Aqui faço uma ressalva em relação ao prato escolhido por Gastón. Enquanto a carne de porco estava com ótimo tempero e cocção, o purê de cenoura careceu de sabor.


bochechas de porco preto

Em seguida, ainda passamos em uma sorveteria local para refrescar do calor que fazia no final da primavera portuguesa.
Antes de irmos embora, ainda paramos em uma loja que fica do lado de fora do mercado, onde provamos uma dose de um licor de ginja, um fruto parecido com a cereja, que faz muito sucesso em Lisboa, conhecido como ginjinha. A loja chama-se Ginja de Óbidos. Vale pela curiosidade.
A experiência gastronômica foi tão boa que voltamos no domingo, mais ou menos no mesmo horário, para almoçar no Mercado da Ribeira, que tem sua administração feita pela revista de turismo Time Out, edição portuguesa. E, mais uma vez, almoçamos no espaço do chef Henrique Sá Pessoa. Gastón não teve dúvidas em escolher desta vez o mesmo prato que eu tinha comido no dia anterior, bochechas de porco preto acompanhadas por um purê de batatas e couve lombarda, enquanto eu pedi ovo a 64º com purê de batatas trufado, aspargos verdes e presunto cru. Uma combinação sensacional. Cada vez gosto mais de pratos nos quais o ovo é a estrela.
Mercado da Ribeira, parada obrigatória para quem visita Lisboa.

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