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segunda-feira, 14 de abril de 2014

OBSESSÃO INFINITA - YAYOI KUSAMA

A exposição Obsessão Infinita segue firme e forte no CCBB de Brasília até dia 28 de abril. As obras da artista plástica japonesa Yayoi Kusama estão fazendo um super sucesso na capital brasileira, assim como já tinha acontecido quando passou pelo CCBB do Rio de Janeiro. Vi uma pequena parte no Rio e desde então me encantei com a obsessão que ela tinha por bolas de todos os tamanhos, assim como pelo sua compulsão por produzir. Conhecia quase nada de Kusama, o que me despertou o interesse de pesquisar. Ainda bem que estamos em época de internet, embora as pesquisas tem que ser bem feitas para não aprofundar em informações falsas ou superficiais. Depois que li sobre ela, fiquei mais interessado em conhecer suas obras. Por causa disto, já conferi a exposição no CCBB por três vezes e em todas eles me surpreendi. A atração que suas obras exerce nas pessoas é muito interessante. Fiquei a pensar se quando vemos seus quadros, instalações, vídeos, as bolas, os espelhos, estaríamos nos colocando no lugar dela, que deixou as amarras da sociedade de lado e colocou para fora suas inquietações, suas obsessões, sua compulsão por determinados temas, como as já citadas bolinhas e os objetos fálicos. As duas salas de espelhos ajudam nesta interação do público com a obra de arte, quando nos vemos inseridos no mundo que se repete como se fosse um moto contínuo. Não é a toa que as duas salas com as instalações com espelhos são as mais buscadas, chegando a ter fila para poder entrar literalmente na obra de Kusama. A japonesa se internou em 1977 em uma clínica psiquiátrica e lá vive até hoje, mas nunca deixou de produzir como podemos ver em uma das galerias do CCBB, onde estão expostas as pinturas mais recentes, datadas dos anos 2000, que repetem temas recorrentes na vasta produção da artista, sempre de forma compulsiva. E ainda há possibilidades de cada um viver seu momento Kusama em uma sala onde cada visitante recebe uma cartela com adesivos coloridos em formato de círculos para pregar no ambiente, decorado como se fosse um cômodo de uma casa. A cada minuto, o cômodo se transforma pela intervenção dos visitantes. Gostei muito e ainda penso em ir mais uma vez antes que ela saia de cartaz. Em uma das minhas visitas, fui quando a noite já dominava o céu da cidade. A lua estava cheia, como se quisesse também fazer parte daquele momento, como pode ser notado na fotografia que tirei. Até os astros conspiram a favor desta japonesa que foi uma precursora da arte moderna, com obras que anteciparam o movimento pop art, cuja expressão máxima é o também ótimo Andy Warhol, que, inclusive, conviveu com a artista quando ela morou em New York. Exposição impactante, apaixonante, imperdível.


Um comentário:

  1. Oi Léo, tive a oportunidade de ver aqui no Rio e adorei também! Sabia pouco dela e fiz como você: pesquisei! Interessante como ela tem "consciência" plena de suas inquietudes mas canalizou as obsessões para formas criativas de arte. Admirável! Bjs,

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