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sábado, 21 de dezembro de 2013

RAFAEL - GASTRONOMIA EM LIMA, PERU


Quarta-feira, 12 de dezembro de 2013, 20 horas. Todos prontos no saguão do hotel para irmos jantar no Rafael, mais um badalado restaurante de comida peruana, com toques contemporâneos, que ocupa o 13º lugar na lista dos 50 melhores restaurantes da América Latina. No comando das caçarolas, o chef Rafael Osterling, dono também do restaurante El Mercado, especializado em frutos do mar. Tínhamos feito reserva dois dias antes para uma mesa com seis pessoas: eu, Paula, Maria Cláudia, LH, Fernanda e Telma. Pedro Américo, Valéria e Karina voltaram para o Brasil naquela noite. Pedimos dois táxis na recepção do hotel. O mensageiro negociou o preço da corrida até Miraflores, onde fica o restaurante: s/. 10. Chegamos no horário marcado na reserva. O restaurante já estava lotado, com gente na fila de espera no seu aconchegante bar. Rafael ocupa uma casa de esquina, com dois salões. O maior deles é o utilizado para a refeição, enquanto o menor abriga o bar e uma pequena sala de espera. Muitos quadros e obras de arte ilustram as paredes do restaurante, até mesmo nos banheiros. Há uma enorme brigada de garçons, o que garante um bom atendimento, mesmo com todas as mesas completas. A noite de despedida de Lima merecia um vinho, motivo também para celebrar o sucesso de nosso trabalho na cidade. Com exceção de LH, compartilhamos duas garrafas do vinho tinto chileno Montes Selección Limitada 2011 (s/. 120 cada garrafa), elaborado com um corte de cabernet sauvignon e carmenère. Mostrou-se melhor ao longo da noite, na medida em que respirava nas taças. É melhor quando acompanhado de comida. Antes mesmo de nos sentarmos, a mesa já contava com um cesto de pães artesanais, quentes, elaborados com algumas sementes peruanas, acompanhados por três pastas: azeitona verde, ají amarillo e queijo de cabra, além de um azeite com gotas de redução de aceto balsâmico. Os pães estavam tão bons que pedimos para repor, o que fomos prontamente atendidos. A nova fornada chegou mais fresquinha e com muito mais aroma. Decidimos dividir duas entradas entre nós seis. As opções do cardápio são tantas, que tivemos dificuldades em escolher. Ao final, vieram um pulpo a la grilla, chimichurri de pimientos braseados, aceitunas pendiolo e ajos confitados (s/. 43), e gnocchis de queso de cabra y ricotta, pesto de corte a mano, alcachofas, zucchini, tomate cherry y fuego de mozarella de bufala (s/. 39). Enquanto esperava as entradas chegarem, pedi a senha do wi-fi. Os pratos do Rafael são muito aromáticos e como estávamos próximos à saída da cozinha, cheiros agradáveis instigavam nosso olfato a todo instante. Nossas entradas também eram bem perfumadas. Só experimentei o prato com polvo. Bonita apresentação, a carne estava macia, uma delícia, com um excelente tempero. Os acompanhamentos fizeram seu papel, sem tirar o brilho do polvo. Meu prato de fundo tinha que ser um típico do Peru que ainda não tinha experimentado nesta viagem. Pedi um lomo saltado a mi estilo en aromas de pisco y chicha de jora con huevo de codorniz (s/. 62). Sensacional. O filé mignon, cortado em tiras mais grossas, veio no ponto correto, macio, com um leve sabor de pisco. O detalhe dos ovos de codorna fritos por cima da batata cozida foi perfeito. Foi o melhor restaurante que visitei nesta minha estada em Lima. Não quis sobremesa, nem café. Aguardei os demais da mesa apreciarem seus pedidos doces para pagar a conta, que ficou em s/. 163 para cada um (R$ 137,00). Ao sairmos, pedimos que nos chamassem dois táxis. Rapidamente dois modernos carros estavam à nossa disposição, porém com preços salgados. O taxista queria nos cobrar s/. 30 pelo trajeto Miraflores-San Isidro, alegando que o carro era credenciado nos hotéis e restaurantes da região, que era confortável (realmente o era) e seguro. Conseguimos que ele baixasse o preço para s/. 25. No hotel, era hora de garantir um transporte para o aeroporto na manhã seguinte, o que fizemos na recepção, arrumar a mala e dormir.


gnocchis de queso de cabra y ricotta, pesto de corte a mano, alcachofas, zucchini, tomate cherry y fuego de mozarella de bufala


pulpo a la grilla, chimichurri de pimientos braseados, aceitunas pendiolo e ajos confitados


lomo saltado a mi estilo en aromas de pisco y chicha de jora con huevo de codorniz

Endereço: Calle San Martín, 300, Miraflores, Lima, Peru.
Contatos: +51 1 242 4149.
Especialidade: culinária peruana moderna.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

MIRAFLORES - LIMA

Assim que terminamos o almoço no Tanta Larcomar, a turma se dispersou no shopping. Fui um dos últimos a sair do restaurante. Quando estava tirando a máquina fotográfica da bolsa, Karina apareceu chamando-me para ver umas peças em prata na Ilaria, uma famosa joalheria peruana especializada em artigos neste metal. Ela me levou direto para a vitrine com anéis, pulseiras e cordões masculinos. Gostei de três anéis, mas somente um deles coube em meu dedo. Não havia outros tamanhos e nem eles alargavam as peças existentes. Gostei também de uma pulseira em couro e prata, cujo fecho eram duas cabeças de um animal, mas Karina me chochou de cara, dizendo que era horrível. Comprei apenas um anel por s/. 220. Já saí com ele no dedo. Continuei a percorrer os corredores do shopping, vendo vitrines, mas com o firme propósito de nada mais comprar. Telma queria conhecer um pouco a região. Resolvi acompanhá-la. Nós dois saímos do shopping, pegando a calçada da esquerda, margeando, bem no alto, o litoral limenho. Para a esquerda, tivemos uma excelente noção de parte da chamada La Costa Verde. No mar, um bando de jovens buscava as melhores ondas para surfar. Uma bem cuidada calçada, bastante arborizada, era o nosso caminho. Paramos várias vezes para tirar fotos. Telma me perguntou o que era uma construção na cor azul que avançava no mar em presença marcante na região. Era o restaurante Rosa Náutica, que já tinha tido a oportunidade de almoçar por duas ocasiões e nenhuma deles fiquei satisfeito com o serviço e os pratos do menu. Seguimos adiante. De um lado, sempre o mar. Do outro, modernos edifícios. Miraflores bem cuidada. Pequenos trechos de verde são parques com nomes diferentes, mas todos estão unidos pelo mesmo caminho. Paramos em um belvedere, onde há uma escultura enorme chamada Intihuatana, obra do artista Fernando de Szyszlo, cuja percepção varia dependendo do ângulo que nós a vemos. Mais fotos. Atravessamos a simpática Puente E. Villena Rey, alcançando o mais famoso parque da região, o Parque del Amor, cujos bancos de mosaico de pedaços de azulejos lembram muito a obra de Gaudí no Park Guell em Barcelona. A vista que se tem dali é deslumbrante. Os jardins estavam floridos, cenário perfeito para fotos de tudo quanto é evento. Na ocasião, duas senhoras com roupas típicas faziam uma espécie de ensaio fotográfico. Mas o que mais chama a atenção neste parque é a escultura El Beso, do artista peruano Victor Delfin. Ela é grande, em cor de terra, retratando um casal com feições bem indígenas deitado se beijando. Dois policiais fazem a segurança do local. O dia já ia embora. Ventava muito. Era hora de voltar para o hotel. Pegamos um táxi que estava estacionado ali perto. O motorista queria cobrar s/. 20, mas acabamos negociando para pagar s/. 12. Ele fez uma longa volta pelos bairros Miraflores e San Isidro, escapando do infernal engarrafamento de final de tarde em dia útil em Lima. Foi bom que conhecemos mais um pedaço da cidade, pois ele passou por dentro do Bosque El Olivar de San Isidro, reduto de mansões limenhas e declarado como monumento nacional desde 1959. No hotel, tínhamos umas duas horas até sairmos novamente para nosso jantar de despedida da cidade.

Intihuatana, de Fernando de Szyszlo


El Beso, de Victor Delfin

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

TANTA LARCOMAR - GASTRONOMIA EM LIMA, PERU


Os trabalhos na Organização Internacional do Trabalho terminaram por volta de 13 horas da quarta-feira, dia 11 de dezembro de 2013. Após um encerramento formal, momento de descontração: foto de todos os participantes na área externa do prédio. Muitos abraços, sorrisos, apertos de mãos e a certeza que estávamos no rumo certo. Agora era arregaçar as mangas e trabalhar em cooperação para atingirmos o objetivo maior: a erradicação do trabalho infantil na América Latina e no Caribe. A delegação brasileira decidiu despedir-se de Lima almoçando em um local agradável, com vistas para o Oceano Pacífico. Nossa escolha recaiu sobre a filial do Tanta no shopping Larcomar. O Tanta é um dos muitos restaurantes do badalado chef Gastón Acurio e tem como lema "comida casera peruana en un ambiente familiar y acogedor". A grafia moderna e colorida do nome do restaurante não deixa dúvida sobre sua real vocação, um restaurante estilo bistrô, com clássicos da cozinha peruana, mas com opções de sanduíches e pratos mais rápidos também. Não é a toa que possui sete unidades somente em Lima. Foram necessários três táxis para levar todo mundo: eu, Karina, LH, Paula, Telma, Maria Cláudia, Fernanda, Valéria, Pedro Américo e Selim, este último trabalha pela OIT no Haiti. Cada grupo negociou o valor da corrida diretamente com o motorista de táxi. No caso, a corrida para meu grupo ficou em s/. 15 desde a sede da OIT, em San Isidro, até a entrada do Larcomar, um shopping construído respeitando a geografia das falésias de Miraflores. Assim, sua arquitetura é sinuosa e, aproveitando o fato de praticamente não chover na cidade, tem grandes áreas abertas. O Tanta Larcomar está em local de fácil visualização, com uma ótima vista para o mar. Quando chegamos, já perto de 14 horas, estava cheio, sem possibilidades de acomodar o grupo grande nas mesas disponíveis no salão interno. Ficamos no terraço, em mesa localizada próxima à parede de vidro que impede o vento constante do local atrapalhar quem está comendo. Assim que sentamos, dois garçons já nos entregaram os cardápios. Antes de mais nada, pedi uma garrafa de Inca Kola (s/. 6,50), pois estava com muita sede e aquele seria meu último almoço nesta temporada no Peru, tendo que tomar, mais uma vez, este refrigerante doce, muito apreciado pelos peruanos. Resolvi compartilhar uma entrada com alguns da mesa. Pedimos las croquetas triunfadoras (s/. 28). Não houve demora na chegada deste prato. São oito unidades de um bolinho frito feito com batata, recheado com ají de gallina, acompanhando um creme de rocoto à parte. Quando os bolinhos passaram perfumados pela mesa, todos quiseram experimentar. Como os pratos principais já haviam sido comandados, resolvemos partir os bolinhos ao meio, cabendo um pequeno pedaço a cada um da mesa. Muito saboroso. Quanto ao meu prato principal, li e reli o cardápio algumas vezes, mas o que eu queria comer não estava relacionado. Ao perguntar o garçom se eles tinham arroz chaufa, ele respondeu que podiam preparar se eu quisesse. E ainda me ofereceu três tipos deles. Escolhi o que ele chamou de arroz chaufa especial (s/. 38), um arroz com influências chinesas com filé mignon em tiras, frango cortado em cubos e camarões, além de muita cebolinha. Prato simples e rico em sabor. Muito bom. Ainda teve a sobremesa, quando pedi uma copita de suspiro limeño (s/. 12). Doce à base de doce de leite com suspiro. Era bonita, mas estava excessivamente doce. Para finalizar, café espresso. Devolvemos por duas vezes o bendito café, pois chegava frio à mesa, além do sabor não ser dos melhores. É melhor pular o cafezinho no Tanta, pois há uma cafeteria colombiana no mesmo shopping com várias opções de café. Pedimos a conta, dividindo-a por igual. Cada um pagou s/. 71 pelo almoço. Bom lugar para uma refeição rápida.




Endereço: Calle Malecón de la Reserva, 610, Larcomar Shopping, Miraflores, Lima, Peru.
Contatos: +51 1 446 9357. larcomar@tanta.com.pe
Especialidade: culinária peruana em clima de bistrô.

sábado, 14 de dezembro de 2013

PESCADOS CAPITALES - GASTRONOMIA EM LIMA, PERU


Chegamos de táxi no Pescados Capitales, restaurante especializado em pescados e frutos do mar que já tinha tido a oportunidade de conhecer da última vez em que estive em Lima, Peru. Desta feita, não tínhamos reserva e por ser domingo, o restaurante estava bem cheio. Chegamos por volta de 13:30 horas. Ao descer do táxi, um empregado do restaurante já nos recebeu sorridente perguntando se havia uma reserva. Como não a fizemos, nos conduziu até uma recepcionista. Cruzamos a área externa do Pescados Capitales, local agradável para uma happy hour. A recepcionista, excessivamente maquiada, também abriu um sorriso no rosto, conferindo seu mapa de assentos. Indicou o salão interno, em mesa para seis pessoas, localizada mais ao fundo, perto da parede decorada com estatuária indígena peruana. Assim que nos sentamos, Jorge, o garçom responsável pelas bebidas e pela sobremesa, se apresentou como aquele que iria nos atender juntamente com Carlos, o colega responsável pela comida. Em seguida, colocou interessante jogo americano de papel representando os sete pecados capitais na mesa. No meu caso, o pecado foi apropriado: gula. Pedi a senha para acessar a rede wi-fi do restaurante, sendo prontamente atendido. Para beber, escolhi uma Inca Kola (s/. 6), refrigerante muito popular no Peru, com cor amarelo ouro, feita com a erva lúcia-lima, também conhecida como limonete. Estando no Peru, não podia deixar de pedir o drinque mais clássico deles, o pisco souer (s/. 28), feito com limão, clara de ovo batida, pisco (bebida alcoólica destilada feita a partir da uva) e uma pitada de angustura. Com exceção de LH, que não bebe, os demais seguiram o meu pedido do drinque. Todos de tamanho duplo. Enquanto esperávamos as bebidas, colocaram ao centro da mesa dois potinhos com um milho frito salgadinho. Parece um peruá, aquelo milho de pipoca que não estoura, mas é mais alongado. Crocante, é muito gostoso, daqueles que é impossível comer um só. Durante nossa permanência no restaurante, os potinhos foram repostos algumas vezes. Com o cardápio nas mãos, era difícil escolher entre tantas delícias. Optamos por pedir os pratos principais imediatamente, sem passar por entradas e afins. No Peru, tais pratos chão chamados de platos de fondo. Um frase de James Joyce introduzia bem a página com os pecados: "Dios ha hecho los alimentos y el diablo, la sal y las salsas". Cada pecado descreve um prato. Há os sete pecados, bem como aqueles denominados como os novos pecados, tais como infidelidade, impaciência e intolerância. O predomínio é para pratos elaborados com peixes e frutos do mar. Depois de idas e vindas, decidi pelo prato chamado de avarizia (s/. 59) (avareza): pescado Rockfeller, ou seja, um filé de peixe empanado, recheado com manteiga aromatizada e mostarda Dijón, acompanhado de picante de abobrinha e arroz com choclo, um milho com grão maior e branco. Este pedido foi tirado por Carlos. Ele foi e voltou com um mimo da casa, uma colher de porcelana com uma pequena porção de ceviche de mariscos. De uma bocada só, apreciei esta delícia peruana. Muito bom, dando vontade de pedir um ceviche como entrada. Mas resisti. Os pratos demoraram cerca de vinte minutos para chegar à mesa e quando foram colocados em nossa frente, uma mistura de aromas tomou conta da mesa. Todos são bem servidos e com bonita apresentação. Assim que o meu prato foi colocado em minha frente, Carlos, utilizando uma faca, partiu o peixe empanado ao meio, deixando escorrer um perfumado caldo de manteiga e mostarda pelo prato. Comecei experimentando o peixe, cuja carne era bem branca e firme, com sabor adocicado, leve, casando bem como a manteiga aromatizada com ervas e a mostarda. O guisado de abobrinha era bem consistente, amarelado por causa da pimenta utilizada, o que deixava um sabor picante no paladar. O arroz com choclo completou bem o prato. Terminado a avareza, era chegada a vez da sobremesa. Gosto muito de lúcuma e como esta fruta é difícil de encontrar no Brasil, escolhi a opção que levava a fruta em sua receita: tarta de lúcuma (s/. 21), encoberta por uma capa de chocolate peruano, biscoito de baunilha, tendo a fruta e queijo Philadelphia em seu recheio. O prato chegou decorado com pedaços bem vermelhos de morango fresco e chantilly. Achei que o chocolate e o queijo mascararam o sabor da fruta. Terminei com um bem tirado café espresso (s/. 6). Para acompanhar o doce, pedi uma garrafa de 350 ml de água mineral com gás San Mateo (s/. 6). Já passavam das 15 horas quando pedimos a conta. Todos muito satisfeitos com o restaurante. Antes, pedi a Jorge um set do jogo americano retratando os sete pecados capitais. Atencioso, ele trouxe um set para cada um dos seis da mesa, todos já devidamente enrolados e presos com uma gominha. Dividimos a conta por igual, cabendo a cada pessoa o montante de s/. 115, algo em torno de R$ 93,50. Na saída, pedimos dois táxis. Nosso destino era o Mercado Índio. Hora de conhecer/comprar artesanato peruano.






Endereço: Avenida La Mar, 1.337, Miraflores, Lima, Peru.
Contatos: +51 1 421 8808.
Especialidade: peixes e frutos do mar da culinária peruana.