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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

D.O.M. - GASTRONOMIA EM SÃO PAULO (SP)

Jantar no D.O.M., o restaurante número seis do mundo segundo a edição 2013 da lista organizada pela revista britânica The Restaurant, é mais do que um jantar, é viver uma experiência gastronômica. Quando foi confirmada a reunião em São Paulo, eu e Karina decidimos fazer uma reserva para a noite de 05 de fevereiro. O atendimento excelente já começou ao telefone. A atendente foi muita atenciosa, confirmando a reserva para 20:30 horas, mesa para quatros pessoas. Na tarde do dia 05, recebi uma ligação do restaurante confirmando a nossa mesa e o horário. Eu, Karina e Alberto chegamos dez minutos antes do horário marcado, enquanto Cíntia chegou alguns minutos depois. Assim que entramos, fomos conduzidos diretamente para nossa mesa, localizada no lado direito de quem entra, perto da parede, mais ou menos no meio do salão, com visão total da cozinha, que é aparente, o que nos permitiu ver a movimentação dos cozinheiros. Infelizmente, não vimos o premiado chef Alex Atala. Para o jantar, não há opções em cardápio, pois eles trabalham com menus fixos. Há um menu degustação vegetariano harmonizado com águas saborizadas com ervas e temperos; um menu degustação de quatro pratos; e um outro de oito pratos. Não há indicação do que será servido. Assim que fazemos nossa escolha, cada um é perguntado sobre as suas eventuais restrições alimentares. Todos na mesa optaram pelo menu de quatro pratos (R$ 357,00), que incluia ainda o aligot e a sobremesa. Falei para o maitre que eu não comia espinafre e nem ostra. Os demais da mesa também indicaram suas restrições. Enquanto esperávamos, foi servido o couvert da casa (R$ 38,00 por pessoa). Coube a mim escolher o vinho, mas como não tinha ideia do que seria servido, pedi ajuda ao sommelier. Disse que a preferência era pelo vinho tinto. Como o forte da noite seriam os frutos do mar, ele nos sugeriu um vinho mais leve. O que achei interessante foi que ele fez indicações de vinhos que não eram tão caros, já que a carta é recheada de vinhos que ultrapassam os três dígitos por garrafa. O vinho que escolhi foi o francês Clos du Tue La Caillère Cheverny 2011 (R$ 220,00). A garrafa foi suficiente para toda a noite, pois meus companheiros de mesa não bebem muito. Água mineral com gás Prata (R$ 6,00 cada garrafa) acompanhou todo o jantar. O couvert era muito bem apresentado, com dois tipos de pães feitos na casa, sendo um deles integral, pão de queijo, que tem um pouco de fécula de mandioca na massa, o que lhe confere um aspecto rústico por fora, com a casca mais grossa e crocante, sendo o seu interior bem macio. Gostei tanto que nas reposições dos pães só escolhia esta iguaria mineira que conquistou o Brasil inteiro. Para passar nos pães, o couvert contava com manteiga Aviação, pasta de alho assado com purê de batatas, que era servido com um alho caramelizado que estava delicioso, e uma coalhada fresca com azeite de ervas. Tudo muito bem temperado. Este couvert serviu para aguçar nossa curiosidade pelo que viria em seguida. Antes de iniciar a sequência do menu, foi servido o já esperado mimo da casa: mandioca grelhada na manteiga de garrafa com queijo catupiry e redução de vinho do Porto. Brasilidade pesente em amuse bouche deliciosa. A mandioca tinha uma consistência que nunca tinha provado antes. Para completar, foi servida uma taça do drinque kir roçal, uma brincadeira com o famosoz kir royal. No caso, era feito de espumante brasileiro e licor de jabuticaba. Doce, refrescante, ótimo para apurar as papilas gustativas. A seguir, faço a descrição dos pratos que degustei, ressaltando que serviram cinco pratos em um menu definido como de quatro pratos:
1. Salada de abobrinha, lula, lagostim, folhas precoces, castanha do pará e redução de tangerina. Uma interessante mistura de texturas e sabores. Prato suave, mas cheio de personalidade. Mais uma vez, a brasilidade domina.
2. Brandade de palmito pupunha, anchova e telha de tapioca, com molho rôti. Muito interessant o salgado da anchova ser amenizado pela suaviade do palmito pupunha.
3. Peixe olho de cão grelhado em leito de arroz com algas e redução do caldo do próprio peixe. Foi uma surpresa para mim o sabor leve deste peixe de água salgada. Gostei muito.
4. Camarão braseado, creme de couve, lâminas de cogumelo paris fresco, batata cozida e rúcula. Para mim, o creme de couve foi totalmente inusitado. Estava ótimo. O camarão estava bem temperado e saboroso.
5. Costelinha de porco assada com mel e especiarias, mandioca braz, espuma do caldo da própria costela e vinho tinto. Novamente a mandioca me surpreendeu, cortada como se fosse batata palha e frita como um tempurá. A costelinha era ao estilo brasileiro, sem sair facilmente do osso. A mistura de doce e salgado é outro ponto de destaque neste prato.
6. Aligot. É o famoso prato do D.O.M. Um purê de batata cuja massa leva queijo minas e queijo gruyère. O sabor é fantástico. O que chama a atenção é a maneira como é servido. O garçom tira da panela o purê com duas colheres e fica girando no ar. O queijo garante que o purê não caia enquanto é girado até o garçom o posicionar no prato em frente a cada cliente, deixando um punhado cair. Um aroma agradável preencheu nossas narinas.
7. Torta de castanha do pará, sorvete de uísque, rúcula selvagem, chocolate com curry, sal e pimenta. Novamente um prato bem apresentado e com uma explosão de sabores. Fechamos com chave de ouro um ótimo jantar.
Para finalizar, pedi uma xícara de café descafeinado Nespresso (R$ 7,00). Pagamos a conta e pedimos  dois táxis. Foi a terceira vez que jantei no D.O.M., foi a terceira vez que me surpreendi com ótimos pratos, sabores e atendimento. Para completar, com excelentes companhias.

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