29 de abril de 2017: o sábado amanheceu nublado e frio, mas sem chuva. Tomamos um excelente e reforçado café da manhã no hotel, incluído na diária. Para espanto de Gastón, comi uns dez morangos, fruto que nada aprecio. Eram bem doces, bem diferentes dos que comemos no Brasil. Saímos do hotel às 10:30 horas para conhecer mais um pedaço da Gornji Grad, a Cidade Alta, com muita história em suas casas e ruas, a maioria delas proibidas para carros. Ficava bem perto do hotel. Começamos por uma pequena feira de flores, repleta de lavanda e seus derivados à venda. Seguimos para o Mercado Dolac, que ocupa dois níveis da Praça Dolac. No nível descoberto, que acessamos por uma escadaria pela rua Pod Zidom, ficam dezenas de bancas que vendem verduras, frutas, legumes, flores, tudo fresco, direto dos produtores locais. Tem também uma parte dedicada ao artesanato croata, onde compramos imãs de geladeira e uma tábua de madeira para cortar pães. O movimento é intenso, com corredores bem estreitos entre as bancas. Os croatas parecem irritados com os turistas, pois fomos empurrados algumas vezes quando parávamos para tirar fotos, especialmente de legumes que não conhecíamos. Os morangos se destacavam pela cor e tamanho. Na esquerda está o mercado de peixes, que fica em ambiente fechado, bem limpo, mas com aquele cheiro característico. No subsolo, ocupando toda a parte de baixo da praça, o mercado continua, com algumas bancas vendendo os mesmos produtos que encontramos na parte de cima, mas sobretudo produtos derivados do leite, como queijos frescos, cogumelos secos de muitas variedades, charcutaria, carnes, ovos, aves, entre outros produtos típicos de mercados. Gastamos um bom tempo ali. Entramos em uma rua estreita, do lado esquerdo da praça e alcançamos a Igreja de Santa Maria, onde ocorria um batizado. É pequena e sem nenhum atrativo que me chamasse a atenção. Cruzamos a Ivana Tkalcica, a tal rua de pedestres, entrando em uma passagem com acesso a pequeno comércio, chegando a uma outra rua onde demos início à caminhada na Cidade Alta. Entramos pelo Portão de Pedra (Kamenita Vrata), remanescente da era medieval e muito bem preservado, onde há uma espécie de capela com a imagem da Virgem Maria, onde os croatas passam para orar e agradecer. Os agradecimentos estão escritos nas pedras que ladeiam a capela. Do portão, seguimos em direção à Torre Lotrscak. Em frente à torre está a estação terminal do pequeno teleférico que liga a parte baixa à parte alta, além de um pequeno mirante. Eram 11:45 horas. Ao meio-dia, todos os dias, um tiro de canhão é disparado desta torre. Resolvemos presenciar este tiro ao vivo e a cores, do alto da torre. Para subir, pagamos Kn 20 cada ingresso, sem direito a elevador, pois não há (pelo menos disponível ao público). Subimos até o mirante, de onde se tem uma bela vista de boa parte da cidade. Perto de meio-dia, eu desci para o nível onde fica o canhão. Eu e mais quatro turistas franceses ficamos parados olhando o canhoneiro disparar. Na hora do tiro, ele fez gestos para que nós tapássemos os ouvidos. Meio-dia ecoou o tiro, com um revoada de pássaros assustados, e um susto de todos nós. O ritual diário estava cumprido.
Enquanto esperávamos tal tiro, vi que perto dali acontecia uma cerimônia com homens vestidos a caráter, alguns deles montados em cavalos. Parecia uma troca de guarda. Saímos da torre, subimos a rua e chegamos onde esta cerimônia ocorria. Gritos e ordens em croata, incompreensíveis para nós, cavalgada, marcha, tambores, trompetes e guardas sendo substituídos. Tudo ocorrendo na lateral da Igreja de São Marcos, que é o símbolo da Croácia, com seu interessante telhado de azulejos coloridos com desenhos de dois escudos que representam a Croácia e Zagreb. Naquela mesma praça está o Palácio Ban, sede do Poder Executivo do país, e o Edifício do Parlamento, ambos sem visitação interior. A igreja estava fechada. Depois de muitas fotos, compramos água em uma mercearia, um dos poucos lugares comerciais abertos no início da tarde de sábado naquela parte da cidade.
Decidimos, após consulta ao meu guia impresso, conhecer o Ateliê de Ivan Mestrovic (Mletacka Ulica, 8), artista muito conhecido na Croácia, com obras espalhadas por toda a cidade. Seu forte é a escultura. Ficava pertinho. Pagamos Kn 20 cada entrada. Infelizmente o segundo piso estava fechado para visitação, pois sua obra é linda. Vimos as esculturas expostas em um salão interno e em um jardim ao lado, onde ficamos sentados por um bom tempo contemplando as obras.
A fome começava a dar sinal de vida, o que nos fez caminhar sem rumo pelas ruas antigas da parte mais alta de Zagreb. Nada encontramos aberto para almoçar.
Seguimos a caminhada, chegando à Igreja de Santa Catarina, cujo belvedere chama a atenção, não só pela vista, mas também pelos grafites nas paredes dos prédios e muros ao seu redor. Descemos por um caminho sombreado, chegando novamente à rua dos bares e restaurantes, mas resolvemos seguir andando, conhecendo um pouco mais da cidade, com parada no bem conservado e vazio Jardim Público Ribnjak. Nada perto dali também para comer. Resolvemos voltar para a Ivana Tkalcica, onde acabamos por sentar em uma espécie de lanchonete, com mesas na calçada, local que sentamos mesmo com toda a ventania que corria ali. Era o Pecenjara Ivo, cujas impressões podem ser verificadas clicando aqui. Já passavam das 15:30 horas.
Depois do almoço, rodamos na área comercial da cidade, quando aproveitamos que a H&M estava aberta para fazer compras. Em seguida, mais umas voltas com parada no Caffe Bar Millenium (Maksimirska, 108) para um café duplo, Coca Cola Zero e um docinho. Nesta curta parada, deixamos Kn 95,50. Ao invés de retornar ao hotel, ainda fomos ao deque de observação Zagreb 360º (Ilica, 1A), que fica perto da Praça Ban Jelacic. Para ver a vista de 360º da cidade, subimos 182 metros de elevador, e pagamos Kn 60 cada ingresso. Lá descobrimos que este é o local turístico mais visitado de Zagreb. Fomos em ótimo horário, por volta de 19:30 horas, com dia ainda claro, sem chuva, e com luz adequada para tirar fotos. Para quem gosta, há um bar com uma boa carta de drinques por lá.
Quando saímos, ainda batemos mais perna pela cidade, conhecendo o exterior do Teatro Nacional, já iluminado por ser noite, e as suas adjacências. Retornamos ao hotel bem cansados, mas satisfeitos por um dia intenso.
Ainda saímos novamente para jantar, perto do hotel, no restaurante Pod Zidom Bistrô & Wine Bar (Pod Zidom, 5). Nossos comentários sobre o jantar podem ser verificados clicando aqui.
Quando voltamos para o hotel, já iniciava a madrugada de domingo.
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