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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

ROCK BRASIL 40 ANOS


No período de 26 de janeiro a 21 de fevereiro de 2022 esteve em cartaz no CCBB BH o Festival Rock Brasil 40 Anos.

Para comemorar estas quatro décadas do chamado Rock Brasil, que floresceu no início dos anos 1980, a Pek Produções organizou o citado festival, com shows dos principais cantores e cantoras que colocaram o rock nas paradas de sucesso, com grande sucesso nas rádios, shows, vendagem de discos e presença em programas de televisão. Não que antes de 1980 não houvesse rock no Brasil, estando Rita Lee e Erasmo Carlos ainda em atividade para provar o contrário. Mas o fenômeno com muitas bandas de uma só vez no cenário musical fazendo sucesso foi a partir de 1982.

Além de shows musicais, ainda houve exposição de fotos, mostra de cinema (sete filmes), teatro, e palestras de Nelson Motta. A exposição e os filmes tinham entrada gratuita, enquanto os demais o ingresso custava R$ 30,00 cada um. Paguei R$ 15,00 em cada ingresso por ter cartão Ourocard, um dos patrocinadores do festival.

Dentre os mais de trinta espetáculos, conferi os seguintes:


1. Exposição "Acervo de Fotos Cristina Granato Rock Brasil 40 Anos" - montada no foyer do Teatro I, a exposição trouxe fotos tiradas pela fotógrafa Cristina Granato ao longo das últimas quatro décadas de figuras importantes do rock, tais como Rita Lee, Erasmo Carlos, Serguei, Cazuza, Renato Russo, Arnaldo Antunes, Dinho Ouro Preto, Frejat, Fernanda Abreu, Júlia Freitas, Evandro Mesquita, Toni Platão, Affonsinho, Paula Toller, George Israel, Leoni, Cássia Eller, Barão Vermelho, Titãs, Hanói Hanói, Kid Abelha, Paralamas do Sucesso, João Penca e Os Miquinhos Amestrados, Paulo Ricardo, Nando Reis, Leo Jaime, entre outros.


2. Cássia Eller, O Musical - foi o único espetáculo que já tinha visto antes, exatamente há oito anos no CCBB de Brasília. Tacy de Campos, atriz/cantora, incorpora Cássia Eller em um poderoso musical.


3. Fernanda Abreu - trouxe um show com seus sucessos, lembrando os tempos de Blitz, quando cantou A Dois Passos do Paraíso. Mostrou muita disposição e elasticidade corporal, mesmo com 60 anos de idade. Ao final, transformou o teatro em uma pista de baile funk.


4. Evandro Mesquita - montou uma banda exclusiva para os shows do festival, cantando músicas em inglês que o influenciaram em sua carreira musical. Embora o show tenha sido bom, frustrou a maioria dos presentes ao cantar apenas duas canções da Blitz (Saquarema e A Dois Passos do Paraíso).


5. Cabeça, Um Documentário Cênico - musical/teatro calcado no disco icônico Cabeça, dos Titãs, lançado em 1986. Potente e político. Pena que o teatro tinha apenas um terço de sua ocupação.


6. Barão Vermelho - com novo vocalista, Rodrigo Suricato, fez um show de rock dançante e vibrante. Não deixou ninguém sentado a partir da terceira música. Homenagens a Cazuza e a Frejat. Cantou Legião Urbana.


7. Paulinho Moska - show acústico, só Moska e violões (que foram feitos com madeira recuperada do incêndio do Museu Nacional do Rio de Janeiro). Foi o show mais intimista de todos que vi, recheados de seus sucessos. Falou sobre a Inimigos do Rei, da qual fez parte, mas não cantou nenhuma música da banda. No bis, prestou homenagens a Cazuza e a Renato Russo.


8. Arnaldo Antunes - como sempre, foi um show ótimo. Arnaldo é um showman, nasceu para o palco. Com aquele jeito de tímido, preenche o palco e domina a plateia. Sucessos dos Titãs, da carreira solo e dos Tribalistas.


9. Paulo Ricardo - o show com a plateia mais histérica. Mulheres e homens não paravam de gritar lindo, gostoso, casa comigo. Paulo Ricardo adotou de vez o ventilador a la Beyoncé soprando suas madeixas enquanto canta. No setlist, sucessos do RPM, de sua carreira solo, de Cazuza, de Renato Russo e alguns sucessos internacionais.


10. Leoni - show cortesia oferecido pela Pek Produções para o CCBB que convidou os que mais frequentaram o festival. Foi um show gostoso, com muitos sucessos do Kid Abelha e do Heróis da Resistência. Na entrada do show, cada espectador convidado ganhou uma sacola de presente contendo uma camiseta Osklen com a logo do festival (tamanhos aleatórios, a minha foi do meu tamanho exato), um fone de ouvido tipo os do iPhone e um copo de 550 ml com a marca do festival.


11. Leo Jaime - para mim, o melhor show. Foi a primeira vez que o vi em um palco. Cantou seus maiores sucessos, especialmente os do primeiro disco. Simpático, dançou, cantou sucessos de outras bandas da mesma época, contou casos, driblou bem a situação quando houve um descompasso entre ele e a banda. Colocou a galera para dançar no terço final do show.


12. João Penca e Os Miquinhos Amestrados - show mais irreverente, marca registrada da banda, com um público fiel de longa data, pois a maioria dos presentes acompanhava todas as músicas, algumas cantadas a plenos pulmões.

Dos demais espetáculos, não quis ir ao musical Renato Russo, aos shows de Ira Folk! e de Rogério Flausino e Wilson Sideral cantam Cazuza porque já os tinha visto em oportunidades anteriores. O primeiro no CCBB de Brasília, enquanto o segundo e o terceiro no Sesc Palladium, em BH.

Ainda fizeram shows Nando Reis (não consegui ingresso), Dinho Ouro Preto, Hanói Hanói, Toni Platão, George Israel, Rodrigo Santos, Humberto Effe, André Frateschi, Cláudio Zoli e Kiko Zambianchi, alguns deles conjugados com palestras de Nelson Motta. Ainda teve o musical Cazas de Cazuza para o qual também não consegui comprar entrada.

Durante minha presença nos espetáculos, senti-me transportado para a década de oitenta, quando frequentava festas nas escolas de Arquitetura e de Farmácia, além da danceteria Santa Teresa Cine Show, onde sempre tinha a promoção "o porteiro fugiu". Durante 15 minutos ninguém pagava para entrar, o que motivava filas surreais na porta. Na época, a grana era curta. Ia com o dinheiro contado para a passagem de ônibus ida e volta, pagar a entrada e comprar um único refrigerante. Ficava na danceteria até o dia raiar, pois tinha que pegar ônibus para voltar para casa. Diverti muito no Santa Teresa Cine Show.

sábado, 17 de novembro de 2012

MARISA MONTE - VERDADE UMA ILUSÃO

Enfim a turnê Verdade Uma Ilusão de Marisa Monte chegou a Brasília. Tinha ingresso no setor vip gold (R$ 280,00 - meia entrada) para a primeira noite de show no Auditório Master do Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Cheguei com uma hora de antecedência ao local, pois temia ter que estacionar longe com o tempo chuvoso. Desta forma, às 20:30 horas já estava no saguão do centro de convenções. As portas se abriram às 21 horas, portanto, meia hora antes do horário marcado para o início do show. Teatro lotado. A cantora atrasou vinte minutos para começar. Quando as luzes se apagaram, solicitaram que não fotografassem com flash pois o seu uso atrapalhava os músicos e os efeitos visuais do show. Foi a mesma coisa de ninguém ter falado nada, pois assim que se ouviu a voz de Marisa Monte, dezenas de luzes brancas explodiram no teatro vindas de celulares e máquinas digitais. Muita gente ficou filmando, o que acho uma bobagem e uma perda de tempo, pois a qualidade de vídeos feitos em celulares e máquinas digitais é sofrível. Muito melhor comprar o dvd do espetáculo. O show é muito bem produzido. São nove músicos que acompanham a cantora. Três deles pertencem ao grupo pernambucano Nação Zumbi. Dadi, o veterano músico que era da formação dos Novos Baianos e do grupo A Cor do Som, também faz parte do seleto time de instrumentistas que acompanham Marisa. Um quarteto de cordas dá o toque mais erudito aos arranjos, enquanto que a pegada pop fica por conta do trio pernambucano. Para cada música, há um cenário diferente. Em algumas canções, apenas luzes fazem parte da cenografia, enquanto na maioria delas, projeções que tomam conta de todo o palco, e até mesmo das paredes laterais do teatro, dão um colorido e uma leitura especialíssima às músicas e à interpretação da artista. Um jogo de espelhos que se movimentam nas laterais do palco me lembrou o cenário de Fernando Veloso para o final de Lecuona, um espetáculo do Grupo Corpo. Na primeira parte, Marisa pouco fala com o público, mas após cantar ECT, composição de Marisa Monte, Nando Reis e Carlinhos Brown, que ficou famosa na voz de Cássia Eller, a cantora se dirigiu ao público de forma mais demorada. Apesar de ser uma composição sua, Marisa nunca gravou ECT e nem mesmo tinha cantando a canção em shows. O arranjo deu uma pegada cigana, um toque espanhol à música. A frase dita pela cantora depois de interpretar ECT "alguém já disse que saudade não é quando a gente sente falta de alguém, mas quando sente a sua presença", em sincera e linda homenagem a Cássia Eller, arrebatou a plateia. Outra homenagem foi para a cantora italiana Mina Mazzini, quando Marisa interpretou Sono Come Tu Mi Vuoi, com direito a legenda na parte superior do palco. Antes de iniciar Ainda Bem, um dos sucessos de seu novo álbum, música interpretada em seguida à canção italiana, Marisa Monte explicou que chegou a convidar Mina para fazer um dueto nesta música quando estava gravando o seu mais recente álbum. A italiana gostou tanto que pediu para incluir a canção em seu disco que também estava sendo gravado. Mina gravou em português e Marisa também o fez, porém sozinha. Marisa sempre gostou de chamar artistas para participarem da concepção dos cenários de seus shows. Desta vez, ela chamou vários. Entre os artistas plásticos responsáveis pelos vídeos projetados durante o show estão Luiz Zerbini, Cao Guimarães, Arnaldo Antunes, Thiago Rocha Pitta, Rivane Neuenschwander, Alexandre Brandão e Janaína Tschape. O vídeo Dream Sequence I, de autoria de Tschape, ilustra a canção Depois e, para mim, foi o mais impactante. O curioso é que a letra da canção vai aparecendo no vídeo enquanto Marisa canta. A caligrafia que aparece na projeção é de Arnaldo Antunes. Entre sucessos de sua carreira e canções do novo trabalho, Marisa Monte cantou mais de vinte músicas, entre elas Depois, Universo Particular, Ainda Bem, Diariamente, ECT, O Que Você Quer Saber de Verdade, Beija Eu, Gentileza e Não Vá Embora, a última música interpretada antes do bis. A cantora voltou ao palco sozinha e cantou Amor I Love You, quando a plateia, já aglomerada perto do palco, puxava o U ao final da frase ao comando da artista. Nesta canção, um fã declamou o poema de Eça de Queiroz que originalmente é falado por Arnaldo Antunes na gravação em disco. Depois, Marisa se juntou à banda para interpretar mais duas canções: Velha Infância e Seja Feliz. Foi um belo show, mesmo com a voz da cantora falhando em algumas canções. Acho que já vi todos os shows da carreira da cantora e este é o que tem a pegada mais pop, com Marisa Monte mais próxima da plateia. Gostei muito.

show
música

quarta-feira, 21 de março de 2012

MUSEU DO FUTEBOL - SÃO PAULO


Há muito tinha vontade de conhecer o Museu do Futebol em São Paulo, mas sempre alguma coisa me impedia de visitá-lo. Na última vez que estive na capital paulista, não tive dúvidas. Na manhã de um sábado nublado, logo após o reforçado café da manhã, peguei um táxi em direção ao Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho, mais conhecido como Estádio do Pacaembu, onde se localiza o museu. A bilheteria fica à direita da entrada principal do estádio. Paguei R$ 6,00 pelo ingresso, com direito a ver a exposição permanente e uma mostra temporária chamada "Vestiário". Antes de começar a visita, logo após passar a catraca, fui informado que fotos não eram permitidas, salvo quando o campo de futebol do estádio fosse visível. Como estava de mochila, tive que deixá-la na chapelaria. Para ver a exposição temporária, era necessário começar por ela, pois há um roteiro definido para o acervo, com a saída do museu localizada em outra parte do estádio. Assim, percorri a mostra "Vestiário", onde três artistas mostravam suas obras. Logo no saguão de entrada do museu estava a instalação de Felipe Barbosa, com bolas de futebol em vários formatos e cores dando um colorido especial ao local. Já no espaço expositivo, percorri a mostra de fotografias de Gilberto Perin, com fotos coloridas tiradas de vestiários frequentados pela equipe do time gaúcho G. E. Brasil de Pelotas. São situações impensáveis para os grandes estádios de futebol, com instalações precárias nos vestiários dos estádios do interior do Rio Grande do Sul. Uma instalação simula um ambiente com chuveiro na passagem da mostra fotográfica para a terceira exposição, um vídeo mapping de autoria de VJ Spetto. Era uma grande instalação de um vestiário e seus ícones, com direito a muitos objetos e projeções de vídeo sobre eles. Esta vídeo-instalação termina no saguão, onde estão as bolas de Felipe Barbosa e a escada rolante que dá acesso aos diversos espaços expositivos do museu. Enquanto subia a escada, observava a parede ao lado esquerdo onde uma profusão de flâmulas, escudos de times brasileiros e fotografias alusivas ao mundo futebolístico faziam um belo mosaico. Ao final da escada rolante um telão de LCD com a imagem de Pelé em tamanho real saudando os visitantes em várias línguas. Continuando o percurso, uma série de imagens de crianças jogando futebol é o ponta pé inicial para a sala onde imagens de craques de ontem e de hoje são projetadas em painéis de vidro pendurados, dando a sensação que os jogadores estão bailando no ar. Em seguida, começa a interatividade do museu. No centro de uma sala escura, vários monitores estão à disposição para quem quer ver e ouvir o relato de 26 personalidades apaixonadas pelo futebol. Num time majoritariamente masculino, o depoimento de Soninha é muito interessante. Na mesma sala, uma homenagem à era do rádio e das transmissões dos jogos de futebol, quando os locutores eram o elo entre os torcedores e o jogo. Gasta-se bons minutos nesta sala. Saindo dela, vem a parte mais emocionante. Debaixo dos pilares da arquibancada do Pacaembu, vários vídeos são projetados em telas de formatos diversos, mostrando as 27 maiores torcidas do Brasil, com direito a ouvir o som desta galera festejando o seu time do coração. A sensação que tive foi que estava no meio das várias torcidas que são mostradas, ouvindo o som, o tremor das arquibancadas na comemoração de um gol. Claro que a torcida apaixonada do Clube Atlético Mineiro, meu time do coração, está presente nesta bela homenagem aos brasileiros fãs de futebol. A próxima sala conta, por meio de fotografias e monitores de vídeo, a origem do futebol brasileiro. A forma que tais fotos estão dispostas é uma verdadeira instalação. Fiquei um bom tempo nesta sala, para, então, passar para o espaço que homenageia os grandes heróis da cultura brasileira, como Monteiro Lobato, Carmem Miranda, Carlos Drumond de Andrade, Nelson Rodrigues, Jorge Amado, entre muitos outros. Ao lado destes heróis, estão os grandes craques Domingos da Guia e Leônidas da Silva. É legal sentar e ouvir o texto sobre estes personagens da história do Brasil, enquanto as imagens destas personalidades são iluminadas em um painel móvel. A próxima sala é chamada de Rito de Passagem. Em um ambiente escuro, com a narração de Arnaldo Antunes, todo o sofrimento dos torcedores brasileiros na derrota do Brasil para o Uruguai na final da Copa do Mundo de 1950, realizada no nosso país, está escancarado no vídeo em exibição contínua na parede deste ambiente sombrio. Mesmo quem não viveu naquela época, sai triste da sala para entrar em um local onde há uma profusão de monitores e fotografias coloridas contando sobre cada copa do mundo e os fatos relevantes da história mundial que aconteceram na época. Cultura, guerra, felicidade, tristeza, personalidades, política, enfim,vários temas convivem com informações e fotografias sobre os jogos de cada uma das copas já realizadas. Depois dos totens com tais histórias, cheguei ao local onde Pelé e Garrincha são reverenciados. Logo em seguida, atravessei uma passarela, vendo o estacionamento do estádio, chegando ao ponto onde é permitido tirar fotos: um pequeno balcão com ampla visão da arquibancada e do campo. Registrei minha presença e segui em frente, chegando à sala onde uma quantidade enorme de placas coloridas contam as regras, táticas, curiosidades, números e outras informações ligadas ao futebol. Para ler tudo, gasta-se muitos minutos nesta sala. Há muito fato curioso por lá. Depois, uma nova sala com o nome de Dança do Futebol, onde quatro vídeos diferentes nos mostram a atuação do goleiro, a magia do gol, os grandes dribles e o histórico Canal 100 (lembrei-me dos tempos de adolescência, quando ia ao cinema e antes de iniciar cada sessão um filme do Canal 100 passava na telona). Cada vídeo está em um cercado que não atrapalha quem está vendo o outro vídeo. Cheguei a uma nova escada rolante. Ao descer, bandeiras dos times brasileiros pendiam do teto. As bandeiras estão colocadas obedecendo a ordem alfabética. No piso inferior, mais interatividade, pois há dois campos de futebol virtuais onde pais e filhos se divertiam, um cinema 3D (não vi), um fichário de todos os clubes que participaram do Campeonato Brasileiro de Futebol, contendo dados tais como hino, cor, uniforme, mascote, data de fundação, principais títulos nacionais e internacionais; e o chute a gol, com direito a fila, pagar mico chutando uma bola em um gol projetado na parede com fotografia deste momento (não participei deste "momento para a posteridade"!). Por fim, o último ambiente expositivo faz uma homenagem ao Pacaembu em uma série de fotografias, vídeo e a maquete do estádio. Uma nova escada rolante nos conduz à saída, onde uma loja com artigos e souvenires ligados ao mundo do futebol nos aguarda. Gostei muito de ter conhecido este museu moderno.



turismo

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

SEM MIM - GRUPO CORPO

Antes de voltar a Brasília, fui com minha mãe ao novo espetáculo do Grupo Corpo no Grande Teatro do Palácio das Artes na noite de sexta-feira, dia 19/08/2011. Os ingressos foram comprados com quase um mês de antecedência ao preço de R$ 60,00 a inteira. Os espetáculos no Palácio das Artes agora tem horário de início às 20:30 horas, facilitando uma esticada para jantar após o término do que está em cartaz. Como bons mineiros que nunca perdem o trem, chegamos com uma boa antecedência, possibilitando-nos passar na lojinha que o Grupo Corpo sempre monta em seus shows, onde são vendidas camisetas, dvds e cds. Comprei o dvd de Lecuona, uma das coreografias de que mais gosto, além do cd da trilha sonora do mais novo espetáculo do grupo, Sem Mim. Aproveitamos também a folga no horário para comer um salgado na lanchonete montada no foyer do Grande Teatro. Saciada a fome, entramos. Nossos lugares estavam em posição privilegiada, na fila I, em assentos centralizados, com ótima visão de todo o palco. Como já é de praxe, a primeira parte foi uma reapresentação de uma antiga coreografia. A escolhida foi O Corpo, cuja estreia se deu em 2000. Eu a vi na Sala Villa Lobos do Teatro Nacional Cláudio Santoro, em Brasília. A trilha para esta coreografia de Rodrigo Pederneiras foi composta por Arnaldo Antunes especialmente para o grupo, com iluminação e cenografia de Paulo Pederneiras, além de figurino de autoria de Freusa Zechmeister e Fernando Velloso. A música tem batida eletrônica, além das famosas repetições de palavras e frases de Arnaldo Antunes, em contraponto à suave voz de Mônica Salmaso. O figurino é todo negro e o cenário é pontuado por luzes vermelhas que dançam ao ritmo das batidas eletrônicas. Chama a atenção a coreografia que lembra movimentos de animais, como aranhas e sapos. Outro fato que me prendeu a atenção foi o movimento da cabeça das bailarinas. Visivelmente a coreografia pede cabelos soltos, não interessando o seu cumprimento. Bonito balé de cabeça e cabelos. Confesso que vendo pela segunda vez esta coreografia, gostei mais dela do que da primeira vez, quando já tinha gostado, corroborando a opinião de Pek, meu amigo de BH, que me disse que ao ver O Corpo pela segunda vez, enfim, gostou da coreografia. Acho que ela cresceu com o decorrer de onze anos após sua estreia. Após pouco mais que quarenta minutos, encerrou-se a primeira parte do programa, sendo bastante aplaudido pelo público. O intervalo para a troca de cenário foi de trinta minutos. Era hora de começar a apresentação da mais nova coreografia deste premiado grupo mineiro de dança. Sem Mim é o nome dela. A trilha sonora é assinada por José Miguel Wisnik, que já havia colaborado antes com o grupo, e o gaitista espanhol Carlos Núnez, especialista em instrumentos medievais. Tal trilha foi feita sobre canções de outro espanhol, Martín Codax, um trovador medieval de Vigo. A coreografia coube a Rodrigo Pederneiras, iluminação e cenografia a Paulo Pederneiras, com figurino de Freusa Zechmeister. Ao apagar as luzes e abrir as cortinas, um impacto visual forte: uma espécie de rede de pescadores pendia do teto em um formato que me lembrou um grande croissant. Uma música lenta começou a ser executada para uma dança também lenta, onde a marca registrada do grupo não está presente, a ginga de quadril. Os bailarinos não se tocam nesta primeira parte, dançam em grupo, mas sem uma interação física. O figurino é show. Uma malha justa na cor da pele com grafismos que lembram tatuagens. Os grafismos da malha do elenco masculino lembram motivos tribais, enquanto o feminino é mais florido, com cores, embora discretas. A primeira parte da coreografia é monótona, o que fez muita gente se mexer várias vezes em seu assento, procurando uma melhor forma de ficar atento. As coisas mudam quando a tal rede, que de acordo com a música executada, vai alternando a forma, sempre acima da cabeça dos bailarinos, envolve apenas um casal que faz um lindo pas-de-deux (uma amiga me ligou para trocarmos figurinhas sobre o espetáculo e ela me disse uma coisa que resolvi colocar aqui: embora plasticamente bonita a cena, faltou química ao casal de bailarinos que executou a coreografia sob a rede). Findo este número, a coreografia cresce, os movimentos de quadril retornam, mesmo que em poses mais discretas, os bailarinos colocam uma saia por cima da malha e os toques, olhares e movimentos acrobáticos enchem nossos olhos. O público já não mais mexia nas cadeiras, sinal de que a atenção era total no que se passava no palco. No decorrer da execução das músicas, ouvimos as vozes de Milton Nascimento, Mônica Salmaso, Jussara Silveira, Rita Ribeiro, Ná Ozzetti, José Miguel Wisnik e Chico Buarque. Ao final, o grupo foi ovacionado de pé por mais de dez minutos. Sem Mim é um belo espetáculo, um pouco diferente do que estamos acostumados com o Grupo Corpo, talvez aí esteja a minha estranheza na primeira parte da coreografia. Gostei, mas gostei mais de rever O Corpo. Quem sabe revendo Sem Mim, vou gostar mais? Como a agenda do grupo colocou Brasília no roteiro, talvez verei novamente. Do Palácio das Artes, com toda a dificuldade de se pegar um táxi (algo comum em Belo Horizonte nos últimos meses), eu e minha mãe fomos comer uma pizza na Olegário Pizza e Forneria (Avenida Olegário Maciel, 1.748, Lourdes). Local cheio, com fila de espera, mesmo com o relógio apontando para 23:10 horas. Como éramos só nós dois, havia uma mesa disponível, em local não muito aconchegante, mas aceitamos ali sentar. Serviço simpático, mas demorado. A pizza é saborosa, mas não fica coberta enquanto comemos a fatia que está no prato, motivo pelo qual o que ainda está na forma esfria rapidamente, tendo em vista o ar condicionado ligado. Pela fama do lugar e pela quantidade de público frequentador, já deveriam levar a redonda à mesa com uma tampa para manter a pizza em temperatura agradável de se comer. Pedimos que a casa nos chamasse um táxi. Pedido atendido. Em quinze minutos já estávamos dentro do carro, voltando para casa, onde ainda fiz a mala para meu retorno a Brasília no sábado pela manhã, antes de dormir.


sábado, 16 de julho de 2011

HEIN? - ANA CAÑAS


No último domingo fui com duas amigas ao Teatro da Caixa para conferir o show Hein? da cantora paulistana Ana Cañas. Tenho os dois discos lançados por ela, que são bem distintos. O primeiro tem pegada mais cool, mais MPB com cara pop. Já no segundo, o rock é fortemente presente. Eu esperava um show diferente do que havia visto no Teatro Oi, um par de anos atrás. Paguei R$ 20,00 pela entrada. A princípio, os ingressos estavam esgotados, mas havia muito lugar disponível no teatro, sinal de que produção e patrocinadores distribuíram ingressos que não foram usados. Uma pena, pois o que Ana Cañas fez no palco foi incrível. Show muito bom, um dos melhores que vi neste ano. Foi muito mais rock do que o seu cd. Com uma banda afinadíssima, que ela chamou de Os Quatro Cavaleiros do Após-Calypso, frase tirada da música Chuck Berry Fields Forever, presente no antológico disco dos Doces Bárbaros, composição de Gilberto Gil. Foi com esta música que ela começou o show, mostrando a verve roqueira que ela apresentaria ao longo do espetáculo. Ao fundo, um painel que simbolizava o espírito psicodélico, muito comum no rock dos anos setenta. Além das músicas de seu mais novo trabalho, ela também fez alguns covers para lá de competentes, como as inúmeras vezes gravadas Metamorfose Ambulante, famosa na voz de Raul Seixas e Eu Sou Terrível, do repertório de Roberto Carlos, obviamente da época da Jovem Guarda. Músicas inéditas também se fizeram presentes, como a que Nando Reis fez para ela, além de suas composições com Arnaldo Antunes, Liminha Dadi. No palco, foi uma performática, revelando seu lado atriz, profissão que abraçava antes de se tornar cantora. Não se intimidou quando alguém gritou que ela se parecia, na atitude, com Cássia Eller. Ela disse que Cássia para ela era uma deusa. Com desenvoltura, cantou em português, inglês e espanhol. Aliás, a primeira música do bis foi um tango cantado à capela, em espanhol, em uma verdadeira cena teatral, deixando de lado um pouco o rock musical, mas não a atitude roqueira nas caras e bocas. Terminou dizendo que cantaria uma música de uma banda que ela gostava muito. Um gaiato gritou o inevitável em BrasíliaLegião Urbana! Ela respondeu que gostava da Legião, mas que cantaria uma canção de uma banda que gostava mais: Led Zeppelin. Adorei, pois acho chatíssimo o público de Brasília achar que todos os cantores, cantoras e bandas que fazem show na cidade devem incluir uma música da Legião Urbana. Encerrou vigorosamente com Rock and Roll, clássico do Zeppelin. Mais rock, impossível. Adorei o show. Fotos com resolução ruim, pois tirei de meu iPhone e estava mais atrás no teatro.


Ana Cañas em momento cool em show de pegada roqueira



Painel que compunha o cenário do show Hein?



Ana Cañas e sua banda, Os Quatro Cavaleiros do Após-Calypso


Final do show Hein? - bis - música Rock and Roll', do repertório de Led Zeppelin