No último domingo fui com duas amigas ao Teatro da Caixa para conferir o show Hein? da cantora paulistana Ana Cañas. Tenho os dois discos lançados por ela, que são bem distintos. O primeiro tem pegada mais cool, mais MPB com cara pop. Já no segundo, o rock é fortemente presente. Eu esperava um show diferente do que havia visto no Teatro Oi, um par de anos atrás. Paguei R$ 20,00 pela entrada. A princípio, os ingressos estavam esgotados, mas havia muito lugar disponível no teatro, sinal de que produção e patrocinadores distribuíram ingressos que não foram usados. Uma pena, pois o que Ana Cañas fez no palco foi incrível. Show muito bom, um dos melhores que vi neste ano. Foi muito mais rock do que o seu cd. Com uma banda afinadíssima, que ela chamou de Os Quatro Cavaleiros do Após-Calypso, frase tirada da música Chuck Berry Fields Forever, presente no antológico disco dos Doces Bárbaros, composição de Gilberto Gil. Foi com esta música que ela começou o show, mostrando a verve roqueira que ela apresentaria ao longo do espetáculo. Ao fundo, um painel que simbolizava o espírito psicodélico, muito comum no rock dos anos setenta. Além das músicas de seu mais novo trabalho, ela também fez alguns covers para lá de competentes, como as inúmeras vezes gravadas Metamorfose Ambulante, famosa na voz de Raul Seixas e Eu Sou Terrível, do repertório de Roberto Carlos, obviamente da época da Jovem Guarda. Músicas inéditas também se fizeram presentes, como a que Nando Reis fez para ela, além de suas composições com Arnaldo Antunes, Liminha e Dadi. No palco, foi uma performática, revelando seu lado atriz, profissão que abraçava antes de se tornar cantora. Não se intimidou quando alguém gritou que ela se parecia, na atitude, com Cássia Eller. Ela disse que Cássia para ela era uma deusa. Com desenvoltura, cantou em português, inglês e espanhol. Aliás, a primeira música do bis foi um tango cantado à capela, em espanhol, em uma verdadeira cena teatral, deixando de lado um pouco o rock musical, mas não a atitude roqueira nas caras e bocas. Terminou dizendo que cantaria uma música de uma banda que ela gostava muito. Um gaiato gritou o inevitável em Brasília: Legião Urbana! Ela respondeu que gostava da Legião, mas que cantaria uma canção de uma banda que gostava mais: Led Zeppelin. Adorei, pois acho chatíssimo o público de Brasília achar que todos os cantores, cantoras e bandas que fazem show na cidade devem incluir uma música da Legião Urbana. Encerrou vigorosamente com Rock and Roll, clássico do Zeppelin. Mais rock, impossível. Adorei o show. Fotos com resolução ruim, pois tirei de meu iPhone e estava mais atrás no teatro.
Ana Cañas em momento cool em show de pegada roqueira
Painel que compunha o cenário do show Hein?
Ana Cañas e sua banda, Os Quatro Cavaleiros do Após-Calypso
Final do show Hein? - bis - música Rock and Roll', do repertório de Led Zeppelin
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