Antes de voltar a Brasília, fui com minha mãe ao novo espetáculo do Grupo Corpo no Grande Teatro do Palácio das Artes na noite de sexta-feira, dia 19/08/2011. Os ingressos foram comprados com quase um mês de antecedência ao preço de R$ 60,00 a inteira. Os espetáculos no Palácio das Artes agora tem horário de início às 20:30 horas, facilitando uma esticada para jantar após o término do que está em cartaz. Como bons mineiros que nunca perdem o trem, chegamos com uma boa antecedência, possibilitando-nos passar na lojinha que o Grupo Corpo sempre monta em seus shows, onde são vendidas camisetas, dvds e cds. Comprei o dvd de Lecuona, uma das coreografias de que mais gosto, além do cd da trilha sonora do mais novo espetáculo do grupo, Sem Mim. Aproveitamos também a folga no horário para comer um salgado na lanchonete montada no foyer do Grande Teatro. Saciada a fome, entramos. Nossos lugares estavam em posição privilegiada, na fila I, em assentos centralizados, com ótima visão de todo o palco. Como já é de praxe, a primeira parte foi uma reapresentação de uma antiga coreografia. A escolhida foi O Corpo, cuja estreia se deu em 2000. Eu a vi na Sala Villa Lobos do Teatro Nacional Cláudio Santoro, em Brasília. A trilha para esta coreografia de Rodrigo Pederneiras foi composta por Arnaldo Antunes especialmente para o grupo, com iluminação e cenografia de Paulo Pederneiras, além de figurino de autoria de Freusa Zechmeister e Fernando Velloso. A música tem batida eletrônica, além das famosas repetições de palavras e frases de Arnaldo Antunes, em contraponto à suave voz de Mônica Salmaso. O figurino é todo negro e o cenário é pontuado por luzes vermelhas que dançam ao ritmo das batidas eletrônicas. Chama a atenção a coreografia que lembra movimentos de animais, como aranhas e sapos. Outro fato que me prendeu a atenção foi o movimento da cabeça das bailarinas. Visivelmente a coreografia pede cabelos soltos, não interessando o seu cumprimento. Bonito balé de cabeça e cabelos. Confesso que vendo pela segunda vez esta coreografia, gostei mais dela do que da primeira vez, quando já tinha gostado, corroborando a opinião de Pek, meu amigo de BH, que me disse que ao ver O Corpo pela segunda vez, enfim, gostou da coreografia. Acho que ela cresceu com o decorrer de onze anos após sua estreia. Após pouco mais que quarenta minutos, encerrou-se a primeira parte do programa, sendo bastante aplaudido pelo público. O intervalo para a troca de cenário foi de trinta minutos. Era hora de começar a apresentação da mais nova coreografia deste premiado grupo mineiro de dança. Sem Mim é o nome dela. A trilha sonora é assinada por José Miguel Wisnik, que já havia colaborado antes com o grupo, e o gaitista espanhol Carlos Núnez, especialista em instrumentos medievais. Tal trilha foi feita sobre canções de outro espanhol, Martín Codax, um trovador medieval de Vigo. A coreografia coube a Rodrigo Pederneiras, iluminação e cenografia a Paulo Pederneiras, com figurino de Freusa Zechmeister. Ao apagar as luzes e abrir as cortinas, um impacto visual forte: uma espécie de rede de pescadores pendia do teto em um formato que me lembrou um grande croissant. Uma música lenta começou a ser executada para uma dança também lenta, onde a marca registrada do grupo não está presente, a ginga de quadril. Os bailarinos não se tocam nesta primeira parte, dançam em grupo, mas sem uma interação física. O figurino é show. Uma malha justa na cor da pele com grafismos que lembram tatuagens. Os grafismos da malha do elenco masculino lembram motivos tribais, enquanto o feminino é mais florido, com cores, embora discretas. A primeira parte da coreografia é monótona, o que fez muita gente se mexer várias vezes em seu assento, procurando uma melhor forma de ficar atento. As coisas mudam quando a tal rede, que de acordo com a música executada, vai alternando a forma, sempre acima da cabeça dos bailarinos, envolve apenas um casal que faz um lindo pas-de-deux (uma amiga me ligou para trocarmos figurinhas sobre o espetáculo e ela me disse uma coisa que resolvi colocar aqui: embora plasticamente bonita a cena, faltou química ao casal de bailarinos que executou a coreografia sob a rede). Findo este número, a coreografia cresce, os movimentos de quadril retornam, mesmo que em poses mais discretas, os bailarinos colocam uma saia por cima da malha e os toques, olhares e movimentos acrobáticos enchem nossos olhos. O público já não mais mexia nas cadeiras, sinal de que a atenção era total no que se passava no palco. No decorrer da execução das músicas, ouvimos as vozes de Milton Nascimento, Mônica Salmaso, Jussara Silveira, Rita Ribeiro, Ná Ozzetti, José Miguel Wisnik e Chico Buarque. Ao final, o grupo foi ovacionado de pé por mais de dez minutos. Sem Mim é um belo espetáculo, um pouco diferente do que estamos acostumados com o Grupo Corpo, talvez aí esteja a minha estranheza na primeira parte da coreografia. Gostei, mas gostei mais de rever O Corpo. Quem sabe revendo Sem Mim, vou gostar mais? Como a agenda do grupo colocou Brasília no roteiro, talvez verei novamente. Do Palácio das Artes, com toda a dificuldade de se pegar um táxi (algo comum em Belo Horizonte nos últimos meses), eu e minha mãe fomos comer uma pizza na Olegário Pizza e Forneria (Avenida Olegário Maciel, 1.748, Lourdes). Local cheio, com fila de espera, mesmo com o relógio apontando para 23:10 horas. Como éramos só nós dois, havia uma mesa disponível, em local não muito aconchegante, mas aceitamos ali sentar. Serviço simpático, mas demorado. A pizza é saborosa, mas não fica coberta enquanto comemos a fatia que está no prato, motivo pelo qual o que ainda está na forma esfria rapidamente, tendo em vista o ar condicionado ligado. Pela fama do lugar e pela quantidade de público frequentador, já deveriam levar a redonda à mesa com uma tampa para manter a pizza em temperatura agradável de se comer. Pedimos que a casa nos chamasse um táxi. Pedido atendido. Em quinze minutos já estávamos dentro do carro, voltando para casa, onde ainda fiz a mala para meu retorno a Brasília no sábado pela manhã, antes de dormir.
Olá! Será que você pode fazer o upload da trilha sonora do " sem mim"?? Fui assistir ao espetáculo ontem aqui em Curitiba e achei maravilhoso, infelizmente não vi nenhuma lojinha para comprar coisas e hoje procurei a trilha sonora mas não consegui achá-la de jeito nenhum!!
ResponderExcluirObrigada!!