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quarta-feira, 21 de outubro de 2009

BALANÇO DA VIAGEM DE FÉRIAS

Relendo o blog e vendo as fotos, resolvi fazer um balanço da viagem de férias ao Canadá e Estados Unidos. Gosto de listas. Assim, faço este balanço em forma de listas, que refletem apenas a minha opinião. Não consultei os demais nove companheiros de viagem para elaborar as listas a seguir:

a) Minha primeira vez:
1) Voo de helicóptero (sobrevoo nas Cataratas de Niagara - Niagara Parks, divisa de Canadá e Estados Unidos)
2) Subir de elevador até o 103º andar ( Willis Tower, ex-Sears Tower, 4º edifício mais alto do mundo - Chicago, Estados Unidos)
3) Pirulito de mel de maple (na cidade velha, em Québec, Canadá)
4) Carne de canguru (peguei um pequeno pedaço do prato de um amigo no restaurante Bizantium, em Toronto, Canadá)
5) Ice wine (acompanhando uma sobremesa no restaurante Bizantium, em Toronto, Canadá)
6) Vinho tinto canadense (cabernet sauvignon acompanhando um filé de avestruz no restaurante Bizantium, em Toronto, Canadá)
7) Passar oito horas seguidas em um shopping fazendo compras (Chicago Premium Outlet, Aurora, Estados Unidos)
8) Andar de limousine (trajeto aeroporto Chicago O'Hare-Hyatt Regency Hotel, em Chicago, Estados Unidos)
9) Voar em um avião Embraer E-145 no trajeto Chicago-Toronto pela Air Canada (bonito, espaçoso, confortável, silencioso)

b) Melhores restaurantes (em ordem de preferência):
1) Bizantium - Toronto, Canadá
2) Morton's - Chicago, Estados Unidos
3) L'Indépendent - Montreal, Canadá
4) Saloon - Montreal, Canadá
5) Cavalli - Montreal, Canadá

c) Piores restaurantes (em ordem de ruindade):
1) River View - Niagara Parks, Canadá
2) Sweet Water - Chicago, Estados Unidos
3) Macy's Estate Food Court - Chicago, Estados Unidos

d) Melhor passeio de barco: Rio São Lourenço, em Québec, Canadá

e) Pior passeio de barco: Rio São Lourenço, em Montreal, Canadá

f) Cidade mais fotogênica: Québec, Canadá

g) Momento de emoção: assistir ao espetáculo Ovo, do Cirque du Soleil, concebido e dirigido pela brasileira Deborah Colker, em Toronto, Canadá

h) Decepção: show do Blue Man Group, em Chicago, Estados Unidos

i) Oportunidades aproveitadas na viagem:
1) Assistir à montagem canadense do musical Sound of Music (A Noviça Rebelde), em Toronto, Canadá
2) Assistir ao espetáculo que comemora 25 anos do Cirque de Soleil, Ovo, em Toronto, Canadá
3) Ver os Pergaminhos do Mar Morto, em exposição temporária no Royal Ontario Museum, em Toronto, Canadá
4) Ver as fotografias da exposição temporária da Vanity Fair no Royal Ontario Museum, em Toronto, Canadá
5) Assistir ao show do Blue Man Group, em Chicago, Estados Unidos

j) Local inusitado visitado na viagem: consultório dentário do Dr. Rolando Guerra, em Montreal, Canadá

k) Melhor quarto de hotel: Fairmont Le Château Frontenac, em Québec, Canadá

l) Pior quarto de hotel: Hyatt Regency Chicago, em Chicago, Estados Unidos

m) Melhor café da manhã: Fairmont Le Reine Elizabeth, em Montreal, Canadá

n) Pior café da manhã: Hyatt Regency Chicago, em Chicago, Estados Unidos

o) 10 grandes momentos (sem ordem de preferência):
1) Andar a pé pelas ruas da cidade velha em Québec, Canadá
2) Conhecer o Parc Olympique, incluindo sua torre e mirante, em Montreal, Canadá
3) Almoçar na cidade subterrânea, em Montreal, Canadá
4) Niagara Falls (vista de helicóptero, de barco e nas passarelas às margens da queda d'água), Niagara Parks, Canadá
5) Andar a pé na pequena cidade Niagara-On-The-Lake, Canadá
6) Subir na CN Tower, em Toronto, Canadá
7) As exposições temporárias "Pergaminhos do Mar Morto" e "Fotografias da Vanity Fair" no Royal Ontario Museum, em Toronto, Canadá
8) Tour de barco pelo Lake Michigan e Chicago River, em Chicago, Estados Unidos
9) Andar no piso de vidro do mirante do 103º andar da Willis Tower, em Chicago, Estados Unidos
10) Millenium Park, em Chicago, Estados Unidos

p) 10 piores momentos (sem ordem de ruindade):
1) Passeio e city tour em Ottawa, Canadá
2) Subir a pé o Parc Mont-Royal, em Montreal, Canadá
3) Shows de drag no Cabaret Mado, em Montreal, Canadá
4) Almoço no River View, em Niagara Parks, Canadá
5) Café da manhã no Regency Club do Hyatt Regency Hotel, em Chicago, Estados Unidos
6) Sightseeing em dia chuvoso em Chicago, Estados Unidos (impossível ficar no andar descoberto do ônibus por causa da chuva e nada se via direito pelas janelas com películas no andar coberto)
7) A descortesia da garçonete do restaurante Bucca di Beppo, em Chicago, Estados Unidos
8) A American Eagle, subsidiária da American Airlines - atendimento ruim no check in, péssimo serviço de bordo e avião apertado no trajeto Toronto-Chicago
9) Passar pelos controles de raio X nos aeroportos - chato demais tirar sapatos, cinto, casaco, bolsas e afins.
10) O fato de restaurantes no Canadá e nos Estados Unidos fecharam cedo para o jantar (21:30 horas não se aceita mais nenhum cliente)

DESTAQUE: OS COMPANHEIROS DE VIAGEM

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

CANADÁ DIA 10 - TORONTO


Royal Ontario Museum - ROM

Segunda-feira, dia 12 de outubro. Feriado no Canadá. Dia de Ação de Graças. Dia livre para o grupo, sem programação definida. Tomamos café da manhã todos juntos. Em seguida, transferi algumas músicas de meu HD externo para o iPod nano nova geração que um dos amigos comprou. O grupo se separa.
Eu, Ric e mais dois vamos a pé até a estação de trem central, próxima do hotel, e pegamos um metrô com destino ao Royal Ontario Museum - ROM (100, Queen's Park). Ao subir as escadas da estação Museum, encontramos com quatro do grupo, que fizeram a pé o longo percurso entre o hotel e o museu. Eles seguiram a caminhada e nós enfrentamos um fila grande para comprar as entradas (CAD 28 cada uma), pois estão expostos no museu os Pergaminhos do Mar Morto. Oportunidade única para vê-los, pois ficam em exposição em curto espaço de tempo em Toronto, com visitação apenas 8 horas por dia. Originalmente, eles ficam em Israel. O ingresso também dá direito a entrar em outra exposição temporária: Os Dez Mandamentos. Fomos primeiro na dos pergaminhos, pois o bilhete indicava a hora de entrada na sala de exibição. Muita gente, mas fácil de andar e ver os objetos expostos. Muita informação nas paredes (em inglês e francês). A atração principal, os Pergaminhos do Mar Morto, está em uma sala com pouca iluminação. Fragmentos pequenos estão expostos em caixas de vidro, com a tradução do que se pode ler neles em tótens ao lado de cada expositor. Há fragmentos do Livro de Isaías, dos Salmos, do Livro da Guerra, do Deuteronômio, entre outros. Ao final, exemplares originais de bíblias escritas em hebraico (1560), em latim (século XIX), em grego, em árabe, um Torah de 1188 e uma Bíblia escrita na língua dos índios da região de Québec. Ao sairmos, vimos uma parte do acervo do museu dedicado ao Canadá. Não gostei. Móveis muito feios e os objetos religiosos não chegam aos pés dos encontrados em igrejas barrocas brasileiras. Encontramos dois outros do grupo que já estavam de saída e nos indicaram a exposição Vanity Fair Portraits. Ficamos com um rádio de comunicação. Pegamos um elevador e descemos em andar errado, bem em frente à enorme fila para ver o pequeno pedaço de couro com os dez mandamentos. Tempo de espera de aproximadamente meia hora. Nossos amigos disseram que não valia a pena. Resolvemos ver a exposição de fotos e ficamos andando de um lado para outro do museu, passando por alas dedicadas ao Egito antigo, à Grécia, aos países do Oriente Médio, até que chegamos onde queríamos. Uma bela e concorrida exposição de fotos feitas para a revista Vanity Fair. Fotos de várias personalidades, desde Isadora Duncan, as irmãs Gish, Ronald Reagan, Madonna, Gisele Bundchen, até os dias mais recentes, com vários astros do cinema mundial. Adorei a exposição. Cansados, pegamos um táxi para o Eaton Centre, o maior shopping da cidade, onde paramos para almoçar. Como estávamos com rádio de comunicação, conseguimos nos reunir todos na praça de alimentação. Cada um escolheu a comida que mais lhe aguçava os sentidos. Minha escolha recaiu no Jimmy The Greek, restaurante de comida grega. Como um prato chamado Gyros Dinner, nada mais do que salada, arroz, batata assada e o famoso churrasco grego (aqueles que ficam rodando em um grande espeto). Custou tudo CAD 9,99 e estava uma delícia. Rodamos mais um pouco no shopping. Paramos na HMV, uma loja de cds e dvds, e comprei três cds antigos de Michael Jackson e dois de Michael Bublé (o lançamento e um de músicas natalinas). A conta dos cinco cds ficou em 58,79, incluindo a sacola plástica (todos os locais que fui eles perguntam se quero uma sacola plástica. Se a resposta é positiva, acrescentam CAD 0,05 na conta). Pegamos um táxi e voltamos para o hotel para descansar.
Todos se reúnem no meu quarto, em momentos distintos, para a despedida de dois amigos que retornaram para Belo Horizonte. Mais tarde, os oito que continuam a viagem resolvem jantar. Devido ao feriado e por ser tarde, fica difícil achar algum restaurante aberto.
Com a ajuda de funcionários do hotel, conseguimos fazer reserva no restaurante Spuntini (116 Avenue Road), de especialidade italiana. Última noite em Toronto, restaurante de decoração intimista e serviço eficiente com boa carta de vinhos, especialmente os tintos italianos. Escolhemos um chianti jovem, safra 2007, com boas possibilidades de envelhecer um pouco mais, chamado Leonardo. Para entrada, deliciosos pães italianos torrados com alecrim e alho, servidos com pasta de grão de bico. Pedimos um polvo grelhado (embora de sabor especial, estava além do ponto) e uma cesar salad para dividir. De prato principal, pedi um risoto de cogumelos. Bem feito, mas sem toques especiais. A apresentação dos pratos é um diferencial. Como sobremesa, pedi um tiramissu leve e saboroso. Total da conta: CAD 324. Táxi de volta para o hotel em CAD 12, mesmo valor da ida para o restaurante.

sábado, 10 de outubro de 2009

CANADÁ DIA 8 - TORONTO


Centro financeiro visto do mirante da CN Tower

Café da manhã bem farto no buffet do restaurante Azure, no térreo do hotel. Ficamos pronto cedo, pois havíamos contratado um city tour que começou às 9 horas, com duas horas de duração. Antes de sair, pagamos o transporte aeroporto/hotel, o city tour e o passeio a Niagara Falls que faremos no domingo (CAD 234 por pessoa). Descobrimos que a cantora australiana Kylie Minogue estava hospedada no nosso hotel. Para completar as celebridades, também tivemos a informação que o cantor Michael Bublé daria autógrafos em seu novo cd no Eaton Centre (o maior shopping da cidade). Hora do city tour. O motorista/guia é filho de brasileiro com portuguesa, mas não domina o português. Todo o trajeto foi falado em inglês. A manhã estava muito bonita, com céu azul e um sol que ajudou a esquentar um pouquinho o frio. No tour, passamos pelo centro financeiro, com grandes prédios sedes de bancos canadenses; por uma parte degradada das margens do Lago Ontário (o menor lago dos cinco que formam os Grandes Lagos, na divisa entre Canadá e Estados Unidos), que está em reurbanização;, pela igreja anglicana Saint Patrick; pelo Mercado São Lourenço (fica na parte antiga da cidade); na porta de quatro museus (Royal Ontario Museum, Sharp Centre for Design, Art Gallery of Ontario e The Bata Shoe Museum); por Yorkville (o bairro chic da cidade); na Universidade de Toronto, onde fizemos uma parada para fotos; em frente ao Parlamento de Ontário; em frente ao prédio da Prefeitura de Toronto; Rogers Centre (ginásio de esportes); Casa Loma (um castelo), onde fizemos nova parada para fotos; uma das quatro Chinatown da cidade; e, finalmente, em frente à CN Tower, com seus 553 metros de altura. Fim do tour e fomos subir a torre. Fila para comprar ingresso. A cidade está cheia de turistas, pois 12 de outubro é feriado no Canadá (Dia de Ação de Graças), proporcionando um final de semana prolongado.
Compramos o bilhete Observation Sky Pod (CAD 26,99), permitindo-nos chegar aos dois andares com mirantes e no piso de vidro. Um dos integrantes do grupo não subiu, pois já conhecia Toronto e sua famosa torre. Fila grande para esperar o primeiro elevador. Subimos rapidamente até o primeiro mirante (meus ouvidos chegaram a sentir a pressão). Pausa para várias fotos e uma vista fantástica de toda a cidade e do Lago Ontário. A visibilidade estava excelente. Mais uma fila e chegamos ao segundo mirante a 447 metros do chão. Tive uma leve vertigem. Mais fotos e descemos até o andar que tem o piso de vidro. A sensação de pisar no vidro e olhar para baixo é estranha. No mesmo andar, há um mirante sem a proteção de vidros, nos dando a possibilidade de verificarmos a força do vento (e o frio!). Para descer, outra fila enorme. No térreo, 3 compram (eu inclusive) a foto montagem que fizeram. Ao entrar, antes de pegar os elevadores, uma foto é tirada dos turistas. No nosso caso, oito quiseram a foto juntos com um fundo verde. Ao final, vendem a foto com diversos fundos. O valor do pacote (duas impressões, uma com uma foto e outra com várias fotos pequenas, alterando-se o fundo delas) é CAD 23. A partir da segunda cópia, cada pacote sai por CAD 12.
Como a fome já gritava, decidimos por almoçar e escolhemos um restaurante bem próximo à saída da torre e de nosso hotel: Bâton Rouge (277, Front Street West). A especialidade da casa é carne grelhada. Espaço grande, lembrando a disposição de mesas do Outback. Pratos fartos. Não aguentei comer o meu inteiro. Pedi um Prime Rib, acompanhado de cesar salad, batatas fritas e coleslaw (salada de repolho). O refrigerante, com refil, é intragável. A carne estava ótima, bem temperada. A conta ficou em CAD 470. Para fazer a digestão e matar o tempo, sete resolvem andar pelos arredores do hotel. Voltamos rápido, pois todos queriam descansar para a programação noturna: assistir ao musical A Noviça Rebelde (The Sound of Music).


Todos prontos às 19 horas e seguimos a pé para o teatro. Apenas a três quadras do hotel. The Princess of Wales Theatre (300, King Street West). Teatro bem cheio. Não pode tirar fotos em seu interior. Tiramos e fomos repreendidos. O espetáculo começa no horário, com toda a plateia já sentada. Não soam os três sinais tradicionais no Brasil. O cenário e a tecnologia utilizada são de arrasar. A mudança da decoração de cada cena é mecanizada e muito rápida. Os cenários são grandiosos. Produção muito cara. A história já é bem conhecida, pois o filme fez e ainda faz muito sucesso. O elenco todo é sintonizado. Destaco a protagonista, vivida por Elicia Mackenzie (Maria Rainer); Noella Huet (madre superiora), muito aplaudida ao final; e a pequena Clare Lowe (Gretl von Trapp), com apenas cinco anos de idade, uma graça na interpretação. O musical é produzido pelos grandes nomes do ramo: Andrew Lloyd Webber, David Ian & David Mirvish. Direção de Jeremy Sams. Com dois atos, não vemos o tempo passar. No segundo ato, há uma transformação de todo o local em um teatro da época nazista. É impressionante, pois nós ficamos na plateia como se fizéssemos parte dos espectadores no concurso de artistas no qual a família von Trapp se apresenta. A sensação de opressão que as bandeiras vermelhas nazistas dá é impressionante. Todos os dez amigos gostaram do musical. Na saída, fomos para a área gay da cidade, a Church Street. Corrida de táxi em CAD 13. Para variar, o motorista não sabia o endereço. Segundo um amigo, é a síndrome do GPS. Se não dermos o endereço completo, com rua e número, eles se perdem. O motorista ligou para alguém, falou em uma língua diferente e se dirigiu à rua solicitada por nós. Como alguns não queriam comer nada, resolvemos algo rápido. Eu, Ric e mais dois comemos um sanduíche na Subway (Church Street), enquanto os demais pararam em um café. Todos nos encontramos novamente no movimentado bar Woody's (467, Church Street). Não se paga para entrar, somente o consumo no local. O bar é muito grande e tem um público diversificado. Parecia que havia uma comemoração de ursos canadenses. Ficamos por quase uma hora e voltamos para o hotel, pois há novo passeio agendado para a manhã de domingo. Táxi de volta ficou em CAD 11.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

CANADÁ DIA 7 - TORONTO

Eu e Ric fomos os primeiros hóspedes a tomar café da manhã na despedida de Montreal. Check out rápido. Total por cinco noites: CAD 1.387,39. Duas vans para o aeroporto. Chuva. Malas amontoadas. Cada carro leva 5 pessoas. A corrida fica em CAD 50 por carro. No aeroporto, uma funcionária da Air Canada nos auxilia na etiquetagem das bagagens e no check in, ambos automáticos. Despachamos as bagagens como um grupo. Controle de raio X rigoroso. Alguns tem que tirar cinto e sapatos. Embarque imediato e voo cheio. Um chinês sentado à frente de Ric passava sua escova de dentes na boca, não se importando com os que estavam a sua volta. Pequena turbulência e ar condicionado muito quente no avião. Chegada em Toronto na hora prevista. Retirada das bagagens sem demora e nos dirigimos para o saguão da saída onde duas limos estariam nos esperando. Não havia ninguém. Tivemos que ligar e descobrir que o portão de apresentação era o D (saímos no A). Frio e chuva. Uma limousine chegou e todos pensaram que seria o nosso transporte. Carro enorme para uma única mulher. Em seguida nossos dois carros chegaram. Não eram limos. Malas no carro e fomos direto para o hotel, cinco em cada carro. Nosso motorista é casado com uma portuguesa, motivo pelo qual identificou que falávamos português.
Check in no Intercontinental Toronto Centre (225, Front Street West) rápido e tranquilo. Fiquei no décimo terceiro andar. Tempo para abrir as malas e nos encontrarmos novamente para o almoço. Decidimos por algo mais perto do hotel. Apenas atravessamos e entramos em um centro comercial com uma praça de alimentação. Dia de fast food. Em Toronto, é visível a influência norte americana. Todos os restaurantes da praça tem embalagens descartáveis e nenhum usa pratos ou talheres reutilizáveis. Praticidade total. Nenhum apreço pela natureza. Fui com a maioria e comi num fast food de comida árabe. Escolhi o prato vegetariano com lentilhas, salada de alface, tomate e repolho, tabule, charuto, grão de bico e falafel (o melhor deles). Comida razoável. Os amigos que optaram pela comida tailandesa se decepcionaram com as suas escolhas. Hora de separarmos. Volto com Ric para o hotel para um descanso (preciso dormir), enquanto os demais seguem para um shopping center.
Dormi um pouco e consegui relaxar. Na hora marcada, nos encontramos para ir ao novo espetáculo do Cirque du Soleil. Foram necessários três táxis (CAD 12 a corrida, mesmo valor pago na volta ao hotel). O motorista do carro que estava não quis nos levar, pois não tínhamos o número da rua onde ficava o circo, apenas o nome da rua. Achei um absurdo, pois qualquer motorista de táxi que faça ponto na porta de um hotel cinco estrelas deve saber um endereço de um evento famoso, como é o caso do maior circo do mundo. Trocamos de carro e o novo motorista nem precisou do endereço, bastou falar o nome do circo. Chegamos debaixo de chuva. Ingressos comprados no Brasil (CAD 115). Os banheiros ficavam sem proteção e eram poucos, com filas para usá-los. Tivemos que aguardar em fila debaixo de chuva. O espetáculo que comemora os 25 anos do Cirque du Soleil foi concebido, dirigido e coregrafado pela brasileira Déborah Colker que ficou dois anos em Montreal comandando o time de artistas. Ela escolheu para cenógrafo Gringo Cardia e para a trilha sonora, Berna Ceppas. Ovo, em bom português, é o nome do espetáculo que conta a história de amor entre uma joaninha e um mosquito. Há números de tirar o fôlego, como a releitura da corda bamba. Uma graça o número em que seis artistas fazem malabarismos com os pés erguendo objetos que imitam alimentos, tais como kiwi e espiga de milho. Há um número rápido, em que utilizando o recurso do tecido, há o nascimento de uma borboleta. Invertando a ordem natural de números circenses, Colker preferiu colocar os trapezistas ao final do primeiro ato. Nova concepção de trapézio, misturando balanço e vigor físico. Um dos trapezistas errou seu número e, embora tentasse duas vezes, não conseguiu concretizá-lo. Como sempre há o momento de envolver a plateia. O figurino é alegre e colorido. A caracterização dos artistas como insetos está perfeita, destacando-se os grilos e aranhas. A trilha sonora mistura vários ritmos brasileiros e há música cantada em português por cantora de traços orientais. O ponto alto do espetáculo tem a marca registrada da brasileira: muro de escalada. Ela conseguiu transformar um ato circense em um belo balé, misturando camas elásticas e o muro. Gostei muito do que vi. Não se sabe quando chegará ao Brasil este espetáculo, mas em entrevista quando da estreia em Montreal, Déborah afirmou que Ovo rodará pelo mundo por quinze anos e, obviamente, será visto em terras brasileiras.