A Mão de Deus (È Stata La Mano Di Dio), 2021, 130 minutos.
Direção de Paolo Sorrentino, tendo no elenco Filippo Scotti (Fabietto), Toni Servillo (Saverio) e Teresa Saponangelo (Maria).
Logo após terminar de ver A Mão de Deus, na Netflix, apareceu, como sugestão, um pequeno documentário feito com o diretor a respeito do filme. Nele, constatei que é bem autoral, com lembranças do passado de Sorrentino quando vivia em Nápoles, sua cidade natal.
A história se desenvolve na década de 1980, quando Maradona foi contratado pelo time Nápoles e o levou ao título do campeonato italiano. Mas o futebol, uma paixão napolitana, é apenas um coadjuvante no filme, um pano de fundo para os acontecimentos que envolvem Fabietto e sua família.
Fabietto é um menino tímido, sem muitos amigos, vivendo em uma família numerosa e ruidosa, que tem que lidar com uma perda inesperada, com o amor, com o sexo, com suas aspirações em ser cineasta, embora tenha visto uns três ou quatro filmes até então, com sua vontade de sair de Nápoles e ir para Roma.
O diretor de fotografia usa cores fortes em belas tomadas da cidade italiana.
Homenagens explícitas aos diretores italianos Federico Fellini (o irmão de Fabietto faz um teste para ser figurante em um filme do diretor, mas não passa porque tem uma cara muito normal, enquanto na sala de espera desfilam vários personagens da fauna e flora felliniana), Franco Zeffirelli e a Antonio Capuano (que é um personagem neste filme). As figuras da família de Fabietto paracem saídas de um filme de Fellini.
O título faz referência ao gol que Maradona fez de mão contra a Inglaterra na Copa do Mundo de 1986. Quando questionado, Maradona disse que foi a mão de Deus.
Faz mais sentido o título original para a analogia ao gol de Maradona, pois o título está no passado: Foi a Mão de Deus. Quem assistir, entenderá.
Filme indicado pela Itália para ser seu representante na categoria de filme internacional e figura na lista encurtada de apenas 15 filmes, de onde sairão os cinco concorrentes.
Vi, em 21/01/2022, na Netflix.
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