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domingo, 4 de novembro de 2012

VILLA TEVERE - GASTRONOMIA EM BRASÍLIA (DF)


Endereço: SCLS 115, Bloco A, Loja 02, Asa Sul, Brasília, DF. (www.villatevere.com.br)

Fone: 61 3345 5513.

Especialidade: italiano.

Quando fui: almoço do dia 04 de novembro de 2012, domingo. Éramos três pessoas. Cheguei às 14:45 horas, quando um amigo já me aguardava em mesa no terraço, local agradável, cheio de plantas e um chafariz ao centro. Permanecemos quase duas horas no local.

Serviço: eficiente, mas depois que as mesas do terraço ficaram vazias, os garçons também sumiram da praça.

O que bebi: um refrescante limoncello verano, drinque feito com limoncello, soda, gelo e manjericão (R$ 14,00). O drinque é servido em uma taça aberta, a mesma utilizada para o dry Martini, com a borda coberta por açúcar. Bem leve, quase não se sente o álcool do licor. A folha de manjericão dá um toque inusitado. Também bebi uma garrafa de água com gás Prata. Ao final, uma xícara de café espresso Lavazza.


limoncello verano

O que comi: enquanto aguardávamos mais um amigo chegar, pedimos de entrada uma porção de bruschette (R$ 29,60). São quatro unidades, duas de tomate fresco e duas de berinjela com shitake, servidas sobre uma fatia de pão italiano levemente passado na chapa. Estavam muito boas, especialmente a de tomates, cortados em cubinhos pequenos e temperados com manjericão. Meu prato principal foi um risotto tropical (R$ 71,00). Bem servido, vem um prato de porcelana fundo, com as bordas pintadas de verde. O risoto é de limão siciliano, cuja textura estava bem cremosa, mas um pouco além do ponto que gosto. Quatro pequenos camarões passados na farinha de panko enfeitavam o preto, assim como gergelim preto polvilhado por cima do arroz. Servido à parte, uma geleia artesanal de limão, manga, maracujá e um leve toque de gengibre. Mergulhar o camarão nesta geleia é a dica. Ficou sensacional. Não quis sobremesa.


bruschette


risotto tropical


risotto tropical

Valor que me coube na conta: meus amigos fizeram a gentileza de me oferecer o almoço, ainda em comemoração ao meu aniversário.

Minha avaliação: * * * 1/2. Restaurante com decoração que remete às casas italianas da região do Trastevere, em Roma, com balcões cheios de flores, plantas no terraço, chafariz, portas e janelas de madeira, o que torna o ambiente agradável e com clima ameno.

Gastronomia Brasília

quarta-feira, 2 de março de 2011

FÉRIAS - DIA 5 - QUARTA-FEIRA - 02/03/2011 - VATICANO

Acordei mais tarde na manhã desta quarta-feira. Amanheceu com céu parcialmente encoberto. Descemos para o café da manhã um pouco mais tarde, por volta de 10:00 horas. Primeiro dia sem os remédios para emagrecer. Comi o mesmo tanto que vinha comendo. Acho que os remédios tem um efeito depositário. Estou me sentindo muito bem, com as roupas já totalmente soltas em meu corpo (em 45 dias de dieta, emagreci 10 quilos). Quero manter o peso com o qual viajei para retornar ao processo de emagrecimento ao final das férias. Enquanto estávamos ainda no café da manhã, o tempo fechou. Tomamos a decisão mais acertada, ou seja, era o momento de irmos a algum lugar fechado, sem ficar andando pelas ruas como no dia anterior, quando ficamos completamente ensopados. Pegamos um táxi na porta do hotel direto para  ver as várias obras dos Museus do Vaticano (Musei Vaticani). A corrida ficou em 13 euros. Chegamos antes do meio dia. Aconselha-se a chegar neste museu (são vários museus em um único prédio) ainda pela manhã, pois costuma-se formar fila enorme após o almoço. Há passagem obrigatória dos pertences em raio X. A bilheteria para quem vai comprar bilhete individual fica dois níveis acima da entrada. O ingresso único custou 15 euros para cada um. Como o lugar é muito grande, decidimos previamente o que queríamos ver: a Capela Sistina e os aposentos de Júlio II, redecorados por Rafael (Raffaello) no século XVI. Hoje o local destes aposentos se chama Stanze Raffaello. É fácil andar no museu, pois ele é bem sinalizado, principalmente em relação à sua atração principal, ou seja, a Capela Sistina. Começamos por ver parte dos famosos Jardins do Vaticano (Giardini Vaticani) de um dos terraços do museu, para em seguida, entrarmos em um amplo jardim de inverno, chamado Cortile della Pigna. Uma beleza o lugar. A partir dele, seguimos as setas para a famosa capela. Passamos por corredores e ambientes surpreendentes, como a Galleria delle Carte Geografiche, com vários mapas de regiões da Itália nas paredes, em um grande corredor de mais de cem metros. Mas o que mais impressiona neste corredor é o teto. Os mapas também são do século XVI. Logo a seguir a esta galeria, um escuro ambiente, com maravilhosos tapetes do século XVI com motivos religiosos. Não deixamos passar em branco a imensa coleção de estatuária greco-romana, com grandes sarcófagos em mármore, lindamente decorados, até chegarmos à Capela Sistina, um trabalho primoroso de Michelangelo, que demorou quatro anos para ter concluídas suas pinturas. Era a segunda vez que eu ia à esta capela, mas confesso que desta vez ela me impressionou mais. Na primeira, era verão, o museu estava cheio demais e na capela era quase impossível de se andar. Agora, pude ver cada detalhe das pinturas no teto e nas paredes laterais. A famosa pintura de Deus criando Adão é muito pequena e fica no meio de um emaranhado de afrescos no teto. O mais impactante para mim é a parede que retrata o Juízo Final. Impressionante a capacidade deste grande artista do Renascimento italiano. Fizemos uma grande volta para chegarmos às Stanze di Raffaello, incluindo uma passagem por galerias e ambientes já vistos. As pinturas nas paredes e no teto são impressionantes. Não tem como não apreciar "A Escola de Atenas", ou "O Incêndio na Cidade". Raffaello era outro gênio. Fizemos uma passagem meteórica pela coleção de arte contemporânea, a parte mais vazia do museu, com quadros de Marc Chagall, Lucio Fontana, Salvador Dalí, entre outros. A saída é outro ponto forte do museu. A escada que temos que descer é suntuosamente decorada em sua borda, tendo o formato de um caracol. Todos os turistas param para fotografar a escada do alto, fazendo aquele efeito que Hitchcock tornou famoso em seus filmes. Quando saímos, a chuva insistia em cair. A pé, margeando o grande muro que cerca o Vaticano, chegamos às arcadas da impressionante Piazza San Pietro, projeto de Bernini do século XVII. Mesmo com chuva, não há como não andar por toda a sua extensão, vendo as duas fontes laterais, o grande obelisco, as colunatas de ambos os lados e a enorme Basílica de São Pedro ao fundo. Depois de fotos e mais fotos na praça, entramos em uma desorganizada fila para entrar na Basílica. Tivemos que empurrar algumas pessoas que insistiam em entrar em nossa frente. Embora grande a fila, ela andava rápido. O motivo desta fila é o controle para entrada na Basílica. Os pertences tem que passar pelo raio X. A entrada somente para a Basílica é gratuita. Logo à direita de quem entra, outra obra clássica de Michelangelo, "Pietà", protegida por um vidro, pois já foi alvo de um vândalo. A cena que se vê é parecida com a "Mona Lisa", de Leonardo Da Vinci, no Museu do Louvre, em Paris: muita gente se espremendo e se empurrando para tirar uma foto. Fizemos o mesmo. O interior da Basílica é impressionante e quanto mais se adentra, mais sentimos seu esplendor. Muito mármore no chão, nas paredes e nos nichos. O baldaquino central é de tirar o fôlego de tão belo, mais uma obra de Bernini. Michelangelo é o responsável pela construção da cúpula deste templo religioso. Há muitos detalhes para se ver. O púlpito relicário de bronze que protege o trono de São Pedro é outra obra de Bernini, mas tivemos que apreciar de longe e sem iluminação. Para nossa sorte, enquanto observávamos alguns detalhes, um grupo de freiras teve acesso ao local onde fica o púlpito e as luzes se ascenderam, provocando uma corrida para filmagens e fotos. Realmente é de uma beleza incrível. Outro detalhe são os turistas que colocam a mão no pé direito da estátua medieval de São Pedro. Ric fez o mesmo, fazendo questão de tirar uma foto. Algumas partes da Basílica estão em obras de restauração, oportunidade para se ver o trabalho minucioso destes artesãos que preservam a arte universal. Passando por uma fonte linda com água benta, peguei um pouco e passei no meu rosto. A fome apertou. Eram mais de 15:30 horas. Era hora de sair. Lá fora, mais frio e chuva fina. Descemos pela lateral direita da Basílica, vimos dois guardas da Guarda Suíça, responsável pela segurança local, com seu uniforme característica escondido debaixo de capas de chuva, mas vimos o final das calças justas no corpo com listras verticais nas cores laranja e azul marinho. Na Praça de São Pedro, tiramos mais fotos. Decidimos procurar um restaurante nas redondezas, pois a região é cheia de turistas, assim a possibilidade de achar algo interessante aberto era grande. Andamos um pouco até a movimentada Piazza Risorgimento, onde achamos um café que tinha lugar no interior. Entramos e uma simpática atendente nos colocou em uma mesa. Percebendo que falávamos português, disse que era cunhada de um brasileiro. O restaurante é o Ris Café (Piazza Risorgimento, 16). Foi-nos oferecido dois cardápios, um tradicional e outro dito especial. Ficamos no segundo. Os quatro pediram a mesma entrada, uma simples, mas bela e saborosa, Salada Caprese (a mussarela de búfala estava macia, fresquinha, uma delícia). Cesta de pães veio a mesa. Como prato principal, escolhi um peito de frango grelhado com vegetais, também feitos na grelha. Os vegetais estavam mais saborosos do que o frango, que veio muito branco, mas bem temperado. Os vegetais eram beringela, abobrinha e pimentões. Todos apenas grelhados, quase crus, temperados apenas com azeite e sal. Muito bons, por sinal. O café expresso foi o mais curto e forte que tomamos até aqui. Também foi o restaurante mais barato em que comemos nestes três dias de estadia em Roma. Pegamos um táxi de volta para o hotel, pagando 10 euros pela corrida. Preferimos não mais sair, pois queríamos descansar um pouco para aproveitar o jantar no único restaurante com três estrelas em Roma concedidas pelo Guia Michelin. Fiz a reserva por e-mail, ainda no Brasil, recebendo a confirmação rapidamente. Por via das dúvidas, pedi ao concierge do hotel para reconfirmar, o que foi feito na terça-feira. Inicialmente, somente eu e Ric iríamos, pois nossos amigos não trariam na bagagem nenhum blazer, nem sapatos, exigências do code dress do restaurante. No entanto, eles acabaram trazendo. Pedi na manhã desta quarta-feira ao concierge que consultasse ao restaurante a possibilidade dos amigos se juntarem a nós na reserva e se podiam ir de jeans. Ambas as respostas foram positivas. Todos iremos ao La Pergola (Via Alberto Cadlolo, 101 - Roma Cavalieri Waldorf Astoria Colection Hotel) na noite desta magnífica quarta-feira.
Pegamos um táxi para o restaurante por volta de 20:40 horas. Ele fica em outro ponto da cidade, no alto de um morro, com belíssima vista de Roma e do Vaticano. O La Pergola fica no nono andar do Roma Cavalieri Hotel. Não estava cheio. A decoração é um tanto quanto over, com muito vermelho e dourado, especialmente os talheres e baldes de gelo. São três salões, com uma parede toda envidraçada, com deslumbrante vista da noite romana. Nossa mesa, já reservada, não ficava perto do vidro, mas tínhamos uma boa visão. Serviço impecável, com todos os garçons falando em inglês e tirando todas as nossas dúvidas. Pedi um Brunelo di Montalcino, safra 2008, muito bom, mas não me recordo a vinícola. Lembro-me do preço: 100 euros. Serviram um amuse bouche, o tira gosto de boas vindas do chef, vongole levemente cozido no vapor com croutons, gelatina de aipo e espuma de cenoura. Ótimo sabor. Pães eram oferecidos sem parar. Primeiro restaurante que nos ofereceu junto com os pães uma deliciosa manteiga, azeite especial da Toscana, sal branco do Hawaí e sal negro da Sicília. Molhar o pão no azeite e no sal é uma ótima pedida. Como primeiro prato, pedi flor de abobrinha frita com vongole e caviar ao molho de açafrão. O prato já é belo de se olhar. A delicadeza da flor de abobrinha e a mistura de sabores do caviar e do molho de açafrão foram de comer ajoelhado. Divina experiência. Antes do prato de fundo, o chef nos brindou com um outro primeiro prato, como os italianos costumam chamar. Foi um espaguete ao dente com molho leve de queijo e pimenta do reino, com pequenos camarões marinados em limão siciliano. O prato consta do cardápio, mas não nos foi cobrado. Gentileza do chef. Como viram que eu anotava tudo e tirava fotos dos pratos, talvez tenham pensado que eu era algum gourmet que escrevia sobre gastronomia. Percebi que nossa mesa era a mais paparicada de todas. Esta oferta também estava deliciosa. Como prato de fundo, pedi uma vitela recheada com pinhões secos e cebolas cozidas com radicchio. Carne macia, tenra, cuja harmonia com o sabor forte da cebola e do radicchio ficou perfeito. Há mais de cinquenta dias não comia carne vermelha, nem bebia vinho. Foi uma ótima pedida voltar a provar estas duas iguarias em um restaurante tão bom, além da ótima companhia de Ric e de nossos amigos de Brasília. Ainda pedimos a sobremesa. O meu pedido foi uma surpreendente bola de suco de romã gelado. Uma bola oca, apenas uma casca fina. Fiquei curiosa como a faziam. Embaixo da bola, um creme de avelã. Fechei com chave de ouro a noite. Ainda vieram docinhos variados em uma mini cômoda de metal, cheia de gavetinhas. Em cada gaveta, um docinho diferente. Também nos levaram uma caixa cheia de chocolates variados para acompanhar o café. Pedi um expresso descafeinado. Veio como se bebe em Roma, curto e forte. A conta foi cara, mas valeu a pena ter esta experiência. Ainda tivemos a visita do chef alemão Heinz Beck, muito simpático e cortês, nos desejou uma ótima férias na Itália. Foi o primeiro restaurante três estrela do Guia Michelin que eu fui na minha vida. Voltamos para o hotel de táxi. Mais uma bela jornada encerramos em Roma.

terça-feira, 1 de março de 2011

FÉRIAS - DIA 4 - TERÇA-FEIRA - 01/03/2011 - ANIVERSÁRIO, CAMINHADA, CHUVA, FRIO E CULTURA

Acordei cedo. 7:30 h já estava de pé, desfazendo a mala. Tínhamos combinado de nos encontrar para tomarmos o café da manhã juntos às 9:30 horas. Encontramos com os amigos no horário combinado. Um deles completava 42 anos. Abraços, presente, bolo surpresa, parabéns para você cantado em alta voz e uma vergonha estampada no rosto do aniversariante. O café da manhã do Sofitel Villa Borghese é farto, com muitas opções de frutas, queijos, pães, doces, sucos, iogurtes, croissants, ovos, linguiças, frios, geleias e afins. Pedi um chocolate quente. Veio chocolate diluído em água. Um horror. Pedi para trocar e fui prontamente atendido. O tal chocolate servido inicialmente era feito em máquina. Trouxeram-me uma jarra maior, preparado na hora, com leite. Adorei. Saímos bem agasalhados, com guarda-chuvas, pois o dia seria longo, como o foi, com muito frio e uma insistente chuva após 15 horas. Mas não desistimos, andando a pé pelo centro histórico de Roma conforme havíamos traçado no roteiro do dia. Nossos amigos tiveram que parar para comprar guarda-chuvas quando a chuva apertou. O dia foi cansativo para o corpo, mas foi um banho de cultura para a alma, uma excelente gastronomia tanto no almoço quanto no jantar, ótima companhia, muita diversão, mas momentos de reflexão nos diversos templos religiosos que entramos. Passamos ziguezagueando por ruelas, becos, passagens escuras, praças grandes e pequenas, feiras, igrejas, ruínas seculares, trânsito caótico, apreciando obras de arte de artistas do quilate de Rafael, Michelangelo, Caravaggio e Bernini. Entrei, pela primeira vez na vida, em uma sinagoga, diga-se de passagem, a maior da Europa, pois foi em Roma que os judeus primeiramente se instalaram logo após a tomada de Jerusalém pelos gregos. Detalharei o dia com fotos que aqui postarei. A gastronomia também foi excelente. Almoçamos em um restaurante escondido, próximo ao Rio Tevere e à Sinagoga chamado Piperno (Via Monte dè Cenci, 9), difícil de achar, mas um local que vale a pena conhecer. A sua especialidade são as alcachofras e a culinária é definida como judaica-romana. A decoração é duvidosa, com feltro verde idêntico aos de mesa de sinuca nas paredes e quadros escuros em todos os cantos, mas o atendimento é eficiente, falam inglês, o serviço é rápido. Como todos os restaurantes em Roma, ele fecha cedo, funcionando para almoço de 12:00 às 15:00 horas, mas os pedidos devem ser feitos, no máximo, até 14:30 horas. De entrada, pedimos duas das especialidades da casa: alcachofra à moda judia (são assadas, com pouco tempero e muito macias, a porção vem com duas delas) e flor de abobrinha empanada frita com flor de sal (são cinco na porção). Nunca tinha experimentado esta flor de abobrinha e estava divina, mesmo com a pimenta do reino acima do que gosto. Um toque especial é o queijo que é frito enrolado na abobrinha, dando um sabor diferenciado e sendo uma surpresa para o paladar, já que ele fica por dentro do empanado. Para beber, água San Pellegrino. Aprendemos a pedir uma só garrafa, pois sempre colocam o maior tamanho na mesa. Escolhi um risoto pescatore como prato de fundo. Bem servido, vem com muitos frutos do mar, embora alguns eu não tenha identificado facilmente. Neste prato, a pimenta do reino também era destaque, mas não comprometeu os sabores característicos de lulas e afins. O arroz usado no risoto não era o arbóreo, mas sim o carnelori, mais consistente. Não pedi sobremesa e nem experimentei nada do que os demais pediram. O café expresso, como em todo local na cidade, é curto e bem forte. Para o jantar, já tínhamos, desde o Brasil, reserva confirmada por e-mail, no restaurante Casa Coppelle (Piazza delle Coppelle, 49), também no Centro Histórico. Local cheio, grande, bem movimentado. Um grande quadro negro está na parede do bar, mostrando as especialidades da casa. Um desenho de um coração e as letras R & O servem de assinatura para o cardápio escrito na lousa (iniciais de Rachelle, uma francesa que adotou Roma como lar, e Omar). As paredes são de tijolo à vista, com quadros de fotografias e alguns objetos pendurados, lembrando um pouco a decoração do Gero, em suas três unidades brasileiras. A especialidade da casa são pratos da culinária italiana, sem se esquecer da França, terra natal da proprietária, muito simpática, por sinal. Carta de vinhos italianos extensa e com ótimos preços. Embora ainda sem beber, escolhi um excelente Pio Cesare Dolcetto d'Alba 2008 para os amigos. O aniversariante do dia não bebeu. De entrada, fomos de duas porções de bruschettas (cinco unidades em cada), com diversos recheios, incluindo uma com presunto de Parma. Experimentei a de tomates que estava divina. Os pães oferecidos à mesa são todos de fabricação própria. De prato principal, pedi outro risoto, também com o arroz carnelori, de vinho e orégano. Combinação diferente, mas que harmonizou bem no paladar. Gostei muito. Fiquei, novamente, sem experimentar sobremesa. Pedimos um táxi para voltarmos ao hotel e fomos prontamente atendidos. Terminamos nossa segunda noite na cidade cansados, mas exttremamente felizes com nosso dia, mesmo com toda a chuva que tomamos no final da tarde e com roupas penduradas em todos os pontos possíveis no quarto para secarem. Durante todo o dia conhecemos a Piazza del Parlamento com o Palazzo di Mntecitorio, a Chiesa Sant'Agostino, parcialmente em obras (algo bem comum em Roma), onde um belíssimo quadro na primeira capela à esquerda chama a atenção pela técnica do claro-escuro utilizada. É a obra "A Madona dos Peregrinos", de Caravaggio. Em seguida, visitamos outra igreja, a Chiesa San Luigi dei Francesi, maior do que a primeira, com três quadros de Caravaggio, mas em restauração. Estavam expostas três reproduções destes quadros logo na entrada. Tínhamos que ser rápidos, pois já passava do meio dia e a maioria das igrejas em Roma fecha às 12:30 horas, só reabrindo a partir das 16:00 horas. Seguimos para a Piazza Navona, onde está o Palazzo Pamphili, sede da Embaixada do Brasil (vista apenas da sua fachada). O trânsito estava impedido nas ruas ao redor da praça, onde há várias opções de bares e restaurantes. No centro, sua grande atração, uma grande fonte projetada por Bernini, a Fontana dei Quattro Fiumi (Fonte dos Quatro Rios). São muitos os turistas que fazem inúmeras poses para fotos nos diversos lados desta fonte. Em frente, ao lado da embaixada brasileira, fica a Chiesa de Sant'Agnese in Agone, com belíssimo interior em formato de círculo e um domo dominando a cena. Em uma capela na sacristia está o crânio de Sant'Agnese. Seguimos para outra igreja, desta vez a Chiesa Santa Maria della Pace, mas só a vimos pelo lado de fora, já que estava fechada e não abre todos os dias (às terças, ela não abre). Pelas pequenas ruas do centro, chegamos a uma movimentada avenida, a Corso Vittorio Emanuele II, onde está outra igreja que visitamos só por fora, a Chiesa Nuova. Seguimos em direção ao Rio Tevere, para conhecer o famoso Campo dei Fiori, uma grande praça onde ocorre uma disputada feira de flores e alimentos. Logo ao lado, fica a Piazza Farnese, onde um prédio chama a atenção, embora não tão bonito quanto o da embaixada brasileira. É o Palazzo Farnese, sede da Embaixada da França. Enquanto a do Brasil é em estilo barroco, este prédio tem sua fachada no estilo renascentista e teve como um dos arquitetos, Michelangelo. A fonte desta praça estava em reparos. Parada estratégica para um café no Café Farnese, em uma das esquinas da praça, seguindo nossa caminhada, passando por toda a extensão do Campo dei Fiori, até chegarmos a uma estreita e escura passagem, onde outrora funcionava o Teatro di Pompeo. Mais algumas vias e ruelas, deparamos com a Area Sacra Argentina, ruínas antigas dos tempos dos imperadores, em eterna escavação, e com entrada interditada. É uma grande área retangular que podemos apreciar por todos os lados. O curioso é a quantidade de gatos no local, alguns com defeitos físicos (vimos dois bem alimentados gatos com apenas três patas). Lendo os guias, tive a informação que ali perto funciona uma espécie de orfanato destes bichanos. Seguimos em direção à Piazza della Rotonda, onde uma outra fonte a enfeita, mas seu destaque é o prédio circular datado do ano 118-125, o Pantheon, hoje uma Basílica. Sua abóboda é impressionante e há uma espécie de claraboia no teto que deixa a luz natural entrar. Além de muito mármore no piso e nas laterais, chama atenção também alguns túmulos que ali se encontram. Vimos dois deles que continham os restos mortais dos reis Umberto I e sua mulher, o de Vittorio Emanuelle II. Também estão no local os restos mortais do pintor Rafael, mas este não vimos. Na saída, deparamos com uma sessão de fotos inusitada: mulher vestida de noiva, com os ombros à mostra, mesmo com o frio de dez graus que fazia e dois homens vestidos com roupas de antigos centuriões. A fome apertou, além do horário indicar que era hora de procurar o restaurante que tínhamos escolhido. Piperno, já explicado em texto acima. Ao sair do restaurante, uma fina chuva começou a cair, levando a temperatura mais para baixo. Já que estávamos ao lado do rio, fomos tirar algumas fotos. Saímos bem em frente à única ilha do rio, a Isola Tiberina, mas não atravessamos a ponte. A região conhecida como Trastevere faz parte de outro roteiro. Voltamos em direção à Sinagoga. Toda cercada, com policiamento constante, tive a minha mochila revistada. Paga-se 10 euros para entrar, com direito a visita ao museu hebraico (Museo Ebraico di Roma), com sete salas. O destaque é a maior coleção do mundo de capas e tecidos para guardar o Torha e a Arca Sagrada. O ingresso dá direito a uma visita guiada (há em italiano e em inglês) ao Tempio Spagnolo (Templo Espanhol) e ao Tempio Maggiore (a Sinagoga principal da Itália).  Para entrar em ambos os templos, os homens devem colocar o quipah, aquele círculo de pano na cabeça. Como eu estava de chapéu, fui o único que não precisou colocar. Todos os judeus de Roma são ortodoxos, motivo pelo qual os homens sentam separados das mulheres. Na Sinagoga, que acomodam sentadas 800 pessoas, os homens ficam na parte de baixo e as mulheres nas três galerias superiores. Ao terminar a visita, a chuva era forte. Meus amigos tiveram que parar em uma loja de souvenir para comprar dois. Estávamos diante das ruínas do Teatro di Marcelo e da Porta de Octavia. É uma construção imponente, lembrando o Coliseu, mas em escala menor. Com enxurradas descendo as ruas, carros e pedestres se confundindo nas estreitas vielas, entramos no Centro Histórico novamente, conhecendo a Piazza Campitelli, onde funciona uma biblioteca pública, com várias esculturas antigas em seus vãos. Já escurecendo (embora o relógio marcava 17:00 horas), procuramos a Piazza Mattei, onde fica uma curiosa fonte: Fontana delle Tartarughe. Bem conservada, a curiosa escultura tem quatro pequenas tartarugas em cima, como se estivessem tentando entrar na bacia sustentada por estátuas de mulheres. A nossa próxima parada foi a Chiesa Il Gesù, onde, por sorte, pegamos uma belíssima apresentação gratuita de suas obras, um show de som e imagens. A igreja é a mais bonita que entrei no dia. Belíssimo teto. Há um grande espelho posicionado diagonalmente ao chão, nos permitindo ver detalhes do teto sem ficar forçando a cabeça para cima. Faltava apenas uma igreja para terminar o roteiro do dia. Seguimos para a Piazza Minerva, onde há uma estranha escultura de Bernini ao centro: um elefante sustentando um obelisco. A igreja é a única em estilo gótico na cidade, a Chiesa Santa Maria sopra Minerva, com três destaques. A última capela à direita possui um belíssimo afresco de Filippino Lippi, à esquerda do altar principal, está a escultura Redentore (Cristo), de Michelangelo, sensacional. Ela fica mais nítida se colocamos uma moeda de cinquenta centavos de euro em uma máquina ao lado, pois um foco de luz ilumina a escultura por um minuto. Na capela à esquerda desta obra de Michelangelo, está o túmulo do Beato Angelico, o famoso frei que também pintava, cuja principal obra está no Museu do Prado, em Madri (se não me falha a memória). Ele era conhecido como Fra Angelico. Com esta visita, terminou nosso roteiro. Debaixo de uma chuva torrencial, não achamos táxi, voltando a pé para o hotel, subindo, com pernas e pés cansados, a Scalinata Di Spagna. Descansamos por quase duas horas, quando nos arrumamos para o jantar no restaurante Casa Coppelle, novamente no Centro Histórico, onde comemoramos, mais uma vez, o aniversário de nosso amigo.


Palazzo Montecitorio - Piazza del Parlamento


"A Madona dos Peregrinos" - Caravaggio - Chiesa Sant'Agostino


Detalhe na fachada da Chiesa San Luigi dei Francesi


Detalhe da Fontana dei Quattro Fiumi - Piazza Navona


Detalhe do piso da Chiesa Sant'Agnese in Agone - Piazza Navona


Fonte em frente à Embaixada do Brasil - Piazza Navona


Beco no Centro Histórico


Fachada da Chiesa Santa Maria della Pace


Barraca de flores no Campo dei Fiori


Palazzo Farnese - Embaixada da França


Area Sacra Argentina


Pantheon


Brasil e Argentina juntos na lateral de um bonde


Entrada do Restaurante Piperno


Rio Tevere


Teatro di Marcelo


Fontana delle Tartarughe - Piazza Mattei 


Túmulo de Fra Angelico - Chiesa Santa Maria sopra Minerva


"Redentor" - Michelangelo - Chiesa Santa Maria sopra Minerva


Interior do Restaurante Casa Coppelle

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

FÉRIAS - DIA 2 - DOMINGO - 27/02/2011 - DE MALAS PRONTAS

O domingo foi rápido, pois fiquei por conta de arrumar a mala. Quanto maior a mala, mais coisa a gente coloca. Esta tendência nunca muda. Aproveitando que tinha espaço, fui colocando roupa, algumas ficarão no meio do caminho, pois já estão muito velhas e surradas. Pedimos comida em casa, China in Box. Não queria sair para nada, somente na hora de irmos para o aeroporto. Arrumei a mala de mão, na verdade uma pequena mochila, onde coloquei, como sempre faço, uma muda de roupa, o notebook, a documentação da viagem, remédios do dia a dia, agendas, cadernetas e dois guias de Roma, nossa primeira parada. Ainda separei todos os cadernos de cultura do Correio Braziliense e da Folha de São Paulo do período de 21 a 27 de fevereiro, pois ainda não tinha lido nada, algumas revistas e o livro que estou lendo há meses e não consigo terminar, arrumando-os em uma ecobag novinha que havia comprado na última vez que fui a São Paulo. Ric ligou para a sobrinha pedindo-a para nos levar ao aeroporto. Ela só poderia se fosse às 16:30 horas. Aceitamos, mesmo chegando mais cedo do que devíamos. Aproveitamos para solicitar à TIM, operadora da qual Ric tem um celular iPhone, a liberação para roaming internacional. Perto de 16 horas, com a mala pronta, pesando 32 quilos, fui tomar um banho relaxante, quando aproveitei e tirei a barba toda. Quando saí do banheiro, Ric estava pronto, usando uma camisa que era minha, presente de uma pessoa que não mais faz parte do meu círculo de amizades. Eu tinha pedido para ele dar para algum dos seus irmãos há uns oito, nove meses, mas ele a escondeu, pois achava a camisa bonita. Sempre acreditei em maus fluidos e energia negativa e aquela camisa me dava uma sensação estranha. Na hora marcada, a sobrinha de Ric estava nos esperando na entrada do bloco onde moramos. Uma chuva fina começou a cair. No aeroporto, despachamos as malas no atendimento para Classe Executiva, classe que voaremos toda a viagem (passagens emitidas com milhagem da TAM). A mala de Ric pesou 17 quilos e a minha os tais 32 que eu já havia pesado em casa. Elas foram etiquetadas até Roma, destino final de nossa longa viagem. Embarcamos no horário previsto, em voo vazio, com praticamente todos os passageiros iniciando uma viagem internacional. Ao chegarmos em São Paulo, também no horário previsto, às 20:35 horas, caía uma chuva torrencial. Para piorar, o avião não se posicionou nas pontes de desembarque. Faríamos um desembarque remoto, em ônibus. Logo que parou os motores, uma escada foi colocada para descermos até o ônibus, que já esperava em sua posição. Um funcionário da TAM totalmente molhado subiu a escada, que não tinha proteção contra chuva, e disse que não havia guarda-chuva disponível. Tínhamos que descer debaixo de um temporal, com malas e casacos (afinal, vamos para um local onde ainda é inverno), nos molhando todo. Um passageiro desceu correndo, com riscos de cair e se machucar. O comandante da aeronave mandou fechar as portas e só abrí-las quando uma escada coberta chegasse. Esperamos por quase meia hora. A escada chegou, mas não havia mais ônibus nos aguardando. Foram mais quinze minutos. Nisto, a hora de embarque no voo para Frankfurt, onde faríamos uma conexão com a Lufthansa, se aproximava. Enfim, escada coberta e ônibus posicionados, mas sem nenhum guarda-chuva. Molhamos um pouco entre a saída da escada e a entrada no ônibus. Ao chegar no saguão do desembarque, apressamos o passo, pois já passava de 21:30 horas, horário marcado para o embarque. Nossa surpresa foi enorme com a fila imensa que se formava para o embarque internacional. A fila andava rápido, mas de repente, tudo ficou parado. Ainda nem tínhamos chegado à porta de entrada. Comecei a ficar preocupado. Dezenas de adolescentes estavam uniformizados, embarcando para os Estados Unidos, onde participariam de uma competição de informática. Eles eram a causa da fila ter parado. a maioria era menor de idade e os responsáveis por acompanhá-los não estavam todos no aeroporto. Todos os guichês da Polícia Federal que atendem passageiros brasileiros ficaram parados, pois os tais jovens ocupavam todas as posições. Parece que, enfim, alguém responsável pelo setor, orientou aos funcionários que parassem de atender aqueles jovens e fizessem a fila andar. Ainda demoramos uns vinte minutos para passar pelo raio X e pela imigração, correndo para o portão de embarque 13, onde praticamente fomos um dos últimos a entrar. Ficamos em um local ótimo na classe executiva, na primeira fila, nas duas poltronas do lado direito da aeronave. Atendimento de primeira pelos comissários da TAM. A poltrona reclina bem, dá para ficar praticamente deitado. O horário da decolagem era 22:35 horas, mas houve um prolongado atraso sem explicações. Quando tínhamos quase uma hora de atraso, perguntei ao comissário o motivo da demora. Ele disse que faltava um passageiro, mas que já íamos partir, uma vez que o faltoso tinha acabado de embarcar. Mas ainda demoramos mais meia hora, quando o comandante avisou que o mau tempo e o intenso tráfego aéreo nos faria esperar até meia noite. Decolamos às 00:10 horas. Atraso de uma hora e quarenta. Já sabia, previamente, que a conexão em Frankfurt estava comprometida, pois o intervalo entre nossa chegada e a saída do voo com destino a Roma era de uma hora e meia.  Li os jornais velhos enquanto o sono não veio. Neste meio tempo, o jantar foi servido, com ótimas opções preparadas pelos gêmeos espanhóis donos dos restaurantes Eñe em São Paulo e Rio de Janeiro. Quando o sono chegou, reclinei a poltrona ao máximo, arrumei o travesseiro e dormi, só acordando com um mau cheiro estranho. Era o passageiro que estava na poltrona atrás da minha se mexendo, exalando um cecê horrível. Quando acordei, peguei o livro que nunca termino para tentar acabar a leitura. Já era segunda-feira, 28/02/2011, meu terceiro dia de férias. Olhei para o lado. Ric dormia. Usava a camisa com maus fluidos.