Sexta-feira, 30 de julho de 2010. 21 horas. Sala Villa Lobos do Teatro Nacional Cláudio Santoro lotada para ver a peça Ensina-me A Viver. Não é a primeira vez que esta peça vem a Brasília. Já tentei assistí-la antes, tanto aqui em Brasília quanto em São Paulo, mas não consegui, pois os ingressos sempre estavam esgotados. Assim que vi a notícia no jornal, imprimi o cupom de descontos Sempre Você para assinantes do Correio Braziliense para comprar o ingresso (R$ 35,00 - meia entrada). O texto é do americano Colin Higgins que já foi transposto para o cinema em 1971, recebendo o título em português idêntico ao da peça (em inglês é Harold and Maude). O texto foi traduzido por Millôr Fernandes, adaptado por João Falcão, que também assina a direção da peça, sucesso de público no Brasil. Glória Menezes (Maude) e Arlindo Lopes (Harold) encabeçam o elenco, que ainda conta com Stella Maria Rodrigues (a mãe de Harold), Antônio Fragoso (como o padre, o tio militar de Harold, o terapeuta e o inspetor da polícia), Fernanda de Freitas (as três pretendentes de Harold), além de um elenco de apoio. É uma história de amor, porém os enamorados aqui são uma senhora à beira de completar 80 anos que adora viver e um jovem perto de completar 20 anos que adora a morte. Os dois se encontram em um enterro de um desconhecido qualquer e passam a se ver frequentemente. Enquanto isto, a mãe de Harold, cansada de ver as simulações de suicídio de seu filho, resolve encontrar, por intermédio de uma agência de matrimônio, uma namorada para ele. A interpretação de todo o elenco é muito boa. Destaco Arlindo Lopes, um jovem ator que dá vida e emoção ao seu personagem. Glória Menezes faz uma velhinha adorável, cheia de vida como não poderia deixar de ser, com um sotaque infantil que demonstra o quão jovem de cabeça Maude é. Seu figurino é trocado constantemente, sempre muito colorido, com exceção de uma cena, onde ela usa o branco, tendo em vista o momento da peça. O figurino de Harold também explicita a transposição da veneração pelo funesto para a alegria de viver. Fernanda de Freitas dá um show de interpretação, pois a caracterização das três jovens pretendentes de Harold não nos permite dizer, de imediato, que se trata da mesma atriz. A peça é longa, pois tem 110 minutos, diferente da média dos espetáculos encenados no Brasil, que gira em torno de 60-70 minutos. Mesmo com esta duração, ela não cansa. É divertida, é emocionante. Os efeitos visuais também merecem ser destacados. A movimentação de cortinas para trocar as cenas é sensacional, como também o são os efeitos quando Harold simula alguns de seus suicídios. Há uma ode ao teatro, tanto na cenografia (Maude mora em um depósito abandonado que guarda artigos e cenários de peças teatrais), quanto no texto, pois a senhora idosa diz que o teatro não se guarda, ele dura um único momento, mágico para quem o assiste, enquanto o cinema se guarda em latas. Mas o cinema também é homenageado. O início da peça lembra uma abertura de um filme com a projeção dos créditos da peça nas cortinas que se movimentam. Enfim, é a magia e a emoção que tomam conta do teatro. Gostei muito.
Olá hoje (30/06/2012) assisti essa peça encenada no Céu Pera Marmelo, em São Paulo, no bairro do Jaraguá, com apoio da Prefeitura isso foi possível, pois senão também nunca conseguiria assistir tão bela peça, amei. Eu não consegui identificar que a mesma atriz fez as 3 pretendentes de Harold, rsrsrs, so descobri aqui lendo esse seu texto falando da peça. E a propósito não conhecia essa página, adorei foi um achado, parabéns.
ResponderExcluirPrezada Fátima,
ResponderExcluirObrigado pela visita e pelas felicitações. Que bom que gostou do blog. Espero que você o visite mais vezes.
Um abraço,