O nome é curioso: A Casa das Onze Janelas. Um casarão de dois andares construído no século XVIII às margens da Baía do Guajará em Belém do Pará que abriga uma coleção de arte moderna e contemporânea brasileira. O prédio foi construído para ser residência e depois se transformou em hospital militar. Totalmente reformado no início deste século, faz parte do chamado Núcleo Cultural Feliz Lusitânia onde ficam prédios históricos que foram recuperados e hoje abrigam museus e centros culturais, todos ao redor da Praça Frei Caetano Brandão, muito bem conservada. Neste local estão a Catedral da Sé, a Igreja de Santo Alexandre, o Museu de Arte Sacra, o Forte do Presépio e A Casa das Onze Janelas. Vale a pena conhecer este complexo. Gostei muito da Casa das Onze Janelas. A construção está pintada em tom amarelo, com jardim e varandas com vistas para o imenso rio. Dos terraços, jardins e varandas, em entardecer de céu limpo (coisa não muito comum em Belém), dá para se ver um belo por do sol, fato que não pude presenciar. Fui duas vezes ao local no mesmo dia. A primeira, no meio da tarde, quando visitei a exposição do acervo pagando R$ 2,00 pela entrada. Não se pode entrar com bolsas que devem ser deixadas em um escaninho no térreo cuja chave fica em nosso poder. São três salas de exposições. A maior parte do acervo está na sala do térreo, com obras de artistas da fase modernista. Entre as obras, exemplares de Tarsila do Amaral, Burle Marx, Amílcar de Castro, Cildo Mirelles, Cícero Dias, entre tantos outros. Há gabinetes de papeis que podemos abrir para ver as obras, mas a luz no local estava queimada. Uma pena. Logo na entrada, fui avisado que não poderia tirar fotos, mas não há nenhuma câmara e nem mesmo vigilantes ou funcionários nas salas de exposição. Fiquei totalmente sozinho durante todo o tempo que percorri as três salas. Um absurdo, pois qualquer pessoa pode tocar as obras, danificando-as. No segundo piso, cujo acesso se dá somente por escada, portanto não há acessibilidade para pessoas com deficência, ficam as duas outras salas. A maior delas concentra as obras de artistas contemporâneos, como os mineiros Marco Paulo Rolla e Rosângela Rennó. A sala menor tinha uma instalação de Jocatos, artista da cidade que ganhou o prêmio Secult de Artes Visuais. No jardim, há esculturas e debaixo das arcadas uma grande obra do artista paraense Emmanuel Nassar. No térreo, ocupando quatro ambientes, está o Boteco das Onze, que funciona tanto como restaurante quanto como bar. A esmagadora maioria das pessoas prefere ficar no terraço, ao ar livre, em frente ao rio. Fui à noite para jantar, quando me sentei no ambiente do restaurante (ainda há o bar e a varanda) para degustar um prato tipicamente local: risoto paraense, ou seja, arroz com jambu, tucupi e camarões. Gostei muito. Apesar dos pontos negativos que elenco neste post, incluindo a falta de um folder sobre o espaço, achei muito interessante a proposta deste espaço cultural e torço para ser um sucesso. A iluminação dos prédios reformados à noite também merece ser conhecida.
Fotos deste post de minha autoria tiradas em junho de 2010.
Noel,
ResponderExcluirComo disse que os espaços culturais ficam ao redor de um praça, me lembrei das instalações da Praça da Liberdade.
Bjs
Pek,
ResponderExcluirMas as dimensões da praça em Belém são bem menores. E as estruturas montadas em BH são mais ricas.
Bjs.
Noel, sempre disse que quando o Brasil descobrir o Pará para turismo, isso aí vai bombar, porque é sensacional. Ao lado daí tem o Mangal das Garças, mas você não deve ter tido tempo de visitar.
ResponderExcluirGláucio,
ResponderExcluirFiquei sabendo do Mangal das Garças, mas o tempo foi curto para ir em todos os lugares, ainda mais que estava acompanhado de gente que não conhecia Belém. Está anotado para a próxima viagem.
Abraço.