Durante as férias no México, tive a oportunidade de ler o ótimo livro Terra Sonâmbula, de Mia Couto, escrito em 1972. A edição brasileira que li é de 2007, publicada pela Companhia das Letras. O autor moçambicano bebe da fonte do realismo fantástico ambientando sua história em Moçambique arrasado pela guerra civil, com muito roubo, desconfiança e corrupção. Mas a história nos deixa uma mensagem de esperança, de que sonhar é possível e necessário. Gostei muito.
Um pouco de tudo do que curto: cinema, tv, teatro, artes plásticas, enogastronomia, música, literatura, turismo.
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terça-feira, 15 de novembro de 2011
GASTRONOMIA NA CIDADE DO MÉXICO - LA PAUSE
LA PAUSE
Especialidade: culinária internacional com toques da cozinha mexicana.
Ambiente: fica em uma antiga casa colonial na aprazível rua Francisco Sosa. É um misto de café, bistrô, galeria e livraria, tendo, consequentemente, vários ambientes. Para almoço ou jantar, o local mais agradável é o quintal ao fundo da casa, com mesas debaixo de árvores floridas. O terraço no corredor lateral também é muito gostoso de se ficar, tendo duas fontes cujo barulho da água dá uma sensação de paz e tranquilidade. Uma das fontes tem ares modernosos, enquanto a outra, incrustada no muro lateral, parece ser original da época colonial. Fiquei em mesa neste corredor.
Serviço: ótimo. Informal e eficiente. Show de atendimento, tanto na entrada, quanto do garçom que nos atendeu.
Quando fui: almoço do dia 01º de novembro de 2011, terça-feira.
O que bebi: apenas água com gás.
O que comi: de entrada, pedi um ceviche la pause. Bela apresentação em uma taça de vidro. É levemente doce tendo em vista o peixe e o camarão serem marinados em caldo de tangerina. Sabor diferente dos ceviches peruanos. Gostei. Como prato principal, descansei das iguarias mexicanas, pedindo uma massa. Foi um rigattoni ao pesto, com lascas de frango grelhado e queijo provolone. Estava al dente, como deve ser. O molho pesto não era enjoativo. Massa correta.
ceviche la pause
rigattoni ao pesto
Valor da conta: M 890 (U$ 68,46 - R$ 127,00) para duas pessoas.
Observações: Só aceita cartões de crédito da bandeira American Express. Há wi-fi para os frequentadores, mediante solicitação de senha. Frequentado por turistas que visitam os museus da região, pois vi que muitos estavam com guias nas mãos e comentavam sobre o acervo que tinham visto. Havia muita gente apenas tomando um café e navegando na internet.
Minha avaliação: + + + 1/2.
Gastronomia Cidade do México (México)
GASTRONOMIA NA CIDADE DO MÉXICO - TEZKA
TEZKA
Especialidade: culinária vasca (basca), com influências francesas, italianas e mexicanas.
Ambiente: Situado no segundo andar do Hotel Royal Zona Rosa, não é grande. São dois salões onde o branco e o escuro estão em harmonia. Há mesas ao longo das amplas janelas que permitem ver o movimento da rua. Os lustres em forma de grandes cilindros com motivos geométricos em vermelho dão o tom de modernidade ao recinto, mas os penduricalhos de vidro na base do lustre conferem uma pitada kitsch na decoração.
Serviço: Distante. Só havia nossa mesa ocupada durante todo o tempo em que lá estivemos, o que poderia ser um ponto favorável para um bom atendimento, mas por ser noite de Halloween, deu a impressão que o maitre e os garçons estavam com a cabeça nas festas que aconteciam pela cidade do que no trabalho em si. O maitre estava impaciente para anotar nossos pedidos. Há opções de sobremesa que devem ser ordenadas quando ainda não chegaram os pratos principais, conforme está escrito no menu.
Quando fui: jantar para comemorar meu aniversário em 31 de outubro de 2011, segunda-feira.
O que bebi: o vinho tinto espanhol Camins del Priorat 2007, criação de Alvaro Palacios. Tem em sua composição as castas carignan (60%), garnacha (30%), cabernet sauvignon (10%) e syrah (10%). 14% de teor alcoólico. Recomendado para acompanhar carnes e massas. Esta safra recebeu 91 pontos de Robert Parker. Boa relação custo X benefício.
O que comi: entrada - salada de folhas com queijo de cabra cru e maçãs regada com molho adocicado. O queijo e a maçã estavam cortados em pedaços grandes, sem nenhum refinamento, mas o sabor estava sensacional. O queijo estava bem fresco, não muito forte, cujo sabor foi amenizado não só pelo doce natural da maçã, mas também pelo molho sobre as folhas de alface. Prato principal - codorniz rellena com foie gras y manzanas asadas (codorna desossada recheada com foie gras e maçãs assadas). Muito bom o prato. A carne da codorna estava macia, quase derretia quando no contato com a língua. O sabor da maçã assada deu consistência e personalidade ao molho que cobria a carne. Não há muito foie gras no prato, apenas o suficiente para dar aquele toque aveludado ao conjunto. Sobremesa - crujientes de higos rellenos de almendras, ou seja, canudinhos recheados com um creme de amêndoas cujo topo era uma geleia de figos. Delicioso.
salada de folhas com queijo de cabra cru e maçãs regada com molho adocicado
codorniz rellena com foie gras y manzanas asadas
crujientes de higos rellenos de almendras
Valor da conta: M 2.586 (U$ 198,92 - R$ 358,00) para quatro pessoas.
Observações: Fundado pelo premiado chef espanhol Juan Mari Arzak em 1994, hoje tem como chef executivo Francisco Flores. Em 2009 recebeu a classificação 4 Diamonds da American Automobile Association. Figura sempre na lista dos melhores restaurantes do México. Há wi-fi para os clientes, mediante solicitação de senha.
Minha avaliação: + + + + 1/2
Gastronomia Cidade do México (México)
GASTRONOMIA NA CIDADE DO MÉXICO - LOS GIRASOLES
Endereço: Plaza Manuel Tolsá - Calle Tacuba entre el 8 y el 10 - Centro Historico.
Especialidade: culinária mexicana.
Ambiente: fica em uma casa com dois pisos em frente ao Museo Nacional de Arte. No local funcionava a Casa de Ejercicios do antigo hospital jesuíta San Andrés. Há mesas na varanda, no nível da rua, como também nos ambientes internos, tanto no térreo, onde também fica o bar, quanto no segundo andar, onde ficamos. O amarelo, cor dos girassóis, predomina nas paredes, assim como o azul e o fúcsia. No salão do segundo piso há uma fonte enfeitada com girassóis.
Serviço: muito bom. O garçom que nos atendeu era atencioso, sugerindo pratos tanto para a entrada quanto para os de fundo, indicando quais eram mais bem servidos do que os outros. Já o maitre era mais formal e ficou nos observando desconfiado quando eu tirava fotos do cardápio. Embora não questionasse os motivos, resolvemos explicar o porque das fotos.
Quando fui: almoço do da 31 de outubro de 2011, segunda-feira.
O que bebi: Diet Coke.
O que comi: experimentei duas entradas. A primeira foram dobladitas asadas de quejo y huitlacoche: quesadillas de milho azul recheadas com queijo derretido da região de Oaxaca e huitlacoche (o bolor negro que dá no milho). A massa da quesadilla de milho é algo fantástico, pena que é difícil de encontrar no Brasil, onde a variedade de milho não é grande. O recheio estava leve, saboroso, com gosto de quero mais. A segunda entrada foram tacos de la permanente: tacos recheados com feijão e arrachera picada servidos com dois tipos de molho, um vermelho e outro verde. O diferencial é a massa dos tacos, também feitas de milho. Como prato de fundo, escolhi um pollo con mole poblano, ou seja um peito de frango cozido (ao ordenar, o garçom perguntou se eu queria peito ou coxa e sobre-coxa) com um espesso molho feito com chocolate, pimenta e uma série de ingredientes, salpicado com sementes de gergelim. Acompanhou o prato uma porção de arroz mexicano e uma fatia de banana frita. O sabor é sensacional, mas é bem picante. Não é recomendável para estômagos mais sensíveis. De sobremesa, dei umas colheradas em um pay de pétalos de rosa, uma espécie de cheesecake aromatizado com pétalas de rosa comestível. Valeu pela curiosidade.
Valor da conta: M 1.580 (U$ 121,50 - R$ 219,00) para quatro pessoas.
Observações: há wi-fi livre para os clientes mediante senha, porém quem fica no segundo piso não consegue acesso. O slogan do restaurante é "dedicados rescate de la alta cocina mexicana" (dedicados ao resgate da alta culinária mexicana).
Minha avaliação: + + + +
Gastronomia Cidade do México (México)
Especialidade: culinária mexicana.
Ambiente: fica em uma casa com dois pisos em frente ao Museo Nacional de Arte. No local funcionava a Casa de Ejercicios do antigo hospital jesuíta San Andrés. Há mesas na varanda, no nível da rua, como também nos ambientes internos, tanto no térreo, onde também fica o bar, quanto no segundo andar, onde ficamos. O amarelo, cor dos girassóis, predomina nas paredes, assim como o azul e o fúcsia. No salão do segundo piso há uma fonte enfeitada com girassóis.
Serviço: muito bom. O garçom que nos atendeu era atencioso, sugerindo pratos tanto para a entrada quanto para os de fundo, indicando quais eram mais bem servidos do que os outros. Já o maitre era mais formal e ficou nos observando desconfiado quando eu tirava fotos do cardápio. Embora não questionasse os motivos, resolvemos explicar o porque das fotos.
Quando fui: almoço do da 31 de outubro de 2011, segunda-feira.
O que bebi: Diet Coke.
O que comi: experimentei duas entradas. A primeira foram dobladitas asadas de quejo y huitlacoche: quesadillas de milho azul recheadas com queijo derretido da região de Oaxaca e huitlacoche (o bolor negro que dá no milho). A massa da quesadilla de milho é algo fantástico, pena que é difícil de encontrar no Brasil, onde a variedade de milho não é grande. O recheio estava leve, saboroso, com gosto de quero mais. A segunda entrada foram tacos de la permanente: tacos recheados com feijão e arrachera picada servidos com dois tipos de molho, um vermelho e outro verde. O diferencial é a massa dos tacos, também feitas de milho. Como prato de fundo, escolhi um pollo con mole poblano, ou seja um peito de frango cozido (ao ordenar, o garçom perguntou se eu queria peito ou coxa e sobre-coxa) com um espesso molho feito com chocolate, pimenta e uma série de ingredientes, salpicado com sementes de gergelim. Acompanhou o prato uma porção de arroz mexicano e uma fatia de banana frita. O sabor é sensacional, mas é bem picante. Não é recomendável para estômagos mais sensíveis. De sobremesa, dei umas colheradas em um pay de pétalos de rosa, uma espécie de cheesecake aromatizado com pétalas de rosa comestível. Valeu pela curiosidade.
dobladita asada de quejo y huitlacoche
tacos de la permanente
pollo con mole poblano
pay de pétalos de rosa
Valor da conta: M 1.580 (U$ 121,50 - R$ 219,00) para quatro pessoas.
Observações: há wi-fi livre para os clientes mediante senha, porém quem fica no segundo piso não consegue acesso. O slogan do restaurante é "dedicados rescate de la alta cocina mexicana" (dedicados ao resgate da alta culinária mexicana).
Minha avaliação: + + + +
Gastronomia Cidade do México (México)
GASTRONOMIA NA CIDADE DO MÉXICO - LA HACIENDA DE LOS MORALES
LA HACIENDA DE LOS MORALES
Especialidade: culinária mexicana.
Ambiente: instalado em uma construção histórica datada do século XVI onde funcionou uma hacienda (fazenda). É muito grande, com decoração clássica que dialoga com a própria história do lugar. No hall de entrada há uma bela imagem barroca. As paredes do bar são em cor atijolada em tom vibrante, assim como na área reservada aos fumantes. No salão principal, onde ficamos, predomina o branco nas paredes. Ainda no bar, montado em um antigo pátio interno, uma bela fonte no centro e um altar referente ao Dia dos Mortos. A decoração confere uma certa austeridade ao restaurante.
Serviço: Preguiçoso. Os garçons visivelmente não estavam querendo trabalhar. Era tarde da noite de domingo e o restaurante não estava cheio. Atendimento de má vontade.
Quando fui: jantar do dia 30 de outubro de 2011, domingo.
O que bebi: comecei com uma margarita frozen de manga, que achei dispensável. Passei para uma água com gás.
O que comi: estava sem apetite, indo direto para o prato principal. Optei por algo simples: uma arrachera (um bife de alcatra bem fininho, sem nenhuma gordura, grelhado) acompanhado de frijoles fritos (um tipo de tutu de feijão preto), guacamole e purê de batatas bem temperado. Ótima pedida para uma noite de domingo. Leve e saboroso o prato. Não quis sobremesa.
Valor da conta: M 1.856,80 (U$ 143 - R$ 257,00) para quatro pessoas.
Observações: o restaurante tem três chefs: Alejandro Heredia Reséndiz, Rodrigo Flores Bruno e Benigno Fernández Hernández. Para cada dia da semana, há uma sugestão especial do chef. O local também tem serviço de recepção para casamentos e festas. Não há wi-fi para os clientes.
Minha avaliação: + + + 1/2 (tirei meia cruz por causa do serviço).
Gastronomia Cidade do México (México)
GASTRONOMIA NA CIDADE DO MÉXICO - HARD ROCK CAFÉ
HARD ROCK CAFÉ
Endereço: Campos Eliseos 290 - Col. Polanco.
Especialidade: culinária americana.
Ambiente: como toda unidade da rede, tem vários ambientes espalhados em dois pisos de uma casa, com direito a bar, espaço para pequenos shows, loja de souvenires. A decoração é a de sempre, ou seja, paredes lotadas de memorabilia referente ao mundo do rock. Destaque para uma camisa usada por Prince e duas motos Harley Davidson decorando o salão principal, uma no bar e outra no pé da escada que dá acesso ao segundo piso.
Serviço: péssimo. Demoraram a nos atender, embora muito vazio o restaurante. Faltava o essencial na mesa: guardanapos. Por se tratar de uma rede onde o hamburger é o carro chefe, faltava também nas mesas os sempre presentes molhos de mostarda e ketchup.
Quando fui: almoço do dia 30 de outubro de 2011, domingo.
O que bebi: apenas Coca-Cola Zero
O que comi: o tradicional do menu, o Legendary 10 Oz. Burger. Trata-se de um sanduíche de hamburger com bacon tostado, queijo cheddar, uma rodela de cebola empanada frita, tomate, alface e picles. Acompanhou o sanduba uma porção de batatas fritas. O sanduíche, sendo clássico, não tem erro, pois ele figura no cardápio do Hard Rock Café no mundo inteiro. No entanto, as batatas fritas estavam totalmente sem sabor, embora com uma excelente aparência.
Valor da conta: M 660 (U$ 50,70 - R$ 91,00) para duas pessoas.
Observação: Há wi-fi liberado, sem necessidade de senha.
Minha avaliação: +
Gastronomia Cidade do México (México)
Especialidade: culinária americana.
Ambiente: como toda unidade da rede, tem vários ambientes espalhados em dois pisos de uma casa, com direito a bar, espaço para pequenos shows, loja de souvenires. A decoração é a de sempre, ou seja, paredes lotadas de memorabilia referente ao mundo do rock. Destaque para uma camisa usada por Prince e duas motos Harley Davidson decorando o salão principal, uma no bar e outra no pé da escada que dá acesso ao segundo piso.
Serviço: péssimo. Demoraram a nos atender, embora muito vazio o restaurante. Faltava o essencial na mesa: guardanapos. Por se tratar de uma rede onde o hamburger é o carro chefe, faltava também nas mesas os sempre presentes molhos de mostarda e ketchup.
Quando fui: almoço do dia 30 de outubro de 2011, domingo.
O que bebi: apenas Coca-Cola Zero
O que comi: o tradicional do menu, o Legendary 10 Oz. Burger. Trata-se de um sanduíche de hamburger com bacon tostado, queijo cheddar, uma rodela de cebola empanada frita, tomate, alface e picles. Acompanhou o sanduba uma porção de batatas fritas. O sanduíche, sendo clássico, não tem erro, pois ele figura no cardápio do Hard Rock Café no mundo inteiro. No entanto, as batatas fritas estavam totalmente sem sabor, embora com uma excelente aparência.
Valor da conta: M 660 (U$ 50,70 - R$ 91,00) para duas pessoas.
Observação: Há wi-fi liberado, sem necessidade de senha.
Minha avaliação: +
Gastronomia Cidade do México (México)
GASTRONOMIA NA CIDADE DO MÉXICO - ASTRID Y GASTÓN
ASTRID & GASTÓN
Endereço: Tennyson 117, esquina com Masaryk - Col. Polanco.
Especialidade: culinária peruana.
Ambiente: Fica no segundo piso de um prédio de esquina. A recepção é no piso térreo. Para acessar os salões do restaurante, sobe-se uma escada. São três ambientes, todos com decoração moderna e iluminação à meia luz. São dois salões e uma varanda. De longe, o ambiente mais agradável é a varanda, onde há uma lareira acesa nas noites frias do outono mexicano. Não ficamos nela pois é o local destinado aos fumantes. Sentamos em mesa para quatro no salão que dá acesso à varanda. Destaca-se a parede com nichos quadrados com iluminação vermelha ao fundo, onde estão garrafas de vinho deitadas, sobrepostas uma sobre a outra, formando pirâmides. A porta toda trabalhada, com motivos geométricos vazados também é um ponto notável da decoração.
Serviço: Muito bom. Garçons eficientes, maitre sorridente e atencioso. Tivemos explicações de tudo que perguntamos sobre o cardápio.
Quando fui: jantar do dia 29 de outubro de 2011, sábado.
O que bebi: a bebida peruana pisco sour. Boa apresentação. Bem feita.
pisco sour
O que comi: o couvert da casa com pães quentinhos e manteiga (horrível a manteiga mexicana!); como entrada, Anticucho de Pulpo Nikei, ou seja, espetinho de polvo marinado em missô coberto com espuma de batata panca. A aparência pode não agradar, mas o sabor é inigualável. Foi uma dica do maitre, que aprovei. Também experimentei a entrada que David pediu: causas com carne de caranguejo e camarões. Apresentação muito bonita e ótimo sabor. Como prato principal, resolvi variar um pouco da carne bovina, pedindo El Atun Y El Camote, atum selado na brasa com crosta de especiarias peruanas em um molho de batata doce em três texturas. Bem apresentado, com um sabor meio adocicado sensacional. Para a sobremesa, nada de experimentações, pedimos um menu degustação para dois com três clássicas sobremesas peruanas: arroz de leche (parecido com nosso arroz doce), suspiro limeña (doce de leite com merengue de vinho do porto) e picarones ao mel de maracujá (uma espécie de sonho), todos servidos em duas pequenas unidades cada um. Antes de chegar à mesa, David comentou que era difícil fazer picarones, pois ele enganava com sua aparência externa, bem tostadinha. Quando comi um pedaço do picarone, senti uma massa crua. David teve a mesma sensação. Só comemos as outras duas iguarias, que estavam ótimas. Recolhendo os pratos, o garçom perguntou se não havíamos gostado dos picarones. Ao saber o motivo, ele chamou o maitre, que se desculpou, perguntando se queríamos outra sobremesa, cortesia da casa. Recusamos a oferta, pois todos estavam bem satisfeitos. Ao receber a conta, o maitre nos informou que não cobraram a sobremesa. Uma bela gentileza, significando que o cliente é respeitado na casa.
Anticucho de Pulpo Nikei
Causas Peruanas
El Atun Y El Camote
Suspiro limeña, picarones e arroz de leche
Valor da conta: M 2.832,44 (U$ 212,04 - R$ 382,00) para quatro pessoas.
Observações: frequentado por pessoas elegantes, inclusive celebridades televisas. É a terceira unidade do Astrid & Gastón que conheci e a qualidade dos pratos e dos serviços são mantidos. As duas outras unidades que já tive a oportunidade de ir são as de Lima,Peru e Bogotá, Colômbia. O proprietário é o famoso chef Gastón Acúrio. Há wi-fi para os clientes, mediante solicitação de senha.
Minha avaliação: + + + + (como é a primeira vez que faço este tipo de resenha, o máximo em minha cotação são 5 +).
Gastronomia Cidade do México (México)
segunda-feira, 14 de novembro de 2011
TEOTIHUACÁN E SANTUÁRIO DE GUADALUPE - CIUDAD DE MEXICO
02 de novembro de 2011. Dia dos Mortos. O México em festa. Nosso último dia inteiro no país. Compramos um tour privativo de seis horas de duração com guia em espanhol para conhecer a Zona Arqueologica de Teotihuacán e o Santuário de Guadalupe. Pagamos U$ 154 pelo passeio. Às 8:30 horas, horário combinado, o motorista e guia Sr. Leopoldo estava no lobby do hotel. Nós quatro de bermudas e ele todo encapotado. Quando saímos na rua, percebemos que fazia frio, mas ao longo do dia o sol esquentou. O carro era uma van com espaço de sobra para nosso pequeno grupo. O guia parou em frente ao Monumento a La Independencia, onde nos deu algumas informações sobre a história do país. Nas escadas do monumento, uma profusão de cruzes, velas e flores amarelas não deixavam dúvidas que a Cidade do México celebrava seus mortos. A primeira visita seria na zona arqueológica, cerca de cinquenta quilômetros da capital. Pegamos a via expressa, passando por uma enorme favela de ambos os lados, já na periferia da cidade. A paisagem a seguir era bem seca, como em Brasília no inverno. A umidade do ar na cidade estava bem baixa nos dias que lá ficamos. Mas como já somos calejados, todos tinham hidratantes, colírios e afins para amenizar os efeitos da seca.
Levamos mais ou menos uma hora para lá chegar, mesmo com o motorista em velocidade muito baixa e falando sem parar em tom monocórdio que dava sono. Antes de entrar na área das pirâmides, o guia parou o carro para vermos as duas edificações em ponto de vista privilegiada. Depois nos conduziu até a portaria 5, onde compramos os ingressos, M 51 cada um. Ao perguntar onde ficavam os banheiros, ele titubeou. Meus amigos, que já conheciam o lugar, disseram que não era aquele portão em que entraram da primeira vez que lá estiveram. Ele disse que nos levaria até o outro portão 3, onde havia lojas e banheiros. Assim o fez. Combinamos que ficaríamos uma hora e meia lá dentro. Ele nos esperaria na portaria 2, em frente à Pirâmide do Sol. Logo após entrarmos, nos deparamos com as ruínas do Palácio Quetzalpapalotl, de onde se tinha uma ótima visão da Pirâmide da Lua. Vimos os detalhes do palácio e rumamos para a pirâmide, acompanhados por vendedores ambulantes que vendiam artesanato, aceitando reais como pagamento. No topo da pirâmide, com pouco mais do que 40 metros de altura, decidimos subir os íngremes e irregulares degraus. Vi que estou com bom preparo, apesar de estar afastado de atividades físicas há séculos. Cheguei bufando no alto, mas igual aos demais que frequentam academia regularmente. A visão lá do alto é magnífica, tendo à frente a Avenida dos Mortos e à esquerda a Pirâmide da Lua. Mais ao fundo, vê-se as ruínas do Templo de Quetzalcoatl. Na Pirâmide da Lua não se pode subir até o último nível, diferente da Pirâmide do Sol, mais alta, mas que se chega ao seu cume. Descemos com cuidado, segurando na corda de aço que dá apoio a quem sobe e a quem desce. Percorremos a Avenida dos Mortos, observando os detalhes de cada pedra ali colocada. Um afresco chama a atenção à esquerda, única pintura mural que ainda resta. Retrata um puma em motivos que lembram o movimento da água. O sol estava quente. Não há sombras. O uso de protetor solar é mais que necessário. Chegamos na parte mais movimentada do lugar, em frente à Pirâmide do Sol, onde todos param para posar para fotos. Ric disse que não iria subir, mas convencemos ele do contrário, usando o argumento de que, segundo o guia Leopoldo, já havia estudos para proibir que as pessoas subissem nas pirâmides, como foi feito em Chichén-Itzá, visando proteger as edificações. Se ele não subisse, depois poderia ser tarde demais. Todos subimos. Fomos por etapas, assim como a maioria dos que lá estavam, pois os degraus são mais irregulares do que a outra pirâmide, além de esta ser mais alta, com mais de 65 metros de altura. Também há cordas de aço para auxiliar na subida e na descida. Um vento gostoso nos recebeu no topo da pirâmide. A vista é linda também, mas a que se tem da Pirâmide da Lua é mais bonita. Mais fotos e descemos novamente. Nosso tempo combinado com o guia já estava se esgotando, mas ainda passamos em uma loja de artesanato na saída para comprar um outro calendário asteca. Saímos de Teotihuacán, que significa "local onde os homens se tornam deuses".
Pirâmide da Lua
Palácio Quetzalpapalotl
Teotihuacán
Mural do Puma - Avenida dos Mortos
Pirâmide do Sol
Deixamos a divindade para trás, mas ficamos no mesmo tema, pois entramos no carro em direção ao Santuário de Guadalupe, dedicado à Virgem de Guadalupe. Quando chegamos, não havia local para estacionar, pois o santuário estava lotado. Afinal era feriado e ali é o segundo maior ponto de peregrinação católica do mundo, só perdendo para o Vaticano. Eu já conhecia o santuário. Não se paga para entrar. Usamos a portaria ao lado do Batistério para ingressar no recinto, começando a rápida visita pela moderna basílica que comporta 10 mil pessoas. Chegamos na hora da missa. Fomos direto para onde fica a túnica do índio Juan Diego onde a imagem da virgem ficou impressa quando de sua aparição para ele. Não há como ficar parado contemplando a túnica que fica emoldurada em um quadro. Entra-se em uma fila para passar em frente ao manto usando uma esteira rolante. Muitos fazem o percurso de ida e de volta. Aproveitei que havia uma loja ao fundo para comprar uma imagem da santa para minha mãe. Quando saí, a missa estava no final, dando para ver o interior da basílica onde uma cruz entortada fica à mostra. Segundo dizem, ela estava ao lado do quadro com a túnica quando um atentado ocorreu no interior da igreja. A imagem ficou intacta, mas a cruz de ferro se entortou toda. Deixamos a basílica pelas portas que se abrem para um grande pátio, onde acontece as celebrações do dia 12 de dezembro, dia dedicado à Virgem de Guadalupe. Há um enorme altar no alto da igreja utilizado nesta data. No mesmo pátio estão duas construções históricas, uma era um convento e hoje funciona um museu e a outra é a antiga Basílica de Guadalupe em estilo barroco. Entramos para ver seu rico interior. O interessante é o desnível em que ela se encontra, pois afundou com o tempo, chegando a ter uma de suas partes descolada da edificação. Está em processo de reforma. Demos por satisfeitos, embora ainda haja outras capelas no local. Voltamos para o hotel. Era hora de almoçar. Resolvemos ficar por perto, indo a pé até um pequeno shopping próximo ao hotel chamado Plaza Zona Rosa, onde comemos na unidade do Chilis. O restante da tarde foi arrumando as malas para o retorno ao Brasil. À noite, um belo jantar de despedida no elegante restaurante Elago, cujo slogan é "el restaurante más bonito de México". Ele fica dentro do Bosque Chapultepec, em sua segunda seção, em frente ao Lago Chapultepec. A dificuldade foi chegar lá, pois o motorista do táxi que nos levou era novo na praça e ficou perdido dentro do parque, quase nada iluminada na noite. Mas conseguimos chegar e nos despedimos em grande estilo da Cidade do México.
Virgem de Guadalupe
Basílica de Guadalupe
Antiga Basílica de Guadalupe
Altar externo da Basílica de Guadalupe
turismo
UMA TARDE EM COYOACÁN - CIUDAD DE MEXICO
A manhã do dia 01º de novembro foi toda para descanso. A mente queria conhecer novos lugares, mas o corpo exigia uma pausa. Roberto e David sairam para outras compras, enquanto eu e Ric ficamos no hotel, descendo para o café da manhã, voltando imediatamente para o quarto. Dormi novamente. Só deixamos o hotel no início da tarde, por volta de 13:30 horas. A ideia era passar uma tarde em Coyoacán, um bairro arborizado, cheio de mansões coloniais onde fica o Museo Frida Kahlo. Resolvemos tentar o metrô. Estação Insurgentes. Não havia fila na bilheteria. Comprei quatro bilhetes, ao custo unitário de M 3. Quando passei a catraca, lembrei dos antigos bilhetes. Tentaria usá-los no retorno. Pegamos a linha rosa em direção à Pantitlán, descendo na estação Balderas, quando pegamos a linha verde em direção à Universidad. No trajeto, em cada estação vendedores ambulantes entravam anunciando seus produtos: Vick Vaporub, chicletes, pastilhas, pirulitos, películas para proteger smartphones, canetas, jornais (com direito a performance de dois vendedores com pinturas de caveira nos rostos. Afinal era véspera do Dia dos Mortos), e cd, quando o vendedor tinha uma caixa de som em sua mochila. O cara resolveu parar ao lado do meu ouvido, com o som gritando. Era música eletrônica. A sorte é que na estação seguinte eles descem. Parece que há um acordo tácito entre os ambulantes, pois nunca eles estão no mesmo vagão. Durante esta pequena viagem (algo em torno de vinte minutos), vi passageiros comprando alguns destes produtos. Descemos na estação Miguel Ángel de Quevedo, que fica no cruzamento da avenida de mesmo nome com a Avenida Universidad. Na saída, fiquei novamente perdido, pois as indefectíveis barracas azuis dos camelôs estavam espalhadas por toda a parte. Depois de conseguir sair do labirinto delas, deparamo-nos com um trânsito caótico no cruzamento das avenidas. Atravessamos, entrando na Avenida Miguel Ángel de Quevedo. Afastamos duas quadras do cruzamento, entrando em uma rua pequena, chamada Salvador Novo, sem movimento, com casas de muros bem altos e muita segurança privada em frente aos portões. Um destes portões estava aberto para um carro sair, quando pudemos ver o que escondiam: mansões nos padrões de Hollywood.
Para minha surpresa, em uma delas havia uma placa em azulejos, algo comum no bairro, com os dizeres "La Escondida". Abaixo deste nome, a informação de que naquela casa morara a grande atriz mexicana Dolores Del Rio durante 40 anos, de 1943 a 1983, ano de sua morte. Pausa para fotos, obviamente. Ao final da rua, uma outra mansão, parecendo uma vila, agora é a sede do Museo Nacional de La Acuarela. Ela fica na esquina com a arborizada e gostosa Avenida Francisco Sosa, considerada a via mais bonita da Cidade do México e uma das mais antigas da América Latina. Tal via é show para fotos. As mansões são seculares, algumas datadas do século XVIII, muito bem conservadas, com belos muros, janelas de ferro, portas de madeira com batentes e dobradiças pesadas de ferro. Alguns destes muros tem desenhos geométricos destacados. A pintura dos muros é outro destaque, ora com branco, ora com core vivas, como o vermelho e o verde. Muitas destas casas estavam enfeitadas com motivos que lembravam o Halloween ou o Dia dos Mortos, com altar alusivo à data, repletos de caveiras vestidas (chamam-nas de catrinas).
Casa Albarrado
Logo quando entramos nesta avenida, uma casa me chamou a atenção por seu muro e por ser a sede da Fonoteca. Trata-se da Casa Albarado. Seguimos em frente. Eu já procurava algum lugar para almoçar, quando vi uma casa com a placa La Pause (Francisco sosa, 287, Col. Santa Catarina, Coyoacán). Paramos, vimos o cardápio, sentamos no quintal. É um misto de bistrô, café, livraria e galeria Após o almoço, continuamos caminhando pela avenida repleta de casas coloniais.
Plaza Santa Catarina
Iglesia Santa Catarina
Iglesia Santa Catarina
Paramos em uma agradável praça, a Plaza Santa Catarina, onde nos disseram que contadores de histórias ali se reúnem aos domingos, quando ela fica repleta de gente. Na praça, há café, restaurante, uma bela igreja cuja fachada é na cor amarela, e a Casa de La Cultura Jesús Reyes Heroles, um centro cultural que anunciava uma montagem de O Processo, de Kafka para o início da noite. Seguimos em frente até o final da rua, onde o movimento era intenso de carros e de pessoas. Ali fica a Plaza Hidalgo.
Azulejo na Francisco Sosa
Altar na Francisco Sosa
Azulejo na Francisco Sosa
Uma rua transversal da Francisco Sosa
Decoração alusiva ao Halloween em casa na Francisco Sosa
Pichação chique na Francisco Sosa
Decoração alusiva ao Dia dos Mortos na Francisco Sosa
Entramos na Avenida Centenario, caminhando seis quadras à esquerda até chegar na rua Londres onde está o Museo Frida Kahlo (Londres, 247, Coyoacán).
Muros internos do Museo Frida Kahlo
Detalhe do Altar do Dia dos Mortos no Museo Frida Kahlo
Detalhe do Altar do Dia dos Mortos no Museo Frida Kahlo
Detalhe do Altar do Dia dos Mortos no Museo Frida Kahlo
Detalhe do Altar do Dia dos Mortos no Museo Frida Kahlo
Entrada do Museo Frida Kahlo
Museo Frida Kahlo - A Casa Azul
Também conhecido com A Casa Azul por causa da cor vibrante de seus muros e paredes, o museu tinha fila pela lado de fora para comprar entradas. Entramos na fila, que andou rápido. O ingresso custa os mesmos M 51 de todos os outros museus que visitamos. Mochilas devem ser deixadas na chapelaria, sem custos, que fica ao lado da bilheteria. É muito fácil de percorrer a casa onde viveu Frida Kahlo e Diego Rivera. O início do percurso é pela esquerda, após passar pela catraca. Fomos percorrendo os cômodos da casa, observando os quadros destes dois artistas, mas também os objetos pessoais que decoravam o lar do casal. Há belas pinturas, mas o que encanta são os móveis coloridos, sempre de cores vivas, como o amarelo e o azul. A cozinha é um delírio de cores. Linda! Há um cômodo dedicado à fotografia, a maioria de autoria de Diego Rivera. Há uma série que ele tirou em no interior de Pernambuco, quando conheceu e ficou amigo de Pierre Verger, que também possui alguns exemplares de suas fotos exibidas na parede. A emoção fica por conta do quarto da artista, onde até o espartilho que ela usava para suportar as dores na coluna está exposto. A exposição permanente termina no jardim. E que jardim ela cultivava. Arejado, pleno de verde, contrastando com a cor azul das paredes internas. Há uma loja e um café, ambos bem movimentados, com mesas do lado de fora, em meio a muitas folhagens. Ainda no jardim, uma reprodução de uma pirâmide, pintada em cores fortes. Ao fundo dos jardins, em uma espécie de anexo, fica o local para exposições temporárias. Lá estava montado o mais belo altar para o Dia dos Mortos que vi nesta viagem. Obviamente que a foto do morto que encimava o altar era a de Frida Kahlo. Ficamos em torno de uma hora e meia no museu.
Caveiras infláveis à venda em barraca na Avenida Centenario
Detalhe de um altar alusivo ao Dia dos Mortos em uma casa em Coyoacán
Mercado de Coyoacán
Plaza Hidalgo
Desempregados acampadas na Plaza Hidalgo
Plaza Hidalgo
Plaza Hidalgo
Fantasiados na Plaza Hidalgo
Ao invés de voltar pelo mesmo caminho, entramos pelo bairro, conhecendo novas construções, percorrendo o mercado de frutas e legumes local, cheio de itens alusivos ao Dia dos Mortos, passamos em frente a um outro centro cultural, paramos em uma papelaria para comprar plástico bolha para embrulhar os objetos de quebrar que Ric tinha comprado (não sabia como dizer em espanhol, mas me saí bem na base de explicações e mímica. Ao final, descobri que era simples: plastico de burbujas), chegando na movimentada Plaza Hidalgo, onde havia barracas montadas com desempregados acampados, um show de música, muitos altares com caveiras, vendedores ambulantes e muita gente fantasiada, adultos e crianças. Era uma festa. Gastamos um tempo na praça, apreciando o movimento, tirando fotos, participando da festa. Quando já caía a tarde, paramos para tomar um café na Francisco Sosa. O tal café era ao lado de um brechó, onde Ric resolveu comprar um daqueles pesados telefones pretos com disco que dominava todas as casas que tinham telefone até a década de setenta. Voltamos a pé até a estação de metrô, fazendo a mesma baldeação da ida. Desta vez, testei os antigos bilhetes comprados em 2004 e funcionou. Eles ainda valiam. Guardei os comprados nesta temporada. Quem sabe ainda volto e os uso. Já no hotel, encontramo-nos com os amigos, combinando o jantar no belo San Angel Inn, um restaurante montado na sede de uma antiga fazenda no elegante bairro de Altavista. Fomos e voltamos de táxi.
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