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sexta-feira, 24 de setembro de 2010

AS CENTENÁRIAS



Cinco semanas de reuniões, treinamentos, documentos, pancadas, discussões, esclarecimentos. Cheguei ao final desta quinta-feira um bagaço. Ainda havia o agravante de que estava sem dormir. Nada melhor do que deixar todos os problemas no trabalho e ir descansar a mente, assistindo a uma boa peça de teatro. Aproveitando que Kitty estava em Brasília, eu e Ric a levamos para ver As Centenárias, em cartaz na Sala Villa Lobos do Teatro Nacional Cláudio Santoro. Com o cartão de descontos da Drogaria Rosário, conseguimos comprar os ingressos como meia entrada, pelo qual pagamos R$ 35,00 cada um. Marcada para 21 horas, a peça começou com dez minutos de atraso. O teatro estava completamente lotado. Marieta Severo (Socorro) e Andréa Beltrão (Zaninha) são as duas centenárias do título. Elas são carpideiras que prestam seus serviços pelo interior do Nordeste em troca de um prato de comida ou mesmo um trago de cachaça. Elas enganaram a morte no passado, sempre se utilizando do expediente de estar em velórios, onde, por estar muito ocupada, a morte não as pode carregar. E a saga destas velhas é não mais encontrar com a temida morte. Sávio Moll (a morte e manipulador dos vários bonecos em cena) também faz parte do elenco. De maneira leve, até mesmo poética, o texto nos traz uma visão diferente da que estamos acostumados a ter da morte. Desde 2007 em cartaz, a peça já ganhou uma série de prêmios, incluindo o de melhor cenário, de autoria de Fernando Mello da Costa e Rostand Albuquerque. Eles fizeram uma parede só de bonecas de pano, daquelas típicas encontrads em feiras de artesanato pelo Nordeste e em Minas Gerais. As duas atrizes se revezam em diversos papeis, sempre divertidíssimas. Ambas mostram uma sinergia no palco muito acima da média do que tenho visto ultimamente. Andrá Beltrão mostra uma versatilidade incrível para encarnar uma jovem, uma viúva, Zaninha, entre outros personagens. Marieta Severo também mostra seu talento nos papeis de Socorro, nova e velha, do pretendente de Zaninha e de Lampião. Todas as caracterizações são hilárias. Comédia do início ao fim. A direção é de Aderbal Freire Filho para o excelente texto de Newton Moreno, cada vez mais um excelente autor teatral. Já vi outras duas encenações para textos dele: Agreste e Memória da Cana. A peça ainda passará por Goiânia, Curitiba, Porto Alegre e Belo Horizonte. Quem estiver nestas cidades na época, aconselho a assistir, pois é ótima. Ao acabar a peça, com cerca de 90 minutos de duração, nem lembrava de trabalho e seus problemas. Do teatro, fomos comer uma pizza na Pizzaria Valentina, conversando apenas amenidades (e algumas coisinhas do trabalho). O corpo continuava cansado, mas nada como uma boa noite de sono para relaxar (foi o que aconteceu!).

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