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segunda-feira, 20 de setembro de 2010

DOIS PRA LÁ, DOIS PRA CÁ - LEILA PINHEIRO E PEDRO MARIANO


Fiquei só no domingo. Todos foram para a Feira da Ceilândia, comer na Barraca da Galega. Como não gosto de comer em feiras, resolvi ficar em casa, lendo e vendo televisão. No início da noite fui para o CCBB assistir ao segundo show do projeto Dois Pra Lá, Dois Pra Cá, homenageando os quarenta anos de parceria de João Bosco e Aldir Blanc. As músicas do início da parceria desta dupla foram interpretadas por Leila Pinheiro e por Pedro Mariano, o filho de Elis Regina com César Camargo Mariano. Nunca tinha visto nenhum dos dois cantores em show. Embora tenha alguns discos de Leila Pinheiro, sempre tive uma preguiça sem motivos em relação a ela. Confesso que o show desta noite de domingo me fez mudar de opinião. Com ingresso custando R$ 7,50 a meia entrada, o teatro estava praticamente lotado. Meu lugar era na terceira fila, bem central. Fiquei de frente para os cantores. Cinco músicos já estavam no palco quando o terceiro sinal soou no teatro. Um vídeo com depoimentos de João e Aldir foi exibido antes de Leila Pinheiro entrar em cena. Afinadíssima, iniciou com Agnus Sei, primeira gravação de João Bosco. Antes da segunda música, ela contou como João Bosco encontrou Elis Regina em um ensaio de um show no Teatro da Praia, no Rio de Janeiro e como a música Bala com Bala, inicialmente chamada Tiroteio, entrou no roteiro do seu show. Nesta hora, ela disse que, naquela época, os shows aconteciam de segunda a domingo, como nos dias de hoje, sorriu ironicamente. Interpretou magistralmente Bala com Bala. Depois vieram Bijuterias, Jardim da Infância e a clássica Dois Pra Lá, Dois Pra Cá. Ainda teve Cabaré. Momento alto do show veio a seguir, quando o pianista pegou um acordeon, cedendo seu piano para Leila, que cantou Corsário. Chegou o momento de chamar o filho de Elis. Ela contou que o conheceu quando ele tinha dez anos. Chamou Pedro Mariano para, juntos, interpretarem Siameses. Leila sai de cena. Pedro Mariano ficou com a parte mais dançante do show. Mostrou que tem voz segura, bonita, e que tem domínio de palco. Cantou Caça à Raposa, Patrulhando, Escada da Penha, sempre dançando muito, fazendo caras e bocas. Não querendo mostrar a barriga, sempre puxava a camisa de malha listrada para baixo. Colocaram um banquinho, ele fez um belo discurso sobre a importância de João Bosco e Aldir Blanc para a sua família e para a música brasileira. Fez uma introspectiva intepretação para Querido Diário. Foi muito aplaudido. Saiu o banquinho, ele voltou a ficar de pé para interpretar Latin Lover (prefiro Simone cantando esta música), a gostosa Abgail Caiu do Céu, encerrando sua participação solo com Profissionalismo É Isso Aí. As luzes se apagaram, um vídeo com imagens de Charles Chaplin, de Betinho, do retorno dos exilados ao Brasil, dos comícios pedindo Diretas Já na década de oitenta, como introdução para a clássica O Bêbado e A Equilibrista, cantada lindamente por Leila Pinheiro. Durante a projeção, imagens de Elis. Elis na tela, Leila no palco, acabei por fazer a comparação e notei que Leila se parece com Elis, o mesmo sorriso largo, a voz afinada, a presença de palco e até uma certa semelhança física. Para encerrar o show, Pedro Mariano volta ao palco e os dois cantam Rancho da Goiabada. A plateia aplaude longamente de pé, pedindo mais um, mesmo com as luzes do teatro já acesas. Eles voltam e repetem Siameses. Fim de um show lindo. Repensei minha preguiça em relação à Leila Pinheiro.

6 comentários:

  1. Noel,
    O Nos Horizontes da Vida (o nome é meio assim), da Leila Pinheiro, foi um dos shows recentes mais bonitos que vi.
    Ele arrasa, inclusive cantando É o Amor, do Zezé Di Camargo.
    É na hora em que ela vai para o piano e canta músicas que não estão no roteiro.
    No dia que assisti, a sequência me pareceu uma homenagem à Bethânia, pois além de É o Amor, cantou Brincar de Viver e outras.
    Quanto à semelhança com Elis, isso sempre foi falado, não se lembra?
    Até comparavam as duas.
    E nesse show, Leila contou como conheceu Elis, quando foi ao camarim dela, disse que queria muito se tornar cantora profissional, e a Elis deu a maior força.
    No show, esse momento é o que ela canta, lindamente, Essa Mulher.
    Bjs

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  2. Nossa obrigada por dar os detalhes do que foi o encontro em homenagem a João Bosco! É tão dificil as pessoas conseguirem dar esses detalhes (até do Pedro Mariano escondendo a barriga kkk)muito bom, gostei.Sou fã dele até acho que sei qual é essa camisa (rs rs). Obrigada mais uma vez

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  3. Pek,

    Lembro-me bem que comparavam Leila a Elis. Talvez esteja aí minha preguiça, pois não costumo gostar de "covers". Mas como escrevi neste post, mudei minha opinião em relação à Leila Pinheiro.

    Bjs.

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  4. Oi Neli,

    Obrigado pelo comentário. Gosto de arte e costumo tentar descrever ao máximo aquilo que vi. Apareça mais vezes por aqui.

    Abraços.

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  5. Adorei o seu relato, confesso q me inspirei no seu relato pra escreveu, será q vc vai me acusar de plagio???? Grd abraco, Fabiano (leia o meu relato sobre o mesmo show em meu blog)

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  6. Prezado Fabiano,

    Obrigado pela visita ao meu blog. Acabei de ler o seu e também gostei. Não vou acusar você de plágio, pode ficar tranquilo. É bom saber que meu post inspirou você.

    Abraços,

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