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sexta-feira, 10 de setembro de 2010

PETER FRAMPTON

A quinta-feira foi puxada. Dei aula o dia inteiro para uma turma bem atenta, mas que perguntava pouco. Desta forma, cheguei ao fim do dia com rouquidão, além do cansaço. Logo que terminei a aula, recebi a ligação de uma amiga perguntando se eu tinha interesse em ir ao show do Peter Frampton. Respondi que não tinha comprado ingressos, quando ela me ofereceu dois. Ela havia ganhado e não poderia ir. Aceitei. Passei na casa dela para pegar as duas entradas. Já em casa, tive vontade de desistir quando vi a cama. Ric chegou e, sabendo das entradas, me convenceu a irmos. Chegamos meia hora antes do horário marcado para início do show. Ainda não haviam aberto as portas do Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Ficamos na fila. Não houve tumultos, nem aglomerações para entrar. Com lugares marcados e um público na faixa etária de cinquenta anos, todos respeitavam a fila. Nossos lugares eram bem centralizados, na fila Q, imediatamente à frente da mesa de som. Assim, pude ouvir no rádio dos técnicos que o show começaria às 21:30 horas. De fato, quando o relógio apontava para nove e meia da noite, as luzes se apagaram. O público de Brasília continua o mais desrespeitoso com os artistas e com quem chega no horário. Com meia hora de show, ainda tinha gente chegando ao Auditório Máster do centro de convenções. O teatro não estava lotado, pelo contrário, havia muita cadeira vazia. Peter Frampton, já um senhor careca, com poucos cabelos brancos, nada lembrava o jovem louro de cabelos compridos que fez enorme sucesso na década de setenta. Seu show foi baseado nos dois últimos discos, embora o tenha recheado com os seus hits Show Me The Way e Baby, I Love Your Way. Com poucas músicas conhecidas, a plateia estava atenta, especialmente nos diversos números instrumentais, com intermináveis solos de guitarras, bateria e órgão. Obviamente que, na hora dos hits, o público foi ao delírio, cantando junto com Frampton. Ele fazia um esforço para ser agradável, lendo frases em português, mas logo desistiu, dizendo, em inglês, que o português era uma língua muito sexy e que ele fazia um grande esforço para tentar falar em nossa língua. Como a turnê estava começando por Brasília, ele provocou o público feminino pedindo algumas das presentes para se candidatarem a lhe ensinar o portugês nestes dias de estada no Brasil. Algumas tietes, lembrando dos anos de sucesso do cantor, se agitaram nas cadeiras. Achei válida a minha ida ao show, pois pude ver um artista que marcou época, que ainda tem a voz afinada, que não perdeu a sinergia com o palco e que é um grande instrumentista. Mostrou também que o talk box (um instrumento que altera a voz na hora de cantar) continua sendo muito utilizado em seus shows. Eu estava muito cansado e o excesso de músicas instrumentais me cansou, fiquei com muito sono. Quando a banda foi apresentada, o público, instado pelo guitarrista que toca há 31 anos com o cantor, se levantou. Muitos correram para ficar perto do palco. Celulares e câmaras digitais pipocaram no teatro. O show chegava ao fim. Não esperamos o tradicional bis. Cansados, mas com fome, ainda passamos na lanchonete The Plates para um lanche rápido. Em casa, só foi deitar. Logo adormeci.

2 comentários:

  1. Noel,
    Careca e grisalho?
    O tempo é mesmo implacável, heim?
    Lembra-se do sucesso que a cabeleira encaracolada fazia?
    Tenho preguiça-mor de música instrumental.
    A não ser alguns, ou então em hora de almoço ou para dormir.
    Bjs

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  2. Pek,

    Com raras exceções, música instrumental me dá uma preguiiiiiiiiiiiiiiça.

    Bjs.

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