Noite de sábado. Tempo para mais uma peça de teatro. Resolvi conhecer um espaço cultural da cidade que tem uma sala de espetáculo para cerca de oitenta pessoas.
Espaço Cultural Mapati (
SCLN 707, Bloco K nº 5, Asa Norte), onde está em cartaz o monólogo
A Cela (
Le Sas), de
Michel Azama. Direção de
Jean-Jacques Mutin, com
Tereza Padilha. O local do espetáculo é interessante, embora quente. A peça dura 80 minutos e se passa em uma cela no último dia de prisão de uma mulher que relembra momentos vividos nos longos anos em que ali ficou, bem como de momentos vividos anteriormente à sua condenação. O jogo de luz é um diferencial na peça, é quase um elemento vivo, com influência direta nas cenas. Destaco o momento em que a mulher, duvidando da existência de Deus, trava um diálogo com Ele, mirando uma forte luz amarela em seu rosto. A atriz é muito boa. Tem uma performance de arrepiar. Seu semblante transita entre o desespero, a alegria, a solidão, o sofrimento, em questões de segundos. A narrativa é não linear, pedindo uma atenção redobrada no texto. É linda a cena em que ela dança com bonecas que representam suas companheiras de prisão. O medo é o mote. Medo da solidão, medo da falta de companhia, medo da família, medo do mundo que a espera, medo de viver uma nova vida. Gostei muito. Nota 8.
Eu gosto de monólogos, mas realmente, nesse formato conta muito o ator ou atriz.
ResponderExcluirBjs
Pek,
ResponderExcluirA atriz realmente dá um show de interpretação.
Bjs.
o espetáculo é uma das coisas mais belas que vi em pelo menos nos ultimos 15 anos.
ResponderExcluirHá muito trabalho de atriz. Concordo com a análise do texto, de fato não se pode perder a atenção e é preciso vir despida de qualquer amarra. Vida longa. 10!!! Recomendo.
Fernanda Tavares, Taguatinga,BSB.
Oi Fernanda,
ResponderExcluirObrigado pela visita ao blog. Concordo com seu pedido de vida longa ao espetáculo A Cela. Lindo e denso.
Abs