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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

FESTIVAL DE CEVICHES - EL PASO LATINO

Em cartaz no restaurante El Paso Latino (SCLS 404, Bloco C, Loja 19 - Asa Sul) o III Festival de Ceviches. É imperdível. Por R$ 39,00, escolhemos duas opções oferecidas no cardápio do festival, que contem dez sugestões, algumas preparadas exclusivamente para a ocasião. Acompanhando o duo de ceviches, a casa oferece alguns petiscos peruanos, chamados piqueos. São eles: tiradito cucharero a la huancaina (robalo em finas lascas coberto em molho cremoso de aji amarillo e queijo), servido em uma pequena colher de porcelana; causa de caranguejo (massa de batata temperada com limão e ajis peruanos, coberto com salpicão de caranguejo), apresentado em uma bonita cor avermelhada; e anticucho de cerdo (espetinho de lombo de porco flambado em molho a base de cerveja, pimenta peruana seca, alho, cominho e batata cozida).
Além destes acompanhamentos, há também uma "dose" de leche de tigre (suco feito com o peixe marinado no limão) e milho peruano tostado.
Eu pedi o ceviche de atum nipo-peruano (atum marinado em limão, cebola roxa, aji amarillo, aji rojo e teriyaki, finalizado em emulsão de wasabe e azeite de gergelim) e o ceviche de atum e mariscos ao tamarindo (atum, camarões e mexilhões temperados em limão, alho assado e polpa de tamarindo; com cebola roxa e coentro). Ambos estavam deliciosos. Meus amigos que me acompanhavam no almoço desta quarta-feira pediram outras opções do cardápio e elogiaram muito suas escolhas.
Também no cardápio do festival há alguns drinques feitos à base de pisco, a aguardente feita de uva, bebida típica peruana. Escolhi um drinque feito com o pisco, milho roxo e maçã. Sabor agradável, doce, que pode enganar quem não está acostumado, pois dá vontade de beber como se fosse um refresco de frutas. O valor unitário de qualquer drinque presente no cardápio deste festival é R$ 13,90.
Para quem quiser experimentar estas iguarias peruanas, o festival estará no cardápio do restaurante até o próximo domingo, dia 03 de outubro de 2010. Boa pedida! Vale muito experimentar.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

SUJEIRA ELEITORAL

O calor continua forte, mas já houve chuva no entorno de Brasília. É questão de tempo para as águas lavarem o solo seco da cidade. Hoje, ao sair para almoçar, percebi o quanto os candidatos às eleições de 2010 estão sujando Brasília. Milhares de cavaletes estão fincados nos gramados ao longo das ruas. Um horror! Como estamos próximos da eleição, a tendência é o lixo eleitoral se amontoar cada vez mais. São toneladas e mais toneladas de lixos retirados diariamente das ruas de Brasília. Um gasto público que poderia ser canalizado para questões mais importantes se os candidatos respeitassem a população da cidade.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

DOIS PRA LÁ, DOIS PRA CÁ - ELZA SOARES & MOACYR LUZ


Esteve em cartaz, no último final de semana, o terceiro show do projeto Dois Pra Lá, Dois Pra Cá, que presta homenagem à dupla João Bosco - Aldir Blanc. Paguei R$ 7,50 (meia entrada - correntista do Banco do Brasil) para conferir este último show da referida homenagem. Preferi o derradeiro dia, domingo, 20 horas. Como já é rotina, houve um atraso no ínicio do show de quinze minutos. Embora os ingressos estivessem esgotados há mais de uma semana, foi possível ver algumas cadeiras vazias no Teatro I do CCBB de Brasília. Talvez fossem ingressos cortesia que não foram trocados na bilheteria pelos agraciados. No palco, os mesmos cinco músicos que acompanharam o segundo show, quando se apresentaram Leila Pinheiro e Pedro Mariano. Itamar Assiére (piano e teclado), Jorge Gomes (bateria e percussão), Ivan Machado (contrabaixo), Zé Carlos (violão, guitarra e cavaquinho) e Ricardo Pontes (sopros). O repertório escolhido para esta última semana de projeto foi pinçado dos grandes sambas compostos por Bosco-Blanc. Coube à Moacyr Luz e Elza Soares a inpterpretação destas músicas. Moacyr Luz foi o primeiro a entrar em cena, com andar vagaroso e com uma certa tremura na mão esquerda. Conhecido como excelente violonista, pouco tocou durante o show. Cantou as músicas sentado, fazendo uso, de quando em vez, da leitura das letras das músicas. A primeira música foi De Frente Pro Crime, seguida de Plataforma, Linha de Passe, Gol Anulado, entre outros grandes sambas desta dupla maravilhosa. Moacyr Luz deu conta do recado, mas pouco conversou com a plateia. Em uma música, chegou a dar uma desafinada, mas logo corrigiu a interpretação. Os cinco músicos estavam atentos. Após concluir a interpretação de Pret-À-Porter de Tafetá, ele deixa o palco para a entrada de Elza Soares. Ela entrou amparada pelo roadie, já que seu tornozelo continuava inchado (este problema com o tornozelo também impediu Elza de ficar em pé quando esteve em Brasília para o festival I Love Jazz em 03 de agosto de 2010). Ela cumprimentou a plateia, os músicos, se sentou e engatou Rumbando. Coisa Feita e Marimbondo foram as músicas cantadas a seguir. Elza disse que estava feliz por ter sido escolhida para a homenagem a João Bosco e Aldir Blanc, pois eles são grandes músicos e compositores. Aproveitou para dar uma espinafrada na nova safra da música brasileira, onde, segundo ela, não há nada refinado e digno de se ouvir nos dias atuais. A interpretação de Kid Cavaquinho foi o ponto alto de sua interpretação. Mesmo sentada, dançou na cadeira e colocou o púlbico para cantar junto com ela. Ainda cantou Ou Bola Ou Búlica, antes de dividir o palco com Moacyr Luz, quando interpretaram Mestre Sala dos Mares e Ronco da Cuíca, momento aproveitado para apresentar os músicos e fazer os agradecimentos de praxe. Com a conclusão de Ronco da Cuíca, um fã subiu ao palco e entregou uma boneca da cantora para Elza Soares. Ela ficou emocionada com o presente. Foram longamente aplaudidos de pé, com o público pedindo bis. Os cantores saíram e logo voltaram ao palco para um gran finale, cantando a eterna O Bêbado e A Equilibrista. Obviamente, a plateia cantou junto, não se importando se a marcação de Moacyr Luz e Elza Soares era um pouco diferente da conhecida pelo grande público. Tanto Moacyr quanto Elza fizeram muito uso de leitura das letras ao cantar as músicas. Elza é excelente cantora, tenho quase todos os discos por ela lançados, não tenho perdido nenhum dos seus útlimos shows, mas, de uns tempos para cá, ela tem se valido da suas estripulias vocais para não cantar uma música do início ao fim. Este fato se repetiu no show em questão. Dos três show que vi deste projeto, foi o que menos gostei. Talvez pela falta de uma empolgação dos cantores no palco, já que estavam cantando grandes sambas. Pode-se justificar esta "apatia" pelas limitações físicas de ambos os intérpretes. O show com João Bosco foi, de longe, o melhor de todos.

domingo, 26 de setembro de 2010

MOQUECA DE SIRI MOLE



Sábado. Sol, nuvens (será o prenúncio de chuva?), piscina, amigos, chopp, caipifrutas (abacaxi, limão, morango, mexerica cravo e jabuticaba), vinho branco, água de coco, polvo, siri mole frito, moqueca de siri mole. Foi assim o meu sábado. Só não foi sensacional porque fiquei o dia inteiro com dor na coluna, reflexo de uma agachada para matar um pernilongo de manhã. Dieta já!

sábado, 25 de setembro de 2010

CHUVA?

Sábado, 25 de setembro de 2010. Há 122 dias não chove em Brasília. Quero uma pajelança já!

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

AS CENTENÁRIAS



Cinco semanas de reuniões, treinamentos, documentos, pancadas, discussões, esclarecimentos. Cheguei ao final desta quinta-feira um bagaço. Ainda havia o agravante de que estava sem dormir. Nada melhor do que deixar todos os problemas no trabalho e ir descansar a mente, assistindo a uma boa peça de teatro. Aproveitando que Kitty estava em Brasília, eu e Ric a levamos para ver As Centenárias, em cartaz na Sala Villa Lobos do Teatro Nacional Cláudio Santoro. Com o cartão de descontos da Drogaria Rosário, conseguimos comprar os ingressos como meia entrada, pelo qual pagamos R$ 35,00 cada um. Marcada para 21 horas, a peça começou com dez minutos de atraso. O teatro estava completamente lotado. Marieta Severo (Socorro) e Andréa Beltrão (Zaninha) são as duas centenárias do título. Elas são carpideiras que prestam seus serviços pelo interior do Nordeste em troca de um prato de comida ou mesmo um trago de cachaça. Elas enganaram a morte no passado, sempre se utilizando do expediente de estar em velórios, onde, por estar muito ocupada, a morte não as pode carregar. E a saga destas velhas é não mais encontrar com a temida morte. Sávio Moll (a morte e manipulador dos vários bonecos em cena) também faz parte do elenco. De maneira leve, até mesmo poética, o texto nos traz uma visão diferente da que estamos acostumados a ter da morte. Desde 2007 em cartaz, a peça já ganhou uma série de prêmios, incluindo o de melhor cenário, de autoria de Fernando Mello da Costa e Rostand Albuquerque. Eles fizeram uma parede só de bonecas de pano, daquelas típicas encontrads em feiras de artesanato pelo Nordeste e em Minas Gerais. As duas atrizes se revezam em diversos papeis, sempre divertidíssimas. Ambas mostram uma sinergia no palco muito acima da média do que tenho visto ultimamente. Andrá Beltrão mostra uma versatilidade incrível para encarnar uma jovem, uma viúva, Zaninha, entre outros personagens. Marieta Severo também mostra seu talento nos papeis de Socorro, nova e velha, do pretendente de Zaninha e de Lampião. Todas as caracterizações são hilárias. Comédia do início ao fim. A direção é de Aderbal Freire Filho para o excelente texto de Newton Moreno, cada vez mais um excelente autor teatral. Já vi outras duas encenações para textos dele: Agreste e Memória da Cana. A peça ainda passará por Goiânia, Curitiba, Porto Alegre e Belo Horizonte. Quem estiver nestas cidades na época, aconselho a assistir, pois é ótima. Ao acabar a peça, com cerca de 90 minutos de duração, nem lembrava de trabalho e seus problemas. Do teatro, fomos comer uma pizza na Pizzaria Valentina, conversando apenas amenidades (e algumas coisinhas do trabalho). O corpo continuava cansado, mas nada como uma boa noite de sono para relaxar (foi o que aconteceu!).

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

INSÔNIA



Estou me sentindo um zumbi. Não durmo há duas noites. Tenho preenchido as madrugadas com muita leitura. Nesta última madrugada aproveitei para ver um filme do cinema brasileiro produzido em 1966. Trata-se de O Corpo Ardente, dirigido por Walter Hugo Khouri. Filmado em preto e branco, tem no elenco a atriz francesa Barbara Laage, além dos atores Mário Benvenuti, Pedro Paulo Hatheyer, Sérgio Hingst, Dina Sfat, Francisco Di Franco, Wilfred Khouri, David Cardoso e Lílian Lemmertz, que fazia seu primeiro filme. Khouri é consagrado como diretor de filmes que exploram a sensualidade da mulher, e este filme não é diferente. O enredo traz uma mulher rica (Márcia), com um filho pequeno, com problemas conjugais com o marido. Ela tem um amante, assim como seu marido também tem uma amante. Ao descobrir que seu amante também tem outra mulher, Márcia resolve passar um tempo em sua casa de campo, onde trabalha um casal de empregados (vividos por Dina Sfat e Francisco Di Franco). Na primeira manhã na casa de campo, Márcia descobre que dois homens da fazenda vizinha estão à procura de um cavalo negro que teria fugido. Ao levar o filho para apreciar a paisagem do local, eles veem o cavalo. Ela faz um paralelo de sua liberdade com a do cavalo e não informa que o viu para os tais homens. Seu marido chega e dá de presente uma câmara filmadora para o garoto (vivido pelo filho de Khouri, deixando bem claro algumas referências a ele próprio, um cineasta). Com a filmadora, o casal e o filho protagonizam cenas bem toscas de terror, próprias de filmes de José Mojica Marins, além de filmarem o corcel negro cavalgando ao lado do carro em que estão voltando para a casa. O roteiro é confuso, com cortes abruptos ou soluções rápidas. Há tomadas de closes de Barbara Laage e de Dina Sfat em demasia. A personagem Márcia é bem depressiva, não atraiu minha atenção. Torci para o filme acabar logo. Lílian Lemmertz tem rápida participação, como a amante do marido de Márcia, uma mulher "presa" ao papel de eterna amante. David Cardoso é outro que aparece rapidamente como um dos homens que está procurando o tal cavalo. Ele diz apenas dois pares de palavras. Não gostei.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

BEIRUTE

Depois de um bom tempo, resolvi ir ao Beirute (SCLS 109 - Asa Sul). Como Kitty está em Brasília, a convidei para conhecer o famoso bar da cidade. Para quem não conhece, é um bar onde todas as tribos se encontram. Onde sabemos o que rola na vida cultural da cidade. Fomos após um longo dia de reunião no trabalho com representantes de 12 unidades regionais. No Beirute, sentamos na área externa, pois Kitty e Ric fumam. Enquanto comíamos alguns quibes, um repentista parou em frente à mesa e ficou desfiando um infindável rosário de versos e estrofes. Totalmente sem graça. Saiu sem receber nenhum tostão. O papo girou em torno de temas do trabalho, depois com Ric à mesa, passamos a falar de cinema. A noite estava agradável, com um céu limpo. Lua linda a iluminar o céu de Brasília. Resolvemos voltar para casa cedo, pois a quarta-feira promete ser longa, com mais reunião, desta feita com outras quinze unidades regionais representadas. Os mesmos temas serão tratados. Para mim, vai ser mais do mesmo.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

MÚSICA QUE OUÇO XLIII



Disco lindo, com interpretações preciosas para canções conhecidas. Tem um dueto inusitado de Célia e Ney Matogrosso em nova gravação para o sucesso brega "Não Se Vá", eternizado no imaginário popular por Jane & Herondy.

Valeu Pek pela dica!

DOIS PRA LÁ, DOIS PRA CÁ - LEILA PINHEIRO E PEDRO MARIANO


Fiquei só no domingo. Todos foram para a Feira da Ceilândia, comer na Barraca da Galega. Como não gosto de comer em feiras, resolvi ficar em casa, lendo e vendo televisão. No início da noite fui para o CCBB assistir ao segundo show do projeto Dois Pra Lá, Dois Pra Cá, homenageando os quarenta anos de parceria de João Bosco e Aldir Blanc. As músicas do início da parceria desta dupla foram interpretadas por Leila Pinheiro e por Pedro Mariano, o filho de Elis Regina com César Camargo Mariano. Nunca tinha visto nenhum dos dois cantores em show. Embora tenha alguns discos de Leila Pinheiro, sempre tive uma preguiça sem motivos em relação a ela. Confesso que o show desta noite de domingo me fez mudar de opinião. Com ingresso custando R$ 7,50 a meia entrada, o teatro estava praticamente lotado. Meu lugar era na terceira fila, bem central. Fiquei de frente para os cantores. Cinco músicos já estavam no palco quando o terceiro sinal soou no teatro. Um vídeo com depoimentos de João e Aldir foi exibido antes de Leila Pinheiro entrar em cena. Afinadíssima, iniciou com Agnus Sei, primeira gravação de João Bosco. Antes da segunda música, ela contou como João Bosco encontrou Elis Regina em um ensaio de um show no Teatro da Praia, no Rio de Janeiro e como a música Bala com Bala, inicialmente chamada Tiroteio, entrou no roteiro do seu show. Nesta hora, ela disse que, naquela época, os shows aconteciam de segunda a domingo, como nos dias de hoje, sorriu ironicamente. Interpretou magistralmente Bala com Bala. Depois vieram Bijuterias, Jardim da Infância e a clássica Dois Pra Lá, Dois Pra Cá. Ainda teve Cabaré. Momento alto do show veio a seguir, quando o pianista pegou um acordeon, cedendo seu piano para Leila, que cantou Corsário. Chegou o momento de chamar o filho de Elis. Ela contou que o conheceu quando ele tinha dez anos. Chamou Pedro Mariano para, juntos, interpretarem Siameses. Leila sai de cena. Pedro Mariano ficou com a parte mais dançante do show. Mostrou que tem voz segura, bonita, e que tem domínio de palco. Cantou Caça à Raposa, Patrulhando, Escada da Penha, sempre dançando muito, fazendo caras e bocas. Não querendo mostrar a barriga, sempre puxava a camisa de malha listrada para baixo. Colocaram um banquinho, ele fez um belo discurso sobre a importância de João Bosco e Aldir Blanc para a sua família e para a música brasileira. Fez uma introspectiva intepretação para Querido Diário. Foi muito aplaudido. Saiu o banquinho, ele voltou a ficar de pé para interpretar Latin Lover (prefiro Simone cantando esta música), a gostosa Abgail Caiu do Céu, encerrando sua participação solo com Profissionalismo É Isso Aí. As luzes se apagaram, um vídeo com imagens de Charles Chaplin, de Betinho, do retorno dos exilados ao Brasil, dos comícios pedindo Diretas Já na década de oitenta, como introdução para a clássica O Bêbado e A Equilibrista, cantada lindamente por Leila Pinheiro. Durante a projeção, imagens de Elis. Elis na tela, Leila no palco, acabei por fazer a comparação e notei que Leila se parece com Elis, o mesmo sorriso largo, a voz afinada, a presença de palco e até uma certa semelhança física. Para encerrar o show, Pedro Mariano volta ao palco e os dois cantam Rancho da Goiabada. A plateia aplaude longamente de pé, pedindo mais um, mesmo com as luzes do teatro já acesas. Eles voltam e repetem Siameses. Fim de um show lindo. Repensei minha preguiça em relação à Leila Pinheiro.

domingo, 19 de setembro de 2010

CENAS DE UM SÁBADO QUENTE

Sábado, Brasília, clima seco, calor insuportável. Almoço com amigos, ou melhor, um menu degustação regado a muito champagne:

01) Rosell Boher - espumante argentino - acompanhou pães e pastas de salmão e de berinjela
02) Nicolas Feuillate Milesimé 2002 - acompanhou vieiras em berço de purê de mandioquinha com azeite trufado (trufas brancas)
03) Lanson Noble Cuvée Brut - acompanhou ostras de Santa Catarina gratinadas
04) Tattinger Prestige Rosé - acompanhou salada fria de aipo, abacaxi, maçã, uva passa clara e escura, gengibre ralado e maionese caseira
05) Billecart-Saumon Brut Rosé - acompanhou camarões assados com molho três queijos com crosta de farofa de biscoito cream cracker, páprica picante e noz moscada, além de camarões grelhados e risoto de limão siciliano


Ainda teve sobremesa - torta Tropique (Daniel Briand) acompanhada de vinho doce Château Gravas Sauternes 2004


Finalizamos com café Nespresso, macarons de Daniel Briand, balas espanholas de violeta e licor de amêndoas Amarguinha (Portugal):


sábado, 18 de setembro de 2010

VIRGEM - MARINA LIMA - DISCOTECA ESSENCIAL (08)


Virgem, o disco que Marina Lima lançou em 1987, foi o responsável por eu gostar desta cantora. Duas das dez músicas me chamaram a atenção: Preciso Dizer Que Te Amo (Cazuza, Dé e Bebel Gilberto), com uma interpretação segura, e a faixa que dá título ao disco, Virgem (Marina Lima e Antônio Cícero). A letra de Virgem me transportou para a primeira vez que fui ao Rio de Janeiro, quando tinha 13 anos, em julho de 1977, quando viajei com a família de minha colega de colégio. No primeiro dia de praia, primeira vez que via o mar, estava me divertindo na Praia do Leblon, quando me dei conta de que estava perdido. Fiquei muito tempo na água e nem observei que as ondas me afastavam do local onde todos estavam na areia. Não tinha marcado nenhum ponto de referência, fiquei andando de um lado para o outro, sem saber o que fazer, por um longo tempo. Nem mesmo o endereço ou telefone da casa em estávamos hospedado em Laranjeiras eu sabia. Passei várias vezes em frente ao Hotel Marina, até que consegui localizar a mãe da minha colega. Foi um alívio e aprendi a sempre ter um ponto de referência quando estiver em praia. E meu ponto de referência durante todos os dias em que fiquei no Rio de Janeiro naquelas férias foi justamente o Hotel Marina. Em 1987, ao ouvir no rádio a letra da música Virgem, do novo disco da então Marina, quando ela diz que o "Hotel Marina quando acende não é por nós dois", quis comprar o LP. E de fato o fiz na primeira oportunidade. O vinil não saiu um bom tempo da vitrola. Gostei muito. Além das músicas que citei, há o mega sucesso de verão daquele ano, Uma Noite e Meia (Renato Rocket), além de canções mais introspectivas, cuja letra e música são da cantora, como Confessional e Doce Espera. Este disco deve constar em qualquer coleção de música.

VIRGEM - MARINA LIMA - 1987

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

GRUPO CORPO 35 ANOS


Fui à Sala Villa Lobos do Teatro Nacional Cláudio Santoro na estreia, em Brasília, da turnê do Grupo Corpo comemorando seus 35 anos de sucessos contínuos. Duas coreografias na programação: Imã, último trabalho do grupo, e Lecuona, escolhida em votação no sítio eletrônico da companhia de dança. Ambas as coreografias tem a assinatura de Rodrigo Pederneiras, figurinos de Freusa Zechmeister, cenografias e iluminação de Paulo Pederneiras (Fernando Velloso também assina a iluminação em Lecuona). Paguei R$ 70,00 pela entrada. O teatro não estava cheio, com muitas cadeiras vazias nas laterais superiores. Uma pena, pois o espetáculo foi impecável. Ric foi comigo e não conhecia nenhuma das duas coreografias. Eu já conhecia as duas. Já comentei sobre Imã aqui neste blog (para ler post de 06 de setembro de 2009, clique aqui), com uma vibrante música de + 2 (Moreno, Domenico, Kassin). Quanto à Lecuona, a considero como uma das melhores que o grupo já apresentou. Foi a quarta vez que a vi e continuo me surpreendendo. São vários duos, inspiradíssimos por sinal, com trabalho magnífico das bailarinas, tendo a música triste do cubano Ernesto Lecuona. O final é deslumbrante, quando o cenário se transforma em um grande salão espelhado, típico dos bailes de debutantes. Todas as bailarinas estão com vestidos brancos, nenhum repetido, bailando com seus pares, todos de negro, lembrando os tempos dos grandes bailes. Emocionante. Aplaudidíssimo no final. O público não arredava pé do teatro, batendo palmas e gritando "bravos", como já é de praxe nas apresentações deste sensacional grupo mineiro.


quinta-feira, 16 de setembro de 2010

TRABALHO INTENSO

Quarta e quinta-feira de intenso trabalho. Sem tempo para nada. Última semana do cursos que estou coordenando. Foi necessário recorrer à acupuntura para conter a ansiedade e o consequente estresse. Três agulhas na orelha direita. E a seca continua brava em Brasília. Nem sinal de chuva por perto.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

LÍBANO X ISRAEL



Líbano X Israel. Pode parecer manchete de jornal anunciando nova guerra, mas foi apenas o tema da 48º reunião da Confraria Vinus Vivus. Degustamos na noite desta terça-feira dois vinhos feitos no Líbano e dois feitos em Israel, com ampla preferência pelos libaneses. A seguir, pela ordem, os vinhos degustados nesta reunião:


Vinho 1:
Petit Castel
Safra: 2006
Álcool: 13,5%
Cor: granada
Castas: cabernet sauvignon, merlot e petit verdot, sem especificar as porcentagens, que podem variar de ano a ano
Aromas: uva passa, ameixa, couro, adocicado depois de um tempo na taça
Boca: alcóolico (quente), amargor no final, cítrico
Estágio: 16 meses de barricas de carvalho francês
Região: Alta Judeia, Jerusalém - Israel
Importadora: Mistral - R$ 270,00

Vinho 2:
Comte de M
Le Grand Gru du Chateau Kefraya
Safra: 2006
Álcool: 14%
Cor: rubi
Castas: cabernet sauvignon e syrah, sem especificação de porcentagens
Aromas: cítrico, frutas negras
Boca: taninos presentes, volumoso, carnudo, cítrico
Estágio: 12 a 14 meses de barricas de carvalho
Região: Vale de Bekaa - Líbano
Importadora: Zahill - R$ 248,00
Preferido por quatro entre os dez que participaram da degustação.

Vinho 3:
Domaine du Castel
Grand Vin
Safra: 2005
Álcool: 14%
Cor: rubi, com reflexos granada
Castas: cabernet sauvignon, merlot, petit verdot, cabernet franc e malbec, sem especificar as porcentagens, que podem variar de ano a ano
Aromas: mineral, couro, ácido, maresia
Boca: pimenta, taninos presentes
Estágio: 14 meses de barricas de carvalho. Em seguida, faz-se o corte, ficando mais um tempo em barricas (sem especificar). Depois, são mais dois anos em garrafa antes de chegar ao mercado
Guarda: 15 anos, quando atinge seu apogeu
Região: Alta Judeia, Jerusalém - Israel
Importadora: Mistral - R$ 404,00
Preferido por dois entre os dez que participaram da degustação.

Vinho 4:
Chateau Musar
Safra: 2001
Álcool: 13,5%
Cor: granada, turvo
Castas: cabernet sauvignon, mourvèdre e cinsault, sem especificar as porcentagens
Aromas: jatobá, mofo, umidade, defumado, tamarindo
Boca: untuoso, redondo, adocicado
Estágio: 14 meses de barricas de carvalho
Importadora: Mistral - R$ 220,00
Região: Vale de Bekaa - Líbano
Considerado o melhor vinho produzido no Oriente Médio
Não é filtrado
Preferido por quatro entre os dez que participaram da degustação.

Ao término da degustação, um delicioso arroz de cordeiro com amêndoas e tâmaras nos aguardava para o jantar, acompanhado pelo vinho Fecesnino, espanhol da região de Ribera Del Duero (R$ 62,00), safra 2007, 13% de álcool e 100% tempranillo.
É verdade que os vinhos libaneses e israelenses não empolgaram muito, mas valeu a experiência. Nunca eu havia degustado vinhos destes dois países. A próxima reunião, em outubro, já tem tema: vinhos da Patagônia, Argentina.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

DOIS PRA LÁ, DOIS PRA CÁ - JOÃO BOSCO

Sensacional! Assim foi a abertura do projeto Dois Pra Lá, Dois Pra Cá, idealizado por Giselle Kfuri e Solange Kafuri para homenagear quatro décadas da parceria de João Bosco e Aldir Blanc. Serão três shows diferentes em três finais de semana consecutivos de setembro no Teatro I do CCBB de Brasília, com ingresso custando R$ 7,50 para quem é correntista do Banco do Brasil. O primeiro show, com casa cheia, foi do próprio João Bosco. No palco, apenas um banquinho, um violão, uma mesa com uma jarra e dois copos de água e o cantor. Foi um show hipnotizante. Há muito não ia a um show em que a plateia ficasse o tempo todo absorta nas músicas, no violão, nas histórias deliciosas de um cantor, como foi o da noite de domingo. Além das músicas da parceria de sucesso com Aldir Blanc, João Bosco interpretou a canção que foi o lado A de seu primeiro compacto, Águas de Março, de Tom Jobim, seu padrinho musical. Este compacto saiu encartado no Pasquim, o lado B tinha a música Agnus Sei, da dupla homenageada neste projeto, interpretada por João Bosco durante o show. Também cantou uma música de Vinícius de Moraes. As demais, grandes sucessos como Cosa Feita, Corsário, Linha de Passe, Dois Pra Lá, Dois Pra Cá, Rancho da Goiabada, Gol anulado, De Frente Pro Crime, Bijuterias, A Nível De, Plataforma, entre outros. Também teve lugar para músicas mais recentes, especialmente Sonho de Caramujo, presente no seu mais novo trabalho. Entre uma e outra música, João Bosco divertia a plateia com histórias de seus primeiros dias no Rio de Janeiro, de seu tempo de faculdade em Ouro Preto, de Elis Regina. Durante as músicas, ninguém falava nada, nenhum barulho, nem mesmo as famosas tosses, muito comuns nesta época de seca na cidade. Mesmo conhecendo as músicas, o público preferiu ficar embevecido com a sempre peculiar interpretação de João Bosco. Na música De Frente Pro Crime, instados pelo cantor, todos respondiam ao final de cada frase, fazendo um belo coro. A plateia só acompanhou, cantando a música do início ao fim, na última música do bis, quando a clássica O Bêbado e A Equilibrista fechou o belo show. Na próxima semana tem Leila Pinheiro e Pedro Mariano com repertório da dupla Bosco-Blanc eternizado por Elis Regina em gravações antológicas. Já tenho o ingresso.


BRASÍLIA E O CONSTRUTIVISMO: UM ENCONTRO ADIADO

Domingo, final de tarde. Fui para o CCBB conferir as obras da exposição Brasília e O Construtivismo: Um Encontro Adiado. Como todas as exposições no local, o acesso é gratuito. São dois os espaços expositivos. Grandes esculturas estão na área externa do centro cultural, enquanto as obras menores e projetos não realizados estão na sua Galeria 2. A mostra foi pensada para comemorar o aniversário de cinquenta anos de Brasília. É um encontro de artistas concretistas ou neoconcretistas com a capital federal que nunca existiu, mas poderia perfeitamente ter acontecido. Alguns dos artistas tem obras na cidade, como o caso de Athos Bulcão e de Franz Weissmann. Amílcar de Castro comparece com algumas grandes esculturas, feitas para os espaços abertos, algumas conhecidas do público mineiro.Weissmann também tem obras no pátio, mas também dentro da galeria. Algumas esculturas de Lygia Clark da série Bichos estão expostas, assim como esboços e quadros de Lygia Pape. Obras de Rubem Valentim com formas abstratas que nos remetem à África estão na galeria, assim como um vídeo de Hélio Oiticica apresentando seu Meta Esquema, hoje construído no Centro de Arte Contemporânea de Inhotim (MG). Quadros de Luiz Sacilotto e de Waldemar Cordeiro estão lado a lado com os projetos de Athos Bulcão para os azulejos do restaurante do prédio do Itamaraty e do painel interno do Cine Brasília. Há poucas obras, mas com representatividade do concretismo e do neoconcretismo brasileiro. As esculturas externas, além de embelezarem o CCBB, dão excelentes fotos. Vendo tais esculturas, fiquei me perguntando porque não há uma política de compras por parte do centro cultural para a fixação de esculturas em toda a sua área externa, jardins e espaços de passagem, transformandoo espaço em uma exposição permanente. Hoje, há uma meia dúzia de obras fixas que já embelezam o ambiente, mas poderia haver muito mais.

domingo, 12 de setembro de 2010

SEX AND THE CITY

O sábado foi para descansar o corpo e a mente. Fiquei em casa. Não saí para nada. Pedi comida pelo telefone. China in Box. No mais, foi leitura de jornais e revistas, sono, cama e muito filme, ou melhor, aproveitei para terminar de ver a primeira temporada do seriado Sex and The City. Apesar de todos sempre comentarem que esta série era ótima, nunca tive a oportunidade de ver. Vi apenas o primeiro filme para o cinema, do qual não gostei muito. Meus amigos me diziam que o filme não retratava bem o que era o seriado. Recentemente comprei, em uma promoção, todas as seis temporadas em dvd. Gostei de ver a primeira temporada. São apenas doze episódios, sem relação um com o outro. Podem ser vistos isoladamente, sem necessariamente seguir a ordem. Preferi ver na ordem cronológica. Cada episódio tem em torno de vinte e cinco minutos de duração. Tem ótimas tiradas e cenas divertidas. Gostei de acompanhar as aventuras de Carrie, Miranda, Samantha e Charlotte. Além de rever New York, mesmo que na tela da minha tv. Realmente o filme não faz jus ao seriado, que é muito superior. Agora é arrumar tempo para ver as outras cinco temporadas.

sábado, 11 de setembro de 2010

STOMP


Depois de mais um dia cansativo, nada melhor que refrescar a mente em um bom show. Com ingressos comprados (R$ 100,00 - meia entrada com cupom Sempre Você), eu e Ric fomos conferir o show do grupo britânico Stomp, em cartaz neste final de semana na Sala Villa Lobos do Teatro Nacional Cláudio Santoro. Com lotação esgotada, o show começou praticamente no horário marcado (21:30 horas). O grupo é famoso por fazer um som percussivo utilizando objetos do dia a dia. Eles não usam nenhum instrumento musical em cena (a não ser um apito no número final). Com oito integrantes, sendo duas mulheres, o show é inspirado no mundo da construção civil, com figurino lembrando os usados por operários deste segmento econômico. A primeira batucada é feita com vassouras, quando o cabo e os pelos são utilizados para dar o tom da música. Além da percussão, o show é permeado de humor, lembrando as comédias eternizadas no cinema e na televisão por Charles Chaplin, O Gordo e O Magro, ou Os Três Patetas. A plateia é instada a se manifestar em quase todos os números musicais, seja aplaudindo um dos integrantes ou acompanhando com palmas ritmadas. Dei boas gargalhadas durante as quase duas horas de espetáculo. Para a percussão, eles utilizam canos de borracha, baldes, pias de metal, água, panelas, sacos e sacolas plásticas, bolas de basquete, jornais, copos descartáveis de refrigerante, sacos de papel, placas de trânsito, tambores de plástico, latões, areia, além do próprio corpo e de sapateado. Merece destaque a sincronia dos oito integrantes do grupo nos números coletivos, além da menção visual a grandes manifestações culturais, como a dança do dragão dos orientais e a dança em círculo de tribos indígenas. Não poderia faltar o esporte predileto dos americanos, com um número com bolas de basquete. Há um número em que, com todas as luzes apagadas do teatro, eles utilizam isqueiros para simular as famosas luzinhas que são utilizadas nas decorações natalinas. Apenas com com movimentos de acender e apagar os isqueiros, vemos as luzes, em várias velocidades, percorrendo um painel imaginário. Acabam o show com um dos integrantes falando em português (creio que seja baiano) sobre o presente que veio da Bahia que eles dariam a nós, o público, atacando com a batida que tornou o Olodum mundialmente conhecido. Excelente show.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

PETER FRAMPTON

A quinta-feira foi puxada. Dei aula o dia inteiro para uma turma bem atenta, mas que perguntava pouco. Desta forma, cheguei ao fim do dia com rouquidão, além do cansaço. Logo que terminei a aula, recebi a ligação de uma amiga perguntando se eu tinha interesse em ir ao show do Peter Frampton. Respondi que não tinha comprado ingressos, quando ela me ofereceu dois. Ela havia ganhado e não poderia ir. Aceitei. Passei na casa dela para pegar as duas entradas. Já em casa, tive vontade de desistir quando vi a cama. Ric chegou e, sabendo das entradas, me convenceu a irmos. Chegamos meia hora antes do horário marcado para início do show. Ainda não haviam aberto as portas do Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Ficamos na fila. Não houve tumultos, nem aglomerações para entrar. Com lugares marcados e um público na faixa etária de cinquenta anos, todos respeitavam a fila. Nossos lugares eram bem centralizados, na fila Q, imediatamente à frente da mesa de som. Assim, pude ouvir no rádio dos técnicos que o show começaria às 21:30 horas. De fato, quando o relógio apontava para nove e meia da noite, as luzes se apagaram. O público de Brasília continua o mais desrespeitoso com os artistas e com quem chega no horário. Com meia hora de show, ainda tinha gente chegando ao Auditório Máster do centro de convenções. O teatro não estava lotado, pelo contrário, havia muita cadeira vazia. Peter Frampton, já um senhor careca, com poucos cabelos brancos, nada lembrava o jovem louro de cabelos compridos que fez enorme sucesso na década de setenta. Seu show foi baseado nos dois últimos discos, embora o tenha recheado com os seus hits Show Me The Way e Baby, I Love Your Way. Com poucas músicas conhecidas, a plateia estava atenta, especialmente nos diversos números instrumentais, com intermináveis solos de guitarras, bateria e órgão. Obviamente que, na hora dos hits, o público foi ao delírio, cantando junto com Frampton. Ele fazia um esforço para ser agradável, lendo frases em português, mas logo desistiu, dizendo, em inglês, que o português era uma língua muito sexy e que ele fazia um grande esforço para tentar falar em nossa língua. Como a turnê estava começando por Brasília, ele provocou o público feminino pedindo algumas das presentes para se candidatarem a lhe ensinar o portugês nestes dias de estada no Brasil. Algumas tietes, lembrando dos anos de sucesso do cantor, se agitaram nas cadeiras. Achei válida a minha ida ao show, pois pude ver um artista que marcou época, que ainda tem a voz afinada, que não perdeu a sinergia com o palco e que é um grande instrumentista. Mostrou também que o talk box (um instrumento que altera a voz na hora de cantar) continua sendo muito utilizado em seus shows. Eu estava muito cansado e o excesso de músicas instrumentais me cansou, fiquei com muito sono. Quando a banda foi apresentada, o público, instado pelo guitarrista que toca há 31 anos com o cantor, se levantou. Muitos correram para ficar perto do palco. Celulares e câmaras digitais pipocaram no teatro. O show chegava ao fim. Não esperamos o tradicional bis. Cansados, mas com fome, ainda passamos na lanchonete The Plates para um lanche rápido. Em casa, só foi deitar. Logo adormeci.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

BRASÍLIA - PROFUSÃO EM CULTURA

Ultimamente, Brasília tem tido uma vida cultural intensa. A maratona de artes cênicas e música do Cena Contemporânea nem bem terminou e dois outros festivais tem lugar na cidade. Já em cartaz, o 2º Festival Mulher em Cena, com dança, teatro, cinema, performance, música, literatura girando em torno da mulher. Tudo acontece no Teatro Nacional Cláudio Santoro. Tudo gratuitamente, alguns com necessária troca do ingresso por um absorvente feminino. Imperdível a peça A Alma Imoral, de Clarice Niskier, sucesso no Brasil, que já teve passagem por Brasília. Outro festival que rola no final de semana, nos gramados da Funarte, também gratuito, é o 6º Festival Brasília de Cultura Popular. É um encontro muito bonito, mostrando a força da cultura popular no Brasil. Oportunidade ímpar de ver ou rever alguns grupos nacionais e locais, como o Mamulengo Presepada (DF), o Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro (DF), o Boi do Seu Teodoro (DF), Redandá (SP) e o Jongo da Serrinha (RJ). Festa bonita que tem seu ápice com a chegada do Calango na noite de sábado. Imperdível. Fora os festivais, ainda há os espetáculos e projetos em cartaz no final de semana. A música de João Bosco e Aldir Blanc será celebrada no CCBB com o projeto Dois Pra Lá, Dois Pra Cá, com show de João Bosco. E ainda tem Lauryn Hill no domingo. Tem para todos os gostos, com certeza. Ninguém pode reclamar que a cidade não oferece nada. Basta se informar, basta procurar. Diversão há!

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

FILMOTECA ESSENCIAL - INTERNACIONAL (09)


Revi, em dvd, o grande filme O Expresso da Meia-Noite (Midnight Express), produção americana de 1978, dirigida por Alan Parker. No elenco o saudoso Brad Davis e o sempre camaleônico John Hurt. Brad Davis é William Hayes, jovem que é preso no aeroporto de Istambul, Turquia, quando tentava levar alguns pacotes de haxixe pregados em seu corpo. É condenado à prisão, inicialmente por posse e depois por tráfico de drogas. A prisão é um verdadeiro inferno na terra, onde a crueldade e o desrespeito aos direitos humanos são rotineiros. Durante sua estada na prisão, ele conhece alguns estrangeiros, entre eles Max, vivido por Hurt, um eterno drogado. É neste convívio que o jovem Hayes vai se transformar, se revoltando com as atrocidades do dirigente da cadeia, bem como com a prática de denunciar as pessoas que um dos presos faz questão de perpetuar, ganhando regalias dos guardas. O ápice desta revolta se dá quando ele deixa o tal preso dedo duro literalmente sem fala. Há um pulo abrupto na história, com a passagem de sete meses no tempo, quando encontramos Hayes numa ala de doentes mentais. Já estamos perto do fim do filme. Se o filme não fosse baseado em um fato real, diria que o final da fita é quase inverossímel. Nos extras do dvd há um documentário curto no qual aparece o verdadeiro William Hayes dando um depoimento sobre os anos vividos na prisão turca. Gosto muito deste filme. Alan Parker mostra que é firme na direção, mas ao mesmo tempo busca inspiração em outros filmes de sucesso, como é o caso do banho que um dos prisioneiros estrangeiros dá em Hayes, cena visivelmente inspirada em Spartacus. Grande filme que deve figurar em qualquer coleção essencial da filmoteca internacional.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

AINDA SOBRE O CENA CONTEMPORÂNEA 2010

O festival Cena Contemporânea 2010 terminou neste domingo. Foi uma grande celebração das artes cênicas e, porque não dizer, das artes em geral, já que houve muita música de qualidade no famoso ponto de encontro na Praça do Museu Nacional da República, durante os treze dias que os teatros e centros culturais de Brasília foram tomados por muitos espetáculos. Sou um frequentador assíduo da cena teatral brasiliense e sempre confiro o maior número possível de espetáculos nas edições anuais deste importante festival. É verdade que a décima-primeira edição não me agradou tanto quanto outras edições passadas, mas mesmo assim considero muito importante esta possibilidade de vivenciar novas experiências que o Cena nos proporciona. Imagino que, para a classe artística, o intercâmbio seja importante e necessário. É no festival que podemos assistir a peças que provavelmente não entrariam no circuito normal da cidade, com propostas inovadoras, nem sempre assimiladas pelo público. Eu mesmo não assimilei a proposta de Abracadabra, mas achei válida a experiência, apesar de a ter considerado a pior que já vivenciei em termos de teatro na minha vida. Com a facilidade de buscar informações nas redes sociais, acompanhei o que publicaram sobre o festival. Gostei muito do que li no blog de Adeilton Lima sobre os espetáculos Abracadabra e A Carta do Anjo Louco. Mesmo não concordando em relação ao que ele escreveu sobre a primeira, achei a sua análise inteligente e profunda, com consistência. Ele não se limitou a escrever que a peça é "massa", é inovadora ou fantástica, como muitos colocaram no Facebook. Vale a pena a leitura (para ler, clique aqui). Quanto à análise de A Carta do Anjo Louco, concordo inteiramente com o que ele disse: espetáculo de qualidade, bem pesquisado, que entreteu e fez pensar, mesmo em um curto espaço de tempo.
Em entrevista ao Correio Braziliense desta terça-feira, o idealizador e diretor geral do Cena Contemporânea, Guilherme Reis, foi espetacular ao afirmar que as poucas críticas publicadas em blogs e congêneres na internet serão levadas em consideração para as próximas edições deste festival, que já tem data marcada para 2011 (de 23 de agosto a 04 de setembro). Também muito digno da parte de Guilherme Reis ao dizer que num festival com mais de trinta espetáculos não haverá unanimidade, gerando um debate interessante sobre o próprio festival.
Eu sigo a máxima de que só se pode falar de que não gosta quando se confere o espetáculo, mesmo com críticas desfavoráveis ou favoráveis previamente publicadas. Para mim, o Cena teve ótimos momentos, como a sua abertura com o prestigiado Grupo Galpão, quanto momentos que não apreciei, como a maioria das peças internacionais.
Além da própria existência e permanência deste festival, quero ressaltar também a evolução na sua produção, em especial na venda de ingressos, com mais pontos de venda, incluindo internet e pagamento com cartão de crédito quando a compra se deu na rede mundial de computadores. Também outro destaque foi a preocupação da direção do festival em legendar as peças estrangeiras. Ponto positivo, mas para as próximas edições será necessário pensar um melhor local para tais legendas, pois houve peças que ou se lia ou se via a performance no palco.
Ao final, mesmo com a seca brava na cidade, ganhou o teatro, ganhou a arte, ganhou Brasília. Aguardo com ansiedade a edição de 2011, torcendo para que, na minha modesta opinião, haja um maior número de espetáculos que me agradem.
Parabéns aos produtores do Cena Contemporânea por nos proporcionar esta "orgia" das artes em duas semanas de secura no Planalto Central.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

CENA CONTEMPORÂNEA - DIA 13

O domingo foi o último dia do festival Cena Contemporânea, mas não contou com minha presença, pois o efeito da seca que assola Brasília foi forte. Fiquei com muito sono, mole, sem vontade de fazer nada. Só saí de casa na parte da manhã para fazer as compras de frutas e verduras da semana, além de ir ao CCBB para comprar ingressos para o encontro de Leila Pinheiro e Pedro Mariano no projeto que homenageia a dupla João Bosco-Aldir Blanc. De tarde, no auge do sol quente, sem vento, fui ao aeroporto buscar Ric que chegava do Maranhão. Depois não quis mais sair de casa. Deitei cedo, antes de 20 horas, e logo dormi. Noite de sono profundo. A semana começará bem.

Em relação ao festival de teatro, assisti a quinze espetáculos em onze dias, pois houve dois dias em que não vi nada. Somadas as cinco peças que já havia visto antes do festival, da programação do Cena Contemporânea, conheci vinte espetáculos. Faço abaixo a relação dos que gostei, por ordem de preferência, e as peças que não me agradaram:

GOSTEI:

01) Till - A Saga de Um Herói Morto - Grupo Galpão (MG)
02) In On It - Enrique Diaz (RJ)
03) Dulce - Portugal/RJ
04) Ilhar - Michelly Scanzi (DF)
05) A Carta do Anjo Louco - William Lopes (DF)
06) A Cela - Cia Teatral Mapati (DF)
07) Cabaré das Donzelas Inocentes - Murilo Grossi e William Ferreira (DF)

ACHEI MÉDIO:

01) Neva - Teatro En El Blanco (Chile)
02) A Balada do Palhaço - Grupo de Teatro Artes & Fatos (GO)
03) Memória da Cana - Os Fofos Encenam (SP)
04) Desavergonhada! - Anita Mosca (Itália)
05) A Comédia dos Erros - Irmãos Guimarães (DF)

NÃO GOSTEI:

01) Paisagem com Argonautas - Kabia (Espanha)
02) Não Precisa Chorar - Teatro Viento de Agua (Cuba)
03) Kabul - Cia Amok Teatro (RJ)
04) Dizer Chuva e Que Chova - Kabia (Espanha)
05) O Jardim do Mundo - Creaciones Artisticas Las Cuatro Esquinas (Espanha)
06) A Galinha Cega - Corporación Gassho (Colômbia)
07) Solitário Cowboy - Cie Philippe Saire (Suíça)

DETESTEI:

01) Abracadabra - Luiz Paetow (SP)



domingo, 5 de setembro de 2010

CENA CONTEMPORÂNEA - DIA 12


Acostumei a acordar cedo por causa das duas últimas semanas levantando antes das sete horas da manhã. Assim, neste sábado, acordei antes de seis horas. Aproveitei para atualizar a leitura de jornais da semana que terminava. Resolvi almoçar no Café Cassis e fazer compras no ParkShopping. Aproveitei para comprar entradas para o show do Stomp, grupo americano especializado em percussão com objetos do nosso dia a dia. Logicamente que comprei alguns cds e dvds na Fnac. Não contente com as compras, fui ao CasaPark para passar uma hora na Livraria Cultura, onde comprei livros, mais cds e mais dvds. No início da noite, mais uma peça do festival Cena Contemporânea. Fui para o CCBB assistir Dulce, um trabalho conjunto de atores brasileiros e portugueses. Ingresso a R$ 7,50 (meia entrada - correntista Banco do Brasil). A peça foi encenada no Teatro II, que não ficou lotado. Marcada para 19:30 horas, teve um pequeno atraso para começar. O cenário era uma sala de jantar na casa de um casal português. Depois de comerem, os dois casais, o português e o brasileiro, ficam conversando até chegarem a uma espécie de jogo da verdade, onde as aparências de felicidade de cada casal são jogadas ao chão. Os casais, especialmente o brasileiro, demonstram que a vida a dois vai mal, discutindo a relação naquela mesa de jantar, o que provoca constrangimento no casal português. Como jogo cênico, há repetições de diálogos com as mesmas marcações, como risadas e gestos, como se a vida pudesse voltar de tempos em tempos, mas o que se vê é a impossibilidade de isto acontecer, pois os diálogos são sempre os mesmos. A vida segue. Algumas citações são divertidas, especialmente a brincadeira que os portugueses fazem ao contar piadas sobre portugueses no melhor estilo brasileiro. Os cariocas também não são poupados nas falas dos atores brasileiros. Há um trecho onde os quatro já estão bêbados e começam a gritar uma série de frases iniciadas pela palavra de ordem "abaixo". Hilário quando gritam "Abaixo o preço das passagens da TAP"! Nada mais real. O nome da peça é Dulce, uma referência a uma tia-avó de Isac, o brasileiro. Quando ela tinha 19 anos, se preparando para casar, recebe a notícia de que seu noivo havia morrido em um acidente de carro. Ela ficou surtada, esperando por ele todos os dias de sua vida, até morrer aos 82 anos. Fica a pergunta: será que ela seria feliz no casamento? Se depender da vivência de ambos os casais, a resposta certamente seria não. Gostei muito da peça, que foi muito aplaudida ao final. Do CCBB fui correndo para a Sala Martins Penna do Teatro Nacional Cláudio Santoro para mais um espetáculo do festival. Foi o único balé para o qual comprei ingresso (R$ 16,00). Trata-se de Solitário Cowboy (Lonesome Cowboy) da companhia suíça Cie Philippe Saire. Com pouco mais que uma hora, cinco bailarinos dançam em um tablado cheio de uma espécie de piche em pedaços. Quem senta na fila A acaba recebendo pedaços deste piche, pois quando os dançarinos escorregam no tablado, alguns pedaços acabam por sair para fora, sujando o chão aos pés do público ali sentado. Os movimentos são visivelmente inspirados em modalidades esportivas, dando um ar pesado ao balé. Situações do dia a dia do universo masculino estão presentes, como a competição, a força, a vida em grupo, as brigas, a reconciliação, entre outros. Os primeiros movimentos são lentos, quando não percebemos que o piso do tablado será desfeito. Depois, os movimentos começam a ficar mais rápidos e violentos, enaltecendo a virilidade masculina, quando o piso começa a ser desfeito. Fiquei curioso como eles conseguem arrumar o piso depois, mas esta curiosidade é satisfeita no próprio balé, quando alguns bailarinos entram em cena com rodos enormes e uma espécie de tela para arrumar o piso, que volta a ser "compacto" como no início. O melhor do balé é a formação de figuras abstratas, de grafismos, quando os cinco dançarinos fazem seus movimentos bruscos com os pés. Há cenas engraçadas, como quando os cinco tiram suas roupas, incluindo a cueca preta, para ficar apenas de kilt xadrez, aquela saia escocesa masculina. Ao final, diria se tratar muito mais de uma performance do que um balé. Para balé, leveza é essencial, mesmo que apresente movimentos bruscos e rudes. No Brasil, exemplos não faltam desta leveza aliada à fortaleza, tais como Grupo Corpo, Quasar e Cia Deborah Coker. Achei a experiência interessante, mas dou nota apenas seis para o balé.


sábado, 4 de setembro de 2010

CENA CONTEMPORÂNEA - DIA 11


E a sexta-feira chegou com mais uma peça do festival Cena Contemporânea. Com ingresso (R$ 8,00 - meia entrada com o cupom Sempre Você do Correio Braziliense) para a peça A Galinha Cega (La Gallina Ciega) fui para o Teatro da Caixa Cultural conferir o espetáculo, na verdade, um monólogo da Corporación Gasshô, grupo colombiano, cuja concepção e dramaturgia coube à dupla Constanza Duque e Ana Toro. A primeira é a atriz, enquanto a segunda dirige a peça. Teatro praticamente lotado, mostrando a força sempre crescente do festival ao longo do período em que está em cartaz. Constanza faz o papel de Saturia, uma menina que tem sonhos e ilusões, mas na medida em que se torna adulta, percebe que a realidade dói. Galinha cega, segundo a sinopse, é uma brincadeira infantil, também presente no Brasil, onde recebe o nome de cabra cega. Na infância, ela ficava perdida, sem noção de direção, quando seus olhos eram vendados para participar da brincadeira. Em fase adulta, já ao final, mesmo sem a venda, ela se sente perdida ao se confrontar com uma realidade dura. Os recursos utilizados pela atriz são criativos, com transformações surpreendentes. Um chapéu pode se transformar em um buquê de noiva ou uma toalha de mesa vira uma saia rodada. Iluminação e efeitos sonoros também são elementos fundamentais. A atriz consegue passar rapidamente de um momento dramático para a comédia, sem perder a performance. Ela consegue passar verdade ao retratar a inocência infantil, a desilusão com a vida, a aflição pelo primeiro encontro com o amado e a decepção com o casamento. O número de dança de salão quando contracena com um manequim com rodas é ótimo. Apesar de todos estes elogios que faço, não gostei do texto. Achei enfadonho, massante, às vezes escorregando para a comédia pastelão. Mais uma vez concluo que não gosto de palhaços. E é exatamente o que vi no palco: uma palhaça, com direito a nariz redondo vermelho em determinada cena. Outro ponto que merece atenção da produção do festival, mas não tem a ver com o espetáculo em si, é a questão da legendagem. Foi um ganho para o Cena apresentar praticamente todas as peças estrangeiras com legendas. O texto de A Galinha Cega é falado em espanhol, com legendas laterais em português. Porém, o local em que a legenda foi colocada (em dois telões nas paredes laterais do palco) é de difícil acompanhamento, pois ou se lê ou se vê a peça. Além disto, a legenda não conseguiu acompanhar a fala da atriz, ora se adiantando, ora se atrasando, conferindo um ar desnecessário de pastelão ao espetáculo. Percebi que uma parcela do público aplaudiu protocolarmente ao final, sem se levantar. Fiquei sentado, sem aplaudir, pois realmente não gostei do que vi.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

CENA CONTEMPORÂNEA - DIA 10

Revigorado pela grande noite de sono, mesmo dando aula o dia inteiro, estava bem disposto no início da noite desta quinta-feira para continuar a maratona de peças do festival Cena Contemporânea. Ao final da aula, fui direto para o CCBB onde fiz uma lanche rápido no Bistrô Bom Demais. Três peças estavam em cartaz, entre elas Memória da Cana, espetáculo do grupo paulista Os Fofos Encenam, cujo ingresso paguei R$ 16,00. Montada em tenda armada no gramado do CCBB, o visual do cenário é impactante, com pés de cana ao redor de todo o ambiente. É uma fazenda nordestina onde se passa a história adaptada e dirigida por Newton Moreno a partir da obra clássica de Nelson Rodrigues, Álbum de Família. Os atores da companhia, Carlos Ataíde, Kátia Daher, Luciana Lyra, Paulo de Pontes, Marcelo Andrade e Viviane Madureira, estão bem sintonizadas, mostrando um belo trabalho de grupo. O público fica em arquibancadas em duas laterais de frente para uma grande mesa ao centro. Cada cômodo da casa é separado com paredes feitas com uma tela plástica (derrubada ao longo do espetáculo). No início, cada cômodo tem uma encenação. Assim, consegui ver apenas a encenação do primeiro cômodo da casa, onde está Ruth, a irmã apaixonada pelo cunhado. O enredo é conhecido: incesto em uma família, onde pai gosta da filha que também é a fonte de desejos do irmão que se castra e entra no seminário para evitá-la. Já a mãe é amada por um dos filhos, mas tem como amante outro filho, que se tornou louco e fica vagando do lado de fora da casa. É uma tragédia atrás da outra. Os efeitos cênicos são visualmente interessantes, especialmente na troca de cenário, quando a iluminação passa a ser feita por meio de luz de velas. Fiquei incomodado com o barulho ao final da peça, mas sei que ele fazia parte do clímax que se queria alcançar (e alcançou). Meu único senão fica por conta da acústica do lugar, pois em alguns diálogos (todos carregados com sotaque nordestino) a compreensão de frases tornava-se quase impossível. Ao sair da peça, conversei com dois amigos que sempre estão nas mesmas peças que eu e eles tiveram a mesma e única reclamação. Gostei médio.