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segunda-feira, 26 de agosto de 2013

ANTES DA CHUVA

Com onze ingressos comprados para a edição de 2013 do Cena Contemporânea, festival de artes cênicas que está em cartaz em vários espaços de Brasília no período de 20 de agosto a 01 de setembro. O primeiro espetáculo que conferi foi Antes da Chuva, da Cia. Cortejo, trupe com um núcleo na cidade de Três Rios, interior do Rio de Janeiro, e outro núcleo em Juiz de Fora, Minas Gerais. Fui com as amigas Fabíola, Karina e Hélida G. Ingresso a R$ 10,00. Teatro II do CCBB, sessão das 19:30 horas. A sala recebeu um bom público, mas não ficou com lotação completa, sobrando algumas cadeiras na última fila. Quando entramos, os dois atores, Bruna Portella e Luan Vieira, já estavam em cena. Nas cadeiras havia um envelope fechado, como se postado no Correio, com alguns cartões postais com fotografias da peça. O envelope também faz referência aos personagens principais e, embora não interativo, tem relação com uma importante parte da peça. A história se passa em uma pequena cidade às margens de um rio, eixo de ligação com o mundo "civilizado" na concepção da personagem feminina, Aninha de Dona Valcy. Passa diante de nossos olhos a relação de um casal, ele, Aramis, alguns anos mais novo do que ela, Aninha, desde quando se conheceram, à época ele tinha doze anos e por ela se apaixonou, namoraram, se distanciaram e novamente se encontraram. É uma história de amor que bebe um pouco na fonte do realismo fantástico, da vida na floresta e no mundo da literatura. O título, Antes da Chuva, depois que vi a peça, me remeteu imediatamente à Belém e à Floresta Amazônica, onde a chuva é um referencial para marcar encontros. O texto, de autoria de Rodrigo Portella, que também é o responsável pela direção e pela iluminação do espetáculo, é muito bom, mas o que se destaca mesmo é a interpretação dos atores, excelentes na caracterização dos personagens que interpretam. Bruna Portella dá um show na composição de suas personagens, especialmente quando interpreta as secundárias, como a dona da casa de prostituição e da avó de Aninha. Suas caras, bocas e gestos para estas personagens coadjuvantes se contrapõem à interpretação mais natural que empresta a Aninha, a personagem principal. Confesso que não tinha nenhuma referência sobre a companhia ou sobre o texto antes de entrar no teatro e saí inteiramente satisfeito com a peça. Gostei muito. Comecei com o pé direito a maratona de peças teatrais integrantes da programação do Cena Contemporânea.


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