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sexta-feira, 2 de agosto de 2013

JUKEBOX - UMA FICÇÃO CIENTÍFICA MUSICAL

Terminou no último dia 25 de agosto de 2013 a temporada brasiliense do espetáculo Jukebox - Uma Ficção Musical. Estreou dia 1º de agosto no Pavilhão de Vidro do Centro Cultural Banco do Brasil de Brasília. Fui com duas amigas, Karina e Fabíola, exatamente no dia da estreia na capital do Brasil, uma quinta-feira de noite agradável. Logo que entramos, recebemos um folheto com a lista de músicas das quais o público escolhe a sua preferida, entregando sua preferência a alguém da produção do espetáculo. O palco estava montado no centro do pavilhão, com cadeiras, puffs e banquetas espalhados em três lados do espaço (o quarto lado era reservado para a mesa de som e para o camarim). Segundo soube na bilheteria, a capacidade máxima por espetáculo era de 100 pessoas, mas não tinha lugar para todo mundo se sentar. Talvez por isso, um cartaz na bilheteria e na porta do pavilhão informava que as cadeiras azuis eram destinadas, preferencialmente, aos idosos, gestantes e pessoas com deficiência. De qualquer lugar que se sentasse, não se tinha uma visão 100% do palco, já que algumas paredes/telões de led impediam a visão do que acontecia do seu outro lado. O cardápio musical contava com vinte músicas (ou conjunto de músicas). As primeiras dez escolhidas pelo público fariam a sequência da encenação da noite, o que permitiria que cada noite o espetáculo fosse construído de forma diferente. As luzes se apagaram logo e ficou impossível ler o folheto, fator essencial para entender o que iria rolar no palco. No set list musical, músicas conhecidas, sucessos do universo pop, como clássicos de Madonna, Bjork, BeatlesMarisa Monte, Roberto Carlos, Gaby AmarantosDavid Bowie, entre outros, conviviam com músicas inéditas, compostas exclusivamente para o espetáculo. Aliás, a música Space Oddity, de Bowie, é a grande inspiração para esta ficção científica teatral em forma de musical. Flávio Graff é o responsável pelo figurino, pelas letras das músicas inéditas, pelo roteiro e pela direção, cabendo a direção musical a Felipe Storino. No palco, além dos dois, integravam o elenco as atrizes Adriana Seiffert, Dedina Bernardelli e Julia Deccache Sem ler nada antes, fica impossível entender a encenação. Movimentos aparentemente sem nexo e interpretações esquisitas imperam durante todo o espetáculo. Olhei para os lados e notei que muitas pessoas não prestavam atenção em nada, preferindo navegar na internet utilizando seus smartphones. Poucas, para não dizer apenas uma mulher, se arriscaram em levantar e tentar ver o que acontecia do outro lado do palco. Provavelmente apenas mais uma infinidade de movimentos sem significado palpável. Na execução da décima música, já cantando Lindo Balão Azul, sucesso da Turma do Balão Mágico nos anos oitenta, os atores ensaiaram uma chamado do público para ficar de pé e dançar, mas não foram correspondidos. O povo queria era que aquele espetáculo chegasse ao fim o mais rápido possível. Assim que a palavra FIM surgiu nos telões de led, respirei aliviado. Olhei para o lado e vi que todo mundo tinha na face a mesma cara de paisagem. Expressões de incompreensão ou insatisfação (diria que esta predominava) eram a tônica nos rostos de quem deixava o Pavilhão de Vidro. Como diria Emi, um amigo meu, achei o espetáculo um horror, um horror, um horror.

artes cênicas

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