Depois de uma excelente tarde de sábado, fui conferir a peça Laranja Azul, em cartaz no Teatro II do CCBB. O valor do ingresso foi R$ 7,50, referente a meia entrada por ser correntista do Banco do Brasil. O texto é do inglês Joe Penhall, com tradução de Guilherme Leme e Marcelo Veloso. Guilherme Leme também cuida da direção e o elenco conta com Rogério Fróes (Dr. Foster), Pedro Osório (Dr. Greg) e Rocco Pitanga (Christian, o paciente). A peça se passa em um hospital psiquiátrico londrino, motivo pelo qual todos nós da plateia recebemos jalecos brancos na entrada do teatro. Com ambiente todo em branco, o público se assenta ao redor de uma sala do hospital, mais parecendo um aquário ou uma jaula, onde vemos desfilar as verdades de cada personagem. Discussões sobre poder, submissão, racismo, esquizofrenia são recorrentes ao longo dos cinquenta e cinco minutos em que o texto é encenado. O interessante jogo de verdades faz com que a plateia oscile em torno de cada personagem, fazendo com que a cada instante, a verdade de um seja a preponderante. Antes de começar o espetáculo, uma horrenda música eletrônica invade nossos ouvidos, parecendo intencional para que entrássemos no clima do hospital psiquiátrico. Até parecia que a música nos levaria à loucura. Gostei da interpretação de Rocco Pitanga, que conseguiu transmitir naturalidade e humanidade a seu personagem. Rogério Fróes é sempre o mesmo, na minha opinião, engolindo as palavras em meio ao sufoco no final das frases que exigiam uma maior velocidade. No final das contas, achei interessante o texto, mas poderia ter rendido mais. Embora a verdade acabe não sendo esclarecida, o que considero um ponto positivo do texto, permitindo várias leituras, há um corte muito brusco para terminar a peça.
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