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sábado, 27 de fevereiro de 2010

QUE BOM TE VER VIVA

Sábado de dolce far niente no Rio de Janeiro. Manhã dedicada ao sono e à atualização deste blog. Tempo nublado e abafado, mas sem chuva. Almoço no Gula Gula (Avenida Henrique Dumont, 57, Ipanema). Comida saudável regada com um papo agradável. Salmão grelhado, legumes cozidos no vapor, arroz integral, Paris, Nova Iorque, Siena, Florença e Lisboa. Depois, voltei para casa. Li jornais de sexta-feira. Decidi ver mais um dos filmes que trouxe na minha bagagem. Optei pelo misto de ficção e documentário Que Bom Te Ver Viva (Que Bom Te Ver Viva), de Lúcia Murat, produção brasileira de 1989 que aborda a questão das torturas durante a repressão militar no cenário político brasileiro. São nove depoimentos de mulheres que sobreviveram às torturas sofridas na prisão nos idos de 1970. O interessante é que Murat entremeia depoimentos reais de sete mulheres toruradas, coloca em cena um depoimento escrito de uma que não quis se identificar e põe Irene Ravache interpretando uma anônima que sofreu a mesma situação. Os depoimentos são fortes, sensíveis, emocionantes, humanos, diretos. Quanto à Irene Ravache, ela dá um show de interpretação, fazendo um monólgo, se dirigindo quase sempre às câmeras, como se falasse diretamente conosco. O tema já foi tratado em livros, peças, artes visuais e filmes, mas neste há um diferencial. O olhar feminino para o tema das torturas e de como estas sobreviventes levaram adiante suas vidas, geralmente com a maternidade sendo um elo de força e esperança. Os homens neste filme são apenas coadjuvantes. Belo filme. Gostei.

6 comentários:

  1. leo, adivinha o que acabei de compar aqui.... o novo Dorian Gray que aqui ja esta em DVD e nem chegou nos cinemas do brasil :D

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  2. Pedro,

    Quero ver depois esta nova versão.

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  3. Noel,
    Gosto muito desse filme.
    Parece-me que a personagem da Irene é uma espécie de alter-ego da Lucia Murat, que participou da guerrilha e também foi torturada e ficou mais de três anos presa durante a ditadura.
    Bjs

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  4. Noel,
    Sempre considerei Irene Ravache uma grande atriz. Lembro-me de que, com meus vinte e poucos anos, assistia à novela O Profeta, na extinta Tupi e já admirava a capacidade de interpretação da atriz Irene Ravache. Nessa época, arriscava-me a escrever textos teatrais, e escrevi uma peça inspirado em Ravache. O tempo passou e um dia - coisas dos Deuses - fui assistir ao filme TODO SOBRE MI MADRE - e a atriz sentou ao meu lado. No final do filme, resolvi tomar um café. Ao lado do marido, Ravache tb tomava o seu e não tive dúvidas, escrevi um bilhete contando sobre minha inspiração. Não conversei com ela, mas dia, de longe, um sorriso esboçado no rosto da sensível atriz. Aprendi que a distância presenva e glorifica o mito. Não posso peder o filme/documentário.

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  5. Prezado leitor de meu blog,

    Tenho certeza que vai gostar do filme. Irene dá um show de interpretação.

    Um abraço.

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