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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

DETECTORES DE METAL NOS AEROPORTOS BRASILEIROS

Tendo em vista as atribuições de meu trabalho, acabo viajando muito pelo país, além, é claro, das viagens a turismo que faço questão de fazer em meus momentos de folga. Assim, frequento bastante os aeroportos brasileiros. Ultimamente, tenho notado um comportamento sem nenhum tipo de padronização no controle de segurança assim que cruzamos a porta que dá acesso à sala de embarque. Os detectores de metal não são regulados na mesma intensidade. Este descontrole da intensidade se dá tanto entre os aparelhos colocados lado a lado no mesmo aeroporto, quanto de um aeroporto para outro. Seria de propósito para que os passageiros frequentes não se acostumem com o que é detectado ou não em um determinado aeroporto? Não sei responder, só sei que há casos exagerados como o que ocorreu comigo nesta última quinta-feira no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, Minas Gerais. Estava retornando de Belo Horizonte para Brasília em voo Gol no meio da tarde. Cheguei com a antecedência necessária ao aeroporto, embora com o check in previamente feito pela internet. Dirigi-me para a sala de embarque, mostrei meu cartão de embarque e fui para a fila de um dos detectores de metal, o mais à esquerda de quem entra pela sala de embarque B. Como sempre faço, já deixei chaves, moedas, telefone celular e embalagens com comprimidos dentro de minha bolsa para evitar que a máquina apite. Coloquei minha mala de mão e a bolsa na esteira da máquina e cruzei o portal do detector. Imediatamente a luz se acendeu, acionando a sirene própria. Educadamente, um dos responsáveis pela segurança pediu que eu retornasse e tirasse o cinto. Fiz o que ele me pediu. Cinto na bandeja, passei novamente no portal. Luz e sirene acionados. Era hora de tirar o relógio. Também o fiz, colocando meu relógio de pulso na bandeja. Passo pela terceira vez no portal. Luz e sirene dão sinal de vida. Um dos seguranças diz que a máquina acusa algo nos meus pés. Levanto a calça. Ele pergunta se me incomodaria de retirar meus sapatos. Disse que não, mas já estava um pouco irritado, pois se a máquina acusava algo embaixo, porque tive que tirar cinto e relógio antes. Pois bem, sapatos tirados, apenas as meias nos pés. Sapatos passam dentro da máquina e eu, pela quarta vez, passo pelo portal. Adivinhem: luzes e sirene acionados! Já em tom irritado, perguntei se queriam que eu tirasse minha roupa, pois nada mais restava a fazer. Só então um dos seguranças pegou um daqueles aparelhos manuais, como um scaner e passou no meu corpo. Nada foi acusado, nem poderia, pois não tinha nada de metal na minha roupa ou em meu corpo. Perguntei o motivo pelo qual os aeroportos não seguiam um padrão, já que o país era um só e as regras eram as mesmas. A resposta foi evasiva, sem muito fundamento. Citei como exemplo os aeroportos dos Estados Unidos, onde antes de chegarmos à máquina, somos avisados que devemos tirar sapatos, pulseiras, relógios, cintos, chaves, moedas, celulares, notebooks de dentro das malas, casacos, chapéis, ou quaisquer outros objetos metálicos para passar pelo portal. Todos já conhecem as regras. Aqui no Brasil, parece valer o que o chefe da segurança do aeroporto determina. O pior de tudo é que não há nenhum lugar para você se sentar perto das máquinas para você calçar novamente os sapatos, colocar seu cinto, e ainda mandam passar imediatamente o próximo da fila pelo portal. Fica um congestionamento de malas no final da esteira da máquina, além de gente empurrando para passar. Para piorar mais ainda, não se sabe para quem reclamar, pois há mais de um órgão responsável pelos aeroportos brasileiros. Ficamos sem saber se reclamamos para a Infraero (que gastou muito dinheiro para informar suas funções no aeroporto), para a ANAC, para o Ministério da Defesa, ou para o Papa. Sempre me disseram que onde tem mais de um responsável, ninguém é o responsável. Creio ser esta a realidade brasileira. Voltando ao detector de metais, enquanto calçava o sapato (sem sentar, diga-se de passagem) e colocava o meu cinto para a calça não cair, disse ao segurança que estava com o mesmo sapato, a mesma calça e o mesmo cinto quando fiz o trecho Brasília-Confins e que ao passar pelo portal da mesma máquina no Aeroporto de Brasília, nenhuma luz se ascendeu ou a sirene soou. Ele disse que as regulagens dos aparelhos eram definidas por cada aeroporto. Esta frase do segurança mostra claramente que falta padronização. O volume de passageiros só aumenta nos aeroportos e com a proximidade da Copa do Mundo de Futebol em 2014 e das Olimpíadas em 2016, estas coisas precisam ser equacionadas, com uma padronização mínima na segurança dos aeroportos do Brasil.

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