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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

QUANTO TEMPO DA VIDA EU LEVO PRA SER FELIZ


Depois de um breve hiato, voltei ao circuito cultural da cidade, assistindo a primeira peça neste ano. Em cartaz no Teatro I do CCBB, com ingresso a R$ 7,50 (meia entrada), Quanto Tempo da Vida Eu Levo Pra Ser Feliz. Lendo o título, fiquei curioso. Um amigo me chamou para ir na estreia, na noite de quinta-feira, só para convidados, mas apressado como sou, já tinha comprado ingresso para o primeiro dia do espetáculo com vendas ao público. Texto e direção são de Sílvio Guindane. No elenco, os veteranos Camilla Amado, Denise Weinberg e Luiz Carlos de Moraes, além dos jovens Isabel Guéron e Fernando Dolabella. O teatro estava quase completamente cheio. Como já de costume, as cortinas se abriram com quinze minutos de atraso. Cenário todo em madeira, servindo para duas casas diferentes. Duas famílias de classe média dão o tom do enredo, com relações entre os personagens dignas de roteiro de televisão. O texto não acha um rumo certo, resvalando na comédia, a cargo da personagem escritora-bêbeda-dona de casa abandonada pelo marido para ficar com a sua melhor amiga, e pelo drama, onde as neuroses do mundo atual estão presentes, como assaltos, drogas, discurso universitário revolucionário, o comércio da religião, troca de casais, bebida, trânsito que mutila. A peça não tem ritmo. Embora com 75 minutos de duração, parece uma eternidade. A diferença interpretativa também é grande, destacando-se as atrizes. Fernando Dolabella não convence como o cadeirante, especialmente quando atende um telefonema do pai que não vê desde pequeno. A diversão fica por conta das inúmeras cartas que Gabriela, a personagem de Camilla Amado, escreve para um cantor para o qual escreve uma biografia por longos dois anos e não entende o porque ele não quer falar de seu passado. O mesmo amigo que me chamara para a estreia me ligou para dizer sua impressão da peça e uma frase dele ficou na minha cabeça: é uma história de novela das 21 horas. Vou mais além, parece demais com os enredos de Manoel Carlos, só faltando uma Helena entre as personagens. Como nunca gostei das histórias deste escritor de novelas, e com uma semelhança tão grande no seu enredo, também não gostei da peça. No fim, com tanta desgraça na vida das personagens, a única resposta para o título da peça é: UMA ETERNIDADE. Na balança, achei mais pontos negativos do que positivos. Não gostei.


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