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domingo, 17 de julho de 2011

FINAL DE SEMANA NO RIO DE JANEIRO - NOITE DE SEXTA-FEIRA - CINEMA E JANTAR

Com milhas vencendo na TAM, eu e Ric decidimos passar o final de semana no Rio de Janeiro. Saímos de Brasília no voo de sexta-feira, 15/07, às 15:32. Voo cheio. Decolagem no horário. Chegamos, pois, no Aeroporto Santos Dumont no horário marcado, às 17:02 horas. Precisão britânica, ressaltada pelo piloto ao pousar. Sem malas para esperar, fui até o balcão da empresa de táxi, ainda na sala de desembarque, para comprar o trajeto aeroporto-Arpoador, onde está o hotel onde tínhamos reserva. Estamos no Mercure Rio de Janeiro Arpoador (Rua Francisco Otaviano, 61). A corrida do táxi ficou em R$ 59,00. Apesar de chegarmos na hora do rush, não pegamos trânsito pesado. O check in no hotel foi rápido e eficiente. Entramos no apartamento pouco depois das 18 horas. Foi o tempo de desfazer as malas, pois Ric chamou para irmos ao cinema. Um milagre, pois é a coisa mais difícil ele querer ir ver um filme em cinema. Ele apenas ressalvou que não queria ver nenhum blockbuster. Conferi os filmes em cartaz por meio de aplicativo em meu iPhone. Escolhemos ver Potiche - Esposa Troféu (Potiche), produção francesa de 2010, em cartaz na sala 1 do Estação Ipanema. Como tínhamos um tempo considerável até o início da sessão, às 19:30 horas, fomos caminhando. Demoramos quarenta minutos para chegar. Tempo o bastante para sentirmos que a noite estava um pouco fria, o que mereceria de nossa parte alguma roupa mais quente. Estávamos vestidos para uma noite típica carioca, sem frio. Como só tinha almoçado (nada comi no voo), estava com fome. Primeiro comprei os ingressos, R$ 20,00 a inteira, cada um, para depois fazer um lanche no café que fica na sala de espera do cinema, no segundo piso. Um pastel assado com recheio de ricota e damasco acompanhado de chá gelado com limão, ao custo de R$ 8,00. O pastel estava frio. O recheio pedia um aquecimento. Lugares marcados no ato da compra do ingresso, um diferencial que ainda não pegou em Brasília. O público tinha idade média elevada. Nenhum adolescente sequer (acho que todos que se interessam por cinema deviam estar nas inúmeras sessões do final da saga Harry Potter). O filme é dirigido por François Ozon e tem no elenco os excelentes atores Catherinne Deneuve (Suzanne Pujol), Fabrice Luchini (Robert Pujol), Gérard Depardieu (Maurice Babin), Karin Viard (Nadège), Judith Godrèche (Joelle Pujol) e Jérémie Renier (Laurent Pujol). Comédia ambientada no ano de 1977, baseada em peça de teatro que fez sucesso na França nos anos 70. A história se passa em uma cidade no interior francês. Suzanne é uma dona de casa fútil, preocupada apenas com os afazeres do lar e com sua família, enquanto Robert, seu marido, a trai com a secretária Nadège, controlando a empresa que era do pai de Suzanne, uma fábrica de guarda-chuvas. Joelle e Jérémie são os filhos do casal, que vivem seus dramas pessoais. Ela é casada com um marido ausente, mãe de dois filhos, pensa em se divorciar e trabalhar com o pai, enquanto Jérémie vive em Paris, namorando uma mulher que ninguém nunca viu e não quer trabalhar com o pai por descordar de seu métodos ortodoxos de dirigir a empresa. Ainda há Maurice, um sindicalista de esquerda que se elegeu deputado e lidera os trabalhadores da fábrica em uma greve. Robert sofre um infarto e Suzanne acaba na direção da empresa, mostrando suas qualidades e um lado empreendedor, além de revelar aspectos de seu passado no campo sensual. Apesar de ser uma comédia, o filme retrata bem a efervescência dos anos 70, com a mulher assumindo um papel de destaque na sociedade, fumando muito (o cigarro foi um grande símbolo da liberdade feminina), a homossexualidade começando a ser mais evidente na Europa, mesmo que bem disfarçada, as músicas dançantes (há um número de Deneuve e Depardieu dançando em uma boate que é uma clara homenagem ao filme Os Embalos de Sábado À Noite, que levou ao estrelado o jovem John Travolta), à revolução na indústria, com a mudança de fábricas para países onde a mão de obra era mais barata (a origem da famosa globalização), a mulher entrando para valer nas disputas políticas e ganhando, mas nunca deixando de desempenhar seu papel de mãe (fato bem explícito ao final do filme). Confesso que sou um fã de Ozon, assim como de Deneuve. Ela continua magnífica e linda, além de sedutora. A cena em que pega carona na estrada com um caminhoneiro rústico e parrudão é ótima. Só há insinuações entre os dois e entre o diretor e nós, a plateia. Sensacional! Para quem não viu ainda, é uma excelente diversão. Para quem não sabe, potiche é uma palavra francesa que significa peça de decoração. Ao longo da história, vemos a transformação de uma peça de decoração em uma peça articulada e plena de ideias. Gostei muito do filme, que terminou às 21:25 horas. Hora de procurar um local para jantarmos. Voltamos pela Rua Visconde de Pirajá em direção à Praça Nossa Senhora da Paz, sem nenhum restaurante em mente. A ideia era parar em algum lugar que nos agradasse. Quando estávamos já na praça, um restaurante nos chamou a atenção. Estava cheio e só com gente bebendo vinho. Entramos. Pedimos uma mesa para dois. O maitre nos ofereceu uma mesa horrível em local escondido e de difícil circulação, agravado pelo fato de ter uma mesa enorme, com mais de vinte pessoas, no caminho, pela qual teríamos que passar se quiséssemos ir ao banheiro, por exemplo. Para piorar, a casa não tem carta de vinhos. Por ser uma loja, o cliente vai até as estantes e escolhe o rótulo que mais lhe agradar. Mais uma dificuldade se sentássemos na tal mesa escondida. Vi uma mesa vazia perto da porta. Perguntei se não podíamos sentar ali. Com cara de poucos amigos, o maitre aquiesceu. Acho que ele não gostou de eu estar de mochila e sandália Crocs. Este tipo de atitude em restaurantes mais refinados é mais comum no Rio de Janeiro do que em São Paulo, embora o Rio seja sempre considerado mais informal. Falta muito para o serviço dos restaurantes do Rio chegarem perto do oferecido na capital paulista. Ric foi até onde ficavam os vinhos e voltou sem nada escolher. Em pouco mais de dez minutos verificando os rótulos, escolhi o Vallado 2008, um vinho português com cinco castas produzido na região do Douro. O preço era ótimo (R$ 75,00) pela qualidade do vinho. Como entrada, pedi uma bruschetta de brie, figos e presunto de Parma, regada com mel. Vem apenas uma unidade, pelo preço de R$ 26,00. É muito saborosa. Leve, doce e marcante seu sabor. Escolhi como prato principal um filé mignon ao molho de pimentas acompanhado de risoto de funghi secchi. O filé estava macio, bem temperado, com molho no ponto certo, mas o risoto estava muito cozido. Ainda comi uma sobremesa, um pavê crocante de doce de leite. Classifico o pavê como digno, não tendo nada de excepcional. Ao ir ao toilette, descobri que o restaurante tem dois pisos. Para chegar aos banheiros sobe-se uma escada em caracol, com piso em tapete vermelho. O segundo andar estava lotado, assim como no térreo. É um entra e sai sem fim no local. Alguns apenas para comprar vinho, outros para apreciar a bebida acompanhado de um dos pratos da casa, na companhia agradável de amigos. Além de Ipanema, o restaurante Cavist - Vinhoteca & Restô (Rua Barão da Torre, 358) tem ainda unidades na Barra e no Leblon. Ao final, nossa conta ficou em R$ 292,00. Sentimos muito frio lá dentro. Os clientes, já acostumados, estavam preparados com blusas de frio, xales e até cachecol. Segue então um bom conselho: levem agasalho. Apesar da comida não ser excepcional, vale a pena conhecer o local, pois os preços dos vinhos são honestos, em relação custo X benefício favorável ao cliente. Já passava da meia-noite quando saímos do Cavist. Era hora de voltar para o hotel, o que fizemos a pé, pois estávamos perto. Noite de sono tranquilo.



Cartaz do filme Potiche - Esposa Troféu (Potiche), de François Ozon





Café do Cine Estação Ipanema


Bruschetta de queijo brie, presunto de Parma, figos frescos e mel - Cavist Vinhoteca & Restô - Ipanema


Filé mignon ao molho de pimentas verdes com risoto de funchi secchi - Cavist Vinhoteca & Restô - Ipanema


Pavê crocante de doce de leite - Cavist Vinhoteca & Restô - Ipanema




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