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segunda-feira, 11 de julho de 2011

SOY LOCO POR TI AMERICA - PAULINHO MOSKA, ATERCIOPELADOS E FERNANDA TAKAI


Projeto interessante que está em cartaz no Teatro I do CCBB durante o mês de julho, sempre nos finais de semana. Chama-se Soy Loco Por Ti America. É, na verdade, uma segunda edição do projeto Mercosul Musical que teve lugar no mesmo espaço há uns quatro anos atrás. O mesmo mestre de cerimônias faz o elo entre os dois projetos: Paulinho Moska. Naquele, a cada final de semana um artista brasileiro convidava um artista de um país do Mercosul, enquanto neste, com novo nome, ampliando os limites "geográficos" do mercado comum sul-americano, um artista da América do Sul convida um brasileiro para acompanhá-lo no palco. O projeto estreou em 01º de julho, com casa cheia, quando Paulinho Moska entrou no palco entoando, à capela, versos de canções brasileiras que falavam sobre a América, Soy Latino Americano, de Zé Rodrix, Soy Loco Por Ti America, de Capinan e Gilberto Gil, que empresta seu nome ao projeto e Canção da América, de Fernando Brant e Milton Nascimento. Ao fundo do palco, um belo painel construído para o projeto, onde as bandeiras dos países da América do Sul foram desconstruídas e remontadas em uma única bandeira multicolorida. À frente deste painel, havia um varal no qual Moska pendurou um pedaço de pano com motivos que nos remetia à integração entre os povos. Ao longo do show, os artistas que se apresentaram, cantores e instrumentistas, também fizeram o mesmo, completando o varal com várias bandeiras com mensagens positivas de paz. Antes de chamar a atração da noite, Moska cantou duas canções, uma delas em homenagem à América, cantada em português, e Três Caravelas (Las Tres Carabelas), do disco Panis et Circenses, marco do movimento tropicalista, escrita por Alguero E Moreno, com versão para o português de João de Barro. Ele foi acompanhado pelos músicos Sacha Amback (teclados), Dunga (baixo) e João Viana (bateria). Terminada a segunda canção, ele chamou a atração do final de semana, a banda colombiana Los Aterciopelados, na verdade uma dupla, formada pela cantora Andrea Echeverri e pelo baixista Hector Buitrago. Com figurino colorido, cheio de motivos religiosos, como imagens de santos, e adereços indígenas, como penas nos chocalhos, além de instrumentos diferentes, como um inusitado fuzil transformado em guitarra (um símbolo muito importante para um país que conseguiu vencer a guerra contra o narcotráfico), eles fizeram um show eletrizante. Alternando momentos dançantes com músicas mais introspectivas, Andrea cantou a primeira música em português, juntamente com Moska, uma canção do repertório dele (Lágrimas de Diamantes). Em seguida, a dupla ficou no palco com seus dois músicos, Ricardo Fernández (guitarra) e Catalina Ávila (percussão). Praticamente desconhecidos no país, hipnotizaram a plateia. Uma pequena, mas ruidosa galera colombiana se fez presente, balançando a bandeira da Colômbia. A banda faz um rock diferente, um rock alternativo, como está no folder do projeto, que mistura de forma coerente vertentes da atual safra do rock mundial com referências da música latina, especialmente a colombiana. Não fazem músicas no estilo dos cantores colombianos mais famosos no Brasil atualmente, Shakira e Juanes. Muito antes pelo contrário. O que fazem é menos comercial, com mais pesquisa, com mais sentimento. Não que eu não goste dos dois artistas citados, mas Los Aterciopelados me encantaram. Uma música resume bem o sentimento da dupla: "Yo", onde Andrea diz que não quer ser Juanes, Shakira, Gandhi, Einstein, hippie, nada, ninguém, ou Lady Gaga, ela só quer viver a sua vida, apenas ser ela (yo). Depois de algumas músicas do repertório da banda apresentadas, Andrea chamou sua convidada da noite, a vocalista do Pato Fu, Fernanda Takai. Uma graça, como sempre, em um belo e diferente vestido (provavelmente um Ronaldo Fraga), Takai disse que já conhecia os colombianos, tendo gravado uma música no disco solo de Hector Buitrago, "Conector", Fruto Real, que resolveram executar, pela primeira vez, ao vivo. O intercâmbio já existia entre os artistas e o projeto possibilitou que eles se encontrassem no palco. Gosto muito de Fernanda Takai, tanto na sua banda mineira, o Pato Fu, quanto em sua recente carreira solo paralela ao grupo, mas acho ela tímida demais quando está envolvida em projetos especiais ou faz participação especial em show como convidada. Já tinha presenciado um encontro dela com Vanessa da Mata, onde não rolou química. Desta vez, a química até rolou com Los Aterciopelados, mas achei que ela ficou travada, mas isto não atrapalhou o show. É apenas um detalhe que poderia ser melhor se ela ficasse mais solta. Talvez tenha sido pelo fato de ela ter preferido cantar quase todas as músicas em espanhol, com a ajuda de "colas", o que reduz a espontaneidade em sua performance ao vivo (não só dela,mas de qualquer outro artista). Para terminar o show, Moska voltou ao palco com seus músicos para uma apresentação conjunta. Belo espetáculo com ótimo preço: R$ 7,50 o ingresso para correntistas do Banco do Brasil. Na saída, comprei três discos da banda colombiana que estavam a venda (eles tem dez discos gravados), ao preço de R$ 60,00 o pacote.




Palco preparado para o primeiro show do projeto Soy Loco Por Ti America


Moska, Takai e Andrea Echeverri ao final do show


Os artistas agradecem o carinho da plateia

2 comentários:

  1. Olá, também fui a esta apresentação. Nunca havia assistido à Takai, e estou com a impressão de ainda não te-la visto. Ela sumiu...
    Porém a Andrea foi mágica. Carismática, alegre, entusiasmada, tomou conta do palco. E o Hector tocando baixo sentado naquelas imensas bolas coloridas? Pareciam crianças se divertindo. Foram arrebatadores. Fui para casa feliz. Viva Colombia!

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  2. Prezado Armando,

    Realmente Takai não se saiu bem. Mas garanto que à frente do Pato Fu ou em momento solo ela é ótima. Quanto a Andrea, me conquistou de primeira. Energia pura.
    Obrigado pela visita.
    Um abraço e viva Colômbia!

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