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quarta-feira, 8 de outubro de 2014

ALGUMAS HORAS EM TALLINN, ESTÔNIA


Quando planejamos nossa viagem para a Escandinávia, Cláudia propôs irmos também à Tallinn, capital da Estônia, pois era muito perto de Helsinque, sendo possível um bate e volta no mesmo dia. Concordamos com a proposta. Compramos o bilhete de navio pela internet pela Viking Line, empresa que faz pequenos cruzeiros pelo Mar Báltico. A viagem dura cerca de duas horas e meia, motivo pelo qual não quisemos o bilhete com direito a quarto. Como a hora de saída do porto da capital finlandesa era às 11:30 h, optamos por almoçar no próprio navio. Assim, não precisávamos procurar restaurante em Tallinn, sobrando mais tempo para conhecer a cidade. No ato da compra da passagem, é necessário escolher o horário do almoço. Escolhemos almoçar às 12:30 horas.
Chegamos ao porto de Helsinque uma hora antes do embarque. Fomos direto para a bilheteria, onde tivemos que trocar o nosso voucher pelos bilhetes. Embora com muita gente, o atendimento foi bem rápido, pois havia muitos guichês para atender a todos. Assim que liberaram o embarque, ao entrar no navio, pegamos o elevador e fomos direto para o último andar, escolhendo um lugar à sombra para ficar. A maioria das pessoas escolhia ficar no sol. Realmente o pessoal daquelas bandas adora aproveitar ao máximo o pouco de sol que tem por ano.
Não ficamos muito por lá, pois a sombra também era o lugar dos fumantes. Resolvemos conhecer as áreas comuns do navio, passando por lanchonetes, bares e cassino, parando na sua loja duty free, onde olhamos os produtos à venda, pesquisamos preços para eventuais compras. Obviamente que não compramos nada na ida, pois seria muito incômodo carregar compras durante nossa caminhada em Tallinn.
No horário marcado, fomos para o restaurante. Na recepção, apresentamos nosso bilhete. Uma garçonete nos conduziu até a mesa que estava reservada para nós quatro: eu, Vera, Dora e Cláudia. A mesa comportava oito pessoas, motivo pelo qual a compartilhamos com outras turistas.
O restaurante era bem grande, com quatro horários distintos de servir o almoço. Acomoda todo mundo. Parece que todos os passageiros tiveram a mesma ideia que a nossa, pois o fluxo de gente era muito grande para almoçar.
O sistema do restaurante é o self service, com ilhas espalhadas em locais estratégicos, embora a comida quente, especialmente as carnes, estavam ao fundo. Atrás de nossa mesa estava uma ilha somente com pratos frios. Havia uma quantidade enorme de caviar, além do onipresente gravlax (aquela fatia fina de salmão cru marinado em uma mistura de endro, açúcar e sal grosso, muito comum na Escandinávia). Cláudia e Vera, fanáticas por estas iguarias, adoraram. O caviar era apresentado em diversas cores e tamanhos, todos frescos.
Fiquei observando o prato das pessoas que passavam. Os jovens se serviam das mesmas coisas: batata frita, croquetes de carne, tudo regado a ketchup em quantidades absurdas. Eles ignoravam totalmente as verduras, legumes, pães e queijos que estavam disponíveis em profusão.
Assim que terminamos de almoçar, cujo prazo é de uma hora para cada turma, faltava meia hora para atracarmos na capital da Estônia.
Sem malas, o desembarque é muito rápido. Passar na imigração foi mais rápido ainda. Já do lado de fora do porto, consultamos o mapa da cidade no celular e vimos que a cidade antiga, que é a parte mais turística do local, não ficava longe. Resolvemos ir a pé. Arrependemos no meio do caminho, pois o calor que fazia naquela segunda-feira, 19 de maio de 2014, não era normal para a época do ano. Faziam 32º C. Mas como já estávamos no caminho, assim como a maioria das pessoas que desceu do navio, continuamos nossa caminhada. Entramos pela parte sul da área murada.
A parte antiga de Tallinn é toda envolvida por uma muralha. O seu interior apresenta uma das mais preservadas áreas medievais do norte da Europa. Por causa desta bela arquitetura e de sua preservação, o centro histórico de Tallinn foi considerado pela Unesco, em 1997, como Patrimônio Mundial da Humanidade.
O amarelo é o tom dominante nas paredes das casas e edificações. Caminhamos sem rumo definido pelas ruas do centro, apreciando as construções, entrando onde era possível entrar, como em igrejas e galerias de arte. Por falar em galerias, a capital da Estônia tem uma expressiva quantidade de museus e galerias de arte. Quando entramos em um beco, chamado Borsi Kaik, demos de cara com uma exposição de esculturas modernas. Uma placa indicava o nome do local: Suurgildi Hoone Sisehoov (Sisehoov Courtyard). Pausa para fotos.
Ao sair do beco, seguindo a torre branca vista de vários pontos da cidade, chegamos na Igreja Oleviste. Pagamos um euro, moeda adotada pela Estônia, para conhecer o interior do templo. Nada de excepcional.
Chegamos à parte principal da parte baixa da Cidade Velha (Old Town), a Praça do Mercado (Raekoja Plats). Nesta praça há uma variedade de restaurantes com garçons vestidos com roupas antigas, preservando o clima medieval do local. Além destes restaurantes, a maioria com comida típica do país, oferecendo, inclusive, carne de urso em seus cardápios, a praça também abriga a prefeitura e uma antiga farmácia, em funcionamento desde 1422. O museu da farmácia estava fechado. Da praça, tem-se acesso à parte alta da cidade, chamada de Toompea. Antes de subir, resolvemos parar em algum lugar para refrescar do calor. Queríamos sorvete, mas não encontramos uma sorveteria nas imediações. Paramos, então, em um café que servia sorvete. Foi também o momento de hidratar e ir ao banheiro.
Saindo do café, decidimos nos perder pelas ruelas, chegando ao portão principal de acesso à parte murada da cidade. Demos meia volta, entramos em outra ruela, seguindo novamente sem rumo. Paramos em uma das muitas lojas de artesanato onde comprei uma matryoshka, aquelas bonequinhas russas que guardam outras bonequinhas menores dentro delas. Elas são artigos típicos da Rússia e como a Estônia fez parte da ex-União Soviética, esta bonequinha também faz parte do rico artesanato estoniano. Pedi à vendedora a boneca mais típica da Estônia, aquela que trazia as cores mais utilizadas no país. Comprei uma vermelha.
Nossa caminhada chegou novamente na Praça do Mercado. Resolvemos subir a encosta para conhecer a catedral ortodoxa russa Alexander Nevsky, cuja cúpula arredondada se destaca no horizonte. Seguimos o mapa, entrando em uma rua para a esquerda e não conseguimos descobrir o acesso para Toompea. Quando vimos, já estávamos novamente próximos da Praça do Mercado. Olhamos o relógio. Já era perto de 17 horas. Era hora de voltarmos para o porto. Desta vez, pegamos um táxi, quando vimos uma pequena parte dos edifícios modernos que ficam do lado de fora da parte murada de Tallinn.
No porto, quis comer algo, mas a fila era grande na única lanchonete aberta e o atendimento era muito lento. Havia apenas uma mulher para receber o pedido, prepará-lo, cobrar, receber o dinheiro, entregar o pedido e o troco. Desisti, resolvendo comer alguma coisa no bar do navio. Novamente o embarque foi no horário e sem tumultos. Procuramos uma mesa vazia no andar da lanchonete e lá nos instalamos. O navio saiu no horário, 18 horas, rumo a Helsinque.
Para passar o tempo, resolvemos comprar no duty free. Fizemos duas turmas para não perdermos a mesa. Na primeira, Vera e Cláudia foram às compras. Quando elas retornaram, foi minha vez, que fui acompanhado de Dora.
Para pagar com cartão de crédito, é exigida a apresentação do passaporte. Fiquei impressionado com o tanto de gente na loja. Todos comprando bebidas alcoólicas. Achei o que queria e ainda comprei uma caixa de um delicioso chocolate finlandês que tínhamos provado em Helsinque. O navio atracou às 20:30 horas na capital finlandesa. O desembarque não é por partes, como nos cruzeiros. Assim, todo mundo deixa o navio no mesmo instante. Ninguém de mãos vazias. Era incrível a quantidade de bebidas que as pessoas desembarcavam consigo. Depois ficamos sabendo que a venda de bebidas alcoólicas na Finlândia é controlada, com incidência de altos impostos. Muitos finlandeses fazem esta viagem para Tallinn com o objetivo de comprar as bebidas, especialmente vodca e cerveja, no duty free do navio. Há uma cota, que todo mundo preenche.
Do porto, seguimos a pé para jantar. Tínhamos uma reserva em um restaurante próximo ao porto.

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