De Helsinque para Estocolmo, o voo da SAS durou uma hora. Por causa do fuso horário, saímos da capital finlandesa às 09:25 horas e chegamos às 09:25 horas na capital sueca. Ainda no aeroporto, fizemos câmbio, já que a Suécia não adotou o euro como moeda, compramos um chip para nosso roteador móvel de wi-fi e adquirimos o Stockholm Card, o que nos garantiu acesso a vários museus, ao transporte público e a descontos em lojas. Contratamos um táxi no próprio aeroporto que nos levou para o Radisson Blu Royal Viking (Vasagatan 1), nosso hotel em Estocolmo por quatro noites (20 a 24 de maio de 2014). O ponto do hotel é excelente, encostado na estação central de trens, além de ser próximo a várias atrações turísticas da cidade, bem como da área comercial. Tudo em distância para percorrer a pé.
Estocolmo me surpreendeu em vários aspectos. Cidade organizada, limpa, cheia de museus, bons restaurantes (tem para todos os gostos, embora os preços sejam salgados). Fomos no meio da Primavera, época em que os moradores da cidade saem muito, aproveitando o pouco de sol que eles tem por ano. Os bares no final das tardes em que lá estivemos estavam sempre cheios, com muitos de pé nas calçadas fumando e com copos de cerveja nas mãos. Para nós, fazia um friozinho gostoso, quando durante o dia usávamos blusas de manga comprida e cachecol. Fazia uns 15º C. Para eles, era como se vivessem o alto verão: camisetas, shorts e sandálias havaianas nos pés.
Os suecos utilizam muito o transporte público (ônibus, barcos, bondes, metrô), mas o principal meio de locomoção da cidade é a bicicleta. Em frente à estação de trens ficavam estacionadas centenas delas.
Claro que em quatro dias não havia possibilidade de conhecer/visitar tudo o que a cidade oferece. Tivemos que escolher. A seguir, uma breve descrição dos locais que eu, Cláudia, Dora e Vera conhecemos em Estocolmo.
Câmara Municipal de Estocolmo - fomos a pé desde o hotel. O prédio é lindo por fora, em tom de tijolo. Para entrar, utilizamos o Stockholm Card. Somente com visita guiada. Preferimos a visita em inglês. Há folheto com informações em português sobre o prédio. A visita vale a pena. A primeira parada é no Salão Azul, que de azul não tem nada, pois o arquiteto mudou de ideia ao ver que o vermelho dos tijolos tinham uma beleza singular. É neste salão que ocorre a festa anual do Prêmio Nobel. Há uma interessante sala com tapeçaria de Tureholm, tecida na França no Século XVII. A visita termina na magnífica Sala Dourada, onde há um imenso mosaico de vidro e ouro formando a figura de Estocolmo, Rainha do Malaren, homenageada pelo Leste e pelo Oeste. Pausa para muitas fotos. Ao sair do prédio, fomos para a praça que fica atrás dele, de onde tiramos mais fotos das suas colunas. Na lojinha localizada no local, comprei um Dala. É um cavalinho de madeira, artigo muito vendido como souvenir da Suécia.
Palácio Real em Estocolmo - para entrar utilizamos o Stockholm Card. Fica em Gamla Stan, a parte antiga da cidade. É a sede oficial da monarquia sueca. Em exposição nos vários cômodos do palácio estão móveis e objetos de decoração dos Séculos XVIII e XIX. Ao sair, por porta distinta da que entramos, notamos uma movimentação intensa em frente ao palácio. Estava na hora da troca da guarda. Ficamos para ver a cerimônia. É um pouco demorada e cansativa.
Tyska Kyrkan - uma das igrejas localizadas na parte antiga da cidade. Muito utilizada para concertos musicais. Seu interior não me chamou a atenção, a não ser o seu órgão de tubos.
Gamla Stan - é a chamada Cidade Velha, onde se concentram os prédios históricos. As praças são aconchegantes, com muitos restaurantes pequenos ao seu redor. Há ruas dominadas pelo comércio, com muita loja de souvenires e artesanato local. Foi ótimo passear por suas ruas e becos.
Museu Nobel - também fica em Gamla Stan, perto do Palácio Real. Utilizamos o Stockholm Card para entrar. É um museu com muito texto, o que torna a visita um pouco demorada. E como não conhecíamos a maioria dos laureados com o Nobel (os que ganharam o Prêmio Nobel da Paz tem um museu próprio, que fica em Oslo, Noruega), tornou-se enfadonho rapidamente. Há uma parte interativa interessante que simula, a partir de respostas que o visitante dá, futuros prêmios. A lojinha do museu é tentadora.
Museu Nórdico (Nordiska Museet) - entramos com o Stockholm Card. Fica em uma área cheia de museus. A visita é muito educativa, pois conta a história da Suécia, por meio de objetos de decoração, no qual o design assume uma grande importância, do artesanato rústico, além de uma parte dedicada aos povos nórdicos, com suas tradições e costumes. Um módulo só com bonecas e brinquedos infantis e outro com mesas de jantar postas me chamaram a atenção. Fizemos a visita com um áudio-guia, disponibilizado gratuitamente na entrada do museu. Além da exposição permanente, que ocupa dois pisos do museu, havia uma mostra temporária no hall sobre a utilização de listras no design mundial.
Museu Vasa (Vasa Museet) - entramos também com o Stockholm Card. Fica quase ao lado do Museu Nórdico. Um dos mais interessantes museus que já visitei, pois construíram um prédio ao redor de um navio de guerra real que afundou nas águas que banham a cidade. Ele data de 1628, ficou mais de trezentos anos no fundo do mar, sendo resgatado por uma operação que exigiu tempo e dinheiro. É um dos museus mais visitados da cidade. O navio reina absoluto, com várias esculturas de madeira que o adornam. Algumas reproduções destas esculturas estão expostas para que o visitante tenha a noção de como eram suas cores. Visita muito interessante.
Museu Abba (Abba The Museum) - entrada paga. Chegamos de bonde ao local. Sensacional. Foi uma tarde muito gostosa. Divertimos muito em todos os setores do museu. Ele conta a história do grupo de música pop sueco que estourou em todo o mundo na década de setenta. Até hoje seus discos são muito comercializados e o grupo tem seguidores fiéis. No museu, cantamos em um karaokê, dançamos ao som de Dancing Queen, Vera cantou e dançou com o grupo em um palco, acompanhando as figuras em holograma, curtimos as músicas, vimos roupas, adereços, capas de todos os discos, instrumentos musicais e até a reprodução do estúdio de gravação. Ainda no museu há um hall da fama sueca, com fotos e objetos de grupos e cantores do país que fazem sucesso, como Roxette. Para sair, passamos, necessariamente, pela loja do museu, repleta de artigos que lembram o grupo.
Palácio Drottingholm - mais um que entramos com o Stockholm Card. Ele fica em local afastado, em frente a um lago, e tem um bem cuidado jardim à sua volta. Para chegar até ele, pegamos metrô e depois um ônibus, tudo com o Stockholm Card. É a residência oficial da família real sueca desde 1981. Percorremos as alamedas do parque por detrás do palácio e fizemos um visita guiada ao Slottsteater, um teatro pequeno, construído em 1766, ainda em atividade. A visita é somente guiada, feita por uma moça vestida com roupas da época da inauguração do teatro. Todo o palco é de madeira, com paredes decoradas pintadas à mão. O maquinário é também em madeira, operado a mão. Lindo.
Icebar by Icehotel - o primeiro e maior bar de gelo do mundo. Paga-se para entrar. O ingresso dá direito a um drinque. A permanência máxima é de vinte e cinco minutos. Antes de entrar, vestimos um pesado casaco, estilo poncho, sem mangas, e calçamos luvas de couro forradas com pele. O capuz também tinha pele. Tudo é feito de gelo no bar, desde bancos, paredes e o balcão, onde são servidas as bebidas à base de vodca, únicas que não congelam na temperatura do local. Música eletrônica ajuda a animar os frequentadores. Pedi um drinque de frutas vermelhas feito com vodca. Estava tão frio que nem senti o álcool. Parecia que estava tomando um suco. Obviamente que todo mundo que entra no bar quer registrar em fotos o momento. Para tirar as fotos, tive que tirar uma das luvas, o que fez minha mão ficar dura e doendo. Vi muita gente passar pela mesma situação. Ficamos apenas 18 minutos, pois ninguém aguentou mais. Afinal, o frio era de -7º C. Ao sair, fiquei sentado um tempo no saguão do hotel onde fica o bar esfregando as mãos uma na outra para que o sangue voltasse a circular normalmente. Cláudia e Dora foram ao banheiro para enfiar suas mãos debaixo de água quente. Gostei da experiência.
Além de conhecer todos estes locais, percorremos as ruas exclusivas para pedestres, onde concentra o comércio da cidade. Claro que aproveitamos que estávamos na terra da grife de fast fashion H&M para entrar em uma das suas muitas unidades na cidade.
Também fizemos um passeio de barco pelos canais que banham Estocolmo. Para o passeio, utilizamos o Stockholm Card. Neste tour aquático, vimos vários prédios históricos, como o que abriga a Ópera, o Teatro Real e alguns hotéis de luxo.
Ainda tentamos subir um famoso elevador que liga a parte baixa da parte alta da cidade, mas ele estava em reforma. A tal parte alta não tem atrativos, apenas uma agitada rua comercial, cheia de bares. Como fomos no final da tarde, estes bares já estavam com um bom público, majoritariamente jovens, bebendo cerveja. Ficamos em um bar/restaurante bem transado de comida japonesa.
Gostei muito de Estocolmo. Provavelmente retornarei um dia.
Deixamos a capital sueca na manhã de sábado, 24 de maio, quando pegamos um voo da SAS rumo à Oslo, capital da Noruega, prosseguindo nossas férias na Escandinávia.
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