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sexta-feira, 15 de abril de 2022

DOPESICK

Fiquei curioso quando li uma resenha sobre a minissérie Dopesick, disponível na plataforma Star+, resolvendo deixar de lado minha listinha de séries para assistir, passando-a na frente.

A minissérie me arrebatou. São oito episódios com duração média de uma hora cada um deles. Não conseguia parar de assistir. Vi tudo em duas noites, cinco episódios na primeira noite e três na noite seguinte.

É envolvente, tem excelentes atores, com destaque para Michael Keaton (Dr. Samuel Finnix) e Peter Sarsgaard (Rick Mountcastle), o drama é baseado em fatos reais, é muito bem dirigida. O roteiro tem como base o livro de Beth Macy. Na direção, quatro diretores se revezaram nos episódios: Barry Levinson, Michael Cuesta, Patricia Riggen e Danny Strong.

A trama consiste na luta de procuradores de uma pequena cidade de Virginia contra a Purdue Pharma, gigante farmacêutica controlada pela família Sackler, cujos donos eram filantropos, financiando e apoiando grandes museus pelo mundo, a exemplo do Metropolitan Museum of Art, em Nova York, que tinha uma ala chamada Sackler, e o Musée du Louvre, em Paris. A Purdue Pharma lançou um analgésico mais potente que a morfina, o Oxycontin, fazendo uma campanha agressiva sobre os médicos de pequenas cidades para que eles receitassem o novo remédio para qualquer tipo de dor.

Mentiras, corrupção, brigas entre os membros da família, frustrações dos procuradores, ameaças, ganância e ambição estão presentes enquanto presenciamos a dor de centenas de famílias que perderam pessoas queridas devido ao vício adquirido com o remédio. A situação ficou tão preocupante que até o Departamento de Estado Antidrogas do governo norte-americano entrou na luta contra a Purdue Pharma. E aqui destaco o papel de Rosario Dawson como uma diretora adjunta do DEA.

Um artifício interessante usado pelos diretores é o vai e vem no tempo, não contando a história de forma linear. Isto prende a atenção, permite uma melhor compreensão dos fatos futuros, deixando o espectador livre para refletir sobre o que realmente importa: o uso indiscriminado de remédios.

Ao terminar a série, tive uma sensação mista de raiva, de nojo e de preocupação em relação à indústria farmacêutica, com sua publicidade sempre mostrando gente feliz e ativa, mas cheia de falcatruas por trás de tudo.

Michael Keaton está perfeito como o médico de uma cidade que vive da extração do carvão, adorado por todos e que vê sua vida transformada depois que conhece o analgésico Oxycontin.

Para refletir.

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