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sábado, 16 de abril de 2022

SHOW: MEU COCO - CAETANO VELOSO


Caetano Veloso
estreou Meu Coco, sua nova turnê, em Belo Horizonte, no Grande Teatro Cemig do Palácio das Artes, na sexta-feira, dia 01º de abril de 2022. Era sessão extra, pois os ingressos para o que seria a data da estreia, no sábado, tinham se esgotado. Assim que vi a postagem do show extra no Instagram, que tem acertado muito o algoritmo para mim, acessei o site da Eventim e garanti meu ingresso. Era dia 29/12/2021. Havia poucos lugares disponíveis, somente na plateia II, nas últimas fileiras. Gosto de sentar na poltrona da beirada. Consegui comprar na penúltima fileira, MM, na beirada. Paguei pelo ingresso R$ 429,00, valor de inteira.
Ultimamente tenho preferido ir de táxi para os eventos, mas desta vez, resolvi ir de carro. Sai mais cedo para encontrar um local fácil para estacionar. Sempre gosto de parar perto da Igreja Nossa Senhora da Boa Viagem, pois é certo achar vaga e não tem, até hoje, flanelinhas tentando te extorquir. Estacionei exatamente em frente à igreja. Coloquei minha máscara PFF2 e caminhei duas quadras e meia até o Palácio das Artes. Eram 20:15 horas. O hall já estava repleto de gente, todos usando corretamente as máscaras, cobrindo nariz e boca por completo. Seis filas para entrar, o que deu celeridade na leitura dos ingressos.
Muita gente conversando e bebendo no foyer. Passei direto, entrando no teatro. Já sabia onde ficava meu assento. Assim que me acomodei, soou o primeiro sinal. O teatro ainda estava bem vazio, mas sabia que os ingressos para essa sessão também estavam esgotados, tendo sido aberta mais uma sessão extra para o domingo.
Faltavam 15 minutos para às 21:00 horas quando soou o segundo sinal. Ainda tinha muito lugar vazio. Às 21:00 horas começou a publicidade dos patrocinadores no telão, além de anúncios sobre segurança, covid 19 e ficha técnica do show. As luzes foram se apagando lentamente. Uma turba de gente desesperada começou a entrar. Fiquei a me perguntar porque deixar para entrar na última hora e ainda ficar procurando o lugar à meia luz, atrapalhando quem já estava assentado. O terceiro sinal tocou, as luzes se apagaram e um canhão de luz focou Caetano Veloso no centro do palco usando um terno branco. Plateia delirante com muitos celulares posicionados para gravar. Momento para stories nas redes sociais. Outra pergunta que me fiz foi porque tem pessoas que compram ingressos para filmar quase todo o show à distância, com pouca iluminação. Será que depois de gravado assistem?
Caetano emendou três músicas de seu novo álbum, Meu Coco. Cantou Avarandado, Meu Coco e Anjos Tronchos. Nesta última dançou de forma desconjuntada, me lembrando de Arnaldo Antunes no palco. Recheou o show com músicas clássicas de seu vasto repertório, muitas delas cantadas em coro pela plateia, como Baby, Menino do Rio e Cajuína.
Em vários momentos do show, os irritantes berros de "eu te amo!", "lindo", "casa comigo". Cada dia fico mais impaciente com esses gritos em shows.
A cozinha instrumental tinha uma forte verve de percussão, com Pretinho da Serrinha arrasando como sempre.
Vários gritos de fora bozo! foram ouvidos na plateia. Em um deles, Caetano sentado com seu violão nas mãos, como que aguardando o coro, a maioria dos presentes gritou a plenos pulmões o desejo de ficar livre desse bozo. Caetano respondeu ao coro com um sereno e firme "sem sombra de dúvidas". A plateia foi à loucura.
Fez várias pausas para contar histórias de seus quase oitenta anos de vida. Disse que não era um show autobiográfico, mas que havia canções autobiográficas, contou histórias sobre as bandas com as quais tocou e gravou, como A Outra Banda da Terra, Banda Nova e Banda Cê, sobre sua parceria com Jaques Morelembaum, sobre o R retroflexo, cantando toda a canção A outra banda da terra com o tal R retroflexo (aquele R puxado falado no interior de Minas Gerais e de São Paulo).
Fez uma bela homenagem ao artista visual Hélio Eichbauer, já falecido, que fez a concepção do cenário do show Meu Coco. Diga-se, de passagem, que o cenário é simples e envolvente: uma figura geométrica pendurada no centro do placo cuja forma é alterada dependendo da iluminação sobre ela em cada música.
Finalizou com Lua de São Jorge, quando a galera não se conteve, ficou de pé e começou a dançar. Obviamente que ele voltou para o já aguardado bis, quando cantou mais três músicas: Mansidão, Odara e Noite de Cristal. Ninguém ficou sentado.
Como estava bem próximo da saída do teatro, fui um dos primeiros a deixar o Palácio das Artes. Feliz por ter visto esse histórico show de Caetano Veloso. Voltei para casa ouvindo Meu Coco no carro.

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