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sexta-feira, 22 de abril de 2022

SHOW: PORTAS - MARISA MONTE


Sempre que tive oportunidade, fui a um show de Marisa Monte. Assim que foi anunciada a sua nova turnê, chamada Portas, fiquei atento para os locais e datas das apresentações. Quando abriram as vendas, pelo site Eventim, não gostei do local escolhido para Belo Horizonte, pois seria no Mineirão, no dia 16/04/2022, sábado, às 21:00 horas. Prefiro um local mais confortável. Olhei São Paulo e Brasília, mas ambas eram também em locais tão desconfortáveis quanto: Espaço das Américas e Estádio Mané Garrincha, respectivamente. Fui ver as opções do Mineirão. O mapa do local, que eles chamam de Anfiteatro do Mineirão, indicava quatro tipos de ingressos: cadeira numerada, pista, espaço lounge e cadeira superior. Para mim, sempre que colocam "pista" significa que a pessoa verá o show em pé. Cadeira superior era muito longe do palco. Cadeira numerada era muito caro. Resolvi pensar, só voltando ao site no dia 29/12/2021, quando constatei que grande parte das cadeiras numeradas da parte frontal ao palco já estava vendida. Ainda havia lugares nas duas últimas fileiras. De impulso, comprei duas entradas (R$ 600,00 cada uma, valor de inteira) na fila L, assentos 37 e 39. A taxa de administração era R$ 90,00 por ingresso. O total ficou em R$ 1.380,00, que dividi em quatro vezes, o máximo permitido. Era meu presente de Natal atrasado.

Com os ingressos garantidos, conferi as músicas que Marisa Monte cantaria no show, fazendo uma playlist no Spotify para ouvir até o dia do show. Gosto de saber as canções, se não de cor, pelo menos alguma parte delas. Gastón já gosta de surpresa na hora dos shows. O setlist era longo: 32 músicas, incluindo canções de seu novo álbum, Portas, e vários sucessos da carreira.

Fomos de carro para o Mineirão, pois sabemos que é fácil e prático deixar no estacionamento coberto do estádio, cujo preço é único, R$ 30,00, por todo o período estacionado. Nossos amigos Murilo e Ruan compraram os ingressos na semana anterior ao show para o setor "pista". Eles foram mais cedo e nos enviaram mensagem, dizendo que "pista" na verdade era o setor da geral do Mineirão, ou seja, veriam o show sentadinhos. Como chegaram cedo, puderam eleger um bom local para se acomodarem. Chegamos nas imediações do Mineirão às 20:10 horas e enfrentamos uma fila de carros para entrar no estacionamento. Sempre há aqueles engraçadinhos que tentam furar a fila. Um deles parou ao nosso lado pedindo para entrar. Gastón fez um gesto negativo. O cara arrancou cantando pneu, foi mais à frente, quase bateu o carro e conseguiu furar a fila. Ficamos observando que os motoristas que faziam isso dirigiam carros de luxo. A elite é um horror. Voltemos ao show. Estacionamos meia hora depois de entrar na fila, mas sem estresse. Na entrada, pagamos os R$ 30,00, o que facilita na hora de ir embora. O acesso se dava por dentro do próprio estacionamento. Estava bem organizado, sem filas. Pediam para colocar a máscara (nós já estávamos com elas) e mostrar o ingresso. Nada de mostrar o comprovante de vacinação contra a covid 19. Subimos as escadas, saindo na esplanada do Mineirão. Uma pessoa indicava onde era a entrada para as cadeiras numeradas: Porta B. Nessa porta, leram o código de nossos ingressos e nos colocaram uma pulseira, alertando que não podíamos retirá-la. Depois da entrada, mais uma pessoa indicando para onde ir. Descemos um lance de escada, chegando ao corredor de acesso ao setor para o qual compramos ingressos. Havia um bar, alguns caixas móveis, uma pequena fila para comprar bebidas. Aproveitei para ir ao banheiro. O acesso se dava por um setor das cadeiras da geral, para onde não houve venda de ingressos. Eu não sabia o que seria o tal anfiteatro do Mineirão. Na verdade, o palco é montado no gramado, na altura do gol que fica para o lado sul da cidade, virado para a geral/arquibancada. As cadeiras, todas no mesmo nível, foram montadas ainda no gramado, na parte detrás do gol, mas por cima de um tablado para não estragar a grama. A tal "pista" era, como meus amigos disseram, o setor das cadeiras da geral, enquanto a cadeira superior ficava na arquibancada. Já tinha um público enorme e chegava mais e mais gente.

O palco poderia ser um pouco mais alto, pois como estava, as pessoas de estatura mais baixa teriam problemas de visão quando sentados nas cadeiras. Outro problema era para quem pagou caro para ficar em cadeiras numeradas que não tinham uma visão integral do palco. A lua iluminava o Mineirão de uma forma espetacular. Gastón levantou para comprar cerveja. Voltou com um copo descartável com a bebida e uma ficha para quando eu quisesse tomar um refrigerante. Preços bem salgados. Um refrigerante custava R$ 10,00 e a cerveja, R$ 15,00. Deu 21:00 horas. Nada do show começar. O público aproveitava o atraso e comprava bebidas. Era engraçado ver gente levando para seu lugar balde com gelo, taças de acrílico e garrafa de vinho. Quase 21:30 horas, um aviso no telão indicava que o show começaria em 2 minutos. Tempo para todos se acomodarem. As luzes se apagaram. Às 21:30 horas os músicos entraram no palco. Todos vestidos de preto. Maria Monte apareceu em um vestido com capa brilhante e uma linda tiara, também brilhante, no fundo do palco, em uma plataforma, cantando Pelo Tempo Que Durar. Muitos apupos, aplausos, gritos. Ali começava um show bem concebido, milimetricamente organizado. Marisa Monte sempre gostou de seguir um roteiro certinho, sem improvisações, com muita qualidade. O que não estava bem no início do show era o volume do seu microfone. Dependendo de como virava a cabeça, sua voz ficava mais baixa. Isso foi resolvido ao longo do espetáculo. Não sei se foi coincidência ou não, mas melhorou depois que ela aproximou a boca do microfone e cantou bem forte, quase gritando.


Para cada música havia uma projeção no palco, algumas delas com ótima ilusão de ótica. Teve uma projeção que simulava o palco como se estivesse dentro de uma caixa de papelão. Lúdico.

Marisa Monte desfilou sucessos recentes e antigos, incluindo os da fase Tribalistas. Cantou Portas, Maria de Verdade, Vilarejo, Infinito Particular, Praia Vermelha, Beija Eu, Ainda Lembro, Depois, Na Estrada, Seo Zé, Velha Infância, Lenda das Sereias, O Que Me Importa, Vento Sardo, entre outras. Também trocou de figurino umas cinco vezes.

Apresentou os integrantes da banda em momentos distintos. Só feras. Entre eles, Dadi, Pretinho da Serrinha, Davi Moraes, Chico Brown e Pupilo.

Como eu já esperava, já tinha mais da metade do show quando gritos de fora bozo ecoaram no estádio. Ela, usando de uma fina diplomacia, sabendo o público que tem, disse que ele nem deveria ter entrado, emendando que ela era Portela e que Pretinho da Serrinha era Império Serrano, mas eles não polarizavam. Podia parecer posição tucana, aquela sempre encima do muro, mas passou o recado de qual lado da polarização ela estava, pois deu um viva à democracia, um viva ao meio ambiente e um viva à natureza. Só não entendeu quem não quis entender.

Também agradeceu a presença de todos, enfatizando a alegria de estar no palco novamente depois de dois anos críticos por causa da pandemia. Enfatizou a importância da ciência e da vacina.

Logo na segunda música, várias pessoas baixinhas tinham deixado seus lugares sentados para se posicionar atrás da última fila de cadeiras, ficando em pé durante todo o show.

Com sede, por volta da metade do show, levantei para buscar meu refrigerante. Havia um bar montado no lado esquerdo do palco. Não perdi nenhum momento do espetáculo. Voltei para meu lugar com um copo descartável com guaraná.

Marisa Monte terminou o show com a música Magamalabares, do disco Barulhinho Bom. O público já estava todo de pé dançando. Voltou para o bis, como era esperado, cantando mais quatro músicas. A ótima versão para Comida, sucesso dos Titãs gravado por ela em seu primeiro álbum, Pra Melhorar, do novo álbum Portas, Já Sei Namorar, primeiro hit dos Tribalistas, terminando como tem feito em seus shows cantando, à capela, Bem Que Se Quis, deixando o público terminar a canção enquanto se despede do palco.

Ao todo foram 32 músicas, na ordem exata do setlist que eu havia consultado quando comprei os ingressos. Prova que a cantora realmente gosta de organização em seus shows, seguindo corretamente o roteiro do espetáculo.

Gostei do show e aprendi que em shows no Anfiteatro do Mineirão, o melhor é comprar "pista", chegar cedo e se acomodar em uma das cadeiras da geral. Não quero de novo pagar caro para sentar em cadeiras do tipo daquelas usadas em seminários e congressos realizados em hotéis, com todas as fileiras no mesmo nível, dificultando a visão do palco. De qualquer forma, continuo preferindo teatros com poltronas confortáveis para este tipo de show apresentado por Marisa Monte.

Combinei com meus amigos de nos encontrarmos no estacionamento do Mineirão para dar carona a eles, mas entenderam mal, saindo do estádio. Recombinamos, pegando os dois em frente ao Centro Esportivo Universitário, em frente ao Mineirão. De lá, fomos para o Chopp da Fábrica da Avenida do Contorno, em Santa Efigênia, terminando a noite com um belo prato de mexidão com ovo frito.

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