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sábado, 9 de abril de 2022

LOVE LOVE LOVE - GRUPO 3 DE TEATRO


Quando morava em Brasília, fui ao CCBB para ver uma peça com o Grupo 3 de Teatro. Era Contrações, do dramaturgo inglês Mike Bartlett, com direção de Grace Passô Fiquei impactado com o texto e com a encenação, especialmente de Yara de Novaes e Débora Falabella.

Eis que o algoritmo do Instagram me mostra uma postagem patrocinada sobre uma peça do Grupo 3 de Teatro em Belo Horizonte. Não tive dúvidas em comprar ingresso (inteira: R$ 59,00). Em 18 de março de 2022 estava eu no belo teatro do Centro Cultural Minas Tênis Clube para conferir Love Love Love, mais um texto de Mike Bartlett encenado pelo grupo.

A direção é de Eric Lenate. No elenco estão Débora Falabella, Yara de Novaes, Alexandre Cioletti, Augusto Madeira e Mateus Monteiro.

A trama acompanha três gerações de uma família inglesa, tendo como marco inicial a primeira transmissão ao vivo da televisão para 26 países, em 1967, de uma apresentação dos Beatles cantando a música All You Need is Love. A segunda fase é ambientada nos anos 1990 e a terceira e última etapa ocorre em 2014.

Em cena, conflito de gerações, sonhos de classe média, infidelidade conjugal, relacionamentos com altos e baixos.

Neste espaço temporal - 1967-214, vemos como o decorrer dos anos transforma as pessoas. Enquanto na juventude eram libertários, cheios de ideias, pregando o amor livre, mas quando se tornam pais, agem como os seus próprios pais. Aí me lembro da frase da música de Belchior eternizada na voz de Elis Regina: ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais.

Todo o elenco está muito bem. Destaco Débora Falabella, ótima interpretando a jovem Sandra nos anos 1960 e Rose, a filha de Sandra, nos anos 1990 e em 2014; e Yara de Novaes, sempre maravilhosa no palco, desta vez dando vida à Sandra nas duas fases finais da peça.

Na fase final, Sandra convoca a família para exigir uma espécie de reparação à frustração de sua vida e fala que a geração dos pais dela é a grande responsável pela grande frustração de sua geração, pois eles nunca contribuíram em nada para mudar as coisas, se entregando para o consumismo e assistindo inertes aos acontecimentos mundiais.

O texto diverte e nos faz refletir.

Belíssimo espetáculo. Casa cheia, com público majoritariamente idoso.

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